O Complexo de Portnoy

O Complexo de Portnoy Philip Roth




Resenhas - O Complexo de Portnoy


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Thales 25/08/2021

A grande piada de judeu
(Não recomendada para menores e tias do zap)

"O complexo de Portnoy" foi uma obra definidora da carreira do Roth. Lançada com um projeto publicitário primoroso em 1969, no bojo dos acontecimentos de 1968, causou um rebuliço tremendo por ser tudo aquilo que, em tese, representava o avanço das expressões de sexualidade e das relações humanas como um todo: nada mais do que as memórias eróticas de um sujeito libertino contadas de forma crua e objetiva.

BEM crua e BEM objetiva, afinal estamos numa sessão de psicanálise.

O autor acabou ficando muito marcado por isso, pegou a pecha de "maldito" pela crítica por um tempo, e demorou a recolocar a carreira no eixo.

E de fato talvez o grande "problema" do livro nem sejam as experiências sexuais do Alex Portnoy ou o fato de "boceta" aparecer a cada vírgula a partir da metade do texto; mal ou bem são situações com as quais fomos nos acostumando na literatura ao longo do tempo e que já são buscadas por um certo público, sobretudo masculino, que está sempre em busca de uma putaria literária. A questão é que o "Complexo" investiga e explora os motivos que fizeram Alex ser assim: a masturbação na adolescência, como e por que ele desenvolveu uma compulsão pelo autoerotismo, qual o papel dos pais - sobretudo da mãe nisso -, quais as cenas grotescas o moldaram. Fantasmas que assombram rigorosamente todo mundo, mas que preferimos deixar guardadinhos na gaveta do subconsciente e fingir que nada disso nos afeta; quando muito levamos pro consultório de um psicólogo.

Ou, justamente, de um psicanalista. Como Alex Portnoy.

E não vou mentir, tem muita coisa grotesca sim. "Sexo" com alimentos? Tem. Sêmen voando pra todo lado, inclusive na cara do Alex - e de outras pessoas? Tem. Situações rocambolescas com prostitutas? Tem. E tudo isso é contado da forma mais sincera e despudorada possível? Sim.

Mas nada disso é gratuito. É a investigação profunda de porque raios um judeu de classe média, com uma família estruturadinha, que tinha sonhos de formar a sua própria, ter filhos, acaba como um sujeito simplesmente incapaz de desenvolver qualquer vínculo significativo por sua compulsão por sexo - coisa que pra ele nem é tão significativa assim. E aí não tem jeito, tem que explorar as situações a fundo mesmo, sem rodeios.

Mas importante salientar: "O complexo de Portnoy" não tem ABSOLUTAMENTE nada de turrão, de acadêmico, psicanalítico ou o que for. Embora debata neuroses, religião, racismo e o diabo a quatro é ridiculamente engraçado; algumas passagens te fazem perder o ar de tanto rir. A linguagem é a mais simples possível e, embora seja um monólogo, a leitura simplesmente te empurra pra frente.

Livro brilhante, de um escritor brilhante. A rapaziada costuma preferir a fase "americana" do Roth, dos anos 90, ou "O teatro de Sabbath" - que parece beber na fonte do "Complexo" -, e eu tenho vontade de ler isso tudo. Mas acho muito, MUITO difícil que um livro me cative mais que esse aqui.
Carolina.Gomes 25/08/2021minha estante
?


Archie 26/08/2021minha estante
me ganhou demais com essa resenha sensacional


Thales 26/08/2021minha estante
Valeu, Archie! Esse de fato é um livraço




Fernanda.Navarro 27/06/2021

Interessante
O estilo da escrita do autor foi uma experiência diferente. É um livro pesado, bem doido. Não foi da minhas melhores leituras porque demorei um pouco para engatar. Mesmo assim recomendo pra pessoas que gostam de livros mais explícitos.
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Michel Pinto Costa 04/06/2021

Alex Portnoy deve ser 'cancelado' na internet
Procurei saber muito pouco da história do livro e fui pego de surpresa.
É, realmente, uma obra excelente.
Sem entrar em muitos detalhes, o personagem Portnoy está em uma sessão de terapia no consultório de seu psicólogo.
Fala dos mimos excessivos da mãe e de ser objeto de execução dos sonhos frustrados do pai. Se rebelar contra isso, agindo impulsivamente.
Para fugir de criar sua própria família tradicional judia, se apegou a devassidão.
Em pleno século XXI, possivelmente vai chocar alguns puritanos. Os mesmos que estão 'cancelando' Philip Roth.
Michel Pinto Costa 05/04/2022minha estante
Livro porretada.




Marcos Wlrich 15/05/2021

Obsceno
Uma boa porta de entrada para querer ler ainda mais Philip Roth ou nunca mais querer ler nada dele kk. A escrita do Roth é perfeita, mas esse livro é absurdamente pesado, religião, machismo, sexo e mais sexo, Roth descreveu Alex Portnoy como a pessoa mais detestável possível. Foi intensional tem que ter estômago hehe. Quero ler mais Philip Roth.
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Tatta 14/05/2021

no divã
minha história lendo esse livro. antes de pegar p ler imaginei que iria amar - meu primeiro roth, mas já sabia que ele era beeem renomado.

comecei a ler e achei uma porcaria no início. a escrita não foi um problema, só que os pensamentos do autor não tinham nexo para mim. quaaase abandonei.

só que ai comecei a entender o portnoy e seu complexo. do nada o livro ficou absurdamente bom. ele é muito provocativo, porque o narrador é extremamente preconceituoso mas também alvo de muitas injustiças.

a cultura judaica não é próxima a mim ou à minha cidade em especial - e por isso estava me desconectando da história.

