Pachinko

Pachinko Min Jin Lee




Resenhas -


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dani 21/03/2021

Até quando a história continuará a falhar conosco?
No momento em que escrevo essa resenha (21/03/2021), faz menos de uma semana que ocorreu um massacre a tiros na Geórgia, EUA, resultando na morte de oito pessoas. Dentre as vítimas, seis são mulheres de origem asiática, sendo quatro delas de ascendência coreana.

A história de “Pachinko” começa há mais de um século atrás, numa pequena vila de pescadores, na Coreia já dominada pelo imperialismo japonês. Vamos acompanhar Sunja, desde sua infância junto ao pai carinhoso, passando por acontecimentos importantes em sua adolescência, sua vida adulta em um país estrangeiro onde sofre constante preconceito, também acompanharemos a vida de seus descendentes.

A autora, Min Jin Lee, nos cativa e nos faz desenvolver a mais profunda empatia com cada personagem. Torcemos por cada um, sofremos em seus momentos de tristeza e desespero, ficamos com raiva pelas situações de injustiça. Podemos ver como a vulnerabilidade daqueles colocados à margem da sociedade pode ser potencializada, ao ter no centro da narrativa uma personagem que representa mais de uma minoria: mulher, coreana e sem recursos econômicos.

Enquanto na História tradicional as mulheres quase não aparecem, aqui elas são as verdadeiras heroínas. Podem não ter realizados grandes feitos militares, não terão monumentos erguidos em sua homenagem, é até provável que seus nomes serão esquecidos. Mas são elas que lutaram e garantiram a sobrevivência de suas famílias nos momentos mais críticos.

Mais que uma saga familiar, “Pachinko” representa a saga de todo um povo em busca de sua identidade e de seu lugar no mundo, um lugar para viver com liberdade, dignidade e segurança. Tendo em mente a notícia que citei no começo, esse livro é necessário para nos sensibilizar nesses momentos de incerteza e intolerância que estamos vivendo. A história de Sunja não acabou. Ela se repete na vida de tantas mulheres que vivem constantemente em situação de risco, na mira do ódio gratuito daqueles que se consideram “superiores”.

Ecoando a frase de abertura do livro, pergunto: Até quando a história continuará a falhar conosco?
Sara.Marques300 22/03/2021minha estante
Muito bom. Até quando né amiga? como você cita no inicio da sua resenha, o povo asiático ainda são vítimas da intolerância, além de terem seus corpos vistos como objetos de fetichização por outros povos que se consideram superiores. É um hipocrisia sem tamanho, gosto da sua cultura, gosto da sua comida, filmes e musicas, mas não tolero você. Triste.


dani 22/03/2021minha estante
Muita hipocrisia mesmo. Esse livro me fez pensar muito e abrir os olhos para essa triste realidade. Obrigada por recomendar o livro (e passar raiva comigo)!


Sara.Marques300 22/03/2021minha estante
Kkkk


Jei_ 23/03/2021minha estante
Que resenha incrível. Toda a emoção que senti ao ler o livro voltou agora lendo sua resenha!


dani 23/03/2021minha estante
Obrigada, Jei. Esse livro me apresentou uma parte da História que eu não conhecia. Ao mesmo tempo que fiquei indignada, também fiquei encantada com a escrita da Min Jin Lee.




fernandaugusta 05/06/2021

Inesquecível
"Pachinko" é um épico escrito com propriedade. Vai da década de 30 até 1989 sem deixar nada para trás. O cenário de início é a Coreia sob dominação japonesa. Na ilha de Yengdo, uma família de pescadores pobres tem um filho com lábio leporino e uma perna torta. Estas características físicas, além da pobreza, marcam a vida de Hoonie. Ele não espera se casar nunca.

A família prospera e passa a alugar um cômodo para trabalhadores. Os coreanos se veem cada vez mais empobrecidos pela cobrança de impostos e taxas. Hoonie, contra todas as probabilidades, arruma uma noiva - Yangjin. Dessa união, após numerosos abortos nasce Sunja, criança amada pelo pai. Após a morte de Hoonie, Sunja e a mãe herdam a pousada e tocam o negócio sozinhas.

Sunja então se vê grávida aos 17 anos. O pai da criança já é casado, e membro da yakuza. Neste dilema, desonrada e com uma criança a caminho, surge doente na pousada o pastor presbiteriano Isak Baek. Após ser cuidado pelas mulheres, ele decide se casar com Sunja e dar um nome ao filho dela. Os dois se mudam para Osaka. No Japão, o restante da saga se desenrola.

