História da sua vida e outros contos

História da sua vida e outros contos Ted Chiang




Resenhas - História da sua Vida e Outros Contos


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Val Albino 17/08/2019

Me surpreendeu
Um conjunto de oito contos de ficção cientifica que me supreendeu quanto a forma fora da caixinha dos padrões de se fazer esse tipo de texto.
Ted Chiang poe suas estórias em um nivel diferente da padronização das ficções cientificas tradicionais, enveredando em um conceito de escrita muito mais para um debate existencialista, desde religioso, quanto comportamental.
De fato o gênero em questão em muitas obras trazem assuntos do tipo em debate, mais poucos colocam assuntos mais intimistas na mesa das reflexões, a ponto de te fazer questionar a sociedade em que você esta inserido, todos os padrões estabelecidos, seus comportamentos, e empatia.
Adorei esse livro, e recomendo, acho chato vir aqui e mencionar no que cada conto se refere e minha percepções quanto ao que querem passar, acho que não ha nada melhor que vocês lerem e terem suas impressões.
Acredito que é uma boa leitura para qualquer nivel de leitor, os contos tem ritmos diferentes e propostas próprias, indo de historias narrativas, á primeira pessoas, e documental.
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Alessandro 18/07/2019

Ideias inteligentes
Os contos ?História de sua Vida?, ?A torre da Babilônia? e ?O inferno é a ausência de Deus? são arrebatadores! Assuntos peculiares trabalhados de forma inteligente com finais de quebrar a cabeça!!!
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Wanderson 13/07/2019

Sensacional
Finalmente sei o que dizer. depois de ler esse livro, "me senti incompleto". A mesma sensação de terminar um namoro de muito tempo.

Basicamente isso.
Lucas 13/07/2019minha estante
já viu o filme?


Wanderson 13/07/2019minha estante
Sim, antes de ler. Mas mano, esse é o terceiro conto do livro e encaixa muito perfeitamente. A sensação que você tem das lembranças de algo que vai acontecer foi muito blow minding para mim.

Daí tem 2 coisas que acho interessante falar:
+ Existe uma expressão que diz que "você muda de personalidade quando muda de idioma" e isso é muito verdade. Me sinto uma pessoa completamente diferente quando falo em alemão ou inglês.

+ Existe uma teoria, um pouco diferente da que ele trabalha que diz o seguinte: se fosse possível regredir todos os fatos até o primeiro fato acontecer e tendo o conhecimento de todas as regras que regem o universo, seria possível prever todos os acontecimentos.

Basicamente, o que é o livre arbítrio senão algo que inventamos para nos sentir bem? Fiquei o dia todo divagando sobre o nada. haha


Wanderson 13/07/2019minha estante
Acho que falei demais. hahah


Lucas 14/07/2019minha estante
Você teve uma epifania, não foi? haha
tão bom quando um livro faz isso com a gente.




Raquel 31/05/2019

Único
Livro com diversos contos, incluindo o que baseou o filme "A Chegada".
Todas as histórias são únicas e prendem o leitor. Ainda que pedisse em alguns momentos idas ao google (explicações matemáticas e físicas), sua escrita é fluida, onde se consegue visualizar todas as cenas como se fosse um filme.
Mereceu todos os prêmios que ganhou.
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Paulo 28/04/2019

É difícil para mim entender uma coletânea como algo muito acima da média. Geralmente em coletâneas, temos histórias que gostamos e outros que não gostamos tanto. São sempre estes altos e baixos. Mas, Ted Chiang conseguiu me surpreender com uma coletânea que de oito contos somente dois não me agradaram tanto. É um percentual muito alto, o que me faz pensar em algo próximo do perfeito. Duvidam? Basta eu colocar para vocês que boa parte destas narrativas poderiam se transformar em filmes muito facilmente. Aliás, o conto que deu origem ao filme A Chegada não teria sido a minha primeira escolha. Isso demonstra a força que os contos desta coletânea possuem.

