Eles eram muitos cavalos

Eles eram muitos cavalos Luiz Ruffato




Resenhas - Eles Eram Muitos Cavalos


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fev 13/01/2021

É um livro bom e diferente. Entendo o motivo das pessoas gostarem tanto da obra, mas não me conquistou tanto. No entanto, recomendo a leitura. Alguns textos são melhores que outros. Acho a ideia boa. Gostei bastante do texto "O 'Crânio'".

Textos pequenos e leitura rápida.
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Cecilia 16/11/2020

Nós somos muitos
Livro de uma humanidade destamanho. Mas não para por aí. A grandeza também está nas microestórias que dão voz a uma São Paulo não desejada, mas verdadeira.

Os vários relatos esparramam-se por uma cidade capaz de provocar sofrimento até aos cachorros e de rebaixar a vida humana à miséria e a falta de sentido. Há momentos, porém, de leveza, mas que são seguidos, novamente, por estória que investigam minunciosamente a violência, a desigualdade social e de gênero e a ausência de amparo governamental.

A construção das personagens se dá, sobretudo, em relação ao espaço urbano que elas ocupam. Os discursos mudam conforme a região no mapa e deixam nítido que paulistano não é só um, mas vários. A pontualidade da descrição de espaços e personagens faria qualquer morador da cidade dizer que Rufatto é paulistano e não mineiro. Embora isto não seja um elogio demonstra a grandiosidade de Eles eram muito cavalos.

Como toda grande obra o livro não é só um registro localizado: é humanitário. A intertextualidade com Cecília Meirelles revela o que está por vir: acompanhar como uma câmera vidas hunanas que importam, se manterão desconhecida e que passarão, sendo seguidas por novas vidas que importam, se manterão desconhecidas e que passarão, sendo seguidas por novas vidas que



Janelas do meu quarto,

Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é

(E se soubessem quem é, o que saberiam?)
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Paulo, o Vitor 03/11/2020

LEIA EM VOZ ALTA
Se vocês querem um livro curtinho para um fim de semana, leve, e cheio de histórias fáceis, este livro não é para você...
Este livro retrata contos cotidianos que se passam num dia qualquer na cidade de São Paulo, e em seus vários capítulos temos a visão do que se passa desde um cachorro de rua até um político. Este livro tem ritmo, um ritmo rápido: TUDO, ABSOLUTAMENTE TUDO, ACONTECE SIMULTÂNEAMENTE e muito rápido, então, ao mesmo tempo que a pessoa está sendo relatada andando na rua, há vozes de conversas paralelas entrecortando os pensamentos da personagem principal que era para ser o foco, para quem conhece cidade grande sabe que é exatamente assim, a balbúrdia de vozes se torna trilha sonora do cotidiano urbano, e apesar de se passar nos anos 2000, passaram-se 20 anos e essa essência paulistana permanece...
Bom, é um livro excelente que pode ser lido diversas vezes, tem diversos episódios, merece toda a aclamação e premiação que teve porque ele traz algo muito grandioso que é o conhecer e refletir sobre histórias que embora fictícias acontecem no dia-a-dia
Leia em voz alta, pois é um livro com ritmo e muito mais perceptível com uma leitura oral em que você recita poemas e os contos dessas crônicas se tornam dinâmicos e bem mais interessantes.
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vick 08/08/2020

" é curtinho" pensei. Termino logo. Ledo engano, Leda Nagle. Cada miniconto que compõe "eles eram muitos cavalos" é um tiro, rápido e letal. Em fragmentos, Ruffato cria um painel da cidade de São Paulo, mostrando as vidas de brasileiros que nascem sob o símbolo das complexidades desse país.
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Amanda Teles - Livro, Café e Poesia 16/07/2020

No meio de uma pandemia onde a ordem é fazer distanciamento das pessoas, ler este livro que é um retrato aglomerado, me fez um bem tão grande que vocês nem imaginam.

