Resenhas - Os Maias

vanessaetraud 08/05/2024

Todas as paixões são egoístas?
Após concluir a leitura de Primo Basílio, pensei que seria difícil encontrar outra obra de Eça de Queirós que me impactasse tanto. A profundidade do enredo e a densidade emocional me fizeram mergulhar em uma narrativa que, por vezes, foi sombria e pesada. No entanto, aqui estou eu novamente, imersa em uma obra indescritível de um dos melhores autores que tivemos o privilégio de conhecer através de sua escrita envolvente. Os Maias cativa o leitor e desperta emoções que continuam a nós perfurar mesmo após virar a última página. Certas ações e dilemas dos personagens ainda ecoam em minhas reflexões diárias.

Em Os Maias, somos conduzidos à exploração das adversidades enfrentadas por uma família aristocrata portuguesa no final do século XIX, especialmente através da perspectiva de Carlos Maia. Seu amor por Maria Eduarda, uma mulher notável mas proibida para ele, essa sem saber leva-o ao maior sofrimento de sua vida ao descobrir que ela é, na verdade, sua irmã. Essa revelação desencadeia uma série de escolhas que resultam em consequências trágicas, revelando a fragilidade das relações humanas e da moralidade em uma sociedade em declínio moral.

Eça de Queirós habilmente emprega a dualidade entre realidade e ironia para criar uma narrativa intemporal sobre as falhas inerentes à natureza humana e suas consequências. A busca pelo prazer muitas vezes leva à negligência dos deveres sociais e familiares, culminando inevitavelmente em ruína e tragédia.

Os personagens de Carlos, Maria Eduarda, João e Dâmaso são retratados de maneira tão vívida que provocam uma ansiedade difícil de explicar. Suas imperfeições e dilemas ressoam profundamente, deixando uma marca indelével.

?Tudo isto acabou para mim. Fecho hoje este diário que comecei a escrever com o fito de rir, e que acabo chorando.? Essa frase final resume a desolação e o desespero que permeiam o encapsulando a angústia dos personagens e a tragédia que os envolve.

Carolina 28/04/2024

Os Maias
Os Maias é um livro muito bom que consegue criticar Portugal de 1988 e ainda consegue refletir sobre o realismo e o romantismo. A história é interessante e eu adorei a escrita de Eça de Queirós, porém, o livro consegue ser maçante as vezes. Em alguns momentos, ele descreve as situações e os pensamentos dos personagens de modo repetitivo, usando palavras que já foram usadas exatamente naquele momento. Além disso, eu acho o Carlos um personagem completamente sem carisma, ele consegue ser hipócrita em praticamente todos os momentos do livro, o que as vezes foi estressante para a leitura. Contudo, o livro é muito bom e vale a pena a leitura, eu recomendo demais.

val 08/04/2024

Inesperado
Esse livro faz parte da coleção de clássicos, onde se encontram alguns títulos maçantes, que você lê pra poder riscá-los da vida, mas essa história é completamente diferente dos demais romances. Fico imaginando a repercussão na época em que foi escrito porque contém muitas reviravoltas e atitudes totalmente fora do padrão.

Karol_romao 06/04/2024

Os Maias
Ora bem . Pra qm quer seguir arquitetura é um bom menu para saber como é que é uma casa . Só tive de ler isto pra aula , sooooo .....
Secaaaa

stcarvalho0102 02/04/2024

Olha, só terminei porque não gosto de abandonar livros. Mas, pensem em um Victor Hugo ao cubo! Nãm.. decepcionado.

Bia :) 23/03/2024

Acho que foi o primeiro livro que a escola me obrigou a ler que eu não detestei.

Tem partes muito cansativas, simplesmente metade do livro é só descrições, mas é compensado pelas partes da trama principal.

As críticas direcionadas ao povo português, de forma indireta, é excional. E podem me julgar mas eu adoro o Ega

Nanda 10/03/2024

Demorei muito pra ler esse livro, pois algumas partes são um tanto enfadonhas, mas não é uma leitura ruim, apenas mais arrastada. Achei um livro excelente, Eça consegue retratar muito bem a sociedade portuguesa da época e suas futilidades, além disso, é possível entender da onde vem o complexo de "vira-lata" brasileiro, pois nossos colonizadores portugueses sofriam do mesmo mal, sempre achando que o vem de fora era culto, chic (chic a valer haha) e que o que era de Portugal não tinha valor.
Agora entrando no quesito que realmente me fez gostar do livro, a história trágica da família Maia. Primeiro, Pedro e sua paixão por Maria Monforte, depois Carlos e sua relação conturbada e incestuosa com Maria Eduarda. Obviamente nos dias de hoje tudo teria se resolvido com um divórcio e guarda compartilhada dos filhos, mas é interessante ver o desenrolar dessa tragédia para a época. Achei incrível que, a princípio, pensei que o grande plot twist seria Maria não ser realmente casada com Castro Gomes, mas então vem o tenebroso incesto. Quanto sofrimento desses personagens, inclusive acho que o autor podia ter explorado um pouco mais essa revelação do ponto de vista de Maria Eduarda.
Por fim, menção honrosa ao Ega, um personagem caótico e carismático, que dava um tom cômico e leve para a leitura.

