Rum

Rum Hunter S. Thompson




Resenhas - Rum


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Voz do Além 13/01/2013

Verborragia pura
"Diário de um Jornalista Bêbado" é considerado um livro menor de Hunter Thompson. Ficou décadas no limbo até que o Dr. Gonzo ficou famoso o bastante pro nome dele vender livros. Motivos pra isso não faltam: quando ele escreveu tinha apenas 22 anos e estava num subemprego jornalístico em San Juan, Porto Rico.

Essa é praticamente a mesma condição do protoganista de "Diário": Paul Kemp, um nova iorquino que vai trabalhar no San Juan Daily News, meio para fugir, meio para mudar de ares. O livro são anotações das coisas mais importantes que rolam por lá - o jornal está arruinado financeiramente, seus funcionários são bêbados degenerados, Porto Rico é como um banquete para os tubarões corporativos americanos, e por aí vai.

A melhor característica do livro é a verborragia de Thompson, que mistura reflexão com narração de fatos quase surreais. Suas opiniões são ácidas e às vezes sinceras demais. Os outros personagens seguem o mesmo esquema, como o fotógrafo Sala e o redator Yeamon, que namora a gostosa Cheanult. As merdas em que eles se metem quase compulsivamente chegam a assustar tamanha surrealidade, além de mostrar o pior do ser humano.

O livro também é uma mostra de como as pessoas mudam e de como um ideal pode deixar de ser prioridade para alguém em nome da estabilidade pessoal.

"Diário" recebeu uma adaptação para o cinema fraquinha, com vários personagens cortados e com a trama simplificada. Nem a atuação de Johnny Depp ajuda muito, e parece um mero rascunho da doidera que ele protagonizou em "Medo e Delírio em Las Vegas". Só vale como curiosidade.

Recomendo para os fãs de Thompson, fora eles acho difícil alguém identificar o brilho do livro.
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Jonathan 22/12/2012

Escrito ao Rum
Uma das escritas mais emocionante, sem duvida estou adorando este livro, ele me prensa na história cada vez que eu o abro, o melhor é que você e vê o ponto de vista sobre as coisas do Escritor, só não sei se bêbado ou sóbrio, mas a bebida entra e a verdade sai...
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Luis 02/12/2012

O modo seco e de certa forma simples que Thompson escreveu este livro com certeza dá a ele uma atmosfera diferente e divertida. Vale a pena ler o livro, a trama é envolvente, por voce simpatizar com o protagonista, não há altas curvas dramáticas, mas mesmo assim voce fica ansioso para chegar ao final. Tomei o Livro como um aprendizado de como a vida muitas vezes, simplesmente, é, e não como um grande circo de acontecimentos fantásticos, com vilões e heróis.
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MVGiga 06/08/2012

Tim, tim!
Não tenho muito que comentar sobre este livro, apenas que esperava algo mais relacionado com as loucuras engraçadas e/ou constrangedoras que um bêbado potencialmente pode realizar. Porém, deparei-me com “um figura” que bebe bastante rum (alias, a única bebida presente no romance) e na sua embriaguez, refleti sobre seus novos colegas do trabalho, na sua propria situação profissional acomodada e na esperança de mudar o status de vida em uma cidade estrangeira e só. O ponto forte esta na descrição de Porto Rico, o autor mostra os costumes, as características, a cultura do povo porto-riquenho, onde o personagem principal (Alter-ego do autor) vive a sua rotina como jornalista em uma redação preste a falência. O ápice do romance é a narração do carnaval, onde a folia e a “falta de bom senso” toma conta da cidade e a loucura é banhada sob muito rum.
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Buda 18/03/2012

Muito rum mesmo! hahaha
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Nádia C. 06/01/2012

Até agora está sendo uma leitura bem agradável, mas eu prefiro o Bukowski, faço a comparação porque há semelhanças entre eles. Em Bukoski tudo flui, nada fica parado, é porrada em cima de porrada, a vida corre. Estou sentindo falta disso, mas ainda estou na página 53.
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Patricia 12/12/2011

Dos muitos aspectos que amo do Thompson um deles é a transparência do autor nas suas obras, por assim dizer. Ele se coloca de uma maneira ou outra na narrativa, seja como jornalista inserido nos Hell's Angels ou com personagens alter-ego.
Assim fica visível a sua não evolução ou amadurecimento, pois fica difícil determinar uma linha reta que definiria tal, mas a sua caminhada, trajetória.
Acompanhei agora um Thompson em relativo início de carreira, ainda sem saber ao certo seu rumo, por vezes mal de grana e por outras odiando a sua vida.
E ai vemos em Hell's Angels Hunter muito mais focado e interessado, vivendo uma experiência e realmente gostando, mas ainda um tanto receoso com os excessos que vê entre os motoqueiros.
E depois... bom, depois é Medo e Delírio, o expoente do jornalismo gonzo, uma grande referência e um manual definitivo para consumo total de toda e qualquer substância, que somente os bons se atrevem a seguir, e olhe lá.
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Claudio 14/06/2012

