Vamos comprar um poeta

Vamos comprar um poeta Afonso Cruz




Resenhas - VAMOS COMPRAR UM POETA


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JoaoPedroRoriz 13/08/2023

Crítica ao livro "Vamos comprar um poeta", de Afonso Cruz.
Imagine uma sociedade preocupada com a estética dos números e dos padrões; consumista e absurdamente concreta, onde artistas são figuras exóticas mantidas pelas famílias como animais de estimação. Essa é a crítica social proposta pelo escritor português Afonso Cruz no livro "Vamos comprar um poeta", lançado no Brasil pela editora gaúcha Dublinense.

A obra narra o dia a dia de uma família tocada pela subjetividade e pela excentricidade das metáforas propostas por seu animalzinho doméstico, um poeta.

"Vamos comprar um poeta" denota a importância da arte e da subjetividade em um mundo regido por regras econômicas e sociais e atravessado por uma cultura contabilista e consumista Foi Lacan que, em 1968 em seu seminário 23 (O Sinthoma), refletiu que a sociedade mudara por conta do consumo: as pessoas naturalizam os sintomas e tamponam suas faltas com aquisição de supérfluos.

É nesse universo que Cruz apresenta a visão do terror: pessoas que possuem sensibilidade e que falam em uma língua-outra são apenas tolerados nesta cultura quase distópica. Subsistem como seres de menor qualidade, precisam ser alimentadas e devem em momentos de esplendor de seus dotes, entreter seus donos.

A crítica é cirúrgica em um mundo onde os artistas estão relegados à marginalidade econômica e social. São, para os donos do mundo, eternas crianças obrigadas a manter um picadeiro permanente para o gracejo daqueles que os alimentam; pessoas sem raízes, ou mesmo sacerdotes inúteis que constrangem familiares que lutam "de verdade" pela sobrevivência.

A obra faz lembrar A Metamorfose de Kafka e o mito da caverna de Platão. Sua criticidade aponta as carência de subjetividade na educação e no dia a dia das famílas, assim como é observável a falta de elementos lúdicos nas brincadeiras e nas relações sociais.

As palavras, diria Lacan, já são condutores falhos do pensamento, pois limitam a alma e a individualidade. Eu completaria; quiçá se não há interesse por elas. O belo poeta de "Vamos comprar um poeta" rompe a dinâmica objetiva da língua para ajudar - qual um missionário - sua nova família a pensar o inefável através de novas expressões e de novas construções imagéticas, até transcender e receber como punição o degredo - sina daqueles que ousam (des)construir.

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João Pedro Roriz, 1982, é psicanalista, escritor e professor. Formado em Comunicação Social, História, Filosofia e Psicanálise. Pós graduado em Sexologia, Docência e Psicopedagogia. Mestre em Psicologia.


Texto publicado originalmente no site pessoal do autor. Todos os direitos deste texto estão reservados.

site: http://www.joaopedrororiz.com
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Fellipemota31 11/08/2023

E, antes de me deitar, repito a oração que aprendi com o poeta:
?Tenho milhas a percorrer antes de dormir? e ?Não abandonar os poetas no Parque?
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Carol 10/08/2023

Livro com uma premissa muito interessante e que te faz refletir. No início pode parecer que tem uma escrita muito diferente, por causa do português de Portugal, mas nada que algumas páginas depois não acostume. Vale muito a pena a leitura!
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Sumaya 06/08/2023

Gostei bastante dessa, uma leitura bem fácil e divertida e com bastante reflexão ao mesmo tempo. Um assunto que gosto muito.
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fev 04/08/2023

3,75

Vamos comprar um poeta é um livro bom, mas o apêndice faz com que ele se torne excelente. Aquele que não consegue ver a importância da arte em suas inúmeras formas está morto por dentro. Nem tudo precisa ter uma utilidade, às vezes, basta acalentar o coração e tirar-nos da mesmice. Vamos comprar um poeta é sobre isso: sobra a importância e a capacidade da arte de fazer com que nos transformemos. O quanto ela é essencial e fonte de vida.
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Natalia331 30/07/2023

Uma distopia portuguesa, com certeza
Eu peguei esse livro sem pensar muito, só pela curiosidade mesmo.

