Resenhas - Sempre Vivemos No Castelo

Beatriz 18/04/2021

Maluco gostoso
Gostei muito da ambientação do livro, da estranheza dos personagens. Foi o livro que li não pra saber o que aconteceria ou criando teorias, mas pra surfar no absurdo da história, na peculiaridade dos personagens. E fiquei muito feliz de finalizar o livro surpresa e satisfeita com o rumo das coisas e o plot, me apeguei as personagens sem esforço.
Mulheres peculiares, uma casa estranha e um gato.

Cinara... 04/04/2021

"Nossa casa era um castelo, com torres e aberta ao céu. "

Como sempre as histórias da Shirlley não são cheias de revelações, emoções e nada extraordinário. Você tem que ler e buscar pequenas peculiaridades sobre os personagens que uma hora irá fazer sentindo.
Não consigo achar ela tão incrível igual Setephen King ou o Neil Gaiman acham e tanto veneram a autora. Mas cada um tem seu gosto né?! ?

Victoria (Vic) 01/12/2021

meu Deus eu AMEI esse livro!!! Pra mim o plot twist era meio ?obvio? desde o início e gostaria de mais algumas explicações, mas eu adorei o clima de mistério, os personagens, a tensão! É exatamente o tipo de livro que eu gosto. Virei fã da Shirley Jackson!!

Gio 27/06/2021

gostei muito da estória, da estranheza dos personagens e situações.
eu imaginava que a Marricat seria a responsável pela morte da família, só queria que a autora tivesse deixado mais claro o motivo disso

Booleticia 07/04/2022

Todos os augúrios indicavam mudanças
Não é um livro realmente assustador, embora exista traços inquietantes ao longo da história.

Ler uma obra narrada em primeira pessoa é sempre perigoso, pois estamos constantemente sendo enganadas pelo ponto de vista dos protagonistas. Especialmente nessa narrativa, onde a Mary Katherine é uma adolescente de 18 anos que tem atitudes infantis, assombrosas e moralmente questionáveis. Além de apresentar traços de toc ao sempre fazer tarefas repetitivas por lhe trazer conforto e segurança.

Mary Katherine odeia aparentemente todo mundo, desde os moradores hostis do vilarejo ? que tratam o que restou da família Blackwood como párias ? até mesmo seus próprios familiares mortos. Na grande revelação que é colocada de forma abrupta no texto, em que ela é a responsável pela morte dos parentes não é de fato uma solução para as perguntas, mas sim uma confirmação do que já estava óbvio.

Porém, o motivo de suas ações é retratada de forma superficial e a dúvida serpenteia pela nossa mente, nos deixando somente com a nossa própria interpretação. Pessoalmente, não gosto quando os mistérios e fatos ficam subtendidos assim, pois eu sempre fico muito perturbada com as dúvidas e eu nunca tenho a real certeza do que aconteceu.

Acompanhar a narração da Mary Katherine é estar com dúvidas o tempo inteiro, nós nunca temos a certeza de nada e por isso temos a sensação de delirar junto com a personagem. Enquanto lia ficava me perguntando: "Será que eu estou ficando louca?! O que está acontecendo aqui?"

A Constante é outra personagem bizzara que traz incômodo justamente por sua calma e serenidade em relação a sua situação. A paciência dela fazia eu me questionar sua sanidade muitas vezes. Ela parece ter adquirido agorafobia, pois em todas as situações conflituosas ela sempre cobria o rosto e nunca encarava de frente. Me pergunto sinceramente se ela estava feliz ou se era somente uma felicidade idealizada e assustadora, como um castelo feito de vidro. Entendo que a felicidade é algo subjetivo de cada um e elas realmente podem estar felizes londe de todos os outros, contudo, essa dúvida lancinante é realmente desconfortável.

A chegada do primo Charles gera ainda mais incertezas sobre o estado da Constance, embora eu realmente não goste dele, me pego pensando: Será que a Constance não estaria finalmente vendo a verdade? Ou ela só estava sendo influenciada para os interesses do Charles? Qual é o certo e o errado nessa história?

