O leitor

O leitor Bernhard Schlink




Resenhas - O Leitor


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Ester Brazão 01/11/2010

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http://pocketlibro.blogspot.com/2010/10/o-leitor.html
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Jim do Pango 31/10/2010

O majestosamente belo e o tetricamente trágico
O belo e o trágico andam lado a lado no livro do professor Bernhard Schlink, muito embora, não se trate, evidentemente, da beleza majestosa referida no título deste comentário. Antes, o livro contém uma beleza pálida, uma espécie de altivez insípida, como se tudo o que pudesse ser reconhecido como belo nesta estória estivesse a tal ponto subjugado pelas forças incoercíveis da tragédia humana que só pode ser lembrado envolto pelo manto desbotado que sói cobrir as piores lembranças da Segunda Guerra Mundial.

Nada obstante essa beleza esmaecida bem existe. Há a beleza opaca da força que impele a sociedade rumo ao progresso, na tentativa de se reerguer dos escombros da guerra que, pela segunda vez em menos de 30 anos, devastou a Europa. Nesse cenário, Michael Berg, o jovem protagonista de 15 nos, vive com os pais em um (imagino) subúrbio da capital alemã e se prepara para voltar à escola depois de ter ficado afastado das aulas para se tratar de uma hepatite que contraiu.

Há, ainda, a beleza triste das descrições que Berg faz de Hanna Schmitz, sempre comoventes e apaixonadas. Berg entra por acaso na vida de Hanna, que é cerca de 21 anos mais velha do que ele. Os laços entre eles vão se estreitar até o ponto em que surge um improvável romance.

O autor utilizou-se do recurso de fazer com que Berg falasse através de uma máscara, ou seja, um Michael Berg mais maduro relembra e relata os episódios de sua juventude, de modo que é possível sentir claramente que às vezes a história é contada não como o jovem que viveu a sentiu, mas como o homem mais velho se lembra dela.

Esse recurso, ao mesmo tempo em que propicia uma imagem panorâmica dos acontecimentos passados, permite a inserção de alguns questionamentos profundos e de algumas constatações inquietantes, arriscaria a dizer filosóficas, considerando a formação do autor. Não raro um parágrafo ou um capítulo terminam com uma interrogação, como a demonstrar que, por mais que se passe toda uma vida a meditar sobre determinada situação, as respostas não ocorrem como em uma questão de múltipla escolha. Antes, é preciso se entregar à arte da decifração, que é caminho pleno de angústia.


Em suas relações, o casal observa um ritual simples, mas que lhes é sagrado: banho, sexo e leitura. Michael Berg lia os clássicos em voz alta para Hanna. Por meu turno, em alguns momentos, tive ímpetos de ler o livro em voz alta – para mim mesmo, é evidente – e, assim, entender e praticar as diferenças sutis entre a leitura silenciosa e a leitura em voz a alta que são explicadas pelo narrador. Muitas obras são citadas, muitas grandes leituras e releituras sugeridas (Umberto Eco tem cada vez mais razão quando diz que os livros só tratam de outros livros).

Uma das leituras mais marcantes para as personagens e para mim foi a de Guerra e Paz. Não só por tudo que representa intelectualmente esse clássico de Tolstoi, mas também pela vastidão da obra, do seu alcance, que vai da descrição fiel e vibrante dos bailes de gala da sociedade russa do século XIX, ao relato do horror dos campos de batalha de Austerlitz e Borodino, verdadeiras hecatombes. Como se sabe, Tolstoi trata, ainda, de heroísmo, de resistência, de luta, sofrimento e redenção. Em Guerra e Paz há descrições vibrantes de pessoas de paisagens e, sobretudo, do espírito do povo russo. De alguma forma (e me elevei um bocado a este pensamento), suponho que ouvir a narrativa de Guerra e Paz, a depender da entonação do narrador, seguramente, deve ser capaz de despertar algumas sensações que a humílima (mas absorta) leitura silenciosa que fiz não pôde.

