Rum

Rum Hunter S. Thompson




Resenhas - Rum


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Ana Roza 28/11/2016

Se não gosta de rum, vai gostar.
Decidi escrever sobre esse livro depois de beber algumas cervejas, simplesmente para honrar sua memória. É um livro bêbado, para bêbados. Mas não apenas bêbados de rum, cerveja ou tédio. Bêbados da vida, bêbados de medo, bêbados de pensamentos confusos e empregos insatisfatórios.

Enquanto escrevo, Bob Dylan toca no player. O que, também, é para honrar a memória do livro. Ele fala sobre Paul Kemp e sua ida para Porto Rico, em San Juan, trabalhar como jornalista para o DailyNews. Seu objetivo em se esconder em um lugar tão afastado da sua velha conhecida Nova York era justamente a paz que nasce longe dos concretos de uma cidade grande. Lá, em meio a praia e o rum com gelo, Kemp nadou pelado, apanhou de policiais, fez amor na praia, fez sexo na cama, bebeu e bebeu de novo.

É uma história sem história. Um relato quase cru da própria passagem do autor pelas mesmas terras do protagonista, narrando a vida dele e das pessoas que conhecey; dos amigos imundos, com sonhos perdidos, das grandes canções e festas. De tanto que ele narra o dia-a-dia em San Juan, o leitor comece a sentir uma pequena vontade de acordar as 10AM com sol batendo na cara e tomar um café matinal com bacon, ovos e rum no bar do Al.

O mais importante sobre o livro é justamente essa “falta de história”: enquanto nenhuma linha direta é descrita, além da tentativa de adaptação e sobrevivência de Kemp naquela ilha imunda, o autor divaga sobre a vida. Sobre escolhas e sobre espíritos perdidos, que tristemente admitem que nunca conseguiram ter uma vida fixa em algum lugar sem morrer de tédio. Ele fala profundamente de pessoas, e por isso a única história a qual o livro pode se resumir é: vida. Quais as vidas que escolhemos levar, quais as vidas que esperamos e quais as vidas que realmente vivemos. Não tão impactante quando O Lado Bom da Vida, mas altamente construtivo e bom.

*****

Originalmente postada em Garagem de Luxo, com dicas de lugares para comprar.

site: http://www.garagemdeluxo.com
Luíza 31/12/2016minha estante
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Zé Accioly 06/01/2010

Livro quase conto do criador do Jornalismo Gonzo
Depois de escrever duas pérolas do Jornalismo Gonzo - tipo de literatura regada a drogas e aventuras vicerais - o Ms. Raoul Duke, como se auto-definiu em "Medo e Delírios em Las Vegas", Hunter S. Thompson partiu para o primeiro livro-romance de carreira. Dono de um estilo literário inconfundível, que mistura sensações letárgicas e reportagem baseadas na contra-cultura, nesta obra o autor parte para um novo horizonte ao relatar uma história comum, apesar de ser ficção.

No livro, Hunter Thompson conta a história de um jornalista americano que desembarca em Porto Rico, no Caribe, para trabalhar num jornal local. Entre tantos aventuras e histórias, o personagem - um tipo de alter-ego do escritor, se mistura com sua própria história pessoal.

O interessante é que Hunter Thompson consegue construir uma atmosfera que nos leva a crer que estamos, de fato, no Caribe, enquanto que o personagem do jornalista está bebericando o tradicional Rum.

Vale a leitura!
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jota 09/06/2011minha estante
Bom. Você me convenceu. Vai pra lista dos desejados.




Anica 16/06/2011

Rum: Diário de um Jornalista Bêbado (Hunter S. Thompson)
Para quem conheceu Hunter S. Thompson através de Medo e Delírio em Las Vegas, Rum: Diário de um Jornalista Bêbado vem como um choque. Não espere em momento algum aquela loucura regada a todo tipo de drogas visto no primeiro, porque Rum, apesar do que o título indica, é um título bem mais sóbrio do escritor. Tem tons autobiográficos, alguns indícios dos delírios que veremos em títulos futuros, mas fica por aí. Talvez uma explicação para a falta de exagero seja que trata-se do primeiro romance do escritor, que ficou engavetado por quase quartenta anos e só foi publicado em 1998.

