Tudo o que nunca contei

Tudo o que nunca contei Celeste Ng




Resenhas - Tudo O Que Eu Nunca Te Contei


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Suelen 04/06/2018

Que LIVRÃO!!!

Confesso que peguei esse livro pra ler pensando que seria mais um no gênero, mas logo nas primeiras páginas fiquei tão conectada com a história e com a escrita da autora que não conseguia parar de ler.

O livro é narrado em terceira pessoa, e a autora escreve de um forma tão maravilhosa, que consegue ?amarrar? as perspectivas de diferentes personagens de forma tão natural, que deu gosto de ler.

A autora fala sobre temas como: o preconceito, as aparências e expectativas que muitas vezes a família cria e tudo isso numa época (década de 70) em que esses assuntos eram bem complicados de serem discutidos.

SUPER recomendo a leitura e já quero ler tudo dessa autora!
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Yuri Rebouças 08/06/2018

O peso das expectativas
O novo projeto gráfico da Editora Intrínseca para os livros da autora Celeste Ng são simplesmente incríveis, e foi exatamente encantado por essas capas (às vezes podemos sim ler um livro pela capa, vai, e convenhamos que a antiga era péssima) que eu tive a ótima surpresa do Tudo o que nunca contei.

Antes de qualquer coisa é importante deixar BEM claro que esse não é simplesmente um livro policial no clássico estilo detetive/crime/culpado. É evidente que a trama circula em torno do desaparecimento — e morte — de uma garota, mas isso é de longe o foco da obra, e em certo momento nós estamos tão imersos na atmosfera psicológica daqueles personagens que até chegamos a esquecer que a história se iniciou com a morte de alguém. Estamos mais interessados em saber o que vai acontecer a partir de então, como eles vão lidar com a falta de uma pessoa querida e as consequências de tudo isso. Uma referência, ainda que distante, para exemplificar melhor o livro é o Pequenas grandes mentiras (Big little lies), onde conhecemos os pontos de vistas de diversos personagens e vivenciamos os seus dramas diários até chegar ao grande clímax.

A história nos apresenta uma protagonista interessante e cativante, embora ausente, afinal Lydia já está morta quando começamos a acompanhar o desespero da sua família em descobrir o paradeiro da jovem. Tudo o que os seus pais sabem é que ela não dormiu em casa e sequer foi à escola naquele dia, o que é absurdamente suspeito para alguém quase perfeita como a garota. A partir dessas descrições dos pais (os capítulos são alternados entre todos os membros da família, composta pela mãe, o pai e dois irmãos mais novos) sobre Lydia nós já percebemos que há algo MUITO errado em tudo isso, e apesar da tensão que domina toda a narrativa, não falo aqui somente do mistério em descobrir o que aconteceu com ela, mas o nível quase doentio com que aquelas pessoas tratavam uma menina de 16 anos.

Lydia era esperada para ter um futuro promissor, uma expectativa imposta pelos pais que não queriam que a filha vivessem a mesma realidade que eles, porque queriam MAIS, queriam MUITO para ela, e durante o livro nós vamos percebendo que aquelas cobranças caíam sobre os ombros da garota como um peso que aumentava e ela já não conseguia mais carregar.

A narrativa da Celeste Ng é densa, e apesar de soar artificial em alguns momentos (como uma trama já roteirizada para uma adaptação), nos impedindo de criar uma empatia mais profunda pelos personagens que ali vivem, é interessante conhecer intensamente os dramas, experiências e traumas que a ausência da Lydia causou em todos eles. Foi uma ótima leitura e antes que eu percebesse já tinha devorado cem páginas. Agora estou ansioso para ler o segundo romance da autora (Pequenos incêndios por toda parte) que acabou de ser lançado aqui no Brasil também pela Editora Intrínseca e tem uma capa tão linda quanto o anterior.

site: www.yurireboucas.com
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KarinC.Santos 15/06/2018

?Há muita coisa que precisa ser dita.?
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Letícia 06/12/2018