Inclusive, tenho que o autor muito foi corajoso ao decidir que Berg leria Guerra e Paz para Hanna, notadamente por criar certo ar de incredulidade no leitor que dirá: quanto tempo seria preciso para recitar as mais de mil páginas do romance e compreendê-las?

O gosto de Hanna pela literatura é uma das imagens marcantes que ficarão desde livro, especialmente quando, anos mais tarde, novas revelações são feitas sobre a sua personalidade, que tornam essa predileção ainda mais digna de nota, conquanto a transmudam de heroína em grande vilã do romance.

Antes que isso aconteça, todavia, Hanna inadvertidamente vai embora. Berg segue a sua vida, mas as marcas que Hanna imprimiu ainda calam fundo em sua alma. É certo que o sentimento esteve latente e que jamais chegou a despertar por inteiro, mas nessa nova fase, Hanna se torna uma obsessão. Uma trágica obsessão.
Com efeito, se não se pode dizer que a beleza encontrada na obra reveste-se da majestosa áurea sugerida pelo título, por outro lado, a tragédia nela contida é absurdamente tétrica, descomunal. O trágico que permeia até mesmo as partes mais leves da narrativa se revela em toda a sua extensão quando, anos mais tarde, o então estudante de Direito Michael Berg reencontra Hanna Schmitz. O professor leva a turma para acompanhar um julgamento de criminosos do regime nazista e Berg se depara com Hanna no banco dos réus.

É bom que se diga que o relato feito no presente comentário não revela nada que não seja, digamos, notório sobre o livro, visto que as informações de capa e orelha de todas as edições brasileiras contêm o cerne de tudo que foi dito até aqui e certamente não cometerei a indelicadeza de ir além daquilo que a própria editora tornou público.

A partir do encontro no Tribunal o romance se confirma como um clamoroso drama. Alguns dos maiores conflitos vividos pelas pessoas no pós-guerra são apresentados no romance, como por exemplo, o conflito da geração mais nova que questionou incessantemente seus pais pela colaboração ou mesmo pela simples omissão diante das práticas hediondas do Terceiro Reich.

É sabido que enquanto duraram as hostilidades, pouco se falou sobre os campos de concentração e sobre o extermínio em massa de judeus pelos alemães, porém com o fim da guerra e instauração da corte militar internacional em Nuremberg, as atrocidades praticadas durante a guerra foram trazidas ao debate e fomentaram o desejo de vingança daqueles que inicialmente pensaram em aplicar apenas a justiça. Esses certamente são alguns dos ingredientes do julgamento de Hanna Schmitz.

Acertou em cheio quem fez a comparação inevitável com a cobertura do julgamento de Adolf Eichman feita por Hanna Arendt que se tornou o livro “Eichmann em Jerusalém”, no qual a filósofa judia lança o conceito de “banalidade do mal”. Assim como Eichman, Hanna Schmitz não era um monstro que os seus algozes sedentos por vingança pintavam. Obviamente, Hanna Schmitz era tão culpada quanto Eichman, de maneira que o conceito Arendt não afasta a reprobabilidade de suas condutas hediondas. Antes, a filósofa faz notar que algumas pessoas agem dentro das regras do sistema a que estão inseridos sem racionalizar sobre seus atos. Esses indivíduos “banalizam” o mal, na medida em que não se preocupam com as conseqüências destes atos, mas tão-só com o cumprimento das ordens superiores.

Muitas das mais inquietantes questões suscitada por Bernhard Schlink em “O Leitor” dizem respeito aos sentimentos de Michael Berg e a sua dificuldade em lidar com o passado negro de Hanna Schmitz. Paira, portanto, sobre toda a obra os ares da profunda depressão em que mergulhou a humanidade ao cabo das duas grandes guerras do século XX, quando, afinal, o homem se deu conta de que, malgrado desconhecesse tudo que existe no planeta Terra, já detinha poder suficiente para destruí-lo completamente. Berço no qual nasceu a chamada contracultura, mas isso, naturalmente, é assunto para comentários de outras leituras.

