Natalia Noce 09/05/2020
Se você sofre com algum distúrbio psicológico como depressão, ansiedade, anorexia, bulimia, etc e principalmente automutilação...
GAROTA EM PEDAÇOS NÃO É PARA VOCÊ!!! SE AFASTE DELE AGORA MESMO!!!
A quantidade de gatilhos presentes em Garota em Pedaços é absurdamente grande para uma mente que não esteja sã, então se não está bem se afaste e se preserve. Têm muitos outros livros por aí que podem te ajudar a se curar. Garota em Pedaços não é um deles.
Agora se está tudo bem com você vamos à resenha.
Garota em Pedaços, de autoria de Kathleen Glasgow, chegou às livrarias no final de Agosto de 2016 pelo selo Outro Planeta da editora Planeta e está em sua segunda edição. É o romance de estreia da autora e foi um dos ?Livros do Ano? da Amazon/EUA de 2016 e da revista Teen Vogue alem de ter entrado para lista de best-seller do New York Times.
O livro conta a história de Charlotte Davis, Charlie, uma adolescente que tem problemas com automutilação, depressão e drogas. Vinda de uma família bem desestruturada, com uma infância sem muitos amigos e muito bullying a garota parece perfeita para uma vida desastrosa.
Na primeira parte temos Charlie internada em um hospital psiquiátrico após quase se esvair em sangue. A menina se recusa a falar e dividir suas experiências com as outras internas. Quando finalmente começa a apresentar melhoras um problema com o plano de saúde a coloca novamente nas ruas tendo que aprender a se curar sozinha. Ela não quer mais voltar para o fundo do poço e vai lutar com todas as suas forças. Um amigo e uma nova oportunidade podem fazer toda a diferença em sua vida.
?Tudo e todos que estão estragados têm conserto.? ? Admito, eu chorei.
Garota em Pedaços foi um livro difícil de ler, não pela escrita, mas pelo conteúdo. A autora por ter tido experiência com automutilação soube escrever bastante bem tudo o que se passa na cabeça da personagem durante a sua recuperação. Kathleen Glasgow consegue nos mostrar todas as dificuldades de se manter sã e sair do ciclo vicioso que todos nós temos de voltar aos padrões conhecidos. Podemos ver também como pessoas dispostas a ajudar fazem toda a diferença na recuperação e como o preconceito pelas cicatrizes faz com que muitas oportunidades sumam.
?Como se pode viver com medo de si mesma?? ? Essa pergunta me fez ver o quanto as vezes nós somos nossos piores inimigos.
Fiquei angustiada em diversas partes do livro e muito dessa angustia se deveu ao fato sensorial da capa, os riscos em cima do título são em alto relevo como se fossem cicatrizes deixadas pelos cortes auto infligidos.
Esse é um assunto pouco discutido e de extrema importância, cada vez mais vemos pessoas com problemas psicológicos nesse mundo. Não precisamos ter medo, nem vergonha de admitir que não estamos saudáveis mentalmente.