@letravermelha 19/02/2024
Um Gógol Cômico!
Ao acordar e tomar seu o café, um barbeiro russo se depara com um nariz dentro de seu pão. Ao encontrá-lo, ele se desespera e um pavor crescente o aflinge ao constatar quem seria o dono desse órgão. Longe dali, um Assessor colegial chamado Kovaliov, seu cliente, ao acordar e se olhar no espelho, encontra o mais completo vazio no lugar onde deveria estar seu nariz: está liso como uma panqueca. Agora, oque fazer? Para um homem tremendamente vaidoso e ambicioso, perder algo que afetará sua aparência é inadmissível.
Tomado de um profundo desesperado, ele segue rumo a polícia para relatar o sumisso. Nesse interim ele dá de cara com seu próprio Nariz em pessoa, materializado em um Conselheiro de estado, uma patente muito superiror a sua. Foi até ele afim de, conversando, fazê-lo voltar ao seu devido lugar. Mas a verdade é simples e dura: Alguém de patente superior sempre tem razão e não lhe é permitido questionamentos. Logo, essa conversa não surte o efeito desejado por Kovaliov. Segue então uma sucessão de tentativas para fazer esse nariz voltar ao seu devido lugar.
Aqui o nariz é a posição social de Kovaliov, e para ele, ela tem a mais alta importância. "Ele podia perdoar tudo que dissessem dele mesmo, mas não perdoava de jeito nenhum que se referissem à patente ou ao seu título". Então, quando se vê sem nenhum nem outro ele entra em desespero, pois como irá ascender na sociedade e ser respeitado sem status, se seu nariz saiu andando por aí?
Uma crítica social cômica neste conto fantástico, onde o riso surge na situação grotesca da perda do nariz, e a crítica na transformação deste nariz em alguém de patente superior ao seu dono. Assim, Gógol apresenta uma Rússia aferrada a mesquinhez de patentes infinitas e posições sociais que tem mais importância que a pessoa em si. Critica uma sociedade dotada de valores distorcidos, onde a posição e a patente tem mais valor que a pessoa que a carrega. Sem ela você não é ninguém. Portanto, perdeu-se o nariz, perdeu-se a posição. O futuro de Kovaliov estava ameaçado!
Quem nunca se deparou com alguém que dá valor demais ao status social? Que se importa mais com o título do que com a pessoa si?
Recomendo muito a leitura.