Ao final, adicionei quatro ou cinco dos títulos daqueles lidos por Berg para Hanna em minha lista de leituras futuras e, ainda que fosse apenas por isso, a leitura já teria valido a pena.
Luiz 19/11/2010minha estante
Camarada Carteaux,

O que mais me atrai na leitura é exatamente a possibilidade que o leitor tem de 'encaminhar' o texto para sua interpretação. Contudo, este hábito tende a obnubilar demais análises. Um bom livro nos obriga a lê-lo várias vezes e, em cada uma, encontramos algo que nos escapa.
Me fugiu algo que a sua argúcia captou, o recurso literário que permitiu que Michael mais adulto pudesse questionar o significado daquelas experiências.
Outro ponto é o paralelo existente entre "O Leitor" e "Eichmann em Jerusalem", que é deveras instigante. Me pego pensando qual das duas situações possíveis é mais reprovável, um monstro irracional que concebe o holocausto ou o burocrata que o persegue...

Como sempre suas resenhas tem o condão de impelir o leitor a uma nova leitura. Parabéns pelas linhas!





Vivi Barini 29/09/2010

O que você faria se soubesse um segredo que salvasse a vida de quem você ama?

Era outono de 1958 quando Michael Berg, aos 15 anos, ficou doente com hepatite e viu Hanna pela primeira vez. Vinte e um anos mais velha que ele, a mulher cuidou do jovem quando ele passou mal na rua.

Depois de convalescido, Michael volta a encontrar Hanna obrigado pela mãe, a fim de agradecê-la. Mal sabia ele que depois desse último encontro seus desejos e curiosidades sexuais começariam a aflorar e os dois se tornariam amantes.

Sendo iniciado na arte de amar por Hanna, o rapaz não consegue mais passar um dia sem vê-la, e até mesmo mantém um ritual de leitura dos clássicos para ela quando a mulher assim lhe pede.



- leia mais em The Bookaholic Princess: http://thebookaholicprincess.blogspot.com/2010/09/o-leitor-por-bernhard-schlink.html
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Mateus 25/09/2010

O que exatamente faz de um livro bom e diferente de todos os outros? Na minha opinião, é a singularidade de sua história, se o enredo é especial, diferente e irreverente. Clichês e histórias bobas são predominantes na literatura, e é difícil encontrar algum livro que seja realmente inédito. O Leitor é precisamente um livro assim, que foge da maior parte dos clichês e se mostra único.

O livro conta a história de Michael Berg, um garoto de 15 anos que por acaso conhece Hanna Schmitz, uma mulher quase 20 anos mais velha. Surge então entre os dois um relacionamento intenso e impetuoso, que é marcado pelo descobrimento do sexo e da literatura, pois Michael sempre lê livros para Hanna. Até que um dia ela some, e nunca mais manda notícias.

Talvez um ponto essencial para a formação do livro seja o mistério. Comecei o livro sem saber nada sobre Hanna Berg e o acabei continuando sem saber nada. No final, ela havia se tornado uma desconhecida maior do que a achava no começo. Mas isse não é algo que torna o livro ruim, e sim, atraente. Michael Berg é outro misterioso. Ao mesmo tempo que se mostra compreensivo, delicado e sutil, revela ser arrogante, rancoroso e incompreensível. Mistérios...

Durante o desenrolar do livro, vemos uma grande melancolia estampada nas palavras do autor. Este é outro ponto predominante. A história é muito triste e infeliz, que nos faz pensar muito em nossas atitudes. Será que temos o direito de intervir nas decisões das pessoas? Será que os nazistas mereceram o que ganharam após a guerra? Essas são as perguntadas mais refletidas.