Muitas coisas merecem ser pontuadas: a tradição e o moralismo oriental dão o pano de fundo para as escolhas de todos os personagens. No Japão, há forte xenofobia e racismo contra coreanos, considerados burros, sujos e indignos. As dificuldades em Osaka são muitas: os coreanos vivem em um gueto, segregados. Com o desenrolar da história passamos pela Segunda Guerra Mundial, pela cisão das Coreias e somos inseridos dentro das mudanças históricas no contexto de cada núcleo.

O cerne de tudo é Sunja e sua família: a luta pela sobrevivência, o medo, a vergonha, as perdas que vão acontecendo e moldando quatro gerações. Muitos destinos paradoxais, extremamente reflexivos e muitas abordagens que lembram o jogo "pachinko", que dá nome para a obra: você pode até calibrar a máquina, mas as chances de ganhar ainda persistem, e por isso tantos seguem jogando. Assim é a vida.

Pelos meandros das vidas de Sunja, Noa, Mozasu, Kiunghee, Yoseb, Koh Hansu e tantos outros, entramos nas particularidades da cultura oriental, suas casas, mercados, pratos típicos, vestes, política, ensino, costumes e até mesmo idioma. Uma grande aula.

Para mim, "Pachinko" fica no mesmo patamar de beleza de "O Físico" e "Shogun", para começar citando apenas dois épicos que amo. Aborda com riqueza toda sorte de temas profundos, expõe verdades e acaba se tornando uma leitura inesquecível.

P.S.: a leitura em inglês foi bem fluida, apesar de muitos termos e expressões novos do coreano e do japonês. Neste aspecto, o Kindle ajuda bastante com os dicionários e sinônimos.
Catia.AssumpAAo 25/02/2022minha estante
É exatamente isso que senti ao ler este livro. A leitura em inglês fluiu no kindle que nem percebemos o tempo passar, devorei.Personagens que permanecem longo tempo conosco após o término da leitura. Muito bom.




bmeetsevil 15/02/2021

Uma história que fala de tudo e nada ao mesmo tempo.
Fiquei uma semana lendo pachinko e nesses 7 dias eu só sabia falar desse livro. Quando me perguntavam o que tanto acontecia pra eu falar o tempo todo, não sabia responder.

Chega a ser difícil descrever o plot de Pachinko, pois é uma história que falava de tudo e de nada ao mesmo tempo. É uma história simples, que segue uma família por 4 gerações e isso é o suficiente pra abortar sacrifício, perda, amor, redenção, superação e TANTAS outras coisas. É absolutamente lindo.

ps: não sei fazer resenha, mas por favor leia esse livro, é incrível demais.
bmeetsevil 17/03/2021minha estante
Abordar***




Bianca (@fallandfox) 21/08/2019

Esse livro possui uma história maravilhosa de 4 gerações de coreanos no Japão, ele consegue mostrar em todos os momentos as dificuldades que essas pessoas passaram todos os dias tentando lutar por sua sobrevivência.
Eu posso declarar que eu não tinha conhecimento sobre todo o preconceito que o Japão na possuía contra os coreanos e ver essa verdade esfregada na minha cara me mostrou todos os lados da II guerra mundial que eu acabei ignorando.
A história gira em torno de Sunja e como suas escolhas afetam seus descendentes, eu poderia ler mais um bilhão de livros escritos por essa autora sobre a vida da família da Sunja e das pessoas que os cercam. Outra coisa importante em todo o enredo é o jogo de pachiko e como ele mudou toda a relação econômica mas mesmo assim mostra como o preconceito impediu a mudança de posição social.
Realizei essa leitura por influência do grupo de leitura da Emma Watson o @oursharedshelf (instagram e twitter mas o grupo é ativo no goodreaders).

site: https://www.instagram.com/p/B0wL9AkA2DM/
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Roh 01/09/2020

Incrível.
Pachinko é uma história sensível e cheia de camadas sobre um período tão complexo na vida dos coreano que imigraram para o Japão nos anos 1900. De forma impecável a autora apresenta as diferentes gerações, trazendo todo o histórico do período sem descaracterizar ou estereotipar os diferentes personagens que aparecem ao longo da trama.
Iniciando no início do século, conhecemos primeiro os pais da Sunja, que vem a ser a principal personagem ao longo de toda a história, o núcleo de todos os eventos futuros. A escrita é bonita e intensa, mostrando a evolução não só da moça, mas de toda a sociedade, trazendo à tona todos os preconceitos e questionamentos que envolveram a vida de tantas pessoas que buscavam uma nova oportunidade em outro país.
Definitivamente é um livro que merece ser lido com todo o carinho, valendo muito o tempo dedicado à ele.
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null 02/10/2020