Esse livro foi um soco na boca do estômago.Ele é tão real e latente, que poderia ser a realidade de qualquer pessoa que nos permeia. É triste ver como a jovem Lydia é sufocada pelos desejos dos pais, é tão triste ver a Marylin fazer com Lydia o que repudiava na mãe, é cruel ver como James cobra tanto que a filha tenha vida social e sequer olhe para o Nath, dói tanto ver Nath ser o ponto de apoio de Lydia e a ver reclamar da atenção dos pais, sendo isso o que ele sempre quis e como é triste ver a pequena Hannah ser invisível a família. Sobre Hannah, me impressionou como essa menina tão pequena é observadora e inteligente. É um livro que te faz pensar se você está seguindo as suas vontades ou fazendo apenas os desejos dos outros. Super recomendo, de leitura fácil e trama envolvente.
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Marcela Pires 26/06/2018

Lindo!!!
"E a própria Lydia - o centro relutante daquele universo - todos os dias mantinha o mundo estável. Absorvia os sonhos dos pais, silenciando a relutância que fervilhava por dentro." pág. 163
Eu estou numa ressaca literária danada devido a essa leitura. Eu amei o livro! Ele mexeu muito comigo.

Lydia está morta, essa é a frase que já choca o leitor na primeira página. Aos poucos vamos conhecendo Marylin, a mãe de Lydia, Nat e Hannah, uma mulher inteligente e ambiciosa, que sonhava em ser médica até ficar grávida. James, o pai, um chinês nascido nos Eua, que sempre quis ser um homem cheio de amigos e influente.

Todas as expectativas frustradas desses pais caíram em cima de Lydia, uma garota de 15 anos, meio chinesa, meio americana, cabelos pretos e olhos azuis. Uma menina tímida e inteligente que o pai quer por todo custo que seja popular, e a mãe quer que ela seja tudo menos dona de casa como ela.
O corpo de Lydia é encontrada no lago perto da casa dos Lee, e a partir dai a estória e desconstrução dessa família ocorre.

"Agora ela pensava na mosca pousando delicadamente na poça de resina. Talvez ela a tivesse confundido com mel. Talvez sequer tivesse visto a poça. Quando enfim percebeu seu erro, era tarde demais. Ela se debatera, afundara e então se afogara" pág, 276

"Tudo o que nunca contei" é um livro extremamente sensível, com grande fator psicológico, que mexe com as nossas frustrações mais profundas e nós mostra o que elas podem fazer em nós, e em quem nos cerca.
O preconceito que os Lee sofrem, a culpa que James sente por ser chinês e por fazer seus filhos sofrerem esse buillyng numa sociedade extremamente preconceituosa, os desejos de Marylin em ser uma profissional de sucesso, a solidão de Hannah, a relação fraternal e confidencial de Nath com Lydia, isso tudo me envolveu muito, e fiquei emergida nessa estória que poderia ser de qualquer um de nós.
Hannah é uma menina tão especial e tão abandonada, ela é tão atenta àquela família mas é tão deixada de lado, que me emocionou. A solidão é outro assunto bem desenvolvido, solidão de James, de Lydia...de toda essa família que é vista a margem da sociedade só por ser chinesa.
Jack é a prova que nem tudo o que vemos é o que é. Que não conhecemos uma pessoa só pelo o que achamos dela.
O título fala por si só, é tudo o que Lydia poderia ter dito, ela sofre calada, fazendo tudo por essa família, tudo para agradar a mãe, deixando até seus desejos em segundo plano.

O final é lindo! É uma tentativa de libertação dos medos e das amarras.





site: www.mulhericesecialtda.com
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Giovana 12/07/2018

"As pessoas formam uma opinião antes de conhecerem você."
A história de Tudo o que nunca contei começa na década de 50 nos Estados Unidos, época que Marylin e James (pais de Lydia) se conhecem.

Marylin é norte-americana e branca e James filho de imigrantes chineses.