O Leitor é um desses livros que você pega uma vez e não quer mais largar. A leitura é extremamente simples, e a narrativa se desenrola rapidamente fazendo nós leitores ficarmos vidrados o tempo todo. Algumas partes são um pouco monótonas, mas é um excelente livro que nos faz pensar na vida. Profundo e simples, intenso e íntimo. Recomendo.
Milena Karla - Mika 29/03/2012minha estante
Sua resenha muito boa, mas eu não curto muito esse tipo de livro, prefiro os que me levam a outro mundo, não os que me fazem pensar neste aqui. ;)


Manu 07/04/2012minha estante
"o Leitor" me prendeu tanto que eu o li em um só dia! Tive que faltar na faculdade por isso, mas valeu a pena! Sua resenha esta perfeita, achei exatamente a mesma coisa, exceto a parte da monotonia, gosto delas porque me fazem respirar!


Mateus 18/04/2012minha estante
Obrigado pelos elogios! O Leitor é mesmo um livro ótimo e envolvente, não tem como não gostar. Até mesmo as partes monótonos são marcantes, não é mesmo Manu? E às vezes esse tipo de livro nos surpreendente bastante, Mika, vale muito a pena a leitura desta obra.


Milena Karla - Mika 15/06/2012minha estante
Tenho lido Livros que me fazem pensar na vida ultimamente. E como você sempre diz, temos que variar a leitura né? Eu variei e ler Livros profundos e intensos é bom! Se você está dizendo eu acredito, deve valer mesmo! haha


Bruna Baggio 21/02/2013minha estante
Depois dessa resenha,e dessa frase "Será que os nazistas mereceram o que ganharam após a guerra?", não tenho outra opção a não ser começar a ler imediatamente!


Ricardo 28/12/2015minha estante
Gostei da resenha, sem dúvida ótimo livro.


Silveira 09/03/2017minha estante
Já havia assistido o filme e mesmo assim me surpreendi com o livro.Recomendo!




Tórtoro 17/09/2010

LIVROS : AMOR E PAIXÃO
“Não há arte sem voz, o texto é só uma oportunidade do gesto vocal”

Zumthor

Em A menina que roubava livros, de Markus Zusak, Liesel Meminger , a menina alemã do título, lê para Max Vandenburg, um judeu, enquanto ele se mantém escondido na casa dela, na Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial: e aprende a amá-lo
Em O leitor, romance de Bernhard Schlink, Michael Berg, um jovem de quinze anos, lê fragmentos de obras de escritores famosos para Hanna Schmitz , mulher vinte anos mais velha: e se apaixona por ela.
No livro de Zusak, um dos grandes momentos é quando Liesel é convidada pela esposa do Prefeito a visitar a sua biblioteca: “a sala foi encolhendo sem parar, até que a menina que roubava livros pôde tocar nas estantes, a poucos passinhos de distância. Correu o dorso da mão pela primeira prateleira, ouvindo o arrastar de suas unhas deslizar pela espinha dorsal de cada livro. Soava como um instrumento, ou como as notas de pés em correria. Ela usou as duas mãos. Passou-as correndo. Uma estante encostada em outra. E riu. Sua voz se espalhava, aguçada na garganta, e quando ela, enfim, parou e ficou postada no meio do cômodo, passou vários minutos olhando das estantes para os dedos, e de novo para as prateleiras”.
Na obra de Schlink, as mesmas sensações são vividas por Hanna ao visitar a biblioteca do pai de Michael: “Ela tinha ido de quarto em quarto e estava no escritório de meu pai. Encostei-me silenciosamente no umbral da porta, observando-a. Ela deixou seu olhar vagar pelas prateleiras de livros que cobriam as paredes, como se estivesse lendo um texto. Então foi até uma prateleira, passou o dedo indicador da mão direita pelas lombadas dos livros,foi até a prateleira seguinte, continuou com o dedo, lombada a lombada, passando em revista o quarto todo. Na janela, ficou parada, olhando na escuridão, para o reflexo das prateleiras de livros e sua própria face refletida”.
Já vivi, quando adolescente, as emoções de, não podendo comprar livros, receber um dia o convite de uma vizinha (Sra Edmeia, esposa de meu padrinho de crisma, Sr Eder) para dispor de sua biblioteca particular: foi uma experiência das mais marcantes e inesquecíveis em minha vida.
É importante frisar que ambas, no início dos romances, são analfabetas, e encontram nos livros o elo que as leva ao amor e/ou à paixão.
A leitura em voz alta leva uma alemão — teoricamente, nazista — ao encontro de um judeu, e leva um advogado ao encontro de uma criminosa nazista, subvertendo as verdades, tidas como universais, de que todo nazista é contrário aos judeus e que todo advogado é contrário aos criminosos.
O meio utilizado para promover a tal subversão são os livros, e a identificação dos leitores com as personagens e o enredo vem da necessidade de cada um de nós, nesses tempos de solidão, de átomos, de fragmentos, de rapidez, de indivíduos, de descontinuidade, numa era tecnológica da imagem, de encontrar uma voz, a voz de um narrador ecoando transformada e transformadora.
Para quem gosta de livros, esse é o segredo do sucesso de ambas as obras em questão: são livros que falam de livros como já afirmou Umberto Eco e retomam o valor e o encanto das histórias narradas.



