Fernando Lafaiete 17/01/2017Um enredo bom; porém mal aproveitado!
Tenho um respeito muito grande pela Stephanie Meyer. Pois ela teve uma importância muito grande na minha formação como leitor; assim como a J. K. Rowling e o Rick Riordan. Exatamente por este motivo, eu queria muito ter gostado deste livro. Mas ele não funcionou pra mim e já é com certeza uma das minhas maiores decepções.
Não irei me ater à sinopse, apenas irei explicar os motivos que me fizeram não gostar deste livro. Respeito quem gostou; e gostaria de deixar claro que esta é a minha opinião, baseada na minha experiência de leitura.
O livro começa muito bem, nos apresentando uma protagonista extremamente inteligente e muitas vezes cruel. Por algum motivo desconhecido, ela está fugindo do governo americano que constantemente contrata assassinos para matá-la. O livro é bem descritivo e autora vai nos explicando todas as maneiras que a protagonista utiliza para se manter viva. O livro tinha tudo para ter dado certo se a autora tivesse escolhido se focar na ação, com uma narrativa cheia de reviravoltas. Porém, Stephenie Meyer obta por seguir o caminho dos romances adolescentes.
Em meio à uma história policial, com um mistério envolvendo a protagonista (Por que querem matá-la?), a autora muda o foco e inseri o primeiro de seus erros: Um insta-love. É no meio de uma missão que a protagonista conhece o Daniel, o principal protagonista masculino. Basta ele olhar para ela que ele já caí de amores e no parágrafo seguinte ele já está se declarando e dizendo que morreria por ela.
O romance é muito mal desenvolvido. A escritora não se preocupa em desenvolvê-lo para torná-lo crível. Isto já me incomodou logo de cara, mas eu ainda insiti e tentei relevar. O segundo de seus erros, é se focar boa parte da história no romance e acabar deixando de lado a ação. E foi neste momento que eu quase desisti da leitura. Os diálogos são infantilizados e muito forçados. As conversas entre Alex (nome falso utilizado pela personagem principal) e o Daniel são convesas adolescentizadas do tipo: "Me fale sobre o seu primeiro namorado", "O que você vê quando olha pra mim?", Você me ama como eu te amo?"... É disso pra pior.
Mas o que mais me irritou e que destruiu completamente qualquer chance que poderia existir de eu gostar deste livro, foi com certeza o Daniel. Eu detestei tanto este personagem, que queria que ele morresse logo. Ele é um peso-morto total e foi criado só pra ser o par romântico da "mocinha". Ele é um tremendo imbecil e só faz merda. Por diversas vezes ele era orientado a não fazer determinada coisa que os colocaria em risco. E o que ele faz? Extamente aquilo que não era para ele ter feito. E depois vinha com aquela desculpinha esfarrapada: "Eu só queria ajudar" ou "Eu realmente achei que estava fazendo a coisa certa". Ele é bem mimado e diversas vezes eu tive vontade de entrar no livro só para socá-lo, tamanha era a minha raiva por este personagem.
Outra coisa que acabou me incomodando, é que o livro é recheado de momentos de vergonha alheia (vocês só entenderão depois de lê-lo). E o final é tão sem graça que eu nem sei dizer o que senti depois de terminar esta leitura maçante. Neste momento, eu afirmo que sinto total desprezo por esta história.
Mas o livro é completamente ruim?
As poucas cenas cenas de ação são bem bacanas e a interação entre o Kevin e a Alex é bem legal. (Não posso explicar quem é o Kevin porque seria spoiler). O livro seria bem mais envolvente e interesse se ele fosse narrado por esses dois personagens.
A autora merece um crédito, porque fica visível que ela fez uma boa pesquisa para escrever este livro. Ela descreve muito bem armas e componentes quimícos.
Porém... esses pontos positivos nao foram o suficiente para transformar o livro em algo bom. Infelizmente!
Não passou de uma leitura chata, maçante e totalmente decepcionante. Eu espero que em seus próximos livros, Stephenie Meyer saia completamente de sua zona de conforto e pare de focar suas histórias em romances bobos e sem sentido. Ou ela permaneça escrevendo romances adolescentes na vibe de Crepúsculo ou ela mude de vez de genêro e tente de fato escrever algo diferente. Pois com a "A quimíca" foi um tentativa bem falha!