Para fins desta resenha pretendo me focar em apenas três histórias porque considero a exploração dos mesmos pelos leitores um dos principais atrativos da coletânea. E não tem como não começar e não falar do História da Sua Vida. Certamente é o conto que possui mais expectativa por ter sido transformado em filme. E é um conto bastante emocional ao nos contar a história de Louise, uma especialista em linguística que é convocada pelo governo para ajudar a decifrar a linguagem dos heptápodes, alienígenas que fizeram contato com os seres humanos. Acompanhamos sua pesquisa em decifrar formas de compreender uma linguagem tão alienígena e quais os artifícios que ela emprega para alcançar o seu objetivo. O governo deseja estabelecer relações de troca com eles, mas vamos percebendo o quanto vamos esbarrando na mentalidade e nos valores estranhos dos heptápodes.

Ao mesmo tempo, acompanhamos uma narrativa caleidoscópica apresentando momentos da filha de Louise que aparentemente morre aos 25 anos (descobrimos isso na primeira interação). Esses momentos entre mãe e filha são contadas de maneira espaçada, sem uma ordem cronológica específica. Não há muitas relações a serem estabelecidas entre a narrativa de mãe e filha e a narrativa principal. Pelo menos não que eu tenha captado diretamente. A relação que se estabelece vai ser entendida lá pelo final do conto quando percebemos um plot twist danado que chega até o leitor. Me recordo de que quando eu fui juntando as peças, meu queixo caiu, tamanho o choque da revelação. O mais interessante é o fato de a narrativa da mãe ser contada em segunda pessoa, com o leitor sendo referido como a filha da protagonista.

O tema que mais me chamou a atenção foi a história de nossas vidas. Ter a capacidade de enxergar o passado e o futuro é algo vedado aos seres humanos. Nossas vidas são tão pequenas diante de uma realidade cósmica tão maior que o fato de conhecer apenas nos faria mal. Não estamos preparados para possuir uma capacidade precognitiva tão potente. Isso porque não aceitamos o nosso lugar no cosmos. Algo que é colocado nestas pequenas inserções de Louise são os breves momentos de uma vida. Todos eles compõem uma rica tapeçaria que nos traz bons e maus momentos. Todos eles são fundamentais para nós e só podemos vivenciá-los uma vez. A vida não é apenas formada de grandes momentos e grandes conquistas. Chiang coloca isso na forma dos valores estranhos dos heptápodes. Eles não se importam com trocas efusivas ou relações comerciais; querem observar e estudar os diversos povos que habitam o universo. Para os seres humanos que se ligam em trocas e valores, eles são hereges e incompreensíveis. Mas, quando cruzamos esta característica deles com a história da filha de Louise, tudo fica mais claro. O final é lindo no sentido de o quanto ele frita o nosso cérebro.

O conto Gostando do que Vê: Um Documentário também me impactou bastante. Nele temos a criação de um dispositivo chamado cali que impediria as pessoas de discernir rostos bonitos e feios. Temos uma espécie de documentário que reporta a implementação da cali em todos os alunos na Universidade de Pembleton. Vemos o esforço da empresa que deseja difundir a cali para buscar apoio nos alunos. Vários alunos são entrevistados e somos colocados diante daqueles que são contra e aqueles que apoiam a iniciativa. Cada um deles argumenta seus motivos para tal. "Especialistas" também são consultados para comentarem sobre quais os impactos éticos e emocionais nas pessoas de não serem capazes de discernir beleza de feiura.

Concomitante temos a narrativa de Tamera que usou cali desde que era criança. Seus pais queriam que ela pudesse estudar em relativa paz e não fosse alvo de julgamentos e brincadeiras maldosas da parte de colegas. Mas, Tamera se revolta contra isso no final de sua adolescência e acaba desativando o equipamento. Vemos a personagem se reajustando a um novo mundo que se abriu para ela, com pessoas belas e feias, precisando lidar com os julgamentos e as recriminações. A personagem divide o seu espaço com outras que ainda permanecem com a cali e a partir disso vemos as diferenças de pontos de vista dela.