ANTÔNIO CARLOS TÓRTORO
www.tortoro.com.br
ancartor@yahoo.com
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Luiza3302 16/09/2010

Calmo e intenso
Eu havia assistido um pedaço do filme antes de ler o livro...
Não lembro por qual motivo não o assisti todo, mas a história me chamou a atenção e na primeira oportunidade peguei o livro pra ler.
De primeira a impressão foi positiva, por se tratar de um livro que eu chamo de “leitura rápida”, entendam como aqueles que têm uma linguagem de fácil compreensão e que conseguem te prender ao ponto de você não conseguir largá-lo.
Ao decorrer da leitura, me defrontei com um romance e com um assunto de natureza intolerável: o Holocausto. E dessa forma conseguimos entender a confusão de sentimentos.
Algumas questões levantadas são muito interessantes:
- Será que podemos interferir no livre-arbítrio das pessoas?
- Como os alemães da geração do pós-guerra deveriam se sentir?
Um livro calmo e ao mesmo tempo intenso!
Recomendo
:)
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Evy 13/09/2010

Assisti primeiro o filme. Talvez por isso eu tenha começado a leitura com um pé atrás. Eu confesso que as cenas iniciais do filme me chocaram um pouco, afinal Hanna era muito mais velha que o garoto de 15 anos Michael Berg. Afora esse primeiro impacto, a história se desenrola de forma emocionante. O livro traz a mesma trajetória, o autor vai descrevendo a história sem muito sentimentalismo (o que me agradou, pois não sou uma grande fã de romances muito melosos) e de forma bem direta, mesclando passado e presente. Além disso o fundo bem trabalho neste livro sobre o Nazismo faz com que tudo se torne mais intenso e interessante. Os personagens são quase reais e as passagens em sua maioria são emocionantes. Uma história crua, linda e que vale a pena ser lida.
Léia Viana 12/10/2010minha estante
Então... eu assisti primeiro ao filme também e detestei, será que vale realmente a pena ler este livro? Fiquei com um preconceito danado dele após ver o filme.