Hoje em dia o relacionamento deles não seria nada demais, certo? Pois é, mas imaginem que nos EUA nessa época havia LEIS anti-miscigenação (proibição de relacionamentos entre raças diferentes) até 1967 e que mesmo depois de decretado a decisão de revogá-las, alguns estados demoraram muitos anos pra mudar as constituições e permitir o casamento inter-racial. Ou seja, o casamento deles só seria "aceitável" aos olhos das pessoas anos depois. Mas, contrariando a todos, eles escolhem ficarem juntos.

Ok, situado nesse ambiente terrível, teremos também uma aparição do feminismo, pois Marylin se sente frustrada por não querer seguir a vida de dona de casa como a mãe (muito comum nessas décadas), mas sim de médica; E acaba "perdendo" a chance de realizar esse sonho depois de descobrir que está grávida.

E durante todo o livro então, vamos conhecer a história ao redor desse núcleo familiar dos Lee. Através de uma narrativa em terceira pessoa e intercalando passado (antes da morte de Lydia) e presente (dia da sua morte e eventos posteriores), Celeste nos apresenta a ótica de todos os membros da família. E olha, ao ler, dá vontade de abraçar os personagens e dizer a todo momento: "Calma, tudo vai ficar bem".

Percebe-se claramente que o foco da história é Lydia (apesar de os outros integrantes da família aparecerem muito também). Com seus 15/16 anos, a menina é o alvo dos pais, que desejam que ela supra suas expectativas e os objetivos frustrados do passado. E aí entra outra e, pra mim, a maior das questões do livro: o peso das expectativas familiares. Lydia não quer ser médica ou popular ou o que for, ela só deseja ter liberdade de escolha, embora algo a pressione pra guardar esses sentimentos para si.

Quando ela morre, fica aquela dúvida no ar se foi suicídio ou assassinato. Mas o livro não gira ao redor desse mistério. Não que não seja algo importante, é sim. Mas o ponto central, a meu ver, é a discussão e reflexão sobre uma família assombrada por racismo e acontecimentos passados. Celeste nos mostra como pequenas ações de ódio afetam a vida e escolhas das pessoas, impactando também suas futuras gerações.

Eu nunca conheci alguém próximo que fosse de descendência chinesa (e oriental, no geral), então nunca presenciei preconceitos do tipo. Embora saiba que exista, foi bem pesado ler algumas coisas. Rola aquela sensação de querer entrar no livro e resgatar o personagem de toda aquela maldade alheia? Total.

Mas e aí você pode se questionar: Daria pra resolver tudo isso apenas dialogando mais? E eu digo que talvez sim, talvez não. Imagino que em qualquer família é praticamente impossível ser aberto sobre tudo.

Logo, é difícil julgar a família Lee por tudo o que ocorreu (e que não ocorreu também). O livro serve pra nos fazer refletir sobre alguns temas e isso, garanto que faz com maestria.

Já adianto que o desfecho da história é, de certa forma, sujeito a interpretações. O que pode não agradar a todos, mas eu acho que complementou todo o cenário da história.

Por fim, devo dizer que recomendo sim (e muito!) o livro. É algo difícil de se ler e ao mesmo tempo tão fácil de se identificar. O título resume perfeitamente o tema do livro e fala por si só. Tudo o que nunca contei, vale para todos os personagens, que guardam as coisas pra si e se deixam sufocar por isso.

Gostei muito da escrita da autora. De uma forma marcante, ela soube dissecar a história e transmitir vários sentimentos envolvidos, o que me levou a conexão com os personagens e, claro, sofrer junto com eles.

