Barbara857 12/01/2022
Estranho...
...e inquietante, com personagens igualmente estranhos e inquietantes, todos eles. Até o gato.
Marycat e Constance claramente tem transtornos psicológicos, embora não seja possível saber se eles surgiram somente após o assassinato da família ou se elas já eram peculiares assim antes disso. Os habitantes do vilarejo são perversos. Marycat também é, mas não demonstra em público. O livro prende porque, embora tenha uma certa monotonia, faz crescer página após página uma curiosidade enorme saber o que houve de fato, o porquê de essa família ser tão peculiar, o que motivou o crime e quem foi o responsável. Mais para o fim, você nota que, na verdade, revelar essas coisas ao leitor não é relevante, não é o foco, tanto que pouquíssimas informações dão dadas, deixa muito para a especulação mesmo
Por fim, o que mais intriga ao final da história, é como as duas irmãs optam, pela segunda vez em suas vidas, em varrer toda a sua ruína para debaixo do tapete (agora quase que literalmente) e "criar" uma realidade ilusória de perfeita felicidade (e os paralelos que isso nos permite traçar...) num cenário completamente melancólico e desolador.
A parte final do livro mostra claramente como se dá o surgimento das "lendas urbanas", o que gostei bastante.
Eu não diria que é um livro de terror, mas sim um drama com suspense.