Luciane 12/09/2010

Muito bom!!!
Confesso que eu tinha uma resistência com este livro, não por achar que a história não fosse boa, mas porque eu havia lido o livro "O outro" do mesmo autor, o qual me decepcionou muito (havia achado a sinopse legal, mas a história não se encaminhou para um bom rumo. Também não gostei do filme "O Amante", baseado no livro). Então, relutei para ler "O leitor", mas o livro estava em promoção nas Americanas e, como eu ainda não havia visto o filme, resolvi arriscar.
"O leitor" me surpreendeu, realmente é muito bom. Tem um excelente enredo. A história traz algumas surpresas e algumas reflexões. Por eu ser formada em Direito, gostei do enfoque jurídico dado ao livro. Gostei também dos dados históricos da Segunda Guerra Mundial e de ler uma versão da história por meio de um autor alemão.
Recomendo a leitura para quem busca o gênero drama e história.
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Fernanda 30/08/2010

O LEITOR
Uma história do primeiro amor de um garoto, com todas as belezas de sua descoberta para sexualidade, contadas de uma forma que impressiona pela forma desapaixonada com que é relatada.
O autor não demonstra qualquer apego emocional a história, e a relata de uma forma continua e direta. Como um pesquisador, ele descreve cada emoção e sentimento.
Um romance real e sem floreios de grandes feitos, algo direto e próximo. Muito bom!
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Paola 23/08/2010

Resenha aqui:
http://uma-leitora.blogspot.com/2010/07/o-leitor.html

:)
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Shana 21/08/2010

ótimo
Um livro lindo, confesso que me encantei com a história. É raro eu gostar tanto de um livro com tão poucas páginas, que trata sobre o Terceiro Reich e ainda traz um romance. Mas apesar de ser tão "curtinho", o livro é de uma profundidade incrível. As primeiras cem páginas trazem um romance improvável: o amor entre um menino de 15 anos e uma mulher de 36 anos (Hanna). Após alguns meses a mulher desaparece. Seis anos após o "desaparecimento", o menino chamado Michael, agora um estudante de Direito, ao se matricular em Seminário passa a acompanhar um processo no qual Hanna é uma das acusadas. O desfecho do livro traz as seguintes questões: porque Hanna se suicidou? Teria sido ela tão culpada? Até que ponto poderia se exigir que tivesse tomado uma decisão diferente nas circunstâncias do incêndio? Afinal havia um bombardeio! Tensão, medo, falta de iniciativa.....
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Luiz 03/08/2010

Pequenas Linhas: Livro ou Filme?
Toda vez que nos recomendam alguma obra que teve seu enredo dramatizado, sempre nos deparamos com uma pergunta fundamental: Qual dos dois é melhor, o livro ou o filme? Bem, creio que só pelo fato de você estar aqui, nessa rede social, lendo essas linhas, sua escolha é óbvia. E este aqui não irá fugir a regra.

[Pequenos Spoilers]
O livro do Alemão Bernard Schlink começa sua história na destruída Berlim de 1958, com o repentino e casual encontro do adolescente Michael Berg, 15 anos, com Hanna Schmitz, 36 anos. Após este encontro, Hanna envolve e seduz Michael, iniciando um caso de amor intenso e bonito, que transcende o mero envolvimento físico.
Sem nunca revelar nada além do seu nome, Hanna se mostra interessada nas atividades do garoto, perguntando-o acerca de sua escola e de suas tarefas acadêmicas e Michael, por sua vez, lhe fala dos livros e textos que tem que ler (A Odisséia, As Aventuras de Huckleberry Finn, A Mulher e o Cachorrinho, peças de Tchekov). De pronto, Hanna pede que ele leia esses textos para ela e ele o faz, no começo a contragosto, mas posteriormente cheio de uma autoconfiança, fruto dos elogios feitos por Hanna a sua leitura. E assim desenvolve-se o caso de amor ente os dois, envolto na leitura dos clássicos por parte de Michael à atenciosa ouvinte que é Hanna, até que o caso é bruscamente interrompido pelo súbito desaparecimento de Hanna.
Alguns anos depois, em 1966, o agora estudante de direito Michael toma parte como ouvinte, juntamente com seu professor e alguns colegas, de um julgamento de criminosos do regime nazista e ali descobre, chocado, a sua ex-amante Hanna no banco dos réus, o que o leva a um vórtice de culpa e piedade.
[Fim dos spoilers]

Não quero revelar mais detalhes para não afastar os amigos da leitura. Na verdade, o leitor mais atento poderá ver que usei alguns trechos do próprio release da editora. O que quero é retomar o início dessa menoscabada resenha e tentar fazer uma comparação do livro com o filme.