Esqueça "Medo e Delírio em Las Vegas"
Rum é um livro muito mais interessante que o exagerado (e incensado) Medo e Delirio. Ficou na gaveta por 3 ou 4 décadas, e o tempo lhe fez bem. Lembra Hemingway e Fitzgerald e, porque não, Salinger. Crássico!
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Anica 16/06/2011

Rum: Diário de um Jornalista Bêbado (Hunter S. Thompson)
Para quem conheceu Hunter S. Thompson através de Medo e Delírio em Las Vegas, Rum: Diário de um Jornalista Bêbado vem como um choque. Não espere em momento algum aquela loucura regada a todo tipo de drogas visto no primeiro, porque Rum, apesar do que o título indica, é um título bem mais sóbrio do escritor. Tem tons autobiográficos, alguns indícios dos delírios que veremos em títulos futuros, mas fica por aí. Talvez uma explicação para a falta de exagero seja que trata-se do primeiro romance do escritor, que ficou engavetado por quase quartenta anos e só foi publicado em 1998.

Na história temos Paul Kemp, um jornalista que viaja até Porto Rico para trabalhar no Daily News. Ele procura esse trabalho buscando fugir da vida que levava em Nova York, também tomado um pouco pelo ideal de fazer a diferença em sua área de atuação. Chegando lá ele logo torna-se amigos de alguns colegas do jornal, numa relação que vai da camaradagem à traição, com todos vivendo em um país extremamente instável, e trabalhando em um lugar que não oferece de fato qualquer garantia.

Quase toda a ação se sustenta nessa relação com os colegas, principalmente na de Kemp com o jornalista Yeamon, de quem claramente parece nutrir certa inveja assim que o conhece, ou pelo menos ver no romance entre ele e a namorada Chenault uma espécie de paraíso a ser conquistado naquela nova terra. Uma evidência disso é quando Kemp encontra os dois juntos pela primeira vez, e então reflete:

Testemunhar aquela cena que me trouxera diversas lembranças – não de coisas que tinha feito, mas de coisas que fracassara em fazer, de horas desperdiçadas, momentos frustrados e oportunidades perdidas para sempre. O tempo tinha devorado uma porção enorme da minha vida, uma porção que eu nunca mais conseguiria recuperar.

Essa passagem é um indício também do verdadeiro conflito de Rum: Diário de um Jornalista Bêbado. Apesar das ações causadas pela instabilidade de Porto Rico, do ambiente de trabalho e das novas amizades, o que pesa a todo momento é a sensação que o protagonista tem de que está envelhecendo e não está realizando nada de importante, não se destaca em nada e vive à sombra dos outros. Mais do que isso, o velho conflito da passagem da juventude para a fase adulta de fato, que a personagem define como: “Não era mais jovem, mas estava longe de ser um veterano – um homem em transição, por assim dizer”.

Toda a angústia desse sentimento de envelhecimento traz momentos bastante marcantes ao longo da narrativa, inclusive algumas que refletem os devaneios de Kemp com perfeição, como quando ele está lendo uma reportagem feita pelo colega sobre o motivo pelo qual as pessoas de Porto Rico abandonavam o país e ele traça um paralelo com sua própria vida, de quando ele abandonou a própria cidade para tentar a vida em Nova York e no resto do mundo. Mas talvez o mais belo e o que melhor reflita a situação da personagem principal é uma conversa com Chenault, na qual ele se compara ao peixe-piolho:

“Ora, diabos”, continuei. “Não sou melhor do que você. Se alguém me perguntasse ‘Diga-me, senhor Kemp, qual é sua profissão?’, eu responderia ‘Olhe, veja bem, fico nadando por águas turvas até encontrar alguma coisa grande e malvada em que eu possa me agarrar, um bom provedor por assim dizer, algo com dentes enormes e barriga pequena’ (…) Meu deus do céu, tenho ventosas por todo o corpo. Estou comendo restos há tanto tempo, que nem mais lembro o gosto de uma refeição completa.

É uma narrativa fluida, de descrições tão precisas que quase transportam o leitor para o local, sentindo a brisa do mar. Vale a pena conhecer esse outro lado de Hunter S. Thompson, tão distante e ao mesmo tempo tão próximo da loucura que ele apresentou em Medo e Delírio em Las Vegas. E se Kemp no livro tem de fato algo de Thompson (que aos 22 anos foi trabalhar como jornalista em Porto Rico), fica a certeza disso: se a angústia dele era nunca ter feito algo de diferente, esse é certamente um título que se destaca na literatura norte-americana moderna.

O livro vai ganhar uma adaptação para o cinema, com estreia prevista para outubro desse ano. Contará com Johnny Depp como Paul Kemp, lembrando que o ator viveu Raoul Douke na versão cinematográfica de Medo e Delírio em Las Vegas.
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