Na história temos Paul Kemp, um jornalista que viaja até Porto Rico para trabalhar no Daily News. Ele procura esse trabalho buscando fugir da vida que levava em Nova York, também tomado um pouco pelo ideal de fazer a diferença em sua área de atuação. Chegando lá ele logo torna-se amigos de alguns colegas do jornal, numa relação que vai da camaradagem à traição, com todos vivendo em um país extremamente instável, e trabalhando em um lugar que não oferece de fato qualquer garantia.

Quase toda a ação se sustenta nessa relação com os colegas, principalmente na de Kemp com o jornalista Yeamon, de quem claramente parece nutrir certa inveja assim que o conhece, ou pelo menos ver no romance entre ele e a namorada Chenault uma espécie de paraíso a ser conquistado naquela nova terra. Uma evidência disso é quando Kemp encontra os dois juntos pela primeira vez, e então reflete:

Testemunhar aquela cena que me trouxera diversas lembranças – não de coisas que tinha feito, mas de coisas que fracassara em fazer, de horas desperdiçadas, momentos frustrados e oportunidades perdidas para sempre. O tempo tinha devorado uma porção enorme da minha vida, uma porção que eu nunca mais conseguiria recuperar.

Essa passagem é um indício também do verdadeiro conflito de Rum: Diário de um Jornalista Bêbado. Apesar das ações causadas pela instabilidade de Porto Rico, do ambiente de trabalho e das novas amizades, o que pesa a todo momento é a sensação que o protagonista tem de que está envelhecendo e não está realizando nada de importante, não se destaca em nada e vive à sombra dos outros. Mais do que isso, o velho conflito da passagem da juventude para a fase adulta de fato, que a personagem define como: “Não era mais jovem, mas estava longe de ser um veterano – um homem em transição, por assim dizer”.

Toda a angústia desse sentimento de envelhecimento traz momentos bastante marcantes ao longo da narrativa, inclusive algumas que refletem os devaneios de Kemp com perfeição, como quando ele está lendo uma reportagem feita pelo colega sobre o motivo pelo qual as pessoas de Porto Rico abandonavam o país e ele traça um paralelo com sua própria vida, de quando ele abandonou a própria cidade para tentar a vida em Nova York e no resto do mundo. Mas talvez o mais belo e o que melhor reflita a situação da personagem principal é uma conversa com Chenault, na qual ele se compara ao peixe-piolho:

“Ora, diabos”, continuei. “Não sou melhor do que você. Se alguém me perguntasse ‘Diga-me, senhor Kemp, qual é sua profissão?’, eu responderia ‘Olhe, veja bem, fico nadando por águas turvas até encontrar alguma coisa grande e malvada em que eu possa me agarrar, um bom provedor por assim dizer, algo com dentes enormes e barriga pequena’ (…) Meu deus do céu, tenho ventosas por todo o corpo. Estou comendo restos há tanto tempo, que nem mais lembro o gosto de uma refeição completa.

É uma narrativa fluida, de descrições tão precisas que quase transportam o leitor para o local, sentindo a brisa do mar. Vale a pena conhecer esse outro lado de Hunter S. Thompson, tão distante e ao mesmo tempo tão próximo da loucura que ele apresentou em Medo e Delírio em Las Vegas. E se Kemp no livro tem de fato algo de Thompson (que aos 22 anos foi trabalhar como jornalista em Porto Rico), fica a certeza disso: se a angústia dele era nunca ter feito algo de diferente, esse é certamente um título que se destaca na literatura norte-americana moderna.

