Resenhas - A Estrada Para São Paulo

Aione 09/03/2021

A Estrada Para São Paulo é o romance histórico de Mariana Chazanas, publicado de maneira independente na plataforma KDP da Amazon.

Adeze e Onyema foram brutalmente trazidos para o Brasil quando crianças, a fim de serem escravizados. Após testemunharem a morte de seus pais e chegarem em uma terra desconhecida, são separados para servirem em lugares diferentes. Com o passar do tempo, a memória da vida anterior — e de quem eles próprios eram — vai se tornando cada vez mais um borrão distante.

Se um romance de formação é aquele no qual a trajetória de um personagem é acompanhada de sua infância à vida adulta, na qual compreendemos seu processo de transformação e amadurecimento a partir dos eventos a que é submetido, A Estrada Para São Paulo poderia se enquadrar nessa classificação, já que apresenta os anos de crescimento de ambos protagonistas. Porém, “romance de formação” não dá conta de tudo que o livro entrega, especialmente pela obra ser, também, um retrato doloroso — e necessário — do período de escravidão no Brasil, que impacta as dinâmicas sócio-culturais e econômicas do país até os dias de hoje. Compreender a escravidão com toda violência intrínseca a ela é fundamental para não se permitir que ela seja esquecida ou que seja descrita como mero “episódio histórico”.

Por isso, a leitura é brutal do início ao fim, sem tempo para alívio. Adeze e Onyema vivem em um período violento, e Mariana Chazanas não poupa o leitor, sendo fiel às crueldades que eles sentem na pele — sejam elas físicas, sejam emocionais. Parte da angústia está em observar a naturalização do horror e a desumanização dos personagens, postos como meros objetos em inúmeras situações. E se muito do que é dito a eles é absurdo, se a eles não é permitido sentir, apenas obedecer e servir, o absurdo é ainda maior quando se percebe semelhanças entre a época narrada e a nossa atual. Houve um momento em especial, em um diálogo entre Adeze e Júlia, que me remeteu às personagens de Na Corda Bamba, um romance contemporâneo, no que se refere à inconsciente expectativa de pessoas brancas por gratidão quando, em sua concepção, agem em prol de pessoas negras. É triste observar o quanto muita coisa ainda permanece igual, assim como é doloroso acompanhar as complexidades emocionais de cada personagem. As consequências de uma vida de abusos gera desdobramentos psicológicos profundos, nos quais a necessidade de afeto é muitas vezes suprida justamente pelos responsáveis pelas feridas. Dessa maneira, as relações de Adeze e Onyema com seus senhores são intensas e complicadas, nas quais violência e carinho estão embrenhadas de tal maneira que se torna impossível separar um do outro — o que torna tudo ainda mais cruel. Pelo mesmo motivo, as compreensões que os personagens às vezes têm de si, ainda mais quando contrapostas às perspectivas de outros negros, escravizados ou livres, são nebulosas, nem sempre percebendo a exploração vivida ou então concordando com os papeis a eles atribuídos.

Se a leitura em si é dolorosa, não se pode dizer o mesmo da escrita de Mariana Chazanas, pela qual fiquei apaixonada. Há sensibilidade em seu jeito de narrar e a literariedade é expressa em cada linha. Nada é posto de maneira óbvia, há um trabalho em se dizer as coisas de um jeito diferente e extremamente preciso, além de belo. Se eu sofria pelo conteúdo da narrativa, também me encantava por sua forma. Ainda, a escrita em terceira pessoa muitas vezes assume as vozes dos diferentes personagens, seja por ritmo de palavras, seja pela escolha de vocabulário. Há diversos momentos que retratam os processos mentais, como o esquecimento, por exemplo, assim como o uso dos nomes de Adeze e Onyema contrapostos ao que receberam de seus senhores — Mical e Benjamin — indica as questões de identidade por eles sentidas.