aluisapmadeira 01/03/2024

"Os Maias", Eça de Queirós | 4 estrelas.
Primeiro livro terminado em 2024 (sim, infelizmente, só agora ?) e começamos este ano literário em bom.
Depois da desilusão que apanhei com "Amor de Perdição" (abandonei a leitura a meio, porque não estava mesmo a gostar e só estava a atrasar as minhas metas de leitura ? terminarei a obra quando precisar de trabalhá-la em aula), confesso que "Os Maias" começaram a assustar-me ainda mais do que antes: se já me custou tanto insistir, sem sucesso, num livro curto, o que dizer de um com quase 800 páginas...
Admito, porém, que foi uma leitura que valeu muito a pena.
Não sendo fã, de todo, de capítulos intermináveis e descrições exaustivas (algo que sabia a priori que estava bem presente e que já me deixava com receio ainda antes de pegar no livro), são pontos negativos que aponto à minha experiência com a obra, mas entendo que ambas essas questões sejam importantes para a construção de um livro como este e concretização da crítica nele assente.
Também me perdi recorrentemente com a quantidade infindável de personagens, porém isso foi indo ao sítio.
Quanto ao restante, interessei-me muito pelo enredo e por acompanhar esta história e crítica social extremamente presente.
A visita de estudo que fiz recentemente a Sintra, baseada n' "Os Maias", foi também muito importante para me motivar a avançar pelas páginas que me faltavam.
Temos aqui todo o tipo de personagens, temas de discussão (política, literatura...) e dramas/tragédias que podem assolar uma família.
Não se trata de uma leitura fácil ? torna-se cansativa a dado ponto e não é a mais indicada para alguém que não tenha hábitos de leitura prévios ?, mas recomendo-a, sem dúvida.

rafaelafrtss 25/02/2024

????
Ouço falar deste livro há anos e criei um certo medo dele (desnecessário por sinal).

Já conhecia a história principal, então a parte mais divertida que é surpreender-se ao longo do livro, foi me tirada em grande parte.
Sim, é verdade que descrição bastante exagerada de certas partes da casa/cenario é cansativa, mas ocorre poucas vezes durante o livro.

Nhe, so a escrever pra contar pro desafio mas fico por aqui se nao vai ser 10k palavras.

Bryannie 15/02/2024

Os Maias
Eu li os Maias apenas porque foi necessário para a escola.
Comecei a minha leitura com zero esperanças de que este seria um livro interessante, pelo fato de ser muito grande e para a escola. Durante a leitura, me surpreendi, houve capítulos em que eu estava muito interessada no enredo, no entanto, em outros a minha vontade era apenas fechar o livro.

Concluindo, acho que é um boa obra, sinceramente, fiquei um pouco desiludida com o final, o autor poderia ter dado um fim muito melhor para os personagens ou ter criado uma continuação da história, pois muita coisa ficou em aberto: Carlos irá, algum dia, encontrar um grande amor que resulte? Este deixará de viver uma vida fútil de homem rico? Ega irá finalmente publicar o seu tão esperado livro?

Dou a este livro 4 estrelas ????????

xzysw_ 03/02/2024

História meio bizarra e é impressionante como todo mundo esquece o incesto e dizem que o romance é lindo, vocês estão doidos. A melhor coisa para mim são as críticas feitas à burguesia e como os portugueses valorizaram tanto o que vinha de fora que esqueceram a própria cultura e os próprios gostos, do mais é uma escrita chata e lenta em que tem muitos pormenores desnecessários.

Leitorconvicto 21/01/2024

Minha pergunta é...
Talvez o livro pudesse ser menor? Há momentos interessantes na vida dos protagonistas da tragédia. E o trato simbólico das cores na obra é bem sugestivo.

Aline.Silva 30/12/2023

Vida da elite de Portugal.
A história se desenrola com uma série de eventos marcados por amores proibidos, traições, escândalos e atrasos de valores morais. Eça de Queirós utiliza seu olhar crítico para retratar a sociedade burguesa e aristocrática, expondo o superficialismo, a hipocrisia e a corrupção que permeiam esse ambiente.

O romance também aborda temas como a influência do meio social na formação do indivíduo, a questão do determinismo e a decadência da cultura e da política em Portugal.

custodiovitoria 29/12/2023

Dos livros que já li de Eça, este é de longe meu favorito.

Inspirada pela minissérie brasileira "Os Maias", que traz, entretanto, personagens de outras obras, como "A Relíquia", iniciei a leitura.

Com a temática do incesto presente, a obra aborda muito mais que isso, entretanto.

Temos toda uma visão da sociedade portuguesa da época com seus costumes e preconceitos, enquanto acompanhamos com muito entusiasmo o desenrolar do romance entre Carlos e Maria Eduarda.

A transformação na visão sobre a personagem ao decorrer do livro é, sem dúvidas, algo muito interessante. Eça descreve com maestria.

É uma obra incrível que merece, sem dúvidas, ser lida.

Lidiany.Mendes 26/12/2023

Ácido
Mais um romance ácido de Eça de Queiroz. Uma de suas obras mais famosas e também repulsiva no que diz respeito à moral de algumas pessoas ainda hoje em tempos tão liberais e decadentes.
Afonso da Maia é um rico fidalgo português que vê seu único filho sucumbir a uma paixão destruidora.
Ele julga que o caráter de Pedro ficou deficiente formado ao ser educado eclesiasticamente por sua mãe e o padre de sua predileção. Errado ele não estava em pensar assim.
O casamento do filho acaba em tragédia e ele fica responsável pela criação do neto e, agora, o cria sem lastro religioso, apenas ao largo da ciência. E é aí que ele erra!
A criação desprovida de religião não impede Carlos de ser arrebatado pela paixão, mas o impede de agir com decência em um momento crucial.
Carlos, assim como o pai, Pedro, deixou-se governar pela paixão. Pedro morreu com seus valores enlameados pela devassa Maria Monforte; já Carlos viveu, já que o livro termina contando sua vida após o desfecho da paixão antes mencionada, sem problema algum com seu ato torpe. Carlos é um homem do seu tempo, sem princípios, sem valores morais. Um ilustre representante da ciência.