O livro vai ganhar uma adaptação para o cinema, com estreia prevista para outubro desse ano. Contará com Johnny Depp como Paul Kemp, lembrando que o ator viveu Raoul Douke na versão cinematográfica de Medo e Delírio em Las Vegas.
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Claudio 14/06/2012

Esqueça "Medo e Delírio em Las Vegas"
Rum é um livro muito mais interessante que o exagerado (e incensado) Medo e Delirio. Ficou na gaveta por 3 ou 4 décadas, e o tempo lhe fez bem. Lembra Hemingway e Fitzgerald e, porque não, Salinger. Crássico!
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Patricia 12/12/2011

Dos muitos aspectos que amo do Thompson um deles é a transparência do autor nas suas obras, por assim dizer. Ele se coloca de uma maneira ou outra na narrativa, seja como jornalista inserido nos Hell's Angels ou com personagens alter-ego.
Assim fica visível a sua não evolução ou amadurecimento, pois fica difícil determinar uma linha reta que definiria tal, mas a sua caminhada, trajetória.
Acompanhei agora um Thompson em relativo início de carreira, ainda sem saber ao certo seu rumo, por vezes mal de grana e por outras odiando a sua vida.
E ai vemos em Hell's Angels Hunter muito mais focado e interessado, vivendo uma experiência e realmente gostando, mas ainda um tanto receoso com os excessos que vê entre os motoqueiros.
E depois... bom, depois é Medo e Delírio, o expoente do jornalismo gonzo, uma grande referência e um manual definitivo para consumo total de toda e qualquer substância, que somente os bons se atrevem a seguir, e olhe lá.
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Nádia C. 06/01/2012

Até agora está sendo uma leitura bem agradável, mas eu prefiro o Bukowski, faço a comparação porque há semelhanças entre eles. Em Bukoski tudo flui, nada fica parado, é porrada em cima de porrada, a vida corre. Estou sentindo falta disso, mas ainda estou na página 53.
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Buda 18/03/2012

Muito rum mesmo! hahaha
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MVGiga 06/08/2012

Tim, tim!
Não tenho muito que comentar sobre este livro, apenas que esperava algo mais relacionado com as loucuras engraçadas e/ou constrangedoras que um bêbado potencialmente pode realizar. Porém, deparei-me com “um figura” que bebe bastante rum (alias, a única bebida presente no romance) e na sua embriaguez, refleti sobre seus novos colegas do trabalho, na sua propria situação profissional acomodada e na esperança de mudar o status de vida em uma cidade estrangeira e só. O ponto forte esta na descrição de Porto Rico, o autor mostra os costumes, as características, a cultura do povo porto-riquenho, onde o personagem principal (Alter-ego do autor) vive a sua rotina como jornalista em uma redação preste a falência. O ápice do romance é a narração do carnaval, onde a folia e a “falta de bom senso” toma conta da cidade e a loucura é banhada sob muito rum.
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Luis 02/12/2012

O modo seco e de certa forma simples que Thompson escreveu este livro com certeza dá a ele uma atmosfera diferente e divertida. Vale a pena ler o livro, a trama é envolvente, por voce simpatizar com o protagonista, não há altas curvas dramáticas, mas mesmo assim voce fica ansioso para chegar ao final. Tomei o Livro como um aprendizado de como a vida muitas vezes, simplesmente, é, e não como um grande circo de acontecimentos fantásticos, com vilões e heróis.
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Jonathan 22/12/2012

Escrito ao Rum
Uma das escritas mais emocionante, sem duvida estou adorando este livro, ele me prensa na história cada vez que eu o abro, o melhor é que você e vê o ponto de vista sobre as coisas do Escritor, só não sei se bêbado ou sóbrio, mas a bebida entra e a verdade sai...
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Voz do Além 13/01/2013

Verborragia pura
"Diário de um Jornalista Bêbado" é considerado um livro menor de Hunter Thompson. Ficou décadas no limbo até que o Dr. Gonzo ficou famoso o bastante pro nome dele vender livros. Motivos pra isso não faltam: quando ele escreveu tinha apenas 22 anos e estava num subemprego jornalístico em San Juan, Porto Rico.

Essa é praticamente a mesma condição do protoganista de "Diário": Paul Kemp, um nova iorquino que vai trabalhar no San Juan Daily News, meio para fugir, meio para mudar de ares. O livro são anotações das coisas mais importantes que rolam por lá - o jornal está arruinado financeiramente, seus funcionários são bêbados degenerados, Porto Rico é como um banquete para os tubarões corporativos americanos, e por aí vai.

A melhor característica do livro é a verborragia de Thompson, que mistura reflexão com narração de fatos quase surreais. Suas opiniões são ácidas e às vezes sinceras demais. Os outros personagens seguem o mesmo esquema, como o fotógrafo Sala e o redator Yeamon, que namora a gostosa Cheanult. As merdas em que eles se metem quase compulsivamente chegam a assustar tamanha surrealidade, além de mostrar o pior do ser humano.

