Trilogia do adeus

Trilogia do adeus João Anzanello Carrascoza




Resenhas - Box - Trilogia Do Adeus


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Bookster Pedro Pacifico 04/05/2020

“Caderno de um ausente” (Livro 1 da Trilogia do Adeus), de João Anzanello Carrascoza - Nota 10/10
Começo essa resenha com a tranquilidade de pode dizer que esse livro todo mundo merece ler! E merece porque é um livro tão bonito e tão sensível, que a gente termina se sentindo bem. As palavras de Carrascoza me abraçaram e me despertaram a vontade de conhecer mais do trabalho do autor.

Em “Caderno de um ausente”, publicado pela Companhia das Letras dentro de uma trilogia (Trilogia do Adeus), encontramos um caderno de anotações de um pai para uma filha, que acaba de nascer. A ideia de escrevê-lo surgiu por um medo desse pai: o medo de não ser lembrado. Bia nasce quando seu pai já é mais velho, mais próximo do fim da vida do que do seu começo. Por isso, teme não poder acompanhar toda a trajetória da filha, o seu crescimento e suas descobertas. E é por meio de memórias escritas que tenta ocupar esse espaço que tanto quer evitar. O espaço da ausência que não tem volta.

E, ao contrário do que se poderia esperar, as mensagens do pai não são ilusórias, não tentam falar apenas de momentos felizes e de uma história sem tropeços. Bia receberá um texto real, humano e, às vezes, duro. Mas não é isso que podemos esperar do que vem pela frente?

A escrita carregada de poesia, que nos permite classificá-la como uma “prosa poética”, me lembrou bastante o estilo de Valter Hugo Mãe. Leiam, mas leiam devagar, curtindo a beleza desse texto! O livro foi ganhador do prêmio Jabuti de 2015.

"Vais descobrir por ti mesma que este é um mundo de expiação, embora haja ocasionalmente umas alegrias, não há como negar - as verdadeiras vêm travestidas, é preciso abrir os olhos dos teus olhos para percebê-las.”

“[...]tu descobrirás, filha, que sonhar nos salva da rotina, mas, também, nos desliga da única coisa que nos mantém em vigília: o muro concreto do presente[...]”

site: https://www.instagram.com/book.ster
Thárin 05/05/2020minha estante
Aiiii que lindo esse trecho, já quero ler!


Ingrid.Silva 02/04/2022minha estante
Tô começando ele e toda hora eu volto, que é pra engolir mesmo




Cinara... 03/07/2022

Caderno de um ausente...
"Não há borracha para um fato já vivido, pode-se erguer represas e costões, muralhas e fortalezas para barrar o fluxo das horas, mas, uma vez que o sol se torne sombra, que o luar penda no céu em luto, a névoa se disperce na paisagem pendurada a parede, o dedo acione o gatilho, nada mais se pode fazer; nossa jornada, aqui é única, a ninguém será dada a prerrogativa, salvadora ou danosa, da reescrita."

O justo seria sermos presenteados com o caderno do ausente antes de nascermos. Daí por nossa conta e risco a gente seguia ou decidiria não nascer. Assim essa vida seria justa!
Incrível, você começa ler e quando se da da por si, já foi o livro todo.
Escrita fantástica!
Ah e eu passaria a vez do nascimento!
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Menina escrevendo com o pai...
"...ele falou que não havia apenas o triste ou alegre, os dois estavam sempre juntos, um mais intenso, outro menos, às vezes é igual medida, um mais e outro menos, mas já se invertendo, porque a gente é tudo junto ao mesmo tempo, a gente alegre, triste, a gente bom, mau sem parar, mais bom e menos mau nas horas azuis, mas mau e menos bom nas horas escuras, a gente é tudo ao mesmo tempo..."

Incrivelmente poético e triste!
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A pele da terra...
"Leva tempo para morrer em nós o que, há muito tempo, estava morto. Leva tempo - esses anos todos!"