Já inclusive adicionei à minha wishlist o outro livro dela publicado: Pequenos Incêndios por toda parte (que promete ser outro tapa na cara).

site: https://aminoapps.com/c/leitores-br/page/blog/resenha-tudo-o-que-nunca-contei/qkm7_WZ0URudVLjvMjxBq4PRV4gr0E23N6n
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Thayna Cursino 13/06/2024

A história me prendeu do início ao fim, a escrita da autora é sensacional, os personagens são tão bem desenvolvidos que consegui me conectar com seus sentimentos. Esse livro nos mostra o quão prejudicial é despejarmos no outro as nossas frustrações, inseguranças e expectativas exageradas. No início achei que os capítulos longos pudessem me travar na história, mas eu li que nem percebia o tempo passar. Estava precisando de uma história bem trabalhada, pois até então a maioria dos livros que li esse ano foram medianos. Apesar de termos um mistério a ser solucionado na história, este não é um livro de suspense, pois sinto que o objetivo é nos apresentar a trajetória de vida dos personagens, e a partir disso discorrer as questões pessoais de cada um, até culminar na tragédia que nos é apresentada.
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Renata (@renatac.arruda) 29/07/2018

Embora as tramas sejam consideravelmente diferentes, vi muitas semelhanças entre "Tudo o que nunca contei" e as primeiras temporadas de The Killing, principalmente a primeira. Em ambas, uma adolescente aparece morta em um lago da cidade e a partir daí, começam a se descortinar segredos e traumas íntimos, desintegrando a imagem da família perfeita e da boa menina de futuro promissor. Também nas duas a maternidade é um tema explorado sem romantismos, mostrando como o peso da responsabilidade leva a decisões que inevitavelmente irão afetar o futuro dos filhos.

Não à toa, em seu livro Celeste Ng faz questão de deixar bem claro: "Como aquilo começou? Como tudo sempre começa: com mães e pais. Por causa da mãe e do pai de Lydia, por causa das mães e dos pais de sua mãe e de seu pai". Se na série o foco é na investigação policial, o livro faz um estudo de personagens, mostrando como o passado e as motivações de cada um contribuíram para que se chegasse na morte da filha preferida de um casal inter-racial, formado por uma mulher branca e um homem descendente de chineses. Esse é um detalhe-chave para a narrativa, uma vez que o isolamento e a discriminação sofridas pelo pai despertaram nele um desejo de pertencimento não compartilhado por sua esposa, uma mulher frustrada por ter sido impedida de dar continuidade a seus estudos e se tornar independente, sendo arrastada contra a vontade para a chamada mística feminina, valores que pregavam que ser esposa e mãe representavam o ápice da realização feminina. O resultado disso são pais que tentam viver através dos filhos e que, ao depositar neles todas as suas expectativas de realização, acabam não se dando conta da pressão sufocante que exercem, deixando de perceber quem seus filhos realmente são e o que de fato querem.
Problemas que poderiam ser amenizados mais diálogo e compreensão.

Em: https://www.instagram.com/p/BlG_Sy_HWe_/

site: https://www.instagram.com/p/BlG_Sy_HWe_/
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Natasmi Cortez 28/03/2017

"Tudo o que nunca contei"
"Lydia está morta. Mas eles ainda não sabem disso. Dia 03 de Maio de 1977, seis e meia da manhã, ninguém sabe nada a não ser por este fato inofensivo: Lydia está atrasada para o café da manhã."
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Personagens bem construídos, carregados de uma melancolia incômoda, dão o tom à uma trema repleta de desesperança. Uma história que fala dos sonhos que não realizamos e sobre as expectativas irreais que colocamos sobre aqueles que amamos, e à quem, sem querer, acabamos por sufocar.
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"E a própria Lydia - o centro relutante daquele universo - todos os dias mantinha o mundo estável. Absorvia os sonhos dos pais, silenciando a relutância que fervilhava por dentro."
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No cenário desencorajador de uma América castigada pela segregação racial, Celeste Ng conduz o leitor pelo lado menos favorecido dessa guerra silenciosa e assustadora chamada preconceito. Uma série de comentários aparentemente inofensivos sobre o formato dos olhos, a origem étnica e até mesmo a cor do cabelo, pode ter consequências sérias o bastante para ultrapassar gerações e destruir toda uma família.
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Capítulos longos e detalhados poderiam ser considerados cansativos, não fosse a escrita simples e envolvente da autora. Acompanhamos todos os personagens dessa trama, com seus segredos, medos e anseios. Virar a última página, é como dar adeus à um amigo querido e mesmo não sendo um livro de grandes revelações, esse é o tipo de história que ficará marcado em você pra sempre. Seja pela sinceridade da escrita, seja pelo tema, tão próximo de nós mesmos. Li a nota da autora, e até mesmo os agradecimentos, tudo por querer só mais um pouco de Celeste, só mais um pouco dessa narrativa íntima e generosa.
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JuhVogel 02/08/2018