A Estrada Para São Paulo é certamente um dos melhores livros que li nos últimos tempos, tendo me tocado fundo por todos os seus aspectos. Apesar do sofrimento que a história proporciona, fiquei maravilhada com o trabalho literário da autora, assim como me deliciei com o cenário onde a trama é ambientada: foi uma experiência única caminhar, mentalmente, pelas ruas da cidade de São Paulo em outro século, imaginando os cenários tão conhecidos por mim hoje em dia a partir das descrições de como eram à época. Reforço que livros como esse são obras importantes para que os horrores da escravidão não sejam jamais esquecidos ou relativizados, mas fica o aviso de que a leitura pode ser ainda mais dolorosa para pessoas negras, no sentido de tocar em feridas que, para elas, são um lembrete constante da injustiça histórica que viveram nas mãos de pessoas brancas.

site: https://www.minhavidaliteraria.com.br/2021/03/09/resenha-a-estrada-para-sao-paulo-mariana-chazanas/

Acsa Micaela 04/12/2020

Obra de arte
Essa história é uma obra de arte brasileira!
Melhor livro nacional do ano sem dúvida.

Chorei e torci demais por esses dois irmãos, foi incrível acompanhá-los.

Michelle.Leonhardt 23/11/2022

Boa leitura
O livro conta a história de Adeze e Onyema, irmãos africanos trazidos como escravos ao Brasil. Acompanhamos a jornada de ambos, suas crenças, seus medos, seus desejos e sua transformação.

Um bom livro. Achei que a história se desenvolve lenta, quase como um romance de formação. Porém, é uma história marcante. Gostei.

danilo_barbosa 02/04/2017

Inesquecível!
Ao vasculhar os autores que publicam pela plataforma digital, alguns muitas vezes desconhecidos, fico na esperança de encontrar algo realmente bom, uma pequena pérola em meio a variedade de títulos, com temas muitas vezes repetitivos... E afirmo, sem nenhum pudor que, até agora, este livro foi a minha mais grata e preciosa surpresa dos últimos meses. Ao contar a história de dois irmãos, escravos, separados pelo homem branco, Mariana Chazanas ultrapassa os limites do comum, falando sobre a busca pela liberdade que não tem nome, que vai além de documentos e razões... E como podemos nos deixar aprisionar, pelo corpo e mente. Uma obra madura, rica em detalhes, pronta para uma grande casa editorial. Mariana nos faz sorrir, sangrar e repensar, talvez valorizar aquele que temos, os laços que nos unem através da alma. Estou apaixonado pela obra... E, ao pensar, que é sua obra de estreia, penso o que mais ela pode nos proporcionar...
E me sinto grato.

Edla 10/09/2020

Profundo
Real, emocionante e cruel. Dois irmãos que se amam e lutam para se reencontrar. A triste história da escravidão no Brasil. Um retrato da nossa história que gostaríamos que nunca tivesse acontecido.

Kelly Dias 27/09/2020

Não é um livro fácil
Esse livro não é fácil de ler. Machuca conhecer a nossa História, dói fundo no coração ver as raízes e cicatrizes da nossa nação e o quão medonho foi esse período, mas a autora constrói a narrativa tão poética e honestamente que também é impossível parar. E com a misericórdia de contar uma história que por mais difícil que seja é uma história de força, de redenção, de encontrar em si o próprio valor ainda que o mundo lhe diga que é tão pouco que pode ser comprado.
Algumas personagens odiei com todas as forças, outras sinto um amor e admiração impossíveis de expressar. Mas todas são tão bem construídas que posso vê-las com total clareza, como se fosse eu que tivesse vivido uma vida com cada uma. Espero por mais livros da autora.
Esse livro precisa estar nas escolas, é triste pensar que não temos muita literatura sobre a escravidão, mesmo de forma ficcional. Quantos Onyema e Adeze se perderam nesse Brasil nessa época, e não tiveram um fim como dos personagens?

Tha 01/08/2020

Uma vida de dor e amor
Esse livro está perfeitamente equilibrado entre a dureza fria e a emoção mais delicada. Borbulha realidade, mas com aquele toque exato de esperança - não o suficiente para tornar a história fantasiosa, a dose fica bem ali no limite. É lindo, envolvente, com personagens tridimensionais. A história é muito rica é muito bem escrita. Li rápido porque não conseguia largar. E entre lágrimas e sorrisos, avancei, muito apegada aos irmãos, só rezando para que pudessem finalmente ficar juntos no final.

Sendo muito muito mesquinha, eu diria que tem um pingadinho de errinhos que poderiam ser corrigidos com mais um pente fino de um editor. Mas eu estou realmente sendo bem chata - o livro beira a perfeição.