O tio Julian é um senhor senil, e eu sinceramente não confiava em nada que ele falava. Todas aquelas situações que ele descreveu realmente aconteceram naquele dia?

Ainda há a reflexão sobre a linha tênue entre a casa ser um abrigo ou uma prisão. Até que ponto é saudável se apegar ao estilo de vida familiar e fincar as escolhas onde nunca haverá mudanças? Na realidade, não deve haver mudanças para a felicidade?

Na cena que os moradores estão destruindo a casa dos Blackwood, logo depois do incêndio eu me senti extremamente incomodada, foram acontecimentos muito horrorosos.

O desfecho da história traz dúvidas e mais dúvidas. Você sai desse livro mais confusa do que quando começou, realmente perturbador!

Simone de Cássia 29/05/2023

Fazendo o trocadilho, é o típico "livro estranho com gente esquisita"... Eu, hein! Não sei quem é mais maluco, os personagens, a autora ou eu por ter insistido nisso... Ai que raiva de "migo" rs rs Fui lendo, fui lendo,e tudo porque queria resposta pra um monte de questionamento. Pois bem, acabei o livro e as respostas não vieram. Fim "pelas metades", do tipo que a gente olha de novo pra ver se não ficou uma página sem ler. Depois eu abandono os livros no meio e "azamiga fala" que eu sou difícil... Olha o que dá ser boazinha....rs rs

Queria Estar Lendo 11/11/2017

Resenha: Sempre Vivemos No Castelo
Sempre Vivemos no Castelo foi o último livro escrito por Shirley Jackson e ganhou uma nova edição, em capa dura, pela editora Suma de Letras que nos cedeu um exemplar para a resenha.

O livro narra a história de Mary Katherine, a Marricat, e sua irmã Constance (Connie), que vivem isoladas no casarão da família Blackwood com seu tio adoentado, Julian. As irmãs vivem longe do vilarejo já tem seis anos, desde que uma tragédia, pelo qual todos culpam Constance, acometeu sua família.

Para Marricat, a narradora da história, tudo anda muito bem, vivendo perto da irmã que tanto ama, tentando todos os dias ser o mais gentil possível com o tio, indo a vila duas vezes por semana -- só o tempo suficiente para fazer as compras no mercadinho e trocar livros na biblioteca. Isso até que um certo primo afastado aparece na porta de casa. Constance não se envergonha dele e não vê problema algum em conversar e até rir com ele. Mas os motivos para o primo estar ali são um pouco mais obscuros do que Constance pode ver. E Marricat precisa proteger a irmã, enquanto ambas protegem seu próprio segredo.

A primeira vez que ouvi falar de Sempre Vivemos no Castelo foi através do livro Juntando os Pedaços, pois é o preferido da protagonista, Libby. E como eu sempre fico curiosa quando mencionam os livros preferidos dos personagens, não tive dúvidas de que gostaria de lê-lo -- por isso, quando surgiu a oportunidade de solicitar através da parceria, não perdi tempo.

Eu não sabia ao certo o que esperar do livro e tudo que sabia de Shirley Jackson, a autora, é que ela tinha influenciado grandes autores, como Neil Gaiman e Stephen King. Fui surpreendida pela narrativa que flui de forma fácil, sendo simples entender e enxergar o que a autora descreve. Apesar de nunca ter terminado um livro do King (sim, gente, eu tentei, não gostei) já vi muitos filmes das adaptações, e o sentimento que eu tinha com Sempre Vivemos no Castelo era muito parecido. Aquele terror que é mais sobre o desenvolvimento dos personagens do que os sustos.

"Marricat, disse Connie, você não quer uma xícara de chá? Ah não, disse Marricat, você vai me envenenar. Marricat, disse Connie, você não quer dormir? Lá no cemitério, com a terra a te engolir?"

