Maria - Blog Pétalas de Liberdade 23/06/2017Resenha para o blog Pétalas de LiberdadeQuando o livro chegou em minha casa, fiquei tentando lembrar qual o motivo de eu ter solicitado-o da parceria com o Grupo Editorial Record, já que a capa e o título não chamam muito a atenção, mas foi só começar a ler para eu perceber que não podia ter feito solicitação melhor!
A história se passa na Inglaterra. Tony Hill é um psicólogo especialista em traçar perfis de serial killers, e com esses perfis, fica mais fácil relacionar crimes à suspeitos e solucioná-los. Depois de muito esforço, ele conseguiu que a polícia aceitasse montar uma equipe de policiais para aprenderem a também traçar esses perfis psicológicos de criminosos.
Sua equipe é composta pela Shaz, a Kay, o Leon e o Simon. Antes de entrarem num caso pra valer, o Tony passou um exercício para eles, para que eles pudessem treinar e traçar um perfil baseado em casos de garotas desaparecidas. Só que o que era para ser uma simulação, tomou proporções inimagináveis. Um dos membros da equipe achou conexões entre os casos de desaparecimento, e encontrou como suspeito uma pessoa famosa. Como sua hipótese não foi totalmente bem recebida, essa pessoa decidiu continuar investigando por conta própria, já que vidas podiam depender disso, e acabou sendo assassinada e teve o rosto desfigurado.
Agora, Tony e o resto de sua equipe tinham que correr contra o tempo para descobrir quem matou aquela pessoa, pois isso poderia custar a liberdade de um deles, além do fato de esse criminoso poder ser um serial killer e estar fazendo novas vítimas.
Tony teria a ajuda da detetive inspetora-chefe Carol Jordan. Eles já haviam trabalhado juntos em outro caso. Agora, ela estava numa cidade nova, lutando para se firmar em seu cargo e para conseguir o respeito de seus subordinados, resolver o caso de incêndios suspeitos que estavam acontecendo poderia seria sua primeira grande missão.
"- Você não tem dúvida de que há um corpo lá dentro? - Carol estava enrolando, e sabia disso.
- Só existe uma coisa que tem cheiro de humano assado e é humano assado." (página 95)
O interessante em "Rastros de Sangue" é que o criminoso é revelado logo nos primeiros capítulos. Não precisamos descobrir quem ele é, mas como, quando e se ele será pego. O serial killer é uma pessoa famosa, e é impressionante como alguns policiais sequer cogitam a hipótese de ele ser o suspeito. Na vida real, acusaríamos aquele astro da TV que parece um santo?
"- (...) Aquele lá precisa de alguém pra falar que ele é maravilhoso. Direto me pergunto se aqueles milhões de espectadores são suficientes, se ainda é desesperado pra ser adorado como era naquela época. Ele nunca conseguiu enxergar um valor nele mesmo se não fosse refletido nos olhos de outras pessoas." (página 283)
Eu gostei muito da leitura, foi um daqueles livros que eu não queria parar de ler, tamanha a curiosidade para saber o que aconteceria no capítulo seguinte. O desenrolar do caso é algo que dá para ser acompanhado. Há muitos personagens, mas em nenhum momento me senti confusa, pois cada um tem seu perfil bem definido. Tem cenas pesadas sim, afinal, serial killers normalmente são cruéis, mas nada foi mais apavorante do que, na página 427, um personagem ter tampado os olhos, depois a boca, e por fim os ouvidos, eu teria perdido a compostura nesse momento se fosse o Tony, quem leu sabe o que esses gestos significam na trama.
No exterior, o livro foi publicado em 1997, mas em nenhum momento ele me pareceu antigo, no que diz respeito ao uso da tecnologia, por exemplo. