Resenhas - A Filha Perdida

dryasiulia 23/01/2024

A história conta sobre uma mulher divorciada, que já não mora mais com as filhas e, ao se sentir pela primeira vez livre para realizar suas atividades individuais (e não as maternas), decide passar a temporada de veraneio em um litoral.

Achei linda a forma de reflexão sobre a maternidade. A escrita é única e fluída, com acontecimentos que não são exatamente reviravoltas, mas pequenas ocorrências que o leitor não espera.

Muito me fez questionar sobre o papel da mulher como alguém que é incumbida de cuidar do lar, bem como a exclusão da individualidade feminina ao se tornar mãe. Como todos os gostos, vontades, desejos e projetos fossem completamente excluídos da vida de uma mulher ao ter um filho e a forma como é criticada quando essas mulheres não abandonam completamente a sua persona anterior à maternidade (coisa que não acontece com o pai). Percebi que muitas vezes a protagonista se sentia mal por ter feito X coisa, mas seu ex marido não é mencionado sendo julgado por fazer o mesmo.

No entanto, também me fez refletir através da ótica das filhas e como deve ser difícil crescer com alguém instável assim (principalmente quando essa instabilidade é passada de geração em geração, sem a busca de um apoio psicológico).

Enfim, adorei ter esse primeiro contato com Elena Ferrante em um romance breve, mas excelente.

Juliana.Santos 03/04/2023

Me fez pensar
O que torna o ato de ir embora uma atitude de egoísmo? Deixar os filhos para trás pra conseguir trabalhar, construir uma carreira?
Esse livro me fez pensar como as coisas funcionam diferentes para o homem e a mulher quando optam por ter filhos.
Tenho a impressão de que para muitos homens - não vou generalizar e dizer que todos, mas talvez a maioria - absolutamente nada muda em suas vidas, suas rotinas. Se têm um emprego, o mantém, continuam investindo em seu crescimento profissional sem muitas interferências. Já no caso da grande maioria das mulheres, tudo muda, passam a ter uma extensão fora do corpo, e muitas passam a viver em função do papel de mãe por um bom tempo.
Não defendo o abandono dos filhos, seja pela mãe ou pelo pai (que me parece ser mais frequente por esse último), e também não aplaudo e muito menos dou razão, mas não consegui culpar Leda por suas escolhas.

Eduardo Ogalves 23/02/2024

Interessante
Meu primeiro livro que leio da autora. De inicio, me pareceu um suspense, conforme a leitura foi passando pude perceber o objetivo final da leitura. Como homem pude perceber o quanto uma mulher assumi responsabilidade seja em relacionamentos afetivos em casamentos, por filhos ou familiar além das quatro paredes de uma casa. É preciso realizar essa leitura de forma atenta aos detalhes, pois é nas entre - linhas que Elena Ferrante consegue cutucuar diversas feridas na sociedade em geral.

Carol 01/10/2021

Denso e profundo
Fala sobre maternidade e as relações entre mães e filhas (frustrações, amor, raiva e perdas).

?As coisas mais difíceis de falar são as que nós mesmos não conseguimos entender.?

Natália 01/08/2020

Segundo livro que leio da autora, e já posso dizer que Elena Ferrante é uma das minhas autoras preferidas. Ela foca na construção dos personagens, nas suas vidas e questões internas.
Nesse livro, ela se utiliza disso para discutir questões da maternidade e relações entre mulheres. A minha interpretação é de que a personagem principal, Leda, parece carregar um rancor derivado da relação um tanto problemática que tinha com sua mãe. E isso acaba sendo transferido para sua relação com as próprias filhas. Talvez não tanto pelas filhas, mas pela condição de mãe, que exige muitos sacrifícios. Me parece que um dos grandes dilemas dela é conseguir separar quem ela é como mulher e quem ela é como mãe; ela em alguns momentos parece buscar como viver sua vida desvencilhada do papel de mãe. O que muitas vezes é impossível, e isso se torna um motivo de frustração.

Hanna.Figueredo 22/08/2020

Que livro bonito e ao mesmo tempo tão sofrido.
A escritora italiana tem uma escrita impecável, tudo muito bem colocado, é notório que cada pequena frase desencadeou um turbilhão de reflexões em mim. O livro nos convida a refletir sobre assuntos que normalmente consideramos inatos, como o amor materno e a maternidade que são os principais assuntos abordados. A história toda é tratada com muita circunspecção, entendemos que a maternidade deve ser vista de maneira real, e devemos considerar suas inúmeras nuances. Apesar de falar sobre características da maternidade que normalmente preferimos não comentar sobre, o livro convida a ver esses assuntos com olhos mais críticos sem o peso das crenças populares, leitura agradável apesar de tocar em assuntos que podem machucar.

Fernanda Pacheco 07/09/2020

Bom... Elena Ferrante para mim chegou de duas formas, ou de pessoas que detestaram ou de pessoas que amaram. Eu gostei bastante, li em um curto período de tempo e pude perceber uma história crua sobre a maternidade, a sobrecarga feminina mesmo depois de carregar um ser por 9 meses. A ausência de um pai atarefado, a quase impossibilidade de se construir uma carreira solo e criar duas filhas. A fuga. Elena me fez enxergar da perspectiva não só da mãe, como também da filha. A personagem principal já com suas filhas crescidas decide passar as férias em uma praia, lá conhece uma família e essa a faz levantar uma série de questionamentos e reviver seu passado. Se contar mais acaba virando spoiler. Eu agora faço parte do grupo que ama Ferrante. Me encantei.

"Às vezes, precisamos fugir para não morrer. (...) "


"(...) aquela maneira de se queixar do presente, do passado próximo, e idealizar o passado remoto não me incomodava, como geralmente acontece. Parecia-me mais uma maneira, como tantas outras, de convencer a si mesmo de que sempre existe um fino galho da própria vida ao qual se agarrar e, ali suspenso, se acostumar à necessidade de cair."

"Sempre chega o momento em que os filhos dizem com raiva e tristeza: por que você me deu a vida?"

Myka 28/10/2020

A filha perdida
Terminei a leitura sem saber a minha opinião sobre esse livro .
Não é um livro ruim , ele retrata a angústia de uma mulher em relação a ela mesma , suas filhas etc. Trás várias questões, personagens da outra série escrita pela autora imagino . Foi uma leitura interessante e cumpriu o seu papel .

Bruna.Schmidt 27/08/2023

Uma leitura interessante, "A Filha Perdida" apresenta uma trama cativante e personagens bem desenvolvidos, mantendo o leitor envolvido até o desfecho.

Carolina.Gomes 02/01/2021

Primeiro contato com essa autora que escreve muito bem. Impossível largar o livro sem saber o que vai acontecer. Elena Ferrante é desconcertante. Derrubando os tabus da maternidade romanceada ela mostra o lado sombra de uma mulher que pode ser qualquer uma de nós. Gostei!

Carolina.Aleixo 09/01/2022

gosto muito mesmo da tetralogia napolitana e fiquei um pouco frustrada de não gostar de a filha perdida. a leda é uma personagem que não me instiga muito e as relações entre as mulheres se desenrola de uma maneira que me parece complicada. acho que vale a leitura, é rapidinho, mas, pra mim, não é o melhor que a elena ferrante tem a oferecer.

Livros Livres 09/01/2022

Livro maravilhoso, primeira de muitas leituras que farei da autora! A resenha completa vai estar no perfil do projeto lá no Instagram!

Vitória 19/01/2021

eu não sei descrever muito bem o que senti com esse livro, tampouco destrinchar todas as considerações que gostaria de fazer.

foi uma leitura muito incômoda, bastante angustiante e que, na minha percepção de filha, parece muito verossímil à experiência de ser mãe. eu odiei essa personagem principal, mas Leda, em diversos trechos, foi um espelho de minha própria mãe e seu cansaço constantemente verbalizado, o abandono de projetos e sonhos e de ser ela mesma para ser uma função - a função de mãe, um emprego não remunerado e que te custa tempo, integridade física e mental, coloca à prova seu altruísmo e é cercado de construtos sociais protegidos por generais que estarão à postos para te repreender caso ouse tomar as decisões que muitas vezes o seu coração e a sua mente clamam por.

me fez refletir e a princípio repensar a minha vontade de vivenciar a maternidade.

adorei a escrita, achei bastante fluída e adoro esse formato com capítulos curtos. de forma geral, é um bom livro, mas nem de longe a melhor coisa que já li com esta temática.

Carol 21/10/2023

A história mostra um olhar não romantizado do que é ser mãe e apresenta uma protagonista que não provoca muita empatia.

Mari 06/02/2022

Inquietante
Elena Ferrante sabe como ninguém mexer com os incômodos e dores femininos. No presente livro, nos traz Leda, uma mulher mais velha, com duas filhas maiores de idade que foram morar com o pai, de férias em uma praia. Ali, ela se depara com uma mulher mais jovem, que cuida da filha de modo amoroso e cuidadoso.
Com isso, inicia uma série de reflexões acerca da maternidade, dela e da que observa na mãe jovem, trazendo à tona todos os conflitos característicos da maioria das mães.
Um livro inquietante, que nos faz pensar sobre nossas mães, sobre a maternidade de quem já tem seus próprios filhos ou de quem ainda só os deseja. Em tempos de Instagram e mães perfeitas, é bom lembrar como cada uma de nós carrega em si tantos conflitos, dúvidas e desejos.