Quando tinha cinco anos eu me matei

Quando tinha cinco anos eu me matei Howard Buten




Resenhas - Quando tinha cinco anos eu me matei


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ElisaCazorla 18/02/2017

Adultos e crianças são de planetas diferentes
Bom, essa não será uma resenha fácil. Poderia falar desse livro por diferentes perspectivas, mas vou falar apenas das minhas impressões - o resumo da obra você pode achar em vários sites.
O que é importante saber para degustar melhor este livro é quem é o autor (isso vale para todos os livros, na verdade rs). Ele é psicólogo, especialista em crianças autistas e também é um palhaço profissional que ganhou, inclusive, prêmios por sua atuação. Digo isso para ficar claro que este autor conhece o universo infantil como poucos e fala a língua das crianças como quase ninguém.
Os adultos subestimam as crianças. Em várias obras que li, quando o personagem é uma criança, tende-se, muitas vezes, a criar um sujeito simples, com falas simples. Crianças não são simples, são na verdade, tão complexas quanto os adultos. Elas também percebem o mundo e a si mesmas no mundo mas, de uma forma muito diferente do que os adultos. Nós fomos crianças um dia e esquecemos de tudo isso e passamos a menosprezar e a subestimar as crianças como um dia também fomos. Não atribuímos às crianças personalidade, raciocínio, inteligência e emoções complexas. Muitas vezes enxergarmos as crianças como filhotinhos fofinhos. Este é um livro que me fez pensar sobre isso e como eu devo mudar minha forma de encarar as crianças.
Enfim, este é um livro que dá voz a uma criança de 8 anos e, na minha opinião (de quem não entende nada de psicologia infantil), foi algo muito mais perto do que pode ser a realidade.
Mais algumas curiosidades: o livro foi primeiramente lançado nos EUA (embora o autor seja francês) com o título Burt e não vendeu quase nada. Ficou esquecido durante alguns anos até que a França publicou o livro mas com esse título e estourou de vendas se tornando um clássico francês. Achei essa informação interessante porque eu comprei o livro por causa do título e acredito que essa jogada de marketing (o próprio autor explicar que esse título foi uma decisão de marketing), muito acertada, fez com que leitores o lessem e o transformassem em um sucesso. Comprei pelo título, mas amei pelo seu conteúdo.
Não quero falar sobre o livro em si, mas recomendo e acho que vale muito ler este livro para pensar sobre como os adultos não falam a língua das crianças. Como adultos e crianças convivem de perto mas estão, ao mesmo tempo, tão distantes.
Uma outra forma de ler o livro é por uma perspectiva dos tratamentos psicológicos. Sendo o autor um profissional da área, ele também faz uma crítica sobre as instituições que tentam ajudar crianças consideradas mentalmente incapazes, intelectualmente atrasadas ou até mesmo um perigo para os outros.
O livro é narrado inteiramente por um menino de 8 anos chamado Burt. A narrativa é espetacular porque nos faz querer saber o que aconteceu do começo ao fim. Muitas vezes eu me sentia ouvindo um menininho falando e me esquecia completamente do autor. Me assustei diversas vezes com essa pessoinha tão cheia de personalidade e sentimentos que muitas vezes negamos às crianças. Há passagens cheias de emoções e há também outras muito tensas.
O livro me fez pensar em como eu mesma me sinto em relação à uma criança que toma certas atitudes não esperadas para uma criança (porque temos expectativas falsas e simplistas). No decorrer do livro, tive sensações diferentes em relação ao narrador-protagonista. Entender o mundo e a linguagem das crianças não é tarefa fácil e talvez seja impossível. Talvez, quando conseguirmos nos comunicar melhor (adultos e crianças) o mundo não seja um lugar tão devastador para esses seres tão complexos quanto os adultos. Quando entendermos melhor as crianças não seremos responsáveis por tantos traumas e sofrimentos (aos quais um dia fomos submetidos) que infligimos às crianças que convivem conosco.
Achei um livro ótimo! Uma ótima surpresa.
regifreitas 18/02/2017minha estante
eu não tinha interesse nesse livro. sua resenha me fez repensar isso! valeu por acrescentar mais um livro na minha pilha já infinita!!! rsrsrs


ElisaCazorla 18/02/2017minha estante
Ah que bom, Regi! Espero saber a sua opinião sobre ele em breve =]


Vitor.Leal 03/05/2017minha estante
Melhor resenha que li a respeito deste livro. INCRÍVEL!