O livro parte do grande dilema ético alemão da segunda metade do século passado e que é espinhoso para eles até hoje, o julgamento dos criminosos de guerra nazistas, que sedimentou um verdadeiro conflito de gerações na Alemanha pós-guerra: A geração ‘filha da guerra’ criticava ferozmente a relutância dos pais de confrontar seu passado nazista (lembremos que este confronto sedimentou a base para o estabelecimento de grupos terroristas e de um conflito real, exemplificado no Grupo Baader-Meinhoff). Esse pedaço de história alemã nos é bem representado tanto no filme quanto no livro por meio da revolta dos colegas universitários de Michael Berg com as prisioneiras nazistas, ávidos em condená-las sem antes sopesar os princípios do devido processo legal e da presunção de inocência, caríssimos ao processo penal moderno.

O outro aspecto primoroso da obra de Bernard Schlink é sua habilidade para construir uma ‘dramatização’ do conceito da ‘Banalidade do Mal’ da filósofa judia Hanna Arendt, habilidade essa fruto da sua condição de professor de Filosofia do Direito da Universidade de Humboldt.
Hanna Arendt, no seu livro “Eichmann em Jerusalém” trata do julgamento do Major da SS Adolf Eichmann, supostamente o principal executor do holocausto judeu enquanto assessor para assuntos judaicos, pelo recém-criado Estado de Israel. O que a autora judia logrou comprovar foi que (i) ao contrário do pretendido pelo governo israelita, a figura discreta de Eichmann discrepava do monstro imaginado por seus captores e tampouco o Major era peça fundamental para a Solução Final judaica exatamente porque (ii) Eichmann era apenas um burocrata ambicioso, desprovido de qualquer tipo de conexão com o povo judeu, cujo extermínio representava apenas o instrumento de sua ambição em atingir o posto de Standartenführer, tenente-coronel da SS. Aqui consiste a ‘banalidade do mal’, uma conjugação de de fatores desumanizantes (totalitarismo, criminalidade como norma estatal, burocracia, etc.) combinados com a reação apática das vítimas (em especial dos judeus), num processo de normalização da desumanidade.

É nesse ponto que o filme pesa a mão, esforçando-se em transmutar a história de Hanna (creio que identidade dos nomes não é mera coincidência) com Michel em uma bela história de amor. Algumas pessoas saíram do filme com lágrimas nos olhos pelo despedaçado romance representado pelas atuações soberbas de Kate Winslet e de David Kross, sem levar em consideração que a ‘vilã da história’ é justamente a personagem Hanna. A semelhança entre o descaso de Eichmann e o de Hanna é óbvia, sintetizado nas passagens em que a personagem diz que era sua tarefa mandar as prisioneiras para morte, pois outras chegariam e era preciso arrumar espaço ou quando Hanna trocava outras ocupações por deter um ‘emprego’ melhor na SS.

Àqueles que saíram da sala de cinema revoltados pela passividade de Michel, que detinha a informação potencialmente capaz de salvar sua ex-amante, questiono: Essa informação a tornava menos culpada pela morte das prisioneiras judias? Não, não a tornava. Como responsável e, porque não, criminosa de guerra, Hanna deveria ser julgada e, condenada, punida.

Bons filmes são aqueles que nos perturbam e bons livros são aqueles que nos levam a reflexão. Sob esse prisma, o filme tenta nos entregar a culpa e a piedade enquanto o livro nos leva à questionar a própria natureza humana. Temos aqui um péssimo filme fruto de um excelente livro.
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Jim do Pango 03/08/2010minha estante
Brilhante, meu caro Magalhanovic.

