spoiler visualizarGigi 25/01/2024
Em "História de quem foge e de quem fica" Elena Greco narra os caminhos árduos da vida de sua amiga Lila Cerullo, que se deram devido as suas escolhas impulsivas, o trabalho braçal e a pobreza extrema são marcantes na vida de Lila depois que seu casamento acabou.
Já Elena Greco, se encontra na vida dos sonhos, com um romance aclamado recém publicado, e uma vida de intelectual muito movimentada, além de estar noiva de um jovem professor universitário de boa família. Mas logo ela também se encontrara em uma vida frustrada, em casamento péssimo no qual o amor e o desejo são escassos.
Novamente, é fascinante ver como uma tem influência sobre a outra, mesmo estando distante geograficamente, e em alguns momentos emocionalmente também.
Nos livros anteriores dessa mesma série, Elena Ferrante tratava muito da questão do fascismo do pós guerra, e de como ele estava presente na vida dos personagens, que ainda eram crianças, e viviam em um ambiente marcado pela desigualdade e pela violência, em "História de quem foge e de quem fica" ela traz o "jovem" e crescente comunismo, um movimento de união entre jovens universitários e operários italianos todos sedentos por justiça, todos os personagens (os jovens pelo menos) estavam envolvidos de alguma forma.
Pesando na questão política, uma coisa me chamou muito atenção, o jovem Nino Sarratore, um revolucionário que tinha um péssima relação com o pai, por que o pai tinham traído a mãe durante todos os anos em eles foram casados, Nino por vezes na adolescência beijou Elena Greco, sem dar satisfação nenhuma a ela e deixando ela confusa, ele também teve uma relação com Lila enquanto ela era casada, e ele namorava outra menina, Nino foi a cereja do bolo para a separação de Lila, dessa relação Lila supostamente deve um filho, que ela criou com a ajuda de um bom amigo (não de Nino) um tempo depois em suas andanças pela Itália, Elena Greco descobri que ele teve outro filho com uma mulher um pouco mais jovem, que tinha engravidado durante a faculdade, que tinha sido despejada de casa por isso, esse filho ela criava só, dependendo da ajuda de Mariarosa de outros amigos caridosos, então eu me pergunto, onde estar a revolução mesmo? Quer ir contra o que está posto pelo sistema (o casamento, a religião, o capitalismo...) mas provoca a destruição de mulheres? E o patriarcado, não destrói? E as mulheres também não eram operárias injustiçadas pelo patrão burguês? Nino jurava ser diferente do pai, e por isso teria o direito de julga-lo, mas ele era igual, ou talvez pior.
Elena Ferrante trás um repertorio muito rico a respeito de desigualdades sociais e questões políticas, do período histórico em que é ambientado as histórias da tetralogia napolitana, por isso é fácil encontrar artigos, ensaios e resenhas acadêmicas que tratem sobre o livro não só no campo da linguagem.