Minha leitura da vida
Um livro tão cheio de dores que só se pode basear na dura realidade. Acompanha a vida de quatro gerações de coreanos, passando por importantes momentos daquele país no último século - da colonização e do imperialismo japoneses à divisão das coreias. Vale muito a leitura como romance histórico bem escrito e sensível.
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Bella 04/10/2020

Excepcional
É uma história (ou talvez seja melhor dizer várias?) sobre uma família coreana no Japão no contexto do séc XX. O livro trata de assuntos como xenofobia, machismo, preconceito e religião, contando da perspectiva de diferentes personagens.
Eu li em inglês, não achei uma leitura muito difícil, mas a autura utiliza de diversas expressões e palavras em coreano e japones durante a narrativa. Por exemplo, em diversos momentos uma personagem diz "Omma" ao inves de "mãe" ou entao "Daijobu" e não "vc está bem?" (me perdoa se eu romanizei errado as palavras). Não acho que vá comprometer muito a leitura pra quem não está familiarizado, mas tbm nada que um google tradutor nao resolva, porque a maioria das vezes são repetidas.

Enfim, o livro foi ótimo, fluiu muito bem, fiquei super envolvida com a história e chorei em diversos momentos. Recomendo muito.
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Marcel 14/10/2020

Fazia um tempo que um livro não me emocionava
Livro maravilhoso, história de 4 gerações de uma família coreana que foram viver n Japão, o livro passa de 1900 até 1989. Histórias de superação, tristeza, guerra, discriminação, amor, luto.
Muitos protagonistas no livro, livro sensível e ao mesmo duro e cru com a realidade. Muitas vezes tive que parar de ler para respirar e conseguir absorver o que tinha acabado de ler. Recomendo muito a leitura de Pachinko. Está na lista dos meus favoritos.
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Maria1691 22/03/2024

pachinko é a definição de
"home" do inglês. senti que fazia parte da família e que vivi cada uma das gerações. a beleza da escrita e a forma com que a autora consegue submergir seus leitores é inigualável. foi uma jornada de luta e ansiedade, mas, principalmente, de aconchego e amor.
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Carol B. 26/10/2020

O livro parte da proposta simples de acompanhar uma família coreana e sua mudança para o Japão. Porem, a partir disso somos convidados a conhecer parte da história de dois povos, em guerras e no cotidiano. Particularmente nunca imaginei tudo que coreanos passaram no Japão, nem como isso se configura até hoje. Além disso, acompanhar a mudança de pensamento e as relações familiares, bem como os insights de uma vida a partir dos tantos pontos de vista, mas em especial de Sanju, que tanto endura nas décadas vividas, é algo realmente incrível.
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Gois 01/11/2020

Bom livro
Tem uma história envolvente, que vai dando vontade de ler a cada capítulo. Uma história diferente, lidando com temas universais, mas falando de um local e época desconhecido para muitos ocidentais. Última parte do livro a autora de perde um pouco nos personagens, mas não tira o brilho da leitura. Vale a pena.
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karine 17/12/2020