Sua pena sempre aguda acaba de produzir mais um leitor de "O Leitor".

Forte Abraço




Dri Ornellas 25/07/2010

Gostei do livro.
Narrado em primeira pessoa pelo personagem Michael Berg, o leitor, um menino normal de 15 anos que fica doente e, após um incidente na rua, é ajudado por Hanna, por quem depois sente uma atração desconhecida e com quem começa a ter um caso.

A primeira parte o livro é intercalada com narrações do presente e do passado: o passado é o encontro entre Hanna e Michael; o presente é o julgamento de Hanna por crimes como guarda de um campo de concentração, que Michael acompanha como estudante de Direito. Ainda tem uma terceira parte, que é o encontro de Michael com Hanna.

O autor utiliza uma linguagem direta, com boas digressões.

"Por quê? Será porque aquilo que foi belo se torna frágil para nós em retrospectiva, por esconder verdades sombrias? Por que a lembrança de anos felizes de casamento se estraga quado se revela que o outro tinha um amante durante todos aqueles anos? Será porque não se pode ser feliz em tal situação? Mas a pessoa era feliz! Às vezes a lembrança não é fiel à felicidade quando o fim foi doloroso. Será porque a felicidade só vale quando permanee para sempre? Será porque só pode terminar dolorosamente o que foi doloroso de modo inconsciente e invisível? Mas o que é uma dor incosciente e invisível?"
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Lori 16/07/2010

Como já tinha visto o filme sabia qual era o grande mistério que era avisado já na sinopse. Claro que isso tirou um pouco da graça de descobrir, contudo permitiu que eu visse as pequenas dicas dadas. E foram muito bem distribuídas durante a obra, se não creio que teria percebido. Toda a trama, aliás, é bem construída. O relacionamento dos dois, as passagens do tempo e como tudo vai se unindo. Alias vale apontar que a escrita dele é direta, poderia até dizer seca. Ele não floreia a situação, simplesmente a descreve. Talvez o seu livro seja mais uma grande descrição das memórias de Michael do que a interpretação das mesmas. No início foi um pouco estranho, com o tempo dá para se acostumar e ver a beleza em uma escrita desse estilo.

Enquanto há livros que se apóiam em bons personagens, que cativam e te mantém durante a leitura, Bernhard se utiliza de uma trama cativamente. Ele cria um desejo de saber sobre o que vai acontecer com essas situações, principalmente a partir da segunda parte. O único personagem realmente explorado e trabalho é o Michael, o qual conta a história. Mesmo assim, você sabe mais de sua história do que suas características. Nem mesmo a Hanna, você conhece muito. Ela é sempre vista como uma pessoa a ser descoberta, talvez seja assim por que o próprio narrador a não conhecia tanto.

Uma reflexão que ele traz que eu gostei muito foi sobre a geração após a guerra. Eles não haviam cometidos os erros dos pais, contudo de qualquer forma trazem a marca. Principalmente por que esta ligada diretamente, o mundo ainda estava saindo dos escombros da guerra. Porém, o principal não é como são vistos, sim como reagem. Eles não tiveram controle sobre as ações, contudo como condenar aqueles que viveram na época enquanto ama os seus pais? Como condenar, se tudo o que indica ao seu redor que o que tem que ser feito é esquecer? Cada geração tem o seu peso, porém duvido que alguma tenha tido o mesmo que aquela que vem após 45.

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http://depoisdaultimapagina.wordpress.com/
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Bia 14/07/2010

A história em si do livro é muito boa, porém, como o autor a colocou, não foi de uma forma muita adequada, as vezes o livro fica enrolando demais, sem contar algumas cenas que aparecem ...
Daniel Manzini 23/07/2013minha estante
vc pode especificar ?




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