O livro também é uma mostra de como as pessoas mudam e de como um ideal pode deixar de ser prioridade para alguém em nome da estabilidade pessoal.

"Diário" recebeu uma adaptação para o cinema fraquinha, com vários personagens cortados e com a trama simplificada. Nem a atuação de Johnny Depp ajuda muito, e parece um mero rascunho da doidera que ele protagonizou em "Medo e Delírio em Las Vegas". Só vale como curiosidade.

Recomendo para os fãs de Thompson, fora eles acho difícil alguém identificar o brilho do livro.
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Renan 24/06/2013

Um ótimo Livro..Mas Cuidado!rs
Com uma linguagem tranquila de ler esse livro de Hunter Thompson é fantástico.Criador de um novo tipo de Jornalismo o famoso Jornalismo "Gonzo",onde as histórias não tem objetivo algum...
No livro é contado a história de um jornalista fracassado chamado Paul Kemp,onde ele decidi se mudar para um país extremamente pobre San Juan...A maioria das partes está dividida em bebedeiras,curtições e jornalismo.Apesar do livro não ter um objetivo especifico,só retratar a putrefação da cidade e dos vícios decadentes de seres humanos.
Eu adorei a leitura desse livro e sugiro a quem é e não é jornalista.
O escritor vai alem e é um dos mais influentes da contra-cultura junto a Jack Kerouac dentre outros.
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Marcelo 19/09/2013

Não me prendeu a atenção!
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Fabio Martins 07/08/2015

Rum: diário de um jornalista bêbado
As pessoas que leem este blog devem achar que eu só me interesso por livros que têm algo a ver com o jornalismo, e este post só vai acrescentar essa impressão. Escrevo aqui sobre o livro Rum: diário de um jornalista bêbado, de Hunter S. Thompson, já abordado aqui no texto do livro Hell’s Angels e tratado como o precursor do gonzo jornalismo.

Resolvi ler este livro não por ser relacionado ao jornalismo, mas porque gosto muito da narrativa de tirar o fôlego de Thompson e aprecio bastante suas histórias insanas. A obra foi escrita quando o jornalista tinha 22 anos e havia desembarcado há pouco em San Juan, Porto Rico.

A história se passa no mesmo local, e o protagonista é Paul Kemp, jornalista americano que foi para a ilha trabalhar no único jornal de língua inglesa de lá. Rapidamente Kemp faz amizade com os jornalistas, um mais louco e mais bêbado que o outro. A ilha proporcionava um trabalho fácil, dinheiro aos montes, muitas mulheres, e o principal: estavam no Caribe.

Mesmo sob a iminência do fechamento do jornal por falta de verba, o protagonista não demonstra preocupação. Ao lado do fotógrafo e beberrão Sala, do irascível Yeamon e sua controversa esposa Chenault, Kemp se mete em diversas confusões, todas regadas a muito rum e cerveja. Visitam o carnaval da ilha de São Tomás, arrumam brigas em bares e desfrutam de praias paradisíacas.

Diferentemente do livro Medo e delírio em Las Vegas, Hunter S. Thompson, mesmo muito jovem, deixa fluir seu lado sentimental e reflexivo. Frequentemente na obra, Paul Kemp se questiona sobre a solidão e o que a vida lhe proporcionou levando-lhe àquele país completamente desconhecido e diferente. Porém, mesmo sob essas questões, a obra é de uma fluidez impressionante, com diálogos rápidos e diretos e é muito fácil de ler.

Essa verdadeira relíquia de um grande escritor ainda jovem que ficou quase 40 anos guardada, e só foi publicada em 1998. Além de grande importância literária e jornalística, Rum: diário de um jornalista bêbado é uma leitura agradável e engraçada, daquelas que dá vontade de sair pelo mundo afora e ver o que a vida tem a lhe proporcionar.

Ps: O livro foi adaptado para o cinema em 2011, com título homônimo, estrelado por Johnny Depp.

site: lisobreisso.wordpress.com
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