Camila Lobo 06/05/2017Resenha: Um Milhão de Mundos Com Você (Por Livros Incríveis)Atenção: Por se tratar do terceiro e último volume, pode conter spoilers dos livros anteriores!
Os multiversos agora dependem de Marguerite Caine. Após salvar a alma de Paul, que foi desfragmentada, o inimigo muda de tática. O objetivo agora é destruir dimensões específicas – matando um número incontável de pessoas – e o foco é matar as variadas versões de Marguerite, para que ela seja impedida de tentar salvar as dimensões. Além disso, depois da desfragmentação, Paul tornou-se ainda mais fechado e distante e talvez ambos nunca voltem a ser como eram antes. Marguerite precisará questionar tudo, do amor a seus princípios, enquanto corre contra o tempo para impedir o colapso dos multiversos.
Sempre que termino alguma duologia, trilogia ou série, o coração fica apertado. Entretanto, com a trilogia Firebird, o sentimento é de vazio e é quase uma tristeza infinita! Apesar dos pontos que me desagradaram nos dois primeiros (vocês podem ver que nas respectivas resenhas, eles não ganharam nota máxima), são o tipo de livro que criticamente poderiam melhorar; mas são eles que conquistam nossos coraçõezinhos e viram obras queridas que serão relembradas por um bom tempo.
"Mesmo que você visitasse um milhão de mundos, não conseguiria. Não dá para saber tudo sobre outra pessoa, nem mesmo a pessoa que você ama. [...] É preciso amar o mistério. Arriscar."
Sem dúvidas, o terceiro e último livro é que possui mais ação. Ao contrário dos dois primeiros livros, esse apresenta poucos universos novos, mas revisita vários outros dos volumes anteriores. Ou seja, Claudia Gray passeia pela trama com agilidade, com vários multiversos conhecidos aparecendo novamente e com elementos que não os tornam desnecessários.
Tenho que mencionar que nesse último volume, quaisquer dúvidas que tivessem restado sobre explicações sobre os volumes anteriores foram sanadas, bem como todas as que pudessem surgir não ficaram sem respostas. Várias teorias, coisas novas e explicações aparecem, e por mais que realmente pareça difícil, ao mesmo tempo parece fazer muito sentido. O que agrada, porque dessa vez, finalmente, as respostas, ainda que elaboradas, parecem ser explicadas de forma mais fácil. É possível, então, compreender tudo o que de fato aconteceu.
Algo que ganha foco maior nesse volume é o próprio relacionamento de Marguerite e Paul. Algo que gosto na trilogia Firebird é que, apesar de haver dois personagens interessados na protagonista, nunca existiu realmente um triângulo amoroso. Um ganha na maior parte dos universos, mas o outro consegue seu espaço em algumas raridades.
Depois que a alma de Paul foi fragmentada e recuperada, ele nunca foi o mesmo, tornando-se meio instável. A autora explora esse lado, trazendo - além da tensão de salvar não só um mundo, mas vários - a tensão sobre o futuro do relacionamento de ambos, já que Paul (um dos crushs literários gente, recomendo), tem medo do que pode fazer a Marguerite. Ou seja, o típico mocinho que acha que é perigoso ficar com a mocinha.
"Se você se sente amado, se sabe que é amado, algo profundo e precioso dentro de você vai sempre estar seguro."
Por fim, a trilogia Firebird não poderia ter um final mais digno. Tudo com lógica (ainda que seja puramente ficção), tudo se encaixa e parece crível. Gray dá um desfecho a todos os personagens – e isso inclui suas diferentes versões nos multiversos, deixando o leitor matar a saudade para logo sentir falta. Um Milhão de Mundos Com Você mostra que é possível que uma trilogia seja boa o tempo todo – e que o final seja melhor ainda. Recomendo de olhos fechados.
Sobre a trilogia:
Um Milhão de Mundos Com Você é o terceiro e último livro de Firebird, da autora Claudia Gray, que mistura mundos paralelos com romance.
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