Este conto é uma bela discussão sobre os nossos padrões de beleza em vigor na atualidade. E em como determinados benefícios só são obtidos por pessoas privilegiadas. Agora, ao mesmo tempo, retirar completamente isso da pauta também não serve como uma evolução de caráter. Isso porque a superação da avaliação de padrões de beleza vem a partir de um amadurecimento da própria pessoa. É um desenvolvimento que parte de dentro. A forma como Chiang aborda o tema de nenhuma forma é proselitista. Ele não assume um lado, mas quem ler o posfácio vai entender que ele seria favorável a algo assim. O que eu achei que eleva o tom do conto é como ele insere questões como reconhecimento étnico e o interesse da indústria cosmética nas discussões. No primeiro caso, com a cali se tornando responsável por desabilitar o reconhecimento étnico, o que seria uma versão tecnológica de preconceito. No segundo caso, com estas empresas buscando criar obstáculos para a introdução da tecnologia já que isto prejudicaria os seus interesses.

O Inferno é a Ausência de Deus é outro conto muito importante. Ele faz um debate muito bom sobre se o Deus cristão seria justo ou se a justiça é algo inexorável. Somos colocados diante de Neil Fisk, um homem que busca a justiça de Deus. Ele sofre de um mal que transformou suas pernas em tamanhos desiguais. Algo que se desenvolveu desde a sua gestação. Ele teria perdido sua esposa durante a aparição de um anjo do Senhor. Sua esposa dirigia o carro quando um anjo apareceu e espalhou sua luz divina em todas as pessoas próximas. Ela perde o controle do carro e sofre um acidente fatal. A partir de então incia-se uma busca de Neil em grupos de apoio para entender como tocar sua vida adiante.

Mas, temos também a narrativa de duas outras pessoas: Janice e Ethan. Janice sofreu com problema de paralisia nas pernas desde que ela era pequena. Mesmo assim, ela se sentia abençoada e apresentava a sua história de superação a todos que ela palestrava. Um dia ela é abençoada pelo anjo Barakiel e recupera o movimento das pernas. A partir de então sua mensagem perde o efeito porque ela não consegue mais alcançar as pessoas efetivamente. Seu coração não consegue entender se sua cura é uma recompensa pelos seus esforços ao longo dos anos ou apenas um novo obstáculo a ser superado. Já Ethan nunca foi abençoado. Ele sempre se espelhou nas palavras de pregadores e acabou buscando Janice para ajudá-la em sua jornada por si mesma. Ethan entende que sua missão é o de ser um suporte para ela. Talvez com isso ele seja abençoado por anjos.

Este é um conto que vai despertar sentimentos diferentes no leitor. Como o próprio Chiang aponta nos seus comentários sobre ele, esta é uma história que se associa à narrativa do Livro de Jó. Este é um personagem que tem tudo o que é importante em sua vida retirado por Deus à medida em que ele precisava superar o que ele colocava em seu caminho. No final, ele tem sua família devolvida a ele por Deus, mas somente quando ele não tinha mais nada a ser retirado. Mas, imaginem se essa devolução não tivesse sido feita? O que é a justiça divina? Entendemos que tudo na vida é passível de uma troca. Fazemos boas ações porque desejamos ir para o céu. Se pecamos, recebemos a danação. Mas, e se não existisse isso? E se Deus não tivesse uma lógica por trás de suas ações? O quanto isso afetaria um fiel? Essa é a narrativa de Neil e vamos galgando com ele estes obstáculos até o final. Não é uma narrativa simples porque nada do que vemos é positivo. Não há compaixão. O que essa narrativa nos diz é que acreditamos em uma ilusão sobre fé. Desejamos acreditar nessa troca equivalente porque do contrário perderíamos a bússola em nossas vidas. As páginas finais desse conto são poderosas no sentido de que deixam uma mensagem permanente para os leitores. É um conto que eu recomendo a leitura como uma forma de quebrar paradigmas e repensar valores.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
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Felipe Novaes 26/04/2019

FC original como eu não lia há tempos
Esses cientistas da computação estão botando pra quebrar na criatividade. Primeiro foi o autor de Pedido em Marte que caprichou na FC hard da engenharia envolvida na sobrevivência num planeta inóspito, agora é Ted Chiang com esse livro de contos absolutamente geniais.