A verdade é que este foi um dos melhores livros que li nos últimos tempos. Não perde nada para grandes clássicos! Fico triste por não ter uma versão impressa, pois gostaria de comprar dois exemplares e doar um deles para a Biblioteca Municipal da minha cidade.

Alice.Torinho 16/12/2017

Ótima surpresa
Maravilhoso. História envolvente de dois irmãos negros trazidos.como escravos e separados logo que chegam em São Paulo.
Personagens complexos , descrição delicada sobre sofrimentos vividos. Me deixou angustiada, mas de um jeito bom.
Parabéns para a escritora.

Gabi Kalk 27/12/2017

Muito diferente
Adeze vê parte de sua família sendo morta, e ela e seu irmão sendo levados como animais da África para o Brasil. Depois da viajem eles são separados e vendidos, Adeze fica em um trabalho servil doméstico, e recebe o novo nome, Mical. Mesmo sendo escrava, a moça aprende ler e a tocar piano, porém, como sempre lhe fora ensinado, eram meros caprichos de branco, e que não durariam muito os ensinos. A garota nunca esqueceu de seu pequeno irmão, indo procura-lo até com o senhor que os vendeu.
Onyema, irmão de Adeze é levado para uma fazenda, para servir um garoto, recebendo também um novo nome, Benjamim, ele sempre foi grato a vida que levava como escravo, porém após seu senhor receber algumas visitas, ele descobre ao acaso que pode encontrar sua irmã. E isso o acaba deixando-o inquieto, o que deixou seu senhor desconfiado de sua obediência.
Após um tempo Adeze vira mucama de Julia, garota que se casaria com André, senhor de Benjamim, entre pedidos e promessas, a nossa querida menina consegue informações sobre seu irmão, e isso a deixa esperançosa sobre encontrar seu Onyema.



A autora conseguiu realizar uma crítica ótima ao sistema escravista da época. E como os senhores pouco se importavam com seus escravos, e que para eles eram apenas meros animais que lhe concediam status. O ebook é muito emocionante, e bem escrito, parecendo que realmente se esta naquele momento.

Daniel.Martins 21/06/2018

resenha do blog www.desinformadoss.blogspot.com
Encontrei este livro em uma promoção e resolvi baixá-lo. A história sobre dois escravos poderia ser uma joia ou mais do mesmo. O jeito era dar uma oportunidade e ver no que dava. Eis que encontrei uma joia.
Uma história emocionante, bem construída, bem escrita e com uma revisão muito boa. Mas vamos falar sobre a história?

TRAGÉDIA HUMANA: Adeze e Onyema, dois irmãos trazidos da África ainda jovens, veem a família ser assassinada ou morrer durante a terrível viagem no navio negreiro que os traz para o Brasil.
Desembarcam no porto de Santos e seguem para São Paulo. Tudo o que eles tinham naquele lugar estranho era um ao outro, mas acabam separados e obrigados a viver em locais diferentes sem saber um do outro.
Tudo o que Onyema, o caçula possui, é a promessa da irmã mais velha de ir buscá-lo um dia.

TRAMA: Essa poderia ser apenas mais uma história sobre escravos, mas a autora optou por explorar a visão dessas duas crianças sobre a própria situação. Escravos costumam ser retratados como pessoas rebeldes que tentam fugir o tempo todo e fazem festas entre si enquanto não estão apanhando dos seus senhores.
Mas essa é a história de duas crianças que não conhecem outra vida senão aquela a que foram submetidos. A autora faz doer no leitor quando os dois têm seus nomes substituídos por outros, quando olham para os brancos e os acham estranhos, quando aceitam a escravidão como normal.

NAQUELE TEMPO: A autora escolheu posicionar a história no período final da escravidão no Brasil, onde já haviam escravos libertos, negros como donos de escravos e já não se traziam mais tantas pessoas da África.
Essa escolha favoreceu muito a história, deixando de lado aquele clichê de brancos opressores e negros oprimidos para mostrar uma situação mais humana, sem escolher lados, focando no comportamento humano que transcende a cor da pele. Uma aula de como não ser preconceituoso ao abordar um tema tão delicado.

