Enquanto a Noite Não Chega

Enquanto a Noite Não Chega Josué Guimarães




Resenhas - Enquanto a Noite Não Chega


29 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Carla 19/03/2009

Josué Guimarães foi um dos primeiros autores a me trazer a vontade de ler por toda a sua doçura e simplicidade.
comentários(0)comente



Marcelo 15/08/2022

Resenha publicada no Booksgram @cellobooks ?
Que livro simples e tocante....

O livro tem 4 personagens principais: Dom Eleutério de 92 anos e sua esposa Conceição de 92 anos, além do coveiro da cidade, seu Teodoro, também na casa dos quase 70 anos. E a cidade em que vivem, uma cidade abandonada em ruínas, que por sí só também recebe nossa solidariedade pelo abandono a qual foi relegada e abriga esses últimos 3 moradores. A cidade ficará totalmente deserta quando o casal de velhos morrer e o coveiro cumprir seu compromisso de enterrar o último morador.

Em cada capitulo o casal, que aguarda a morte (sem tristeza, mas vivendo na penúria total e com suas lembranças de tempos passados) vão passando capitulo a capitulo a preocupação de como serão os próximos dias, sem comida, sem bebida, sem forças para fazer as coisas, sem esperanças de dias melhores... mas acompanhados das lembranças das vivencias, dos pequenos prazeres da juventude, dos filhos, netos, amigos que já partiram... da vida que corria na cidade, nos comércios, nos moradores que ali viveram.

O coveiro já deixou 2 covas preparadas para o casal e cuida delas para que o tempo não a destrua antes do tempo. E quem sabe, após a morte do casal, o coveiro possa partir dalí.

?(...) Dona conceição fazia que sim com a cabeça e naquele momento sentiu muita pena do coveiro, que ainda estava naquele lugar esquecido à espera de que eles morressem e fossem enterrados em sepulturas decentes, e talvez plantasse uma florzinha qualquer no montículo de terra. A morte não assustava nenhum deles e só não falavam sobre ela por uma questão de pudor, porque os filhos, haviam morrido, os netos, os primos, os irmãos e até aquela cidade morrera aos poucos, numa agonia lenta mas bem visível? (p. 30)

Uma das passagens mais emocionantes é quando falam que não terão mais luz a noite por não ter mais vela, pois as únicas 2 que restam estão guardadas para quando o casal morrer.

?Tragam outro lampião ? pediu ela.
Não é melhor apagar para economizar querosene? ? disse o coveiro, delicadamente para não ferir o orgulho dos donos da casa.
Os anjos falaram por sua boca. Estamos na última lata de querosene e, quando acabar, a gente vai ter que deitar mal o sol se ponha. Só tenho 2 velas de saldo.
Eu sei ? disse o coveiro. ? Uma para a senhora e outra para Dom Eleutério.
O homem notou que havia tocado em uma coisa que não devia. A velhinha permaneceu onde estava, o marido ficou olhando confuso para ele...? (p. 27)
Alê | @alexandrejjr 15/08/2022minha estante
Gostei muito dos trechos que tu destacasse, Marcelo. A leitura parece deslizar diante dos olhos. Fosse teu primeiro contato com o Josué Guimarães?


Marcelo 15/08/2022minha estante
Sim, eu não conhecia o autor. E esses temas da relação com a morte me encantam.




spoiler visualizar
comentários(0)comente



Bia 05/12/2021

Simplicidade
Que livro precioso, a escrita leve e profunda de Josué Guimarães que mais parece poesia e te faz sentir presente na cena junto aos personagens.

Ao ler o livro me lembrei do meu bisavô e meus avós, os mais velhas da família que infelizmente já vivenciaram a morte de outros inúmeras vezes e acabaram sendo os remanescentes de sua geração. Me relatando muitas vezes o sentimento de ?solidão?, entretanto saudades e gratidão dos tempos vividos e alegrias compartilhadas.

O casal do livro, Conceição e Eleutério, já viveram tudo o que havia e enfrentaram a morte de entes queridos precocemente, entretanto vivem contentes com o que são no agora, se relembrando dos bons momentos com leveza e esperança, enquanto a noite não chega. Pra mim isso foi o que mais marcou nesse livro, as lembranças boas e alegres, uma visão otimista e esperançosa do agora e da morte, mesmo em meio a tanta escassez e simplicidade que viviam na cidade abandonada. Uma relação incrível com o tal vulto escuro onde não há medo ou ressentimento, somente suavidade, contemplação e entendimento verdadeiro da vida e da morte (que não são antônimos, e sim sinônimos).

