Reino dos bichos e dos animais é o meu nome

Reino dos bichos e dos animais é o meu nome Stela do Patrocínio




Resenhas - Reino dos bichos e dos animais é o meu nome


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Mike Willian 15/05/2023

Uma Experiência Interessante.
Reino dos bichos e dos animais é o meu nome, trata-se de prosas transformadas em poemas com Stella do Patrocínio. Hospitalizada em um centro psiquiátrico diagnosticada com esquizofrenia.

É um livro muito interessante e reflexivo, que por vezes nos faz questionar quem é que realmente possui a razão em ordem.

Recomendo não só a leitura, mas toda a reflexão que o livro proporciona.
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Manu 29/03/2023

Reino dos bichos e dos animais é o meu nome ? Stella do Pat
"Meu nome verdadeiro é o caixão enterro. Cemitério, defunto, cadáver. Esqueleto humano asilo dos velhos, hospital de tudo quanto é doença. Hospício"

Sempre penso como a consciência ante a leitura ? a conhecer o ambiente que fez o livro, por quais trejeitos e o que teria acontecido com Stella ?, sem dúvidas, altera nossa concepção das coisas. Uma leitura muito dura, muito sincera e muito dolorida também!
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desrebeca 30/01/2023

Perturbador
Não lembro como descobri “Reino dos bichos e dos animais é o meu nome”, talvez na estante de alguém no Skoob há alguns anos atrás, mas desde então era uma obra que sempre estava nas minhas metas de leitura anual não atingidas. Acontece que obras que se referem a questão da loucura requerem de mim um momento emocionalmente seguro. Outro fator que me fez adiar essa leitura tantas vezes foi o fato de não estar mais disponível pra compra, só possui uma única edição que está fora de alcance até nos sebos online, tive que ler em pdf mesmo. Iniciei a leitura e na terceira página percebi que se tratava de um livro de poemas, depois, na apresentação, que seus poemas, na verdade, eram transcrições de entrevistas realizadas por uma estagiária de Psicologia e uma artista plástica durante determinado período de internamento, sendo organizados posteriormente por uma terceira pessoa e publicados três anos após a morte de Stella. A partir daí minha mente já pipocava com dúvidas e curiosidade sobre a situação de vulnerabilidade em que a autora se encontrava, atrelada às questões de autoria envolvendo os poemas e autorização de publicação da obra em questão. Essas preocupações junto com os relatos de maus tratos e as pequenas demonstrações de lucidez dos escritos me chegaram com um quê de perturbação: o que é Stella e o que é a manipulação dessas outras pessoas? Deixando de lado essas divagações, nos poemas percebi uma voz potente que denuncia o racismo, o machismo, o sistema manicomial e a ditadura. Existe uma voz que anseia por libertar suas amarras e um espírito inquieto sobre sua condição. Não teria como me atravessar mais.
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Luciano 26/12/2022

"[...]
O que eu penso em fazer da minha vida
É encontrar a felicidade, ser feliz
Ficar gostando e não perder o gosto
Ser feliz
Encontrar a felicidade
E não perder o gosto de estar gostando"
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oursapphism 13/12/2022

?Eu já não tenho mais voz
Porque já falei tudo o que tinha que falar
Falo, falo, falo, falo o tempo todo
E é como se eu não tivesse falado nada?
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raivadomundo 21/06/2022

"Quando eu tô com vontade de falar
Tenho muito assunto muito falatório
Não encontro ninguém para quem eu possa conversar"
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Adriana Scarpin 14/05/2022