Os medos da Constance são completamente compreensíveis, especialmente depois que conhecemos mais a maldade da cidade em relação a elas, uma comunidade pequena e de certas formas cruel com as irmãs. Mas a Marricat é um caso a parte, não consegui decifrar ela completamente. Seus comportamentos bizarros, suas crenças infantis demais para uma garota de dezoito anos que deveria entender mais o mundo (mesmo se tratando de uma garota que viveu isolada desde os 12 anos, nos anos 60) e seus estranhos sentimentos pela irmã -- nunca consegui decifrar se era amor, psicopatia ou alguma doença mental.

Marricat, pra mim, é o grande destaque do livro. As ações dela, as formas como ela busca resolver seus problemas e suas superstições são curiosas e instigantes, é uma personagem que possibilita diversas interpretações, e que muito provavelmente cada leitor enxerga de uma forma. Gostei bastante como a Shirley Jackson desenvolveu as personagens e lidou com a história. Em menos de 200 páginas ela nos dá uma história completa, cheia de nuances e repleta de personagens distintos e interessantes.

Sempre Vivemos no Castelo é um dos meus primeiros livros de terror (teve A Menina Submersa e Minha Doce Audrina antes dele, só) e não foi estranho ler algo de um gênero tão longe da minha zona de conforto.

A diagramação dessa edição está linda e a editora Suma está de parabéns! Em capa dura, com uma ilustração linda e cores que chamam a atenção, a edição ainda tem uma diagramação diferenciada, com a página de abertura de cada capítulo em letras maiores. Eu estou simplesmente apaixonada por ela.

"[...] Vai ver que Charles e dinheiro se achavam independentemente da distância que houvesse entre eles."

É um livro que indico para os veteranos no terror, mas também para os iniciantes. É um ponto interessante, especialmente para quem vem dos romances românticos e quer mudar um pouco de ares, especialmente porque foca tanto em personagens. Embora eu não tenha sentido medo durante a leitura, apesar de ser uma história instigante e que faz com que você queira saber o que vem a seguir -- afinal de contas, você só sabe para onde a história estava se encaminhando quando chega lá -- é o tipo de terror que mais chama a minha atenção. Ninguém precisa de um monstro estranho se os seres humanos cumprem esse papel tão bem, né?

Além do mais, coloco um grande bônus a grande dúvida que o livro deixa: quem é o verdadeiro vilão da história?

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2017/11/resenha-sempre-vivemos-no-castelo.html

Leila de Carvalho e Gonçalves 19/10/2017

Insólito E Perturbador
Nomeado um dos melhores romances de 1962 pela Times e Goodreads, "Sempre Vivemos no Castelo" foi o último livro publicado em vida por Shirley Jackson. Muito acima do peso, viciada em anfetaminas e fumante inveterada, a escritora faleceu em 1965, aos 48 anos, de um ataque cardíaco.

Quem apresenta a narrativa é Mary Katherine Blackwood ou simplesmente Merricat, uma jovem de 18 anos que vive com a irmã Constance e o tio Julian num pequeno vilarejo no estado de Vermont. Eles são os únicos sobreviventes de uma tragédia familiar, ocorrida há seis anos e, desde então, vivem praticamente isolados, evitando contato com a comunidade local, entretanto, uma inesperada visita pode alterar esta rotina.

O que aconteceu no passado e suas consequências são as forças motrizes de uma trama insólita, marcada pela atmosfera gótica, que aborda temas como amor e devoção, sociopatia e agorafobia além de perversidade e segregação. Em linhas gerais, colocando em pauta a moralidade, trata-se de uma perturbadora história de terror que, sem recorrer ao sobrenatural, disseca o lado sombrio da natureza humana.

Outro ponto interessante é a alteridade. A escritora afirma que se inspirou em suas filhas para criar as duas irmãs, contudo, de acordo com sua biógrafa, Judy Oppenheimer, as duas jovens são respectivamente o "yin e yang do próprio eu interno de Shirley: um, explorador e desafiante; o outro, doméstico e satisfeito". Por exemplo, enquanto Merricat revela-se obstinada, supersticiosa e ingênua; Constance é solícita e não se aventura além dos limites da propriedade da família.