Amei a experiência de leitura! Escrita cativante, quando mal se espera já acabou e só fica o sentimento de saudade.
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Monique @librioteca 06/11/2020

Tesouro da literatura contemporânea brasileira...
A trilogia de João Anzanello Carrascoza é um verdadeiro tesouro da literatura contemporânea brasileira. A passagem do tempo, as relações familiares, cada detalhe, cada linha destaca-se pela sensibilidade, pela qualidade incrivelmente poética da escrita do autor. O conjunto é lindo! O primeiro livro, Caderno de um Ausente, é sem dúvidas o meu preferido, e entrou para os favoritos da vida... mas recomendo a leitura das três histórias.
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Tamires 02/09/2020

Trilogia do Adeus, de João Anzanello Carrascoza
Tem livro que passa a fazer parte da gente, daquilo que a gente é. Tem livro que eu sorrio só de olhar pra lombada; são meus amigos que estão ali, gosto de revisitá-los. A Trilogia do Adeus, do João Anzanello Carrascoza, é bem assim pra mim: amo, releio, indico constantemente os três livros… São histórias/pontos de vista tão especiais que é até difícil falar sobre elas, mas vou tentar. E sem dar spoilers! Essa trilogia é poesia pura sobre aquilo do que é feito a nossa carne, a nossa existência: nossas ausências.

Em Caderno de um ausente, João é um homem de 50 anos que se torna pai pela segunda vez (seu filho mais velho é já um adolescente de 15 anos). Nessa idade, tem certeza de que não passará muito tempo com sua filha Beatriz; ela viverá mais com a ausência dele do que com sua presença. Então resolve deixar por escrito a história dos dois, a partir do momento em que ele a pega rapidamente no colo (para que fique registrado na filmagem), passando por outras ausências que farão parte da vida da menina e já fazem parte da vida dele, falando sobre tudo o que ele não poderá falar em um provável futuro próximo. Ele não pode correr o risco de morrer sem ter dito tudo o que um pai deseja e precisa passar de si para sua filha.

É impossível não se apaixonar pela escrita de João Anzanello Carrascoza logo nas primeiras páginas deste livro. Porque este livro é REALMENTE LINDO, só lendo para entender. Também, porque encontramos a nós mesmos, nossas presenças e nossas ausências nele. Nós gostamos de ter nossas certezas, fazer nossos planos, e acabamos nos esquecendo da fragilidade da vida, da nossa fragilidade e de que não temos essa posse que pensamos ter do tempo, das escolhas e dos caminhos que vamos percorrer.

“a tua vida, filha, é um texto que há tempos começamos a escrever, mas, daqui em diante, também te cabe pegar esta tinta e delinear o teu curso, tome só cuidado com o que retiras do nada e trazes à superfície, é comum borrar ou rasurar um trecho, mas é impossível apagá-lo, a palavra de faz carne, e a carne se lacera, a carne apodrece aos poucos, mas é também pela carne que a palavra se imortaliza. Não há borracha para um fato já vivido, pode-se erguer represas e costões, muralhas e fortalezas para barrar o fluxo das horas, mas, uma vez que o sol se torne sombra, que o luar penda no céu em luto, a névoa se disperse na paisagem pendurada à parede, o dedo acione o gatilho, nada mais se pode fazer; nossa jornada, aqui, é única, a ninguém será dada a prerrogativa, salvadora ou danosa, da reescrita.”

“(…) vais descobrir por ti mesma que este é um mundo de expiação, embora haja ocasionalmente umas alegrias, não há como negar – as verdadeiras vêm travestidas, é preciso abrir os olhos dos teus olhos pra percebê-las.”

No segundo livro da Trilogia do adeus, Menina escrevendo com o pai, temos Beatriz lendo o caderno que seu pai escreveu, refletindo sobre sua vida, sua família, a partir da narrativa que começou no seu nascimento. Ela escreve com o pai porque o caderno toma uma dimensão ainda maior, ainda mais sentimental, quando ela é capaz de assumir o papel de narradora e protagonista da própria história.

Quando eu leio esse livro penso sobre o tempo. Penso sobre as pessoas que já fizeram parte da minha vida e hoje já não fazem mais. Penso nas pessoas que fazem parte da minha vida, mas só no plano da memória; com algumas delas eu sequer convivi, morreram antes de mim. Outras, eu convivi há tanto tempo que parece que nem foi real, parece que sonho. Coisas da vida, eu sei. Nem todo mundo vai estar aqui agora o tempo todo. Existem fases, ciclos… A literatura tem um jeito especial de nos mostrar isso, diria até que ela sabe nos consolar.

Último livro da Trilogia do adeus, A pele da terra mostra a relação entre pai e filho, mas desta vez o pai é Matheus, o filho mais velho de João (narrador do primeiro livro), com seu filho, que tem o mesmo nome do avô. Os dois fazem uma peregrinação juntos e o momento é tão especial para Matheus que ele resolve escrever sobre essa proximidade reestabelecida nas longas caminhadas e noites em albergues. Matheus é separado da mãe de João, então ele é um “pai de fim de semana”, o que muito o entristece.

Começamos com o pai que fala para a filha, passamos para a filha que responde ao pai, terminamos com o filho que lembra do pai ao falar com o próprio filho. A vida é um eterno amontoado de círculos, não é verdade? Antes de termos filhos pensamos que vamos fazer diferente, tudo diferente, tudo melhor. Mas a realidade nem sempre permite que a gente consiga fugir de alguns dos erros dos nossos pais. E muitos desses “erros” são, na verdade, circunstâncias da vida.

“ouça, João, ouça, acima dos sons urbanos, o rumor da vida. Ouça e saiba que é bom estar aqui com você, eu estou feliz, eu (ainda) estou vivo, e há paz no bairro, e o vento é agradável, e o sol ilumina todo aquele caminho, que nós dois, naquele dia, juntos trilhamos.”

Duvido muito que você consiga terminar essa trilogia sem se emocionar e se apaixonar pela escrita de João Anzanello Carrascoza.

site: https://www.tamiresdecarvalho.com/resenha-trilogia-do-adeus-de-joao-anzanello-carrascoza/
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Fer Paimel 22/06/2021

Emocionante
Que livros lindos! Essa trilogia é muito poética, mas de um jeito simples, humano, abarcando incontáveis sentimentos com sutileza nas palavras.
A história de João e seus filhos me fez pensar muito na minha relação com meu pai? por isso fiquei muito emocionada em vários trechos dos livros. Haja post it para tanta citação linda!
Personagens inspiradores, sem excessos de descrição. Poucas páginas, conteúdo direto, sem firulas. Uma história sem pretensões, muito bem contada.
Muito orgulhosa de ter um autor brasileiro contemporâneo com tamanho talento! Quero ler mais obras dele.
Fica uma recomendação certeira para quem gosta de uma leitura sentimental, lírica, bela e sensível. Eu amei!
Daniel1841 08/05/2022minha estante
Acredita que eu tava com tanta expectativa pra essas leituras que acabou não rolando muito pra mim, apesar de que, Caderno de um ausente ser um livro magnífico. Nos demais, senti uma queda na qualidade, mas mesmo assim a escrita do Carrascoza é fenomenal.
Indico a leitura do livro de contos "Dias raros". Em breve lerei mais do autor.




Mari 21/09/2021

?.
É com muito pesar que digo que não gosteei muito, e digo ?com pesar? porque tinha MUITO potencial!
Esse é um box de 3 livrinhos pequenos, onde cada um tem um tema, como a história de vida do pai escrevendo pra filha, depois a história de vida na versão da filha escrevendo pro pai.. e por aí vai. Por ser EXTREMAMENTE poético, eu achei uma ideia muito boa, porque logo quando bati o olho já imaginei livros sobre despedidas, na família ou que seja, enfim, porém eu achei que esse ?extremamente poético? atrapalhou um pouco, porque foi TANTO que eu não conseguia ler, não entendia direito, ficou pesado e eu me arrastei pra terminar. Além disso a história não contou muito sobre o que eu pensava também, achei um tanto quanto superficial, sendo desproporcional à poesia e não foi bem aproveitado. Porém por outro lado, pra quem gosta de frases de efeito esses livros são os certos, muitas frases realmente bonitas, virou meu livro instagramável! mas não um dos meus favoritos. Procurando, aleatoriamente, algo que marquei, encontrei: ?O tempo nos faz saber, nem muito, nem pouco, mas o suficiente, e o suficiente é o que podemos suportar? ??
Pandora 29/11/2021minha estante
Eu confesso que abandonei. Mas tentarei Elegia do irmão.




Julia 03/06/2021

?Embora haja ocasionalmente umas alegrias, não há como negar ? as verdadeiras vêm travestidas, é preciso abrir os olhos dos teus olhos para percebê-las.?
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Mama 02/08/2022

Ler a beleza do viver
Essa trilogia me arrancou muitos suspiros e algumas lágrimas! É lindo demais ver a linguagem poética do autor ao descrever a vida pelos olhos de 3 pessoas distintas. Vale a pena a leitura!
Maria.Jiennalle 04/08/2022minha estante
quero emprestado!!! ?


Mama 04/08/2022minha estante
Emprestado?


Maria.Jiennalle 04/08/2022minha estante
??




jdelisiario 07/01/2022

Pura poesia
Ahh, ao finalizar o terceiro livro da trilogia, o sentimento é o mesmo: escrita de pura poesia.

As tristezas contadas por Carrascoza ficam bonitas e menos doloridas.

A gente se cansa com a peregrinação de João e Mateus, mas é tudo contado de forma tão linda, que só o que fica é a poesia dessas letras.

Super indico!

Literatura nacional de qualidade!

#leituraTerapia
#livroFisico
#superIndico
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alemesquitaneto 04/03/2020

Os dois primeiros livros são ótimos. O terceiro é bem arrastado e chatinho
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Amanda 22/03/2023

Poesia
A trilogia é muito bonita e poética, mas por vezes cansativa pra mim. Como o próprio nome já diz trata-se de despedidas ao longo dos dias e sempre entre pais e filhos ou filhas.
Trechos emocionantes e que fazem refletir, ao longo da leitura vários sentimentos são despertados no leitor e valeu muito a pena conhecer o autor.
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Giovana.Rabatini 07/11/2020

Maravilhoso!!!
Um dos livros mais tocantes e sensíveis que ja li! O autor consegue nos tocar de um jeito, muito incrível, muito maravilhoso!! Eu estou apaixonada nessa trilogia tocante, tocou fundo no meu coração!! Recomendo a todos.
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ElisaCazorla 16/07/2019

Delicadeza em sua força
Ah que experiência maravilhosa foi ler essa trilogia!
Três livrinhos singelos, delicados e ao mesmo tempo fortes e devastadores.
Diferente de tudo o que ouvi e li por aí - o primeiro é ótimo e os outros dois são decepcionantes - esses três livrinhos me emocionaram muito e são igualmente maravilhosos.
O primeiro é uma carta deixada por um homem que se tornou pai novamente em uma idade um pouco avançada e durante o primeiro ano de sua filha descreve seu presente, conta o seu passado e discorre sobre sua inevitável ausência no futuro de sua filha. Lindo e emocionante.
O segundo é ainda mais maravilhoso porque é como se fosse uma resposta dessa filha, agora com 20 anos, que nos conta como foi sua infância com esse pai-avô e sobre como foi crescer com esse homem.
O terceiro é de uma delicadeza indizível! O primeiro filho do nosso protagonista está caminhando com seu filho, neto do primeiro pai-avô. Esse pai faz uma bela analogia entre essa jornada por uma trilha na Espanha com o seu filho e a jornada da vida, do envelhecer, do se tornar eterno em nossos parentes e sobre as ausências que vivemos e que nos tornamos.
Belo e delicado. Forte e emocionante. Adorei cada um dos livros dessa trilogia linda.
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Gabi 14/10/2020

Trilogia emocionante do início ao fim. A narrativa é envolvente e você acaba por se sentir parte daquela família. Em Caderno de um ausente a sensibilidade do autor me manteve sensibilizada a cada palavra, a cada ensinamento deixado para a filha.
Alexsandra.Nolasco 29/10/2020minha estante
Você vai colocar para troca?


Gabi 29/10/2020minha estante
Por enquanto não, tô muito apegada aos livros ainda!rs


Alexsandra.Nolasco 29/10/2020minha estante
Qualquer coisa me avisa, tá???




Maria 06/11/2020

Três narrativas bem sensíveis e emocionantes,mas, em alguns fragmentos, senti que a leitura foi um pouco arrastada. O primeiro livro, ?Caderno de um ausente?, é o meu preferido da trilogia.
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