Anthony Almeida 26/12/2022Um abraço de Eduardo"Sim, sim, por mais machucado e fodido que a gente possa estar, sempre é possível encontrar contemporâneos em qualquer lugar do tempo e compatriotas em qualquer lugar do mundo. E sempre que isso acontece e enquanto isso dura, a gente tem a sorte de sentir que é algo na infinita solidão do universo: alguma coisa a mais que uma ridícula partícula de pó, alguma coisa além de um momentinho fugaz."
da crônica, Profissão de fé
nas letras de Eduardo Galeano
A minha vida começou a dar errado quando Eduardo Galeano morreu.
Isso foi em abril de 2015. Eu sempre quis guardar num texto este epigrama, que me ocorreu logo depois que o escritor uruguaio deixou de caçar histórias pelo mundo.
Está guardado agora, junto de uma anedota menos dramática, que me ocorreu durante uma internação.
A minha vida, que já tinha voltado a dar certo, ganhou um abraço bonito quando 'O livro dos abraços' e o próprio Galeano me foram contemporâneos, mesmo em 2022, e compatriotas, ainda que eu seja brasileiro.