Não é de hoje que se relaciona a fala do psicótico com o fazer poético, quantos de nós passamos tardes inteiras a fazer um poema só para escolher as palavras certas enquanto os psicóticos em cinco segundos jorram pura poesia de suas falas.
Jung estudou isso em Joyce, Lacan também, Artaud foi um eterno fascínio para os intelectuais franceses, o pai de Hilda Hilst a inspirou demais em sua escrita.
E temos Stela do Patrocínio. Stela passou mais da metade da vida levando eletrochoque na Colônia Juliano Moreira, talvez se tivesse ficado no Pedro II com a Nise da Silveira onde primeiramente foi internada, seus dotes poéticos poderiam ter sido descobertos muito antes, o foram apenas nos anos 80 com a Reforma Psiquiátrica.
Em 2017 visitei a antiga Colônia Juliano Moreira onde fica atualmente o Museu Bispo do Rosário, na época estava em reformas, mas as transcrições da poesia oral de Stela ficam expostas lá hoje em dia. Visitar esses lugares é essencial para não esquecermos a ferida profunda que os séculos XIX e XX causaram na saúde mental e mais do que nunca dizer não ao eletrochoque e às internações.
Sempre lembrando que maio é o mês da Luta antimanicomial e nenhum retrocesso será validado.

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raíssa 12/07/2021

Quando o sol penetra no dia dá um dia de sol muito bonito muito belo
"Eu estava com saúde
Adoeci
Eu não ia adoecer sozinha não"

Quem é louco? Quem é lúcido? Quem tem poder sobre o próprio corpo e existência? A quem é dado o direito de ir vir?

Manicômios nunca mais!

[Lido por indicação da Oficina de Teatro - Oralidades Poéticas]
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Ferferferfer 17/05/2021

Como lemos escritores ilhados?
Eu não vou tentar fazer uma resenha crítica sobre Stela do Patrocínio, muito menos sobre esse livro. Eu não tenho leitura o suficiente para falar tecnicamente sobre. O prefácio de Pablo Milanez fala muito melhor do que eu. Porém, deixo um trecho para que talvez suscite a vontade de lê-la - sim, a mulher Stela, além dos poemas: "Stela do Patrocínio foi uma sobrevivente do processo de mortificação característico das estruturas psiquiátricas arcaicas e tradicionais, os asilos."
O que posso dizer, totalmente atrelada a minha experiência pessoal, é que o mundo de Stela é repartido em muitas versões. Vamos atravessando um mundo físico, enclausurado, distante, sendo leitores, ouvintes e credores de todas as suas versões. Com respeito, fazemos a leitura de uma poética do real: é condição para que se entenda e filtre toda a qualidade nos poemas. Questionamos o não pertencimento dessa mulher em um asilo, a inexistência de um lar, a ausência do cuidado.
"Eu vim do Pronto-Socorro do Rio de janeiro
Onde a alimentação era eletrochoque, injeção e remédio
E era um banho de chuveiro, uma bandeja de alimentação
E viagem sem eu saber para onde ia
Vim parar aqui nessa obra, nessa construção nova"
A gente precisa resgatar esses escritores. Pra ontem.
Salve Stela do Patrocínio!
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Marcos.Gabriel 10/01/2021

Me lembrou de uma citação da bjork: "tenho de recriar o universo toda manhã quando acordo"
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Marker 23/03/2020

"olha quantos estão comigo
estão sozinhos
estão fingindo que estão sozinhos
pra poder estar comigo"
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Eduardo 30/01/2014

! ! !
Meu passado foi um passado de areia
Em mar de Copacabana
Cachoeira de Paulo Afonso
Bem dentro da Lagoa Rodrigo de Freitas
No Rio de Janeiro

O futuro eu queria
Ser feliz.
É encontrar a felicidade sempre
E não perder nunca o gosto de estar gostando

O que eu penso em fazer da minha vida
É encontrar a felicidade, ser feliz
Ficar gostando e não perder o gosto
Ser feliz
Encontrar a felicidade
E não perder o gosto de estar gostando

*

Eu não tenho cabeça boa não
Não sei o que tem aqui dentro
Não sei o que tem aqui dentro
Não sei o que tem aqui dentro

Eu sei que tem olho
Mas olho pra fazer enxergar como?

Quem bota pra enxergar
se não sou que boto pra enxergar?

Eu acho que é ninguém
Enxerga sozinho
Ele se enxerga sozinho

*

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