É engraçado como os livros de distopia (eu acho que esse pode ser caracterizado como uma) sempre apresentam uma linguagem diferente dos livros de fantasia e comédia romântica. Não sei se é impressão minha ou os livros que li.

A escrita me incomodou de início, mas depois de uns 5 minutos consegui adaptar e a entender melhor o que ele queria trazer para nós.

Este livro é esquisito e rápido. Um esquisito e rápido muito bom.

Vale a pena se você está procurando algum livro para se questionar sobre o materialismo, a inutilidade e sobre o valor das artes (poesia, escultura, pintura) em face da sociedade.

Acredito que toda distopia tenha a base no questionamento, mas este vale, porque sim. Rs.
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Glayciane.Bernardo 30/07/2023

Vamos comprar este livro?
É um ótimo livro, apesar de curto, com uma pitada de humor por alguns momentos. Esta é uma leitura que nos permite aprofundar e refletir sobre uma sociedade capitalista e utilitarista.
E o que impressiona que aos invés de animais de estimação as famílias possuem artistas e poetas, destacando o materialismo presente na sociedade.

A obra nos faz refletir sobre os valores e a forma da vida das novas gerações.
Recomendadíssimo!
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Priscila 28/07/2023

Me lembrou o livro Utopia, de certa forma. Quando vemos as coisas por uma ótica diferente, como a nossa vida muda. Que bom que voltei a ler poesia. A Poesia é vida.
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Gika 27/07/2023

Francamente?
Que livrão! Genial!
POUCAS páginas foram suficiente pra dizer MUITO.
Uma ambientação e caracterização esplêndidas, através de metáforas e pequenos poemas que se formam em um livro magnífico
Favoritado
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Wanessa Braga 24/07/2023

Vamos comprar um poeta
A premissa me pegou demais.
?em uma sociedade dominada pelo materialismo, as famílias têm artistas em vez de animais de estimação?
Mergulhei em um universo racional, onde a eficiência, a produtividade, o lucro é super valorizado. Tudo é quantificável, medido e contabilizado. Toda e qualquer abstração, metáfora ou poesia é inútil, supérfluo, desprezado e marginalizado.
É bonito, inteligente e trás reflexões muito legais sobre arte, cultura, poesia e todo o seu poder transformador.
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Ana Lu 23/07/2023

Eu li uma resenha que falava esse é o tipo de livro que a gente quer dar de presente para todas as pessoas e sim, esse é o livro que eu recomendaria todo mundo a ler.
Esse livro é uma crítica a maneira que vemos a nossa realidade, o materialismo e utilitarismo.
A sociedade desse livro valoriza os números e os lucros, todas os atos e pensamentos são contabilizados e as pessoas são destacadas pelas contribuições que podem dar ao mercado financeiro. O protagonista compra um poeta e descobre que nem tudo é contabilizado para todos, o poeta ver a beleza e mil coisas em uma janela e em uma paisagem, no início, é difícil para o personagem entender a linguagem do poeta que usa metáforas e sentimentos para se expressar. O poeta na casa da família muda a rotina e fazem todos usarem ambiguidade porque eles pensam além dos numérica e isso cria um conflito com o mundo em que vivem.
O livro é excelente, traz uma reflexão sobre o capitalismo e o utilitarismo, ressalta que a vida é importante quando entendemos o que estamos vivendo e o papel da arte na nossa vida.
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alemesquitaneto 23/07/2023

Livro curto que discute a importância da cultura na sociedade com uma abordagem bem interessante. Vale a leitura
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@mimullerr_ 19/07/2023

Vamos comprar um poeta¿
Livro curto, que passam reflexões imensas
O mundo onde as pessoas são medidas pela quantidade de dinheiro,não de caráter.
Famílias e pessoas vivendo sua vida centradas no dinheiro, onde a arte passa a ser algo fútil, q nn serve mais
Não diria q esse livro seja somente uma história, mas sim relatos dos dias atuais


"Vocês não percebem que eu estou a acumular cultura?
Para quê?
Para montes de coisas.
Montes? Isso é uma quantidade? Gasta um bocadinho connosco para demonstrar o valor da transação.
Irritei-me e respondi, muito agressiva:
A cultura não se gasta. Quanto mais se usa, mais se tem."
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Lilian 19/07/2023

Potente
Livro curto e potente sobre a função da poesia e o valor da imaginação no cotidiano. Vale a leitura!
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