PERSONAGENS: Adeze passa por uma transformação na trama. Ela começa ingênua como a criança que é, mas se torna uma mulher de fibra e convicções, uma personagem muito bem construída, assim como o irmão, que no livro é mais tratado como Benjamin, que mantém a ingenuidade e a humildade durante toda a trama. É impossível não se apaixonar por esses dois e não sofrer junto com eles.

Há de se destacar também os irmãos André e Isabela. André é um menino mimado que recebe um escravo como um presente. Sim, Benjamim é algo como um mascote para o menino, que tem todos os poderes sobre ele. André desenvolve uma espécie de amor doentio por seu escravo. Ele se acha no direito de explorar os seus serviços, a sua companhia e até o seu corpo, seja para extravasar a sua raiva através da violência, seja para controlar os seus impulsos sexuais de adolescente.Isabela, uma menina manipuladora e sedenta pelo poder se torna a verdadeira líder da fazenda onde moram após uma doença que vitima a mãe e passa a travar uma batalha contra o irmão. Ela representa o que há de pior dos brancos escravistas da época.

Há uma variedade de outros personagens interessantes, seja entre os outros escravos que vivem na fazenda ou a família da qual Adeze irá fazer parte mais tarde, todos muito bem construídos e cheios de nuances.

Ainda destaco Júlia, prima de André e Isabela, uma pessoa bem intencionada dentro do possível, embora incapaz de enxergar a situação completa, um fruto da época em que se passa a trama.

HIPOCRISIA: A forma dos brancos ao julgar as atitudes dos negros mostra o quanto a sociedade da época era hipócrita e nos faz pensar no quanto a nossa ainda o é. Os negros são considerados mal agradecidos quando lutam por coisas como o direito a ter um nome, o direito de ir e vir, o direito de não apanhar ou de escolher o que fazer com o próprio corpo.
É muito interessante como a autora retrata o pensamento da época, onde os escravagistas realmente enxergavam aqueles seres humanos como inferiores, sem direitos, apenas deveres.
Um escravo obrigado a dormir no chão, a vestir seu senhor e obedecer a todas as suas ordens é considerado ingrato quando não aceita mais a servidão.

Mais interessante ainda é os negros terem dúvidas, sentirem-se culpados, não se acharem no direito de lutar pela própria felicidade devido ao condicionamento que receberam desde tão jovens.

QUALIDADE LITERÁRIA: A estrada para São Paulo é um livro independente. Pelos agradecimentos vemos que todo o texto foi trabalhado em forma de cooperação, mas nem por isso chega ao leitor cheio de erros. Ao contrário, é uma obra muito bem escrita e bem revisada.
A versão digital apresenta alguns pequenos probleminhas na formatação, mas isso é normal na conversão e em nada atrapalha a leitura.
Fica de lição para autores que aceitam o amadorismo como desculpa para um texto cheio de erros, algo que atrapalha muito autores nacionais de qualidade como a Mariana Chazanas.

CONCLUSÃO: A estrada para São Paulo se mostrou uma joia que precisa ser descoberta por mais pessoas. É um livro que mostra uma autora consciente da história que deseja contar, que toca num tema dificílimo de forma magistral e que merece os louros pelo bom trabalho realizado.


site: www.desinformadoss.blogspot.com

Carol 22/07/2022

Chocada
A primeira coisa que me chocou é que esse não é um livro Hypado, mas deveria ser. Todo brasileiro deveria ler esse livro. A gente ama romance histórico gringo, né? Mas os brasileiros não deixam nadinha a desejar.
Meu segundo choque foi ver as coisas tão de perto (ou ler). Claro que a gente estuda história na escola e sabe dos absurdos do período de escravidão (período que ainda existe né rs), mas ver assim em um livro, sabendo nome de personagem, é muito diferente.
Meu terceiro choque foi a escrita de autora ser tão boa. Não conhecia e já quero ler tudo. Nem via o tempo passar.
Livro muito triste, cheio de gatilhos.
5 estrelas pela divulgação, a gente precisa ler coisas assim. Não dá pra ignorar.
5 estrelas pela forma que é contado. É uma pena que é baseado em fatos reais.