ElisaCazorla 01/08/2017minha estante
Obrigada, Vitor :)


Thalita 09/08/2017minha estante
Que resenha bem escrita! Fiquei ainda mais interessada em ler este livro.

Obrigada, Elisa! :)


ElisaCazorla 01/11/2017minha estante
Espero que goste, Thalita!




Natalia.Vieira 21/04/2019

Tem criança em casa? Trabalha com criança? Vai ler esse livro.
Não entendemos o que é diferente de nós pq estamos presos a padrões e achamos que os os outros tem que agir e pensar como nós. E quando isso se trata de crianças é bem pior. Não queremos entender as crianças, queremos enfiar os nossos padrões nelas. Deveríamos só aprender com o diferente e acolher. Burt que injustiça fizeram com você. Uma criança de 8 anos com uma imaginação grandiosa demais para os adultos.
Rafaela Moura 23/04/2019minha estante
Depois dessa resenha vou querer emprestado...


Natalia.Vieira 23/04/2019minha estante
Posso emprestar sim! ;)




Naila Soares 21/12/2016

O desencontro entre o mundo adulto e o infantil
Como sujeitar a fantasia infantil aos princípios da moralidade adulta?

Neste livro, Burt, uma criança de 8 anos, narra sua experiência no Centro de Bem-estar para Crianças, instituição para a qual foi levado por conta do que fez a uma colega, Jessica. Ao longo de todo o livro, tentamos entender o que aconteceu entre Burt e Jessica e se, de fato, Burt é um sociopata. Este é o grande barato da leitura: o mistério a ser revelado através das lembranças de uma criança. Porém, ao terminar a leitura, fiquei com a sensação de ter lido uma história importante, mas que deixou a desejar quanto ao desenvolvimento do tema central (acontecimento entre Burt e Jessica) que merecia ter sido mais explorado.

É uma leitura válida na medida em que expõe a enorme incompreensão que paira entre o mundo adulto e o infantil.
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Alexandre Melo @livroegeek 11/01/2017

Interessante
No livro, conhecemos Burt, um garoto de oito anos, que está internado no Centro de Bem-Estar para Crianças, após um incidente com a amiga da escola Jessica Renton, em que foi culpado. Burt, que está sob tratamento do dr. Nevele, conta seu dia-a dia, intercalando com situações anteriores a sua internação. Ele é um garoto que sonha acordado, expert em soletração, mas com dificuldades sociais. O menino é fã de heróis como Zorro, Super Man, Popeye, e imagina situações das mais diversas em que incorpora o lugar deles misturando a realidade com seus devaneios. Shurbs é praticamente seu único amigo, até ele conhecer Jessica, e ficar fissurado na menina. Burt é ingenuo, sente "coisas estranhas" quando está próximo dela, mas tudo na inocência da infância. Contudo fez algo de grave à menina e por isso foi levado ao Centro, acusado de ser um sociopata por seu médico. Nesse ínterim, acompanhamos os seus devaneios, pelas letras de Howard, enquanto tentamos descobrir o que afinal ele fez à menina.
A edição da Rádio Londres é muito bem produzida, e com tradução de Alexandre Barbosa de Souza. São pouco mais de 180 páginas, e apesar do inicio lento, a leitura vai se tornando interessante no decorrer da trama. Vemos como a imposição de uma moral adulta é imposta a uma criança, e ficamos nesse pingue-pongue entre relatos de criança em situações entendidas de outra forma quando olhadas sob a perspectiva adulta.
Após ler Quando Tinha Cinco Anos Eu Me Matei, senti mais vontade de entender o universo do autismo, foi uma leitura boa, apesar de que, em momentos, senti que faltou algo à narrativa de Buten para explicar melhor os fatos, principalmente a relação entre Burt e Jessica.

site: http://www.doqueeuleio.com.br/2017/01/quando-tinha-cinco-anos-eu-me-matei-resenha-howard-buten.html
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Cássia 10/05/2017

Lindo e emocionante
Leitura concluída!
Este livro nos remete a uma infância dolorosa, pois não é uma infância comum, e sim de um menino de apenas oito anos, com autismo e de uma inteligência assustadora.
Me apaixonei pelo Burt logo nas primeiras páginas, pois sua imaginação e facilidade com o que vê as coisas é algo impressionante. Um garoto muito sensível tal quanto a leitura. É impossível não se encantar com ele. Apesar de criança, é dono de uma incrível doçura que nos emociona.
Já tinha lidos outros livros sobre este tema Autismo, mas com certeza este ficará sempre em meu coração. Burt não é um menino fácil de se esquecer. Ele é um garotinho muito educado e muito sensível. E ele assim como eu, teme perder alguém que ama e eu também fiquei muito triste quando o pai dele diz que: "Todo dia morre alguém, e ninguém sabia porquê.É assim, essas são regras." Triste isso, né?