Falar muito sobre os contos é arriscado pois pode fornecer spoilers e a surpresa do desenrolar da exploração científica dos enredos é parte fundamental da experiência. Na realidade alguns contos de Chiang não se enquadram em FC da forma como a gente está acostumado a ver no cinema. São histórias especulativas, que pegam teorias científicas reais e exploram-nas da forma mais desafiadora possível.

Esses contos funcionam como a estratégia filosófica de elevar ao absurdo o argumento do rival e ver o que acontece. Chiang faz a mesma coisa, mas com teorias científicas e com a análise analítica de cenários concebidos antes apenas na religião.
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Gabiii 14/01/2019

Esse livro foi o meu primeiro contato com literatura de ficção científica (amo Doctor Who), e acho que foi uma boa experiência. Ted Chiang criou histórias muito criativas, unindo muito bem fantasia e ciência. Tão bom, que muitas vezes achei que os contos faziam sentido, que era realidade.

Meus favoritos (em ordem decrescente):
1- História da sua vida
2- A torre da Babilônia
3- Gostando do que vê: um documentário
4- Setenta e duas letras
5- Divisão por zero
6- O inferno é a ausência de Deus
7- Entenda
8- A evolução da ciência humana
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Gildson 03/09/2018

Para os amantes de fantasia e ficção científica
É tênue a linha que separa a ficção científica da fantasia nesta obra. É ficção quando lemos sobre as consequências do contato com forma de vida e inteligência alienígena ou um de um futuro a la Black Mirror onde pessoas têm a opção de perceber beleza, mas é fantasia quando lemos a respeito de anjos ou de uma torre que chega aos céus e de um povo disposto a escavar a abóboda celeste e chegar até Deus.
Até mesmo matemática e ciências são fonte de inspiração para os contos presentes neste livro.
O que mais gostei foi a forma simples com o qual o autor consegue lidar com temas específicos como a matemática e física sem se tornar excessivamente didático. Até mesmo nos contos fantásticos não temos a desnecessária e entendiante descrição das regras que regem aquela realidade, nós mesmo vamos desbravando essas regras conforme avançamos na leitura, assim não demoramos pra entender que a impossibilidade física de uma torre chegar aos céus não é impossível de maneira nenhuma na realidade do conto uma vez que estaremos dentro da visão bíblica do universo onde o céu uma abóboda física sob a qual flutuavam o sol, as estrelas, as nuvens.
Os temas são muito originais e a forma como são contados não é fechada, logo ao ler um conto podemos ter várias interpretações diferentes, o autor ao final dá um palavra sobre cada conto falando do que o inspirou e o que queria dizer com ele.
Recomendo fortemente.
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Jonathan Mike 18/07/2018

Sensacional
Confesso que vim ler o livro com expectativas mil, pois havia assistido A Chegada e fiquei bastante empolgado em saber mais sobre.

A história apesar de ser confusa, passa uma mensagem bastante interessante sobre o tempo e como ele pode ser vivido. Contado de forma não linear, transmite ao leitor uma sensação de "como assim?". Mais que uma ficção sobre alienígenas, é um romance sobre teoria linguística e como esta pode interferir no processo de comunicação.

O principal questionamento é: como se comunicar com seres interdimensionais que falam através de linguagem simbólicas em fumaça. Chamados e Heptapods, estes seres dizem ter um presente para toda a humanidade, e cabe a nós decifrarmos que presente é esse.
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Aninha 12/07/2018

A vida pode ser (mais) surreal...
"Conquisto anos de educação a cada semana(...) Vejo a tapeçaria do conhecimento humano de uma perspectiva mais ampla do que qualquer pessoa já foi capaz; posso preencher lacunas em locais em que os estudiosos sequer notaram um vazio..." (página 71)

Imagine que após um acidente com um terrível dano cerebral, você se recupere e ainda ganhe várias sinapses. E não só isso, imagine que você comece a ter uma compreensão melhor do funcionamento das coisas e de si próprio, a ponto de dominar seus sentidos e emoções. Algo tão surreal assim aconteceu com Leon, após ser tratado com o hormônio K, depois de um terrível acidente, que o deixou vegetando.
Sua inteligência foi se aprimorando com as injeções, a ponto dele conseguir entender e prever situações, apenas estando atento ao comportamento de cada célula de seu corpo e das pessoas ao redor. Por isso, ele se tornou conhecido no meio médico e viu que seu destino era ser estudado por meio de testes e mais testes. Isso o deixou sem perspectivas e, então, ele decidiu fugir. O que vai acontecer a partir daí, só lendo o conto todo ("Entenda"), que, aliás, vai te prender do começo ao fim.