Camila 23/09/2020

Sensível, inesquecível e profunda
Uma história maravilhosa, emocionante e muito bem escrita. Nos mostra um pouco do foi a escravidão no Brasil e como os negros eram tratados pior que animais, os castigos físicos e os abusos psicológicos que sofriam. Enredo envolvente e personagens muito bem construídos. Diversas passagens me deixaram angustiadas e triste com tamanha brutalidade das pessoas da época. Uma leitura que nos faz refletir sobre o nosso papel diante do racismo presente em nossa sociedade nos dias de hoje.
Um livro para não esquecermos da crueldade da escravidão no Brasil.

Suzana 31/03/2021

Muito tocante e bem escrito
Imagina a felicidade da pessoa formada em História que encontra um romance histórico que se passa no Brasil!!! Infelizmente, temos poucos autores que decidem se aventurar por esse gênero, então quando acho um livro do tipo ele imediatamente entra na minha wish list.

A Estrada Para São Paulo me foi muito bem recomendado e, depois de ler, eu confirmo a recomendação: é um livro muito bem escrito, com uma linguagem muito sensível e que realmente transporta o leitor para a São Paulo do século XIX, não só pelas descrições, mas também pela fala dos personagens.

Me senti angustiada com a angústia deles; me senti feliz com a felicidade deles. Não foi fácil ler os momentos em que crueldades são narradas, nem suportar certas pessoas do livro com seus preconceitos (Isabela merecia uma surra, sério). Triste é imaginar que esse era o pensamento da época e que muitos ainda o reproduzem na atualidade.

Torci muito para que essa história tivesse um final feliz, em nome não só de Adeze e seu irmão, mas em nome de todos aqueles que foram arrancados da África à força e vieram parar nas Américas, sendo maltratados e, recorrentemente, separados de suas famílias, como se não tivessem sentimento nenhum.

A única coisa que em deixou um pouco confusa na narrativa se relacionou à passagem do tempo. Não é especificado com clareza a idade que os protagonistas tinham, mas isso é normal, pois nem eles mesmos sabiam com exatidão. Contudo, conforme a história se desenvolve, o tempo passa e isso não é sempre reforçado de alguma forma. Você pensa que se passaram apenas alguns meses e, quando vai perceber, passaram-se anos. Assim, eu continuei imaginando os personagens como crianças durante vários capítulos, sendo que, depois de certo momento, eles já eram adolescentes.

Mas fora esse detalhe (que talvez passe até despercebido para alguns), é uma trama muito envolvente. Recomendo!

Jana Diglio 11/10/2021

Por Deus! Que livro potente, que livro forte, que livro senhores... QUE LIVRO!!
Conheceremos a vida e a história de Adeze e Onyema, irmãos africanos que foram roubados do seu país, da sua aldeia, da sua família, da sua casa, sua vida para servir outros.
Eles nunca pediram isso, eles não quiseram... não lhe faltavam coisas, eles tinham a vida, a família e felicidade!

O livro conta anos e anos da vida desses irmãos, separados assim que desembarcaram no Brasil, mas que nunca se esqueceram.
Eles prometeram se reencontrar, se cuidar e se salvar! Mas como será possível diante daquela realidade escravocrata e aprisionadora? Eles cresceram aprendendo a servir, a não lutar pelos seus direitos e desejos.
E quando a liberdade chega, o que fazer com ela? Não sabem ser livres, não sabem decidir por si, não sabem mais...

Uma realidade escrita de forma nua, crua, angustiante e forte!
Não tem outra palavra para definir a não ser um livro POTENTE! Esse livro é potente, é forte...

Teve momentos que eu comecei a gostar e me senti mal por gostar!
Não espere uma passada de pano, não espere por bondade, não espere por um romance...
É um livro pesado, cheio de gatilhos... difícil de digerir... mas é um livro extremamente importante!!!

Conheça um pouco mais dessa época através desse livro!
E se você achar que está tudo bem, releia... não está tudo bem!
Não estava naquela época e ainda não está hoje!

Cintia 14/05/2020

A estrada para Sao Paulo conta a história de Adeze e Onyema dois irmãos, que foram sequestrados do seu pais para serem vendidos e escravisados aqui no Brasil.Ao chegarem aqui no Brasil foram separados Adeze foi vendida para duas irmãs para fazer a limpeza da
casa elas também ensinaram a ler, tocar piano. Onyema foi dado de presente para uma menino que tinha a mesma idade que ele. Mesmo não vivendo como os outros escravos eles tambem sofrem muitas outras coisas é vão descobrir como sobreviver nesse novo mundo.