As histórias se passam em um 9 de maio de 2000, um dia qualquer, pessoas aleatórias, cada uma com seu protagonismo, sua vida e seus dilemas. Luiz Ruffato nos mostra um retrato social visceral em 70 histórias que são poesia, música, verso, fragmento, dor, amor, esperança, enfim histórias comuns de pessoas normais. São tão comuns que é impossível não se ver em pelo menos uma delas, me vi em algumas. São histórias que fazem parte da gente, que fala de gente e suas relações, um retrato social visto de São Paulo onde os personagens são de todo o Brasil.
Resenha completa no perfil literário do Instagram e Facebook @livrocafeepoesia
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Depósito Literário 16/05/2020

RESENHA - ELES ERAM MUITOS CAVALOS
O livro retrata múltiplos acontecimentos vividos na cidade de São Paulo por meio de pequenos textos independentes, mas coesos. A cada história uma nova nuance humana se apresenta, expondo questões sociais e dilemas morais ou éticos. Na pista criada pelos problemas da vida moderna, os cavalos aglomeram-se e dividem espaço com os mais variados setores da coletividade; médicos e grandes empresários mesclam-se com prostitutas e mendigos, por exemplo.

Não espere vencedores, o limite entre o bem e o mal encontra-se completamente nublado. Não aguarde pelo clímax da corrida ou pelo desfecho da competição, o aprendizado está no trajeto. Abra-se para as surpresas oriundas de algumas cenas. Prepare-se para a melodia do galopar repetidamente cruzando os olhos e os ouvidos dos espectadores.

Mais semelhantes aos observadores do que se imagina, as marcas da oralidade, as variações linguísticas e os elementos culturais estendem-se ao longo de toda a corrida, relatando a aproximação entre os dois lados do espetáculo. Resta a pergunta: “Onde estão os cavalos, na plateia ou nas raias?”


“Vão cavalos, vêm cavalos,
por cima da Mantiqueira.
Donas espreitando as ruas,
pelas grades de urupema.
Padres escrevendo cartas,
doutores lendo Gazetas...
Uns querendo ouro e diamantes,
outros, liberdade, apenas..”
⠀⠀
“Eles eram muitos cavalos,
mas ninguém mais sabe os seus nomes
sua pelagem, sua origem...
E iam tão alto, e iam tão longe!”
(Trechos de “Romanceiro da Inconfidência”, de Cecília Meireles)

site: https://www.instagram.com/depositoliterarioblog/?hl=pt-br
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Daniel263 23/02/2020

Um dia na selva de pedra paulista
"Em correria, gritos atravessam as telhas francesas, olhos mendigam explicações"
(13,9%)

Este foi o primeiro livro que li do mineiro Luiz Ruffato, e gostei muito do seu estilo! Mas dessa vez não posso falar muito sobre o livro porque foi o escolhido para a discussão no próximo encontro do meu longevo Clube de Leituras... Vou adiantar só um pouquinho: são 69 episódios na cidade de São Paulo, nas mais variadas formas: microcontos, poemas, classificados etc., enquanto os temas variam de fatos corriqueiros à reflexões recheadas de digressões.

A aspereza e a frieza de alguns episódios dão o tom do retrato feito pelo autor, ao mesmo tempo em que sua voz narrativa encanta, simulando sotaques e maneirismos e trazendo lirismos bem bonito.

No geral, a cadeia de eventos apresentada monta cenários de São Paulo de uma forma que deve emocionar os paulistas, assim como "A vida invisível de Eurídice Gusmão" (apresentado anteriormente aqui) sensibiliza os cariocas.

"[...] e ela balançando de um lado para o outro sobre a carroça desfilava radiante seus olhos azulíssimos pela verde extensão das coxilhas e era plena em sua felicidade a felicidade que temos aos sete anos e que ela agora com o som do microssystem ligado no último volume no décimo terceiro andar de um edifício em cerqueira césar jogada no chão quase bêbada desesperadamente reconhece mas meu deus como deixara escapar aquela felicidade em que momento da vida ela tinha se esfarelado em suas mãos em que lugar fora esquecida quando meu deus quando"
(67,6%)

#mundodebiblio #curadorliterario #neguentropistaliterario #eleserammuitoscavalos #luizruffato #clubedeleitura #clubedolivro #literatura #livro #leitura #ler
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Sabrina 26/08/2019