Durante toda a leitura a gente vai entrando no mundo do Burt e vai conhecendo a sua inocência de criança, mas infelizmente algumas pessoas não pensavam isso dele, e então, devido a isso, ele foi levado a um centro de internação por conta de algo que fez com sua amiga, Jessica. Eu achei um absurdo seus pais deixarem levá-lo para aquele lugar por conta disto. Queria tanto tirá-lo de lá, colocá-lo no lugar e dizer que tudo vai ficar bem, e que sua vida ia continuar como sempre foi. Vê ele novamente na sua escola e brincando com seus colegas de classe, afinal ele é um excelente aluno e até ganhou um prêmio em soletração.
Teve várias partes do livro que me emocionei muito com ele, com a forma que os adultos o tratavam. Não gostei nada do Dr. Nevele. Não deixaria meu filho internado aos cuidados dele. Na verdade, quando você aprender a amar o Burt, você deixa de gostar de todos os adultos.
Burt é nossos olhos nessa história, através dele conhecemos todos os personagens: sua família, seus amigos, colegas de classe... Todos que fazem parte do seu convívio. E foi doloroso e lindo
acompanhar os passos dele, seus momentos de descoberta, seus momentos de desamparo, suas dores e suas pequenas alegrias... Ele é um menino muito especial que mexeu com meus sentidos, com minhas lembranças, com o meu coração e nele a gente pode ver como os adultos são cruéis, mesmo com a inocência de uma criança.
Queira mais do final, pois queria saber mais sobre o que aconteceu com o pequeno Burt.
Quero agradecer a Editora Rádio Londres pela oportunidade de conhecer essa história. Muito obrigada mesmo.
A edição e muito bonita e gostei muito. E você pode até achar estranho este título, mas é uma leitura recheada de emoções sob o olhar de uma criança.
Super recomendo!
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saraiva 24/06/2017

Burt é um garotinho de oito anos que está internado no Centro de bem-estar para crianças, porque aconteceu um incidente entre ele e sua colega de escola, Jessica Renton.
Durante o período em que passa enternado e aos cuidados do dr. Nevele, vamos conhecendo um pouco mais sobre Burt, além de ser muito bom em soletração ele também adora super heróis e gosta de se divertir.

Ele é um garoto como qualquer outro de sua idade, mas ele é autista, e por vezes é incompreendido pelos colegas e até mesmo pela família, e isso aos poucos o tornou uma criança pouco sociável. ?????? ????? ???? ?????? ? ?????? ????? ??
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Quando eu me proponho a ler um livro narrado por uma criança, sei que de alguma forma vou ser profundamente tocada, e foi exatamente o que aconteceu com essa história.
Howard Buten trata o autismo de uma forma crua e real, porque na maioria das vezes as pessoas acham que se trata de uma doença, e para as crianças tudo se torna mais difícil, e para nosso pequeno protagonista também foi! ?????? ????? ???? ?????? ? ?????? ????? ??
"Ele é um ser humano em roupas de menino. Ele tem órgãos e sentimentos típicos de sua espécie, mas não os mesmos direitos. E não é só ele. Este país vem se acostumando cada vez mais com a ideia de que você só é uma pessoa quando chega à idade de votar e beber. Isso está errado"

QUANDO EU TINHA CINCO ANOS EU ME MATEI é um livro de uma delicadeza impecável. Burt, assim como muitas crianças autistas são tratadas de uma forma exageradamente diferente.
Eu me senti tocada com a história dele, a forma como expõe seus sentimentos e a vivência com outras crianças, todo o drama de não ser compreendido e o peso de ser culpado por algo que ele nem sabia direito o que era.

