Tatiana 17/04/2017
O livro de Branca Sobreira é apresentado pela editora como um livro de contos. Talvez seja assim mesmo, mas eu acho que ele é um livro de fragmentos. Fragmentos de pensamentos, de sentimentos, de existência. É como um vislumbre, algo bem rápido, como quando você está passando de ônibus e de repente você assiste a uma cena da vida de alguém na rua. Só que, ao invés de serem acontecimentos e ações externas, no livro, nos deparamos com as paisagens internas.
Com poucas palavras a autora cria um universo de sensações e, por mais que os textos não contem, necessariamente, uma história unificada, eles ainda si possuem uma simetria entre si que nós não podemos debitar apenas na conta do trabalho editorial (que, aliás, como sempre é maravilhoso quando se trata da Editora Moinhos). Sobreira criou uma linha de vida ali, juntando experiências que sobrepostas se tornam atemporais.