Que livro lindo! Acho que vou levar uns dias pra refletir tudo o que ele traz, mal posso esperar pra ler outras obras do autor.

"quem há que corações alheios sonde?
quantas vezes a máscara do riso oculta dor
latente que se esconde sob a curva de um falso
paraíso!"
comentários(0)comente



Gisele.Maravieski 19/07/2016

Um grande achado
Esse livro foi um grande achado, é fantástico e tocante, com uma narrativa que se desenrola despretensiosamente mas recheado de ensinamentos.
comentários(0)comente



Beto | @beto_anderson 01/03/2023

Melancólico
A história é melancólica, retratando o fim da vida, a solidão, as recordações que ajudam a espantar o sentimento de perda. Por vezes achei repetitivo algumas informações. Mas o livro é bem agradável de ler. Tem um texto bem fluido, de uma simplicidade.

site: https://www.instagram.com/beto_anderson/
comentários(0)comente



Dudu Menezes 30/07/2022

A importância do cuidado, enquanto a morte não chega...
Hoje finalizei a leitura de Enquanto a noite não chega, de Josué Guimarães, que recebi na parceria com a @lepmeditores

Fazia tempo que queria ter contato com essa obra e superou as minhas expectativas. Uma trama aparentemente simples, mas que aborda questões extremamente sensíveis, como o cuidado com o outro, as memórias afetivas e o significado da relação vida e morte.

São apenas três personagens (ou quatro, se considerarmos a cidade onde vivem): Dom Eleutério e Dona Conceição - um casal de idosos - e Seu Teodoro, o coveiro da cidade, que já abriu duas covas e só está esperando os velhinhos morrerem para ir embora dessa cidade, abandonada, onde nem mesmo os caminhões com mantimentos mais básicos para sobrevivência costumam passar com frequência.

A "noite", aqui, funciona como uma metáfora para a espera da morte, que, à essa altura da vida, com tantas tragédias familiares que são rememoradas, já não assusta tanto assim.

Em seguida vai sair a resenha, em vídeo, no canal do Sujeito Literário, no YouTube, dando mais detalhes sobre o que me deu a pensar essa obra, mas, já fica essa resenha, por aqui, te fazendo o convite para ler esse livro assim que possível. Certeza absoluta de que vais curtir muito. Eu li nesta nova edição da L&PM, que saiu em 2021, mas sei que tem também a versão em Pocket.

Ao final, tem uma nota sobre a vida do autor, que eu já conhecia um pouco, falando da sua trajetória política em defesa da democracia, tendo sido perseguido pela ditadura militar de 1964.
comentários(0)comente



Filósofo dos Livros 06/08/2023

TRISTE E POÉTICO: UM LIVRO PARA REFLETIR SOBRE A VIDA E A MORTE
Olá, Amigos Filósofos Literários!

Cada vez mais, fico impressionado com o poder da Literatura. Acabei de ler "Enquanto a Noite não Chega", de Josué Guimarães, uma publicação da @lepmeditores.

O que me parecia uma história simples, feita apenas para relaxar, me surpreendeu com uma trama intensa, cheia de reflexões. No livro "Enquanto a Noite não chega", o autor Josué Guimarães nos fala dos últimos dias de um casal de idosos em uma cidade praticamente extinta. Dom Eleutério, um homem de 92 anos, vive com sua esposa Dona Conceição de 86 anos. Na cidade, além do casal, resta apenas um coveiro que aguarda a morte dos dois para realizar o último ato de sua missão: enterrar o casal de velhinhos.

A vida do casal é precária. Alimentam-se apenas de mingau de leite, pão sem fermento e couve picada refogada no óleo. O coveiro vive pior ainda. Faz apenas uma refeição noturna na casa dos idosos, que consiste em um prato de mingau.