Pra ser lido e relido muitas vezes!
Só grandes escritores escrevem assim. Luiz Ruffato faz em "Eles eram muitos cavalos" uma ode a São Paulo - para o leitor que a conhece, percebe logo que é uma crônica muito acurada da cidade. Mas também pode ser uma ode à qualquer grande metrópole, sobretudo as brasileiras. Em cada mini conto, aparece o pequeno dia a dia dos habitantes no meio da multidão de uma megalópole, com suas dores e prazeres - muito mais dores que prazeres, é bem verdade. Mesmo quando fala de ricos, Ruffato toma o cuidado de representar também os seus problemas, que tanto caracterizam qualquer existência humana. Quando aborda os pobres, o escritor vai a raiz do problema, às favelas e as mães drogadas e abandonadas. Em cada mini conto, uma voz autoral ligeiramente diferente. Há contos que não possuem uma única pontuação ao longo de três páginas, em um fluxo de consciência perfeito. Há até a oração de Santo Expedito, esta que costuma inundar as esquinas da cidade em formato de panfletos. Há o pastor que prega na saída do metrô para a multidão, e a perspectiva do narrador nos faz ver a coragem e a dificuldade de rezar assim em público. E aí mora um dos grandes trunfos de Ruffato: nos faz ter simpatia por todos os moradores da cidade, vendo que todos eles compõem o coração da megalópole. Um livro pra ser lido e relido muitas vezes, para se ter na estante e ser exemplo de escrita inventiva!

site: https://medium.com/@sabrinadidone
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Amoedo 09/08/2019

Escritor-equilibrista, leitor transformado em mosca que tudo ouve e tudo vê
Poucas vezes vi a forma sair do tradicional e casar tão bem com o conteúdo. É muito comum se querer quebrar a estrutura mais básica de narrativa. E é bem raro isso gerar um livro bom o suficiente. Pois Eles Eram Muitos Cavalos é uma dessas raridades. O leitor se torna uma mosca com uma câmera subjetiva que a tudo capta. O escritor se permitiu andar na corda bamba a uma altura imensa e sem qualquer rede de proteção. Logo na primeira página dá um sentimento de que logo irá cansar, de que em algum ponto não dará certo e que o escritor-equilibrista se espatifará no chão. Pois não é que ficou perfeito o trabalho? Desses livros que você termina descobrindo que não existe impossível em estrutura narrativa.
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Lorena 15/07/2019

Caos
É um livro bem incomum. Nunca tinha lido nada parecido. Não tem estilo definido. Na verdade, não tem nada definido. Alguns trechos são ótimos, outros não são e alguns não dá nem pra entender do que se trata. Vale muito como experiência, mas não é o tipo que eu queira repetir.
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MF (Blog Terminei de Ler) 24/03/2019

Um retrato sensorial da cidade de São Paulo por meio de seus vários personagens anônimos
Livro "Eles eram muitos cavalos" de Luiz Ruffato. A obra se passa ao longo de um único dia (09/05/2000, terça-feira), na cidade de São Paulo. Trata-se de um livro ímpar em seu estilo, justamente por não ter um estilo, um gênero definido. São 69 capítulos que passam entre contos, crônicas, poesias, listas, diálogos, propagandas, etc.

O livro é um olhar atento para os detalhes da grande metrópole. Tal como um documentário, um retrato, a obra olha para os mais diferentes personagens que tornam viva a cidade. O mendigo invisível, o desempregado, o jovem na favela, a prostituta de luxo, o empresário corrupto, os imigrantes... a classe pobre, a classe média, a classe rica. Ruffato transita entre todas as camadas sociais em um olhar cru, por vezes intimista, tentando captar a essência da capital paulista por meio de seus moradores.

Como dito anteriormente, não há um gênero literário dominante. Os capítulos funcionam como cenas de um filme, dialogando com a estrutura cinematográfica, tal como esquetes dramáticas. Esse diálogo com a sétima arte também é perceptível na estrutura de certos capítulos. As frases são cortadas e organizadas de forma estranha, como se o texto estivesse em movimento... tal como pessoas andando nas ruas de São Paulo. Pessoas que estão, quase sempre, com pressa, o que explica a ausência de pontuações em alguns textos: não há tempo para pausas, para pontuar, para cadenciar a narrativa, cuja essência captada da realidade é corrida. O livro funciona, portanto, como uma experiência sensorial. O anarquismo gramatical pode também, em alguns momentos, incomodar... o que é a aparente intenção do autor.

O título do livro é tirado de um poema de Cecília Meireles, presente em seu livro "Romanceiro da Inconfidência". Assim ela escreve:

"Eles eram muitos cavalos,
ao longo dessas grandes serras,
de crinas abertas ao vento,
a galope entre águas e pedra (...)
Eles eram muitos cavalos
rijos, destemidos, velozes
entre Mariana e Serra do Frio,
Vila Rica e Rio das Mortes (...)
e uns viram correntes e algemas,
outros, o sangue sobre a forca,
outros, o crime e as recompensas. (...)
Eles eram muitos cavalos,
Mas ninguém mais sabe os seus nomes (...)"