Finalmente, pouco conhecida no Brasil, a escritora é autora de outros dois clássicos do terror: o polêmico conto "A Loteria" (1948), que revela um lado sinistro de uma bucólica aldeia americana, e a novela "A Assombração da Casa da Colina" (1959), considerada uma das melhores histórias sobre mansões assombradas já escritas, por sinal, o livro focou esgotado durante muitos anos e ele era vendido por um valor exorbitante em alguns sebos.

Nota: Adquiri o ebook que, com índice ativo, atendeu minhas expectatativas.

Vi. 04/12/2020

Um livro peculiar sem pretensões de agradar, a história é bem unica com uma escrita que causa inquietação e receio de continuar a ler, mas ao mesmo tempo você quer saber o que vai acontecer. Para quem gosta de livros que mexem com o psicológico, recomendo.

Bia 06/11/2021

Peculiar
É uma livro estranho e esquisito com o um ambiente fantasmagórico, só que não ter nada de sobrenatural. É só uma história de duas irmãs esquisitas e que no final terminar sem nenhuma explicação.

Mesmo assim gostei fazia tempo que um livro não me prendia tanto .

vick calvet 28/01/2021

Shirley Jackson é genial
Eu nem sei como falar dessa obra, a shirley não nos traz uma história louca cheia de plots e detalhes, ela traz uma história simples, bem esclarecida, mas absurdamente bem escrito, a escrita da shirley pra mim é genial, eu lendo pela visão da merricat quis matar o charles, quis matar os moradores do vilarejo, quis proteger a Constance, quis tratar melhor o Julian... é uma sensação louca, de uma forma totalmente subjetiva ela consegue nos fazer sentir raiva, medo, agitação, sério sem palavras.
Existe uma poesia na escrita da shirley que me conquista e o carácter psicológico é muito claro, a cabeça da merricat claramente não funciona como a minha e a poesia que ela coloca nessa loucura é o tempero especial na escrita da autora.
Eu queria muito fazer uma resenha com spoilers pra analisar mais essa obra, mas eu quero que todo mundo possa vez a resenha antes de ler o livro e já se anime pra ler então vou parar por aqui.
Amei amei amei

Patricia.Areias 29/01/2021

3,5/5 estrelas.
Eu já entendi que os livros da Shirley Jackson não me ganham pela história em si, mas pelo psicológico dos personagens, no que está na entrelinha. Se você espera aqui uma história de detetive, sobre crimes, investigação, motivação de assassinato, sinto lhe informar que essa história não é para você. Se você busca um livro que aborde questões mentais, com traumas, que compõem a personalidade dos personagens, que nessa história se transformaram em fantasmas de si mesmas, esse livro é o ideal. Eu adoro o tom irrealista que a autora coloca em suas obras, que nos faz duvidar se é tudo real ou fantasmagórico. Enfim, não é um livro perfeito, diria que até cansativo em alguns momentos, mas que rende uma boa discussão e análise.

Luce.Clara 08/04/2021

Roubou meu coração.
Estou encantada. Nunca na minha vida tinha lido um livro que batesse tão bem com o meu gosto. Os personagens são todos magníficos até aqueles que a gente odeia. A narrativa é maravilhosa, e a escrita. Amei o livro. Amei a protagonista.

Tiago Eduardo 29/12/2020

Bela narrativa de uma garota sobre a vida e desgraça de sua família. Traumas, medos marcam o livro contando a vida dessas duas personagens numa pequena comunidade no interior.

Pam 06/05/2021

Esse é um livro que muitas pessoas lêem esperando encontrar terror e medo, o que geralmente acaba em decepção. Eu comecei essa leitura sabendo que não era isso que eu encontraria e devo dizer que fiquei satisfeita com o que essa história se propõe a ser. O entendimento da Shirley Jackson sobre transtornos mentais é nítido na escrita e nas personagens dela e esse é provavelmente o meu aspecto favorito dessa história.