Então, só me resta dizer que nossa sociedade não é saudável para crianças. Elas são apenas vitrines para expor o sucesso ou fracasso dos adultos, e isso tudo é muito cruel. Seres com uma mente tão pura são intoxicados tão sedo pelos "responsáveis" e o pior de tudo, é que se tornam iguais a nós, falsos, vazios, e sem imaginação.

Que nós não deixemos nossas crianças órfãs de si mesmas. ?????? ????? ???? ?????? ? ?????? ????
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Faces EM Livros 03/07/2017

Quando tinha cinco anos eu me matei
Como foi a sua infância? Foi boa? Problemática ou tranquila? É certo que a melhor fase na vida do ser humano é a infância. É por meio dela que carregamos as maiores lembranças, sejam elas boas ou ruins ficará marcada para sempre, pois o próprio cérebro (novinho em folha) tem uma tendência muito maior de guardar informações do que quando mais velhos. Nesse ponto o Burt, pequeno gênio desta obra nos narra a sua infância, permeada por desafios, mas também por inúmeras belezas.

"Fiquei um tempão sentado na minha cama. Só fiquei ali, sentado. Tinha alguma coisa erra dentro de mim, eu sentia isso dentro da minha barriga e não sabia o que fazer. Então deitei no chão. Estiquei o dedo indicado e apontei para minha cabeça. Aí eu fiz bum com o polegar e me matei."

Foi muito difícil terminar essa leitura sem lágrimas nos olhos. Isto porque nosso personagem principal- o Burt nos move, nos modifica e nos sensibiliza com seu modo de ver o mundo e de senti-lo. Quando tinha cinco anos eu me matei é uma obra maravilhosa, lançada pela editora Rádio Londres, cujo autor Howard Buten deu vida, com maestria, a um personagem infantil que tem um jeito tão simbólico de ver, ouvir, sentir e interpretar o mundo.

Desde cedo ele sabia que não era como seus colegas, e sem dúvidas teria uma infância difícil, por ser autista deixava as pessoas com "pena" ou lhe tratavam de forma "especial". Longe disso, Burt nos prova como é inteligente, muito mais que um punhado de adultos juntos. Mas a sua "boa" vida muda, repentinamente, quando algo terrível acontece com a sua amiga Jessica. Não encontrando outra opção, os seus pais tiveram que interná-lo, pois ele era o culpado pela menina estar hospitalizada. Mas, inicialmente, ele não lembra o por que está ali, nem mesmo o que fez para Jessica. Sua única certeza é a de que não verá sua escola, seus pais e seus amigos e sua melhor amiga, tão cedo. Desse modo, somos convidados capítulo após capítulo a conhecer profundamente o Burt, e sob o seu olhar todos os outros personagens.

Nunca imaginei uma infância tão difícil e dolorosa como a do meu amigo Burt. Sim, eu o amo. Terminei a leitura amando esse personagem com toda as minhas forças. Através dele passei a detestar os adultos que o tratavam de uma forma tão cruel. O que dizer do Dr. Nevele? A minha vontade era de caçar o diploma dele, pois não é /e nunca será digno de carregar tal título. Não tive paciência para segurar a raiva que tive dos pais de Burt, como eles puderam internar seu próprio filho por tal coisa? Não havia necessidade!



Foi impossível não se encantar com a inocência desse garotinho e não se tornar cúmplice dele. Toda a obra é narrada em primeira pessoa, ou seja, na visão do próprio Burt. É por ele e por meio dele que o conhecemos e aprendemos sobre os outros personagens que se ligam a sua estória.

Por outro lado,ficamos confusos sobre a existência da sua melhor amiga (deixo no ar), mas isso foi uma jogada de mestre do próprio autor para criar uma escrita rebelde e sem qualquer vínculo cronológico. Dessa forma, conseguimos visualizar uma fração da mente de pessoas com autismo, e nos tornamos conhecedores do assunto-ao menos um pouco!

Houve momentos em que eu desejava colocar o Burt no colo e dizer que ele não estava só. Tentar mostrar para ele que existem pessoas que o amam, e que tudo iria passar. Houve outros momentos em que o Burt era mais forte e corajoso do que eu- sendo ele criança, e eu uma adulta- chorosa e frágil. Isso foi incrível, pois nos prova o quanto um livro pode mexer com nossos sentimentos, o quanto uma criança pode marcar e mudar a nossa vida para sempre! Foi assim que me senti.