Durante a trama, contemplamos o diálogo dos personagens que tecem memórias que retratam apenas mortes de entes queridos. Tudo isso nos leva a refletir sobre a fragilidade da vida e a inevitabilidade da morte. O cenário de uma cidade quase abandonada serve como metáfora para a transitoriedade da existência humana e a efemeridade das coisas materiais. É como se a cidade estivesse morrendo junto com o casal de idosos, e o coveiro fosse a personificação da morte que aguarda pacientemente o momento derradeiro.

O autor, por meio de uma prosa poética e sensível, nos convida a olhar para a essência da vida e confrontar nossa própria mortalidade. Os diálogos repletos de memórias de perdas e despedidas revelam o peso do passado e a saudade que permeia o presente. Ao mesmo tempo, a simplicidade das refeições e a rotina monótona dos personagens refletem a austeridade da vida no seu final, reduzida ao mínimo essencial.

Enquanto acompanhamos a decadência física dos protagonistas, somos levados a questionar o sentido da existência e a inevitabilidade do fim. Nesse contexto, o ato do coveiro em aguardar pacientemente a morte do casal adquire um significado profundo: ele é a personificação do destino, do desconhecido, do além.

A narrativa se desenrola com uma cadência contemplativa, quase como um poema em prosa, fazendo com que cada palavra e cada frase ganhem peso e ressoem na alma do leitor. A atmosfera melancólica e o tom lírico despertam uma imersão emocional que nos convida a refletir sobre a nossa própria existência e a valorizar cada momento.

Em meio à aparente desolação, o livro nos oferece uma mensagem poderosa de apreciar a simplicidade da vida, valorizar os laços afetivos e a memória dos que se foram e aceitar com serenidade o ciclo natural da vida e da morte.

"Enquanto a Noite não Chega" é mais do que uma história sobre o ocaso da vida; é uma profunda meditação sobre a condição humana, a passagem do tempo e a transcendência das experiências vividas. Josué Guimarães nos brinda com uma obra tocante que nos leva a refletir sobre o verdadeiro sentido da existência e a importância de buscar a plenitude em cada etapa da jornada.

Portanto, convido todos vocês, Amigos Filósofos Literários, a mergulharem nessa leitura que, apesar de triste, é repleta de poesia e ensinamentos. Que possamos sair transformados dessa jornada literária, carregando conosco as reflexões sobre a vida e a morte que "Enquanto a Noite não Chega" nos proporciona. E que, ao fecharmos suas páginas, possamos encarar a finitude com serenidade e aproveitar cada amanhecer como uma nova oportunidade de viver intensamente.

site: https://www.instagram.com/filosofodoslivros1975/
comentários(0)comente



Ana D 31/10/2017

Profundo e tocante
Um livro tão pequeno e que foi capaz de me causar tantas reflexões. Josué Guimarães conta a história de um casal de idosos, últimos moradores de uma vila no interior do Rio Grande do Sul. E, a cada frase lida, me perguntava o que é de fato essencial a nossa vida. Triste sim, mas intensamente significativo.
comentários(0)comente



Caroline1442 05/02/2023

Um livro bom,mas melancólico
É uma estória sobre a vida e a preparação para a morte. Você acompanha a resignação das três personagens principais enquanto elas aguardam a única certeza da vida: o último suspiro.
De maneira geral, gostei do livro. Ele é bom, mas confesso que esperava um pouco mais (talvez por conta do título e da sinopse, tenha criado altas expectativas).
Os capítulos são curtos, no máximo 10 páginas, o que ajudou a manter um ritmo na leitura (principalmente na primeira parte do livro, quando achei meio arrastado).
As pesagens principais têm uma vida sofrida, com muitas perdas pelo caminho o que torna a estória melancólica, portanto se você não gosta de leituras assim, não recomendo esse livro para você.
comentários(0)comente



Luciano Otaciano 07/12/2019

Livro Sensacional
Olá caros leitores e caríssimas leitoras, preparados para mais uma resenha literária. Venham comigo descobrir minhas impressões à respeito da obra.