Os demais contos também são de pura ficção científica. Em "A Torre da Babilônia" temos uma torre que chega no céu e cuja subida demora de 1 mês e meio a 4 meses. Hillalum decide subir até o topo para cavar (sim, por mais paradoxal que seja) e descobrir o que tem além da abóboda. Sua subida é uma epopeia e, claro, ele vai descobrir o que há lá da forma mais assustadora possível.

Em "Divisão por zero" conhecemos Renee, uma professora de matemática que sempre amou a exatidão dos teoremas, até descobrir uma contradição num estudo. Como isso seria possível? Seu marido, professor de biologia, tenta ajudá-la, mas até ele encontra dificuldades em ter acesso ao "eu" da sua esposa, que chega ao ponto de cometer algo terrível em nome da agonia resultante dessa contradição.

O conto que dá nome ao livro e virou filme, fala da doutora Banks, uma linguista que veio a conhecer dois alienígenas, interagiu com eles e conseguiu aprender a mecânica da linguagem oral e escrita. Linguagem esta que muda a forma de ver a vida e a linearidade dos acontecimentos. Por isso, temos a narração do aprendizado de Banks ao lado da narração de eventos passados-futuros de sua vida pessoal.

Os outros contos falam de autômatos ("Setenta e duas letras"), anjos que caem do céu e deixam o inferno visível embaixo de nossos pés ("O Inferno é a ausência de Deus"), e de um mundo onde seja possível desligar a percepção de beleza humana (em "Gostando do que vê: um documentário"). Neste, várias pessoas dão seus depoimentos pró e contra a esse artifício,que vão do fim do bullying infantil para pessoas consideradas feias até a falta de criatividade por não se conhecer o belo como elemento primordial numa criação artística.

Enfim, todos os contos tem elementos que fogem da realidade e as transformam no céu ou no inferno, dependendo da forma como as conduzimos.

Leitura obrigatória para os amantes do gênero!

site: http://cantinhodaleitura-paulinha.blogspot.com/2018/07/historia-da-sua-vida-e-outros-contos.html
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André 20/02/2018

Devanil
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Silvana (@delivroemlivro) 17/02/2018

Ciência e Literatura
Impressionada mais com o conteúdo do que com a forma. Definitivamente, Ted Chiang é um autor muito singular. E a ciência é sua matéria-prima, o seu elemento. Me incomodou um pouco o excesso de informações, alguns contos me pareceram longos demais, prolixos até. Outros são simplesmente sublimes! A irregularidade é uma características nata de um livro de contos, logo não é justo avaliar o todo, mas sim cada conto individualmente:


✩✩✩✩✩ (ótimo):

"A Torre da Babilônia"
"Entenda"
História da sua vida"
"Gostando do que vê: um documentário"


✩✩✩✩ (muito bom):

"Divisão por zero"


✩✩ (razoável):

"Setenta e duas letras"
"O Inferno é a ausência de Deus"
"A Evolução da ciência humana"
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DaniM 04/01/2018

O escritor de ficção queridinho da atualidade, autor do conto que dá nome a este livro e que deu origem ao filme A Chegada, com Amy Adams e Jeremy Renner, elogiadíssimo pela crítica e pelo público. Uma sequência de contos de ficção chatos, aborrecidos, longos, nada criativos, pretensiosos e ainda com uma pegada de lição de moral pra humanidade que olha...haja saco.
Antes que venham defender o filme – que eu não vi – já adianto que é unânime entre aqueles quer leram-assistiram que o filme traz muito pouco da história do livro. Vai entender...


site: https://www.instagram.com/danimansur/
Gustavo.Martins 22/01/2018minha estante
Foi uma das poucas vezes que achei o filme melhor que o livro.