Ficção histórica extremamente relevante.
Faz um bom tempo que eu terminei esse livro (exatamente 15 dias na verdade), e tava na hora de vir falar dele aqui. Pachinko conta a história de cerca de 4 gerações de uma mesma família de coreanos e se passa no período da segunda guerra e simultaneamente no período de ocupação do Japão na Coreia. Inicialmente eu pensei que o livro pretendia abordar a vida deles, mas é mais do que um romance, o livro aborda de fato a relação Japão-Coreia e a história é muito bem retratada neste livro, pode não ser o meu favorito do ano, mas é, sem dúvidas, um dos mais relevantes. É incrível ver o nível de detalhes geográficos e históricos neste livro, além de ver as influências na vida dos personagens.
Vou falar primeiro das coisas que eu gostei. A escrita é linda, poética e acho que acrescenta tanto ao livro de tantas formas e mesmo que a autora chegue a ser um pouco prolixa, ela consegue fazer isso sem perder a fluidez da narrativa.
A base histórica que a autora nos oferece melhora infinitamente a experiência de ler esse livro, além de serem de extrema importância os assuntos abordados, como as consequências que a guerra trouxe para ambos os países principais citados, os preconceitos vividos, e a dificuldade dos tempos de guerra no geral.
Foi muito triste ler uma ficção histórica como essa sabendo que ela foi parte da história real de tantas e tantas famílias que viveram durante este período e isso foi o que tornou esse livro tão sofrido de ler, mas extremamente necessário pra sair da bolha.
Agora preciso falar do que eu não gostei (e espero que não desmotive ninguém kk).
Eu comecei a ler o livro sem ver resenhas, ouvir pessoas que leram recomendando ou coisas do tipo, fui pela sinopse e criei uma expectativa para esse livro em cima do que os primeiros capítulos me entregaram. Mas meio que essa expectativa foi quebrada, eu esperava acompanhar a história da Sunja, ler sobre toda a vida e dificuldades que ela passou, mas o livro aborda muitas gerações (umas 4 ou 5) e abrange muitos personagens (tipo sei lá, tem um capítulo sobre a filha da namorada do filho da Sunja, entendeu quão longe a autora chegou?) e isso dificultou demais com que eu me apegasse e me emocionasse com os personagens (só consegui me apegar com a Sunja e foi isso que permitiu com que eu me emocionasse com o livro).
Além disso a gente tem as passagens no tempo e que aumentam muito no segundo e terceiro livro, em quase todo capítulo havia um salto no tempo (e aí juntando isso com a quantidade de personagens...).
Eu recomendo ele para quem procura conhecimento e sair um pouco da bolha ocidental em que vivemos (porque quando falamos de guerra sempre entramos no eixo europeu quando se trata de livros), neste caso acho que esse pode ser o livro perfeito, mas se o que você procura é personagens para se apegar, um livro para chorar e romance, acho que esse não é bem o livro.
Conclusão (apesar de que eu não sei se cheguei em alguma ainda): eu gostei muito do livro, não como um romance mas como um livro histórico, ele me trouxe muito conhecimento importante e foi sem dúvidas um dos mais relevantes que eu li esse ano. Apesar de não ter conseguido me apegar à outros personagens exceto a Sunja, eu acabei me apegando a ler esse livro, que me acompanhou por mais de um mês e se tornou parte da minha rotina ler ele (então eu me considero real orfã de pachinko), ainda tenho saudade de ler ele e talvez um dia eu releia ele.
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may 26/12/2020

"Living every day in the presence of those who refuse to acknowledge your humanity takes great courage."
History has failed us, but no matter
Essa primeira frase já tirou completamente a ideia que eu tinha sobre esse livro ser só um romance que me mostraria uma cultura diferente das que estou acostumada a ler, mas Pachinko é mais que isso, ele aborda de fato a relação histórica Japão-Coreia e como isso influenciou tanto na vida dos personagens, e as consequências disso, como os preconceitos vividos, e a dificuldade dos tempos de guerra, o que explica a primeira frase do livro.
A escrita é linda, poética e, apesar de um pouco prolixa, Min Jin Lee consegue fazer isso sem perder a fluidez da narrativa nas mais de 500 páginas que tem, e apesar do começo ser um pouco lento, você quer mais e mais da história.
Uma coisa que me incomodou foi a abrangência de personagens existentes, personagens esses que eu sei que foram importantes pra história - afinal é a história de 4 gerações com muita treta, futrico e barraco, na medida do possível - mas que poderiam ser contados pelos personagens principais, isso dificultou um pouco para que eu me apegasse a eles.
O orgulho exacerbado também me incomodou um pouco, mas acredito ser puramente uma coisa cultural. Afinal, a preocupação com a identidade, com a pátria e com a necessidade de pertencimento gera uma um grande ponto de tensão na história, talvez seja o estopim de tudo.
Pachinko é uma história madura sobre perda, sobre identidade, sobre maternidade, sobre encontrar seu lugar no mundo, sobre família e sobre luta.
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Nathalie.Murcia 30/12/2020

Uma das minhas melhores leituras do ano de 2020
Esse vai entrar para a lista das minhas dez melhores leituras do ano de 2020, sendo o romance histórico um dos meus gêneros literários preferidos. A história se inicia no período de anexação da Coreia pelo Japão, e abrange a saga de quatro gerações de uma família coreana, cujo personagem central é Sunja, filha de um casal de pescadores de Busan.

Além dos elementos culturais e sociológicos orientais, o livro bem evidencia as mazelas da guerra, do exílio forçado, e da exploração da mão obra dos imigrantes coreanos num país que trata os trata como cidadãos de segunda classe.

Patchinko é um jogo de azar muito difundido no Japão, consistente em máquinas que se assemelham a um cruzamento entre pinball e slot machine.

História linda e emocionante. Algumas escolhas feitas são inexoráveis para determinar o curso de uma vida, e alguns erros nunca podem ser remediados.

Aproveitando a avaliação, na mesma linha temática, recomendo "Herdeiras do Mar", de Mary Lynn Brach, cujo cerne é focado nas "mulheres de consolo", denominação utilizada para se referir às mulheres jovens, que foram sequestradas e obrigadas a se prostituir para soldados japoneses, durante a guerra.
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