O livro possui poucas páginas, é verdade, mas engana-se quem julga esse livro por seu pequeno tamanho. Não menosprezem-no, e não se arrependerão. É um cadinho de leveza para dias turbulentos em nossa sociedade atual.
Aqui temos um romance curto, quase uma novela, ou noveleta que conseguiu me emocionar e me transportar para sentimentos sublimes. O livro tem uma história tocante, com leves ecos de fantasia sobrenatural a embalar uma realidade agridoce, de uma cidade abandonada na qual os últimos moradores são um casal de velhinhos e um coveiro que mantém duas sepulturas abertas à espera de que os dois morram e ele possa ir embora para outro lugar. Nesse ambiente de desolada decrepitude, os velhinhos relembram o passado, em toda sua glória e pesar, e, já conformados há anos, se preparam para o único futuro possível, esperando reencontrar aqueles que amam. E é aí que o inesperado acontece. Que enredo fascinante.
Sempre com um clima intimista permeado de suave poesia, a obra surpreende o leitor (a) por não se apressar no ritmo, mantendo do começo ao fim a cadência certa para atingir os sentimentos mais delicados, envolvendo-nos de alma e coração na estória de seus personagens. Esses personagens, por sua vez, apesar de estarem à beira da morte, adquirem tal vivacidade na imaginação de quem lê que chegamos a ter empatia pelo casal de velhinhos como se eles fossem nossos próprios pais envelhecidos, nossos avós esquecidos ou, ao menos, aquelas pessoas que esperam abandonadas e sem esperança em algum asilo próximo de nós. E é exatamente por isso que esse livro, embora simples em trama e estrutura, consegue ser tão memorável, pois faz aquilo que é a função máxima da poesia: revelar realidades que não vemos, abrir os olhos dos sentimentos a vivências para as quais éramos cegos até então, possibilitando que nos coloquemos no lugar do outro, nas experiências do outro, sentindo as dores reais que, muitas vezes, preferimos esquecer ou fingir que não existem. Ou o pior ignorá-las, mantendo nossa indiferença fria o mais distante possível de tal realidade.
Aqui ao fazer da sutileza narrativa a mais poderosa arma para atingir a compadecida melancolia do leitor (a), Josué Guimarães demonstra uma habilidade literária segura de si mesma como poucas vezes se encontra em qualquer livro de qualquer época ou lugar. É um livro que impressiona por sua simplicidade única, mas que consegue envolver todo aquele que lê o livro. Finalizo por aqui, espero que tenham gostado da resenha e até a próxima!
comentários(0)comente



Maaah 27/09/2020

Me apeguei muito aos personagens. Frequentemente, me sentia dentro da casa dos velinhos, sentada a mesa, ouvindo suas histórias de vida e consegui até sentir o cheirinho do pão.
É uma sensação maravilhosa que acho que todos deveriam ter a oportunidade de sentir.
comentários(0)comente



Serivaldo 20/04/2013

Lembranças de vida e morte
Dois velhinhos, Dom Eleutério (92 anos) e Dona Conceição (86 anos) vivem em uma cidade esquecida e abandonada pelo tempo no interior do Rio Grande do Sul, à espera da morte. Além deles, somente Teodoro, o coveiro, que já cavou as duas covas no cemitério que aguarda o casal.
O texto todo é recheado de diálogos saudosistas, lembranças dos familiares e amigos que já se foram. O tema da morte permeia todo o enredo, é a morte de todos os familiares (filhos e netos), dos antigos habitantes, é a morte da própria cidade. Tudo vai se acabando, as casas, as ruas, a comida, as forças, a vida.
Os velhinhos tinham sempre nítidas, as visões de um álbum de família invisível, no qual iam revendo imagens e cenas dos entes queridos e amigos, boas e ruins lembranças.
Existem muitas reminiscências a personalidades do Rio Grande do Sul, do início do século XX, importantes personagens e políticos da história do Estado, como Borges de Medeiros, Assis Brasil, Carlos Barbosa e outros, além de referências à própria história do Brasil, à revolução de 1930, a alguns presidentes e à guerras mundiais.
Ao lermos esse livro temos a sensação de imaginarmos nossa vida no futuro, o nosso próprio envelhecimento, revendo nossas próprias lembranças e imaginando como seriam nossos últimos dias.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Lizi Cordeiro 08/11/2018

Um dos melhores livros de autores brasileiros
Leitura obrigatória no tempo do colégio, foi um dos livros mais marcantes daquele período. 20 anos depois, decidir reler o livro me sentir tocada novamente.
Josué Guimarães narra a história com um estilo que remete a Gabriel Garcia Marquez. As descrições se assemelham às de ?crônica de uma morte anunciada? ou ?ninguém escreve ao coronel?.
comentários(0)comente



29 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR