Moa 26/01/2024
Bom, mas...
A Química é um livro bem escrito, com personagens interessantes e uma trama de espionagem ao estilo Jason Bourne (com uma mulher no papel principal). Há três personagens centrais na trama: a espiã mulher que é o centro da estória, e dois homens, Daniel e Kevin.
O livro é bom, mas eu acho que teria ficado muito melhor se tivesse 100 páginas a menos. Há muitas passagens onde a autora exagera nas descrições, especialmente de locais e de atividades mundanas. Esse já é um detalhe que eu tinha percebido em outra obra da autora: Sol da Meia-Noite é o meu livro preferido, mas sofre do mesmo problema, alguns fillers desnecessários aqui e ali, algo que não tinha acontecido em Crepúsculo. Toda a série Crepúsculo tem um corte perfeito, ou seja, a autora só descreve aquilo que é realmente necessário para a estória.
Mas nessa obra, essa característica toma proporções muito maiores. Penso que não é necessário saber cada um dos lanches que o personagem fez. Também não é preciso saber cada movimento que o personagem faz. Se o personagem vai do ponto A ao ponto B, as vezes é suficiente dizer que ele saiu de casa e no capítulo seguinte já começar com ele no destino. Há muito filler (enchimento) desnecessário. E há muitas informações que são constantemente repetidas.
Além disso, eu não acho que o romance central da história tenha sido muito bem trabalhado. Eu gosto da forma como a Stephenie Meyer escreve romances. Gostei do desenvolvimento dos romances em Crepúsculo e A Hospedeira, mas aqui eu achei que esse ponto ficou a desejar, especialmente do ponto de vista do cara. Eu não entendi porque o homem gostou da mulher. É até um pouco estranho ter gostado. Isso deveria ter sido melhor trabalhado.
Mas se considerarmos apenas a história central, o seu desenrolar e o seu desfecho: o livro é bem legal. Vale a pena. De qualquer forma, mesmo tendo essas defeitos, eu achei a leitura cativante e terminei o livro em uns quatro dias durante as férias. E acho que foi a melhor leitura que fiz nos últimos meses. Tendo consciência dos problemas da obra, acho que a leitura pode ser prazerosa. Recomendo!