carinavd 05/07/2018Falar de luto nunca é fácilÉ um livro sobre luto, e consequentemente triste. É sobre passar pela culpa - todo mundo sempre pensa o que eu poderia ter feito diferente que mudaria o que aconteceu - mas a realidade é que coisas acontecem sem motivo, a vida não tem sentido mesmo. A gente que procura sentido nela para existir.
Mas dentre os vários pontos desse livro, quero destacar um que é importante e raramente tratado da forma que deveria: o uso de medicamento.
Carter, o protagonista, tem ataques de pânico após os funerais, afinal é um grande trauma perder seus melhores amigos, e ainda ter gente achando que a culpa é sua.
No primeiro ataque, ele vai pro hospital, é diagnosticado como pânico e indicam que seria legal ir num terapeuta/psiquiatra. Ele não quer.
No segundo ataque, a irmã carrega ele para terapia. O psiquiatra receita um medicamento. É uma frase, é simples. Não tem discussão se devo ou não. Não é um medicamento para tirar os sentimentos dele. Não é para deixá-lo zumbi. É só um medicamento para ajudá-lo a passar por aquela fase.
Mas Carter tem um terceiro ataque de pânico. Como muitas vezes, o medicamento não tem efeito rápido e/ou precisa ser reajustado. Ele continua na terapia, e quando comenta que teve outro ataque de pânico, o médico ajusta (aumenta) a dose. A partir desse momento, o personagem não tem mais ataques.
A terapia + medicamento está ajudando.
É um detalhe no livro. Mas quantas vezes você não leu/viu gente que usa o medicamento apenas para apagar?
Quantas pessoas que precisam de medicamento e não tomam por medo, preconceito?
É um livro que vale muito a pena. E o Jeff é um amorzinho.