Em toda a trama Burt tem um sentimento de perda muito grande; a todo momento ele teme perder as pessoas que ama. E uma das falas mais viscerais e difíceis foi ler o próprio pai dizer que:

"Todo dia morre alguém, e ninguém sabia porquê. É assim, essas são regras."


Ficar pior? Sim! E você vai se emocionar. Ao terminar o livro vai abraçá-lo com todas as forças e pedir mais, só um pouco mais. Você vai desejar saber o por que de algumas coisas... E, dias depois você vai entender que foi melhor assim... Que a estória e o desfecho de Burt é único do jeito que foi escrito.

No todo, a editora está de parabéns pela revisão, capa e diagramação. O livro é compacto e permite que você o carregue a qualquer lugar. A capa chama atenção, como também a escrita do Howard. Então se você anseia em conhecer o meu amigo Burt e o mundo pelos seu olhar não deixe essa dica passar. Apesar da complexidade, não é um livro que te deixa com ressaca, mas te leva a refletir e te modifica em diversos sentidos.

site: http://www.facesemlivros.com/2017/07/resenha-quando-tinha-cinco-radiolondres.html
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Butakun 12/10/2017

É de lágrima
Não há muito o que dizer. Sério. Apenas que me foi uma outra -a terceira, na verdade - grande surpresa literária de 2017 (obrigado, Rádio Londres). Leve e denso, e lúdico, um texto que, no que se propõe, cumpre muito bem o seu papel. Algo nele me fez lembrar de A Brincadeira Favorita, do L. Cohen. O senso de humor, talvez, o drama redesenhado. Não sei. Enfim. Lembra do começo do texto? Então.
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Carol 20/11/2017

Necessário
“Tinha alguma coisa errada dentro de mim, eu sentia isso dentro da minha barriga e não sabia o que fazer. Então deitei no chão. Estiquei o dedo indicado e apontei para minha cabeça. Aí eu fiz bum com o polegar e me matei."

Burt é um garoto autista de oito anos e inteligentíssimo que muitas vezes é incompreendido por sua família e amigos, ele acaba tendo pouquíssimos momentos de socialização com outras pessoas, vivendo assim em seu próprio mundo e tendo apenas a sua imaginação como companhia.
Ainda mais agora que está internado em um Centro de bem-estar para crianças após um incidente na escola envolvendo Jessica Renton, sua colega. Ele foi culpado e agora passa seus dias soletrando e imaginando seu mundo de super heróis e tristeza, enquanto cabe a nós tentar descobrir o que ele fez com essa menina.

“Quando tinha cinco anos eu me matei” é uma história densa e tocante, o melhor livro que li até agora da Editora Rádio Londres. É impossível terminar essa obra sem ter lágrimas nos olhos. Um livro que me tocou como professora e, principalmente, como ser humano.
O menino Burt o narra mostrando o antes e o agora, sem qualquer conexão cronológica, e nos deixando cada vez mais curiosos para conhecer o motivo que o fez estar nesse Centro de Bem-Estar. No início é uma leitura bem lenta, mas após se conectar com o livro fica impossível parar de ler suas 180 páginas.
Ao ler essa obra você vai entender o grande abismo que existe entre o mundo adulto e o infantil, vai entender a dor do medo de perder aqueles que ama pela falta de compreensão que eles possuem do seu mundo e iremos aprender que quando finalmente conseguirmos entender nossas crianças poderemos criar um mundo melhor, com menos traumas e com menor dor.
Uma leitura essencial e inesquecível. Obrigada Howard Buten por ter escrito essa obra!

site: www.nossaressacaliteraria.com.br
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Carla Rúbia 31/03/2018

Livro interessante sobre o que é ou não adequado perante a sociedade e como temos que tomar cuidado com psiquiatras para comportamentos infantis tenha uma olhar sob viés do preconceito e moralidade.
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Charlene.Ximenes 09/01/2019

A obra é narrada por Burt, um garoto de imaginação fértil de apenas 8 anos. Seu modo de se expressar é livre e por vezes se torna incompreensível para os homens de bata branca de um centro clínico de cuidados para crianças, lugar no qual ele se encontra preso, por ter feito algo à Jéssica. Há um mistério na narrativa e isso a torna envolvente e rápida de ler. A escrita do autor também facilita muito a leitura.

Howard Buten é psicólogo especializado em atendimento de crianças, sendo especialista em comunicação infantil e tratamento intensivo para compreensão de crianças autistas. Buten também é clown (palhaço), o que evidencia que suas linhas profissionais o aproximam do universo infantil. A escrita do autor é direta e objetiva e de maneira primorosa consegue retratar diferentes visões acerca do mundo imaginativo de uma criança como o Burt e de adultos, como a de Nevele.

Neste livro, escrito em 1980, vemos um garoto autista, que por vezes é incompreendido por sua família e amigos, bastante inteligente e cuja imaginação vai além daquilo que os adultos conseguem perceber, bem como possuidor de um senso de humor sarcástico e inocente. Burt possui poucos momentos de socialização com outras pessoas e depois que é internado no Centro de bem-estar para crianças por conta de um incidente que ocorreu com sua colega de escola, Jéssica Renton, seus dias se dão soletrando e imaginando um mundo repleto de tristezas e super heróis, conforme o leitor busca compreender o que se passou com sua amiga.

Sem dúvidas, o sentimento que Burt nutre por Jéssica é o foco condutor da narrativa, que ocorre de modo não linear, de forma que por vezes é narrado o que se deu antes do seu internamento e outras depois. As emoções infantis, as birras e ingenuidades do menino e toda a forma como o autor consegue construir o personagem causam empatia no leitor, sobretudo pelo fato da obra ser bastante reflexiva acerca dos problemas acometidos pela vida.
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@rmendes29 26/02/2019

Brilhante
A genialidade do autor é indiscutível. Mas te confesso que não teria nem 1/5 da liberdade do Burt.
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marcioenrique 13/05/2020

ao término da leitura, tive a impressão de que, embora o livro trate de um tema fundamental, talvez o autor pudesse ter desenvolvido melhor o tema central para que pudéssemos absorver um pouco mais a trama e seus personagens.
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Karamaru 14/06/2020

MUNDOS DISTANTES
São poucos os autores que conseguem retratar o período da infância com desenvoltura e fidedignidade. Howard Buten certamente é um dos que obtêm êxito. “Quando tinha cinco anos eu me matei” é mais que o retrato dessa fase; é um testemunho da incompreensão que muitas vezes a cerca, tolhendo-a e prejudicando seu pleno desenvolvimento.

Nessa obra somos apresentados ao pequeno Burt, uma criança com espectro autista que, após um incidente com uma amiga de classe, é internada num centro de tratamento “especializado”. Buten prende nossa atenção do início ao fim, pois tal incidente se revela apenas ao final; todavia, somos induzidos pelo autor algumas vezes a fazer conjecturas mais apressadas, tal é a carga de suspense que ele incute na trama a certa altura. Esse é um dos melhores trechos do livro.

A escrita do autor nos proporciona empatia, tornando-se até agradável, apesar dos acontecimentos que envolvem o garoto Burt serem de certa forma trágicos. Sob uma perspectiva pedagógica brasileira, a forma como o protagonista é tratado, por se tratar de uma criança com um autismo mais moderado, beira ao bizarro. Há alguns momentos no livro bastante engraçados, propiciados principalmente pelas observações inusitadas de Burt sobre as coisas que o cercam.

Não se sabe qual a intenção do autor ao escrever esse livro: mostrar como seria o pensamento de uma criança com tal transtorno ou mostrar a negligência com a qual ela é tratada, vinda principalmente da família, escola e centro de tratamento em que ele é internado. Talvez sejam ambas. De qualquer modo, é muito difícil sair indiferente dessa leitura e não se comover com a história de tantos Burt que devem passar por situações semelhantes cotidianamente.

Leitura e microrresenha feitas em parceria com Carlos (IG: @o_alfarrabista).
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Lucas.Guimaraes 24/08/2021

Diferente de tudo que já li
Comprei o livro porque o título do livro me intrigou e eu não fazia ideia do que esperar. ?Quando eu tinha cinco anos eu me matei? traz uma narrativa que eu nunca tinha lido antes. Apesar de o protagonista ser uma criança, os temas são bem complexos e a imaginação fértil dele deixa tudo mais incrível. Até a questão de o livro ficar indo do ?presente? para o passado não me incomodou. Só achei o fim do livro sem final. Quando finalmente descobrimos o grande segredo, o autor deixa por isso mesmo. Mesmo assim, um livro fantástico.
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