Embora não seja o modelo de escrita que eu mais gostei, achei um livro bom e interessante. Nos faz pensar sobre a importância de revelar certas coisas, de se abrir ... Infelizmente nem todos são como Hannah q consegue ler tão bem nas entrelinhas...
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Maiara 27/08/2018

Livro maravilhoso
Que livro lindo e tocante.Uma história envolvente,com dramas familiares maravilhosos.A autora tem uma escrita leve e bem detalhada.Que é algo que eu gosto muito.
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Karini.Couto 06/09/2018

>>>PRIMEIRA FRASE DO LIVRO

site: http://www.alempaginas.com/
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Tamara 24/09/2018

Esse foi mais um daqueles livros que vinham bombando nas divulgações feitas em algumas mídias sociais, e pelas resenhas, dizia-se que era um livro maravilhoso, e até mesmo alguns que haviam o lido, diziam que haviam chorado durante boa parte dele. Então, curiosa com a sinopse que é bem atraente, diga-se de passagem, logo decidi que iria lê-lo um dia, e finalmente chegou o momento dele. Para minha surpresa, mas não decepção porque apesar dos bons comentários eu não havia criado mil expectativas, eu devorei a leitura, pois é uma obra muito instigante, que nos deixa com vontade de ler para juntar cada peça do quebra-cabeças, mas não foi um livro que se tornou excepcional ou qualquer coisa do gênero para mim, e na verdade acabou sendo mais uma das leituras medianas que de vez em quando encontro. Mas não, esse não é um livro ruim e fala de uma diversidade de temas interessantes, e apesar de em termos objetivos eu não achar que esse possa ser considerado o grande livro do século e nem nada do gênero, acho que ele é razoável, mas sou eu que tenho um longo histórico com não gostar desse tipo de obra e isso se refletiu aqui também. Mas, vamos por partes no que considero de positivo e negativo aqui nesse enredo. Inicialmente, eu pouco consegui desenvolver um afeto verdadeiro pelos personagens, o que, conforme já comentei várias vezes, acaba se tornando um problema para mim, porque não me ligando aos personagens não mergulho profundamente na história deles, o que não me causa um envolvimento verdadeiro e arrebatador. Bom, para falar a verdade senti sim um pouco de empatia por Lydia, a garota desaparecida e tudo o que cercou o seu desaparecimento, e também por Hannah, a sua irmã mais nova, uma criança esquecida por baixo de todas as decepções e egoísmos dos pais. Porém por outro lado, enquanto os personagens não me cativaram, os dilemas apresentados, de forma geral, foram muito bons, e temos discussões que vão desde o papel das mulheres na sociedade especialmente nos anos sessenta e setenta, quando são discutidos os principais acontecimentos que levaram ao ato fatídico, e também a questão dos imigrantes, a exclusão social lenta e degradante, bem como as expectativas que depositamos nos outros, e os medos que temos de deixar alguém partir, e em meio a essas discussões, por vezes me senti solidária, por vezes senti certa raiva de algumas atitudes e em outras fiquei querendo que tudo tivesse sido diferente. Ainda vale destacar que embora a sinopse dê a entender que esse seria um livro policial, lá no fundo não há nada de muita investigação profunda e etc, é aquela história de olhar dentro da própria casa para descobrir o que teria causado o que ocorreu, e como se poderia ter evitado algumas das coisas, e aí por não ser um livro policial, é que reside um dos meus problemas com o enredo, e não que eu quisesse um livro desse gênero específico, mas ele puxou mais para uma narrativa carregada de nuances psicológicas, meio nostálgicas, com vários momentos nos quais se disseca os sentimentos dos personagens, e as vezes tudo é um tanto impalpável, e eu tenho um sério problema com esse tipo de livro e como já falei, há um histórico desse tipo de enredo que já li ao longo da vida, como por exemplo o Eu te darei o sol, Sonhos partidos, O guardião de memórias, Nem tudo será esquecido, dentre outros que seguem o mesmo ritmo e com os quais não consegui simpatizar. Embora haja aqui pontos positivos e negativos, acho que esse livro tem a chance de agradar vários leitores, e também é uma leitura rápida, que promete entreter e deixar o leitor curioso por algumas horas ou alguns dias.
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Sabrina - @linhaposlinha 30/09/2018