Na obra de Cecília, no andar da vida, o drama dos inconfidentes (incluindo seus animais) acaba caindo no esquecimento, como denota este último verso citado. Na metáfora criada por Ruffato, as pessoas são as responsáveis por fazer a cidade funcionar, tornando-a rica em seus detalhes. Por outro lado, seus dramas, suas histórias, são anônimas. Cada pessoa é como um retalho de um grande tecido que é a cidade, mas os fios são invisíveis.

Um outro detalhe importante do livro é a abordagem sobre a injustiça social. A criminalidade, a corrupção, a prostituição, a pobreza, etc., se revelam nos detalhes das diferentes narrativas. Há um incômodo perceptível, que funciona como um soco no estômago.

A leitura do livro de Ruffato é uma experiência interessante e enriquecedora, principalmente para aqueles que tentam enxergar além daquilo que a visão do cotidiano tem a oferecer. Um livro muito bom!

site: https://mftermineideler.wordpress.com/2019/06/06/eles-eram-muitos-cavalos-luiz-ruffato/
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Desirre2 20/01/2019

Não existe livro que tenha captado São Paulo melhor do que a obra de Ruffato. Um dos melhores livros já criados na vida.
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Nath Moraes 18/12/2018

Tem contos que são uma faca no fígado!
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Aline 02/08/2018

E eu pensei no meu irmão
Ingênuos, mas de um jeito justificável e que desperta aquele tipo mais genuíno de indulgência.
Inteligentes, mas de um jeito meio trágico, do tipo que talvez fosse melhor permanecer na ignorância.
Ingênuos ou Inteligentes, eles eram muitos brasileiros, medíocres, vivendo um dia de cada vez em São Paulo. E aviso aqui que vem com o “Certificado Sartre de Pessimismo”.

Difícil explicar como um livro sobre nada despertou tantas emoções diferentes. Honestamente, acredito que seja 100% mérito do autor.
Não recomendaria para alguém que acredita em mentalizar o bem, sete passos para a realização pessoal ou felicidade nas pequenas coisas. Na verdade, lá no silêncio da minha leitura, antes de dormir, pensei no meu irmão: Um cara que não tem facebook, muito menos instagram, não fala muito, nem critica, não vai à igreja, não usa terno, não escreve textão, mas é onipresente. Diante de qualquer confidência que vc faça, ele simplesmente responde “Eu Sei”. E ele nunca tenta te tranquilizar com a hipocrisia das frases de impacto, porque sabe que compreensão é o melhor consolo. Enfim.... eu sei que fugi um pouco do assunto aqui, mas queria concluir assim: Para os "pessimistas onipresentes" como meu irmão, Eles Eram Muitos Cavalos
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Lopes 20/07/2018

| O choque ou o espasmo linguístico |
Tornar algo vivo e em contínuo movimento, causando nas fronteiras de cada limitação anunciada nas histórias, versos, crônicas, notícias, dentre outras variações, um choque exaltado. Esses cavalos "sem" ordenação saem trovejando nas violentas pisadas o que cada fronteira destes choques são capazes de realizar. Bom, quase místico demais, mas é uma alegoria própria, logo, perdoem-me. Luiz Ruffato estremece a linguagem em seu livro, os espasmos que cada roteiro propõe quando olhamos o conjunto da obra é um dos segredos que podemos tratar de revelar. São histórias ou historietas curtas, pequenas crônicas, notícias, enfim, um reflexo de gêneros que Ruffato escreve para lermos acerca do limiar da vida da linguagem, sua elasticidade, e como dito acima, seu estremecer. E a cidade de São Paulo é o palco desse olho do furacão, a cidade propõe diversos dogmas e multifacetadas realidades, que dispõe à obra o veraneio do inferno. Esse inferno é o cúmulo, o ápice, o contraponto a calmaria relevante da vida, sem esse lugar do anti gozo o olhar se reduz a meras tirinhas riscadas a cores. Uma São Paulo ainda previsível, mas constante, de chacinas a loucura. Todos os micro 'algo' são mais que experimentações da linguagem, é ela já enlouquecida, no furor da vida. O prazer de ler é renovado, posto a dificuldade, ele senta e olha os cavalos passarem, e como eram muitos nós também sentamos. Talvez Cecília soube desfilar poeticamente o início desta saga e talvez Luiz terminou sobejamente.
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