Carlos Magno 11/06/2024
Uma "brincadeira" levou a proporções e tragédias inimagináveis. De cara, deixo claro que se você for mais sensivel, esse livro não é para você.
Raphael Montes tem a capacidade de te deixar desconfortável em quase todas suas obras, com descrições extremamente gráficas, que não sentem pudor em explorar o lado cruel do ser humano. Algumas cenas são memoráveis.
A leitura é fluida e frenetica, sempre dando sensação de urgência. Certos momentos a história parece perder o rumo e o folego, mais alguns acontecimentos pregressos, cartas e novos personagens, o enredo é recolocado nos trilhos. A medida que as histórias vão sendo contadas, você consegue sentir, junto com os quatro amigos, seus sonhos, frustrações, talentos e medos sendo construídos e destruídos degrau a degrau.
Os personagens são, como já caracteristico do autor, ambíguos. Apesar de você sentir carisma por alguns em alguns momentos, a vontade de socá-los é maior. É um ponto super positivo das obras do Raphael, a facilidade de trazer humanidade (da melhor ou pior forma dela) aos seus personagens.
Contudo, me senti um pouco frustrado com o fato de eu ter pegado o plot pouco depois da metade do livro, em uma frase isolada e um outro momento especifico, que me fizeram desconfiar de como acabaria a trama. Ainda assim, de certa forma, o fator surpresa está presente com uma das cenas mais épicas que viriam findar a história.