DaniM 23/01/2018minha estante
você não é o primeiro a me dizer isso. Preciso ver o filme




Maria Clara 11/11/2017

Vencedor de prêmios de ficção científica como o Hugo Awards e o Nebula Awards, o escritor norteamericano Ted Chiang reuniu, em "História da sua vida e outros contos", oito narrativas diferentes. Tratando principalmente da busca do conhecimento, o livro apresenta histórias ambientadas em diferentes épocas.

O primeiro conto, "A Torre da Babilônia", mostra os esforço dos construtores da também conhecida como Torre de Babel: com o objetivo de chegar até o céu, os trabalhadores passam um ano subindo a torre, e a perca de um tijolo é mais sentida que a morte de um homem. O protagonista, Hillalum, avalia a construção e os mistérios divinos a partir do ponto de vista de um escavador (sua função na construção).

"Entenda", o segundo conto, traz a história de um homem que, depois de um tratamento experimental, adquire consciência completa de sua mente e do funcionamento de seu cérebro. Aos poucos, o peso de tanto conhecimento transforma sua maneira de lidar com a sociedade e com seu próprio potencial, levando a uma interessante disputa psicológica. O enredo lembra o do filme "Lucy", em que Scarlett Johansson vivia uma mulher em situação semelhante.

A história "Divisão por zero" traz um questionamento à matemática. Enquanto desenvolve um formalismo, a professora Renee Norwood faz uma descoberta que muda a noção de exatidão que se tem sobre a aritmética: seria possível provar que "1 = 2"? Seria possível, ainda, provar que quaisquer outros números também são iguais? Rapidamente, o questionamento sobre a matemática se transforma numa dúvida sobre tudo o que a protagonista tinha como certeza.

O conto que dá nome ao livro trata dos esforços da linguista Louise Banks para estabelecer a comunicação com alienígenas que chegaram à terra. Em "História da sua vida", ela mescla o método de contato com os extraterrestres à lembrança de diferentes fatos da vida de sua filha. As duas narrativas lentamente mostram sua relação, misturando noções como o futuro e a capacidade de raciocínio a partir da forma como nos relacionamos com a língua. A história foi adaptada para o cinema, dando origem ao filme "A Chegada" - indicado ao Oscar em oito categorias.

Em "Setenta e duas letras", Chiang trata da geração de vida em seres inanimados. O conto apresenta tentativas de animar autômatos, evocando tanto robôs quanto os golems da tradição judaica. Indo além do que o enredo traz, porém, também é possível ao leitor fazer referência a questões genéticas - como a seleção, ainda em fase embrional, das características que cada indivíduo apresentará ao nascer.

"A Evolução da ciência humana" se diferencia dos outros contos por sua estrutura: mais curto, o texto se assemelha a um artigo de revista. Ao final do livro, nas notas em que fala sobre cada conto, Chiang explicou que se trata realmente de um texto proposto pela revista Nature, em que o autor deveria falar sobre um desenvolvimento científico a ocorrer no milênio seguinte.

Fenômenos ligados a religião são o tema central de "O Inferno é a ausência de Deus". Esta história, porém, acompanha a relação de três pessoas com a aparição de anjos - cujos efeitos podem ser fatais para os humanos. O conto questiona se uma vida virtuosa é garantia para a eternidade no paraíso.

"Gostando do que vê: um documentário" é uma grande discussão sobre a beleza, a importância que damos a ela e suas relações com a discriminação. Ao propor um debate sobre a possibilidade de tornar as pessoas imunes à diferenciação entre "belo" e "feio", Chiang faz com que o próprio leitor se questione sobre o quanto valoriza o quesito estético em suas relações. O texto dispõe os depoimentos como se fosse, realmente, um documentário. O fato de que não há como ver o rosto de cada entrevistado, porém, é um elemento a mais no debate estético, já que não é possível ver a aparência de quem é contra ou a favor da capacidade de enxergar a beleza.

Reunidos, os contos de Chiang oferecem ao leitor não apenas um bom entretenimento, como também oportunidades de pensar sobre a ciência em nosso cotidiano.

site: http://resgatedeideias.blogspot.com.br/2017/02/resenha-historia-da-sua-vida-e-outros_23.html
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