"Lydia está morta. Mas eles ainda não sabem disso."
Taí um gênero para me tirar da zona de conforto. Pela premissa, imaginava que Tudo O que Nunca Contei seria um drama adolescente com uma pitada de suspense. No entanto, com o que me deparei estava muito mais para um drama familiar.

A narrativa é bem objetiva e corrida pelo fato de não haver muitas falas, o que imagino, foi escolha da autora para evidenciar ainda mais o ambiente em que se passa a história.

O livro basicamente narra a vida de uma família sem diálogo. Os personagens são extremamente profundos e nós conhecemos cada uma de suas angústias e cada um de seus fracassos sociais e profissionais. E justamente pela falta de diálogo, a família assume uma dinâmica que proporciona o surgimento de muitos conflitos. Há situações que nos mostram como algumas palavras soltas num momento de raiva podem ter um peso significativo em outra pessoa como também nos mostra o resultado de colocar todas as suas expectativas sobre os ombros de uma pessoa. Nesse caso, quando os pais colocam todas as suas frustrações e seus sonhos não realizados em cima de seu filho numa forma de terem uma segunda chance de viver o que almejaram, mas não alcançaram.

Uma coisa que achei interessante foi o final. Apesar do leitor terminar a leitura sabendo como foi em detalhes e o que levou a morte de Lydia, a família permanece às escuras em diversos aspectos. Algumas coisas nunca serão totalmente esclarecidas em nossas vidas e é justamente isso que a autora decidiu deixar marcado nas linhas finais, tornando assim, Tudo O que Nunca Contei uma história triste, deprimente e real.

site: https://www.instagram.com/linhaposlinha
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Dri F. @viagenscomlivros 31/10/2018

Lydia está morta.
Esta é a primeira frase desse livro, e não, não estou te dando spoilers.
Lydia, uma estudando de 16 anos, desaparece e seu corpo é encontrado em um lago próximo a sua casa. A história, que se passa em 1977, gira em torno desse desaparecimento e de seus familiares tentando lidar com essa morte.
Esse foi um livro difícil de classificar. Já tinha lido o "Pequenos incêndios por toda parte", da mesma autora e achei a narrativa dos dois muito parecidas. Ela usa de idas e vindas no tempo para contar o que aconteceu, e nesse livro achei que em alguns momentos isso ficou um pouco confuso.
Mas o livro traz muuitos temas polêmicos. Lydia é filha de uma americana e de um descendente de chinês, que nasceu na América, mas não é tratado como cidadão nativo por ter uma origem diferente.
Temos racismo e preconceitos. Como o nome mesmo diz, a falta de comunicação entre essa família, é o que vai levando ao desconhecimento de tudo entre eles. A desilusão de sonhos desfeitos, a necessidade de colocar nos filhos esperanças e anseios que não são deles, a dificuldade de enxergar o outro...
Gostei de algumas coisas e achei completamente desnecessárias algumas partes da história, alguns assuntos realmente não fizeram sentido nenhum de estarem ali, pelo menos para mim.
Mas indico a leitura para quem quer conhecer mais dessa autora, ela tem uma escrita fluida e envolvente e não consegui largar o livro até descobrir o final. .
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"Aquilo desapareceria da lembrança que guardaria de Lydia, do jeito que as lembranças que guardamos das pessoas amadas sempre se suavizam e se simplificam, perdendo complexidade como se fossem escamas."
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site: Instagram @viajecomlivros
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