Danny Belo 23/07/2018IncrívelComeçando por Maeve MacCleury, descendente de uma tradicional família irlandesa, "ovelha negra" da família (revirem os olhos para esses parentes, a tadinha não merece, que a considerem assim). Ela não é comum, não são todos os dias que nos deparamos com guardiãs da felicidade nas ficções. Maeve tem grandes responsabilidades, mesmo diante da pressão a guardiã vê que o mundo e a forma como o conduzem atualmente pode ser abrandado com o bem. As dificuldades são muitas, mas isso não a faz desistir (mais um ponto para a protagonista).
Voltando a falar um pouco mais sobre os guardiões, eles são responsáveis em guardar momentos de grande felicidade em globos de vidros, semelhantes as bolas de natal. Maeve tem a missão de preencher sua FELIS (maneira da qual apelidou as próprias bolas), no caso tem espiado Henrique, de modo invisível (um de seus poderes). Após um deslize, Rique (como ela passou a chamá-lo) a vê, o rapaz é apaixonado por dança, mas sempre que menciona sobre, ouve comentários preconceituosos do pai e pessoas mais próximas. O contato inicial assusta Maeve e a faz questionar se é mesmo com ela, a quem ele dirigiu a palavra, ambos gostam de música irlandesa e outras coisas em comum, o que os aproximam.
Maeve não tem experiência alguma com rapazes, mas ainda assim não teme Henrique. Com o passar dos dias, a convivência se torna cada vez mais intensa, ele a ajuda a encontrar o caminho para o futuro dela e ela o ajuda lhe oferecendo sua amizade (algo que o rapaz mal tinha, por conta do seu sonho de dançar). A leitura flui rápido, não é daquelas das quais se passa o tempo, mas da qual gostaríamos que prolongasse. A escrita delicada utilizada pela Larissa nos proporciona leveza, da mesma forma que Maeve se sente ao lado de Rique. Alguns sentimentos soam inéditos para ela, sentindo-se cada vez mais feliz. Felicidade também vivida por ele, que cada vez mais preenche a FELIS da amada. Maeve fora a escolhida por Alannis (sacerdotisa, não darei detalhes por conta de spoilers mais profundos), para trazer parte do amor perdido entre os guardiões. A guardiã sem ao menos perceber, tem cumprido seu dever por amor a seu "trabalho", o que a diferencia entre os outros.
No dia da grande apresentação de Rique, próximo do Natal, ele se declara para Maeve e vice-versa (um momento lindo e incrivelmente mágico para ambos, assim como o espirito natalino). Finalmente a FELIS é completada, Maeve consegue a mais linda, amorosa e maior de todas, explodindo no ar e proporcionando felicidade e bons sentimentos para as pessoas.
Apesar de ser apenas um conto, devemos admitir, que deixou um grande gosto de quero mais. Reflete o mundo do qual estamos vivendo, mesmo se tratando de ficção, a maneira fora abordada com excelência. A ganância que vem tomando conta das pessoas, deixar de seguir o que ama por imposição dos outros (até mesmo aqueles que amamos) e competir na intenção de mostrar-se melhor (a perca de tempo em ostentar, quando o mundo poderia ser ajudado). Parabéns Lari, por mais histórias e reflexões como a sua. Bem, não tenho nada a questionar, a história muito me atraiu e em breve estarei relendo.
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