Tamara 06/05/2017
*Postada na íntegra e originalmente em: http://lovereadmybooks.blogspot.com.br/2017/05/resenha-um-menino-em-um-milhao.html
Quando vejo em alguma sinopse que o livro irá falar de criança, quase sempre ele entra para a minha lista de leituras desejadas, pois sou apaixonada por histórias que trazem essa sensibilidade infantil, e com esse livro não foi diferente, e desde que descobri esse lançamento, ele entrou para a imensa lista dos livros que "quero ler". Porém, ao começar a história, notei que ela seria um pouco diferente do que eu imaginava. Na verdade, não sei bem explicar o que eu esperava, mas sei que não foi o que eu encontrei. Talvez, eu imaginava que Quinn fosse um personagem que transmitisse mais sentimentos, mais intensidade, e durante todo o livro o senti como alguém mecânico demais. E o menino nos foi retratado de uma maneira também mecanizada, e eu de certa forma queria entrar a fundo em sua mente, saber o porquê de ele perseguir tão intensamente esses recordes, porque era tão calado e outros detalhes para compreendê-lo melhor.
Porém, todas as reflexões trazidas nessa história foram muito importantes e para mim foram o ponto mais positivo da obra. Em primeiro lugar, achei muito interessante como nos foram apresentados os diferentes modos de cada um lidar com o luto, pois alguns ficavam calados e depressivos, outros, fingiam que nada tinha acontecido, e na vida real, as coisas seguem mais ou menos dessa forma quando perdemos alguém. Além disso, gostei muito de saber um pouco sobre a imigração para os Estados Unidos, que a família de Ona realizou, e acho que ilustra bastante como foi realmente no passado. Ainda, encontramos diversos recordes do guinness inseridos no meio da trama, e achei alguns bastante interessantes. Por fim, achei o final bastante adequado e realista, e gostei dele.
Conforme já falei, o livro não supriu minhas expectativas, e provavelmente isso se deva ao modo de narração escolhida, que foi a terceira pessoa, e a partir disso, achei a perspectiva de cada pessoa muito distante e fria, e pouco sabemos sobre os pensamentos autênticos de cada um, e essa é uma obra que tinha muito a expor sobre cada um deles, e eu adoraria ter sabido como Ona se sentia em relação a sua velhice e a essa dependência das pessoas; como Quinn se sentia verdadeiramente sobre a morte do menino, e por aí vai, pois embora tenhamos vislumbres de todas essas coisas, elas foram pouco exploradas e na formação de um panorama geral do livro, ele não me tocou muito.
A personagem que mais me despertou afeto foi Ona, com toda a sua história de vida e todos os seus anos vividos. Ainda, gostei do que nos é apresentado sobre o menino, que parece uma criança bastante isolada e solitária, e é uma criança que sofre de alguns transtornos, que nos são apresentados de forma simplista durante a obra. Quanto a Quinn e Belle, os pais do menino, não foram personagens que amei ou que odiei, simplesmente, me foram um tanto indiferentes durante grande parte do livro.
A história é dividida em vinte e seis capítulos, e durante a leitura não encontrei erros.
Recomendo para os leitores que gostam de histórias sensíveis, que passam longe de ser um romance de amor, pois esse livro traz na verdade as histórias de várias pessoas que se entrelaçam e que formam algo bonito e reflexivo.
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