acontece que, aos poucos, entendi que é justamente esse o interesse do escritor. mostrar um protagonista deslocado de qualquer lugar, por ser judeu.

os traumas dele com a mãe e toda promiscuidade do protagonista são realmente como uma sessão de terapia.

no fim, é um livro bem depravada. só que original. quero ler mais desse autor!
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Arlindo.Ramos 13/05/2021

O Complexo De Portnoy
Bem, não me conquistou a leitura desse livro. A leitura não flui, muito cansativa. Resumindo: não gostei.
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ftsolivetti 15/03/2021

Pesado
Muito sexo, mas não foi isso o pesado, e sim o tratamento do personagem com a mulher, que não para de chamar de ?macaca?. Me irritou, perdeu algumas estrelas.
Na parte psicanalítica é bom.
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Giulia29 09/03/2021

"Que amor? Será isso que mantém unidos todos esses casais que conhecemos - esses que se dão ao trabalho de se manter unidos?"
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spoiler visualizar
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Lucas.Batista 03/02/2021

O Indivíduo buscando seu lugar no mundo.
Portnoy é um judeu Norte-Americano que conquistou tudo aquilo que um americano médio poderia querer, ainda que, contudo, não possua o mais básico. Se sentir um Americano.
É absolutamente compreensível que algumas pessoas venham a não gostar desse livro, tendo em conta seu ritmo que é, basicamente, um homem atormentado rememorando sua vida e nos contando sobre suas fantasias e taras sexuais patológicas. O livro, porém, é surpreendentemente engraçado em muitos trechos.
O tom reflexivo é abundante do começo ao fim, com Roth tocando em feridas que ainda continuam muito atuais.
Recomendo fortemente.
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camilavitoria_ 02/02/2021

o tempo todo eu só conseguia pensar "como eu vim parar aqui eu só tenho 6 anos"
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Juci 23/01/2021

A literatura de Philip Roth é fortemente marcada pelos temas caros ao autor: a masculinidade, as vivências do judeu norte-americano, o sexo, a cidade – mais particularmente Newark, palco de vários de seus romances. A primeira vez que li algo do autor foi em 2018, ano de sua morte, em que li O professor do desejo e Adeus Columbus (que adoro, por sinal). Desde então, Roth e a sua profusa literatura passou a ser um lugar que retorno sempre que sinto vontade de ler livros que possuam uma ironia latente e sofisticada.⁣

Em O Complexo de Portnoy, Roth conduz Alex Portnoy ao divã de um terapeuta e lá o personagem descreve, com uma honestidade contundente, o seu estado de sufocamento causado pelo sentimento de deslocamento, isto é, de ocupar um não-lugar e que reverbera de forma amplificada na sua relação com o sexo. Judeu de ascendência europeia, Alex é um profissional liberal que atua na área de direitos humanos em Nova York. Na sessão de terapia ele descreve a sua infância e adolescência para explicar a tese de que os seus distúrbios sexuais se originaram nos seus anos iniciais, devido à educação moralizante que recebera dos pais.⁣

Já li alguns textos críticos que comparavam os personagens literários de Philip Roth aos tipos misóginos retratados pelo francês Michel Houellebecq. Mas, se em Houellebecq a própria narrativa oferece o espaço íntimo para que os seus personagens revelem o seu auto-ódio, que os conduz, invariavelmente, à experimentos íntimos fadados ao fracasso, aqui, em O Complexo de Portonoy, Roth leva Alex ao psiquiatra e nesse movimento oferece algo que Houellebecq nega aos seus homens: a possibilidade de uma redenção.
Alê | @alexandrejjr 01/02/2021minha estante
Fantástico o teu texto! Só me fez lembrar que eu preciso ler o livro com urgência (e não abandonar dessa vez)!




Lisiane.Dutra 05/01/2021

Divertido
O narrador está em uma sessão de análise contando sua vida em associação livre. O final é sensacional!
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AleixoItalo 28/11/2020

Em Pastoral Americana vemos como Roth implode uma típica família norteamericana perfeita, afundada em suas próprias expectativas. Algo semelhante ocorre em O Complexo de Portnoy, onde o objeto de estudo é um típico homem bem sucedido, escravo de seus traumas e perversões.

A trama acompanha Alexander Portnoy, de origem judaica, que vai de uma típica criança prodígio com futuro promissor até uma carreira bem sucedida, no divã de seu analista reclamando e botando pra fora todo seu ódio contra o mundo.

Machismo, erotismo e um ódio declarado contra os modelos ideais da sociedade são temas recorrentes em seus livros. Aqui Portnoy verte toda sua fúria contra a cultura judaica na qual foi criado, sua incapacidade de relacionar com não judeus (as shikses especificamente), suas perversões e sua agonia na incapacidade de ser uma criança normal.

Talvez a mensagem principal é mostrar como eventos aparentemente obsoletos do passado podem marcar para sempre a vida de uma pessoa. Fanatismo religioso, hipocrisia, preconceito e a superproteção da família (em especial sua mãe) marcam para sempre o que viria a ser Portnoy.

Mais do que isso, Portnoy escreve sobre o mundo masculino, não de uma maneira nobre, mas de modo atroz, sobre como a luxúria pode nos condenar e corroer por dentro. Sexualidade e desejo são forças poderosas no desenvolvimento humano e muitas vezes nos tornamos escravos de nossos instintos.

Polêmica e com fama de intragável, a literatura de Roth não é para acalentar e sim gerar reflexão. Roth escancara seus personagens para além da imagem perfeita que o mundo exige deles e exibe o espírito humano em sua mais crua amostra.
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Renata.Goncalves 07/11/2020

simplesmente sensacional!!
Dei muitas risadas e me identifiquei muito com o narrador do livro!!! Vale a pena ser lido!!
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