Tami
11/02/2017— Mamãe — disse ele, pesadamente. — Como é que o monstro do meu closet conseguiu sair? Eu estou sonhando? Estou tendo um pesadelo?Vic e Donna Trenton mudaram-se de Nova York para a bucólica Castle Rock, cidadezinha situada no estado do Maine. Eles tinham um filho de quatro anos chamado Tadder, ou Tad, como era frequentemente chamado. O menininho estava tendo dificuldades para dormir, pois falava que havia um monstro no armário do seu quarto. Seus pais, claro, desencorajavam essa ideia, falando que não havia monstro algum, mas na cabecinha de Tad quem estava em seu armário era o espírito de Frank Dodd, sujeito que havia aterrorizado Castle Rock há alguns anos.
Quando ainda morava em Nova York, Vic trabalhava em uma agência de publicidade e era muito competente no que fazia. Algum tempo depois, ele resolveu abrir sua própria agência e, junto com seu melhor amigo, Roger, fundou a Ad Worx. Os dois amigos chegaram a conclusão que o estado do Maine seria perfeito para sediar a empresa, sendo assim, os dois mudaram-se com suas respectivas famílias. Quem não gostou muito dessa ideia foi Donna. A mulher não conseguia gostar de Castle Rock, pois sentia falta de sua antiga rotina. Sentindo-se entediada, Donna acaba tendo um caso extraconjugal.
Nesta história também vamos conhecer a família Camber, composta por Joe, um mecânico machista e grosseiro, Charity, esposa submissa de Joe, e Brett, filho dos dois, que a cada dia se parece mais com o pai. Os Camber eram donos de Cujo, um enorme e dócil São Bernardo... até o dia em que ele é mordido por um morcego e contrai hidrofobia, mais conhecida como raiva.
Vic acaba descobrindo a traição de Donna, e isso acontece pouco tempo antes de uma viagem de negócios, pois a Ad Worx está enfrentando problemas com a iminente saída de seu principal cliente. Vic fica arrasado com essa descoberta, pois ama muito a esposa. Ela, por sua vez, aparenta estar muito arrependida. Vic vê nessa viagem uma oportunidade de colocar a cabeça no lugar para pensar no que fará a respeito do assunto.
Charity consegue ganhar um dinheiro na loteria e resolve pedir permissão a Joe para viajar com Brett para Connecticut, mais precisamente para a casa de sua irmã, a quem não via há muitos anos. Estúpido como sempre, Joe nega em um primeiro momento, mas acaba cedendo. A intenção de Charity é tirar Brett de perto de Joe por um tempo para mostrar ao menino outras perspectivas de vida.
Cujo está cada vez mais doente...
O carro de Donna está dando problemas, e não dá para ficar com uma criança pequena, para cima e para baixo, sem um carro. Antes de ir para o aeroporto, Vic fala para ela levar o carro na propriedade de Joe Camber para ele poder dar uma olhada. Vic parte e Donna fica sozinha com Tad e seus monstros imaginários.
Chega o dia da viagem de Charity e Brett. O menino percebe que há algo errado com Cujo, mas Charity diz que tudo vai ficar bem, que Joe vai cuidar do cachorro. Joe, por sua vez, quer aproveitar esse momento a sós para farrear com um amigo, mas acaba descobrindo sobre a doença de Cujo da pior maneira possível.
Donna coloca Tad no carro e sai rumo a propriedade de Joe. Chegando lá, obviamente, ela não encontra o homem, mas encontra um São Bernardo sedento por sangue. O cachorro começa a avançar em direção ao carro, chegando a jogar-se contra a lataria. Tad fica muito assustado e começa a gritar, pedindo para ir embora. É quando o carro enguiça de vez e não dá mais nenhum sinal de vida. Nem as buzinas de Donna parecem chamar a atenção de alguém, e, em uma época em que não havia celulares, Donna fica presa em seu carro com um menininho de quatro anos. Do lado de fora, Cujo fica esperando o momento em que Donna precisará sair, e ele não tem pressa...
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Passei muito tempo sem ler algo do Stephen King. O último livro que li do autor foi Desespero, no longínquo ano de 2009. Quando vi que poderia solicitar Cujo não pensei duas vezes, pois seria uma ótima oportunidade para voltar a ler algo desse aclamado autor.
Confesso que em um primeiro momento a leitura não me prendeu. Stephen é muito detalhista e eu curto histórias mais sucintas, que não possuem muitos rodeios. Só que eu entrei na leitura com o intuito de gostar dela, pois eu já sabia que o estilo do autor era esse, então se eu me propus a ler eu tinha que enxergar além disso. A leitura foi um pouco arrastada por umas sessenta páginas, mas depois o ritmo foi melhorando eu mergulhei na história.
Eu concentrei o resuminho da história nas duas famílias, pois seus membros são os personagens mais importantes para a narrativa, mas em Cujo nós temos outros personagens, como o amante de Donna, que só está presente para desencadear toda crise entre o casal. Temos também Roger, que está na história para fazer o papel de melhor amigo mesmo, sem uma importância maior.
Donna é muito egoísta ao colocar a culpa de suas atitudes na mudança. Ela amava o marido, não duvidei disso em nenhum momento, mas achei-a covarde e mesquinha nesse aspecto. Vic, por sua vez, é comprometido com sua família e um pai e um marido super atencioso, em contrapartida, é uma pessoa passiva em sua vida privada, muito diferente de como é em sua vida profissional. Charity é a típica dona de casa submissa, que aceita tudo o que o marido fala e está acostumada com patadas e grosserias. Brett é um bom menino, mas como era de se esperar, vê no pai o seu herói, e não consegue enxergar que as coisas que Joe faz são erradas.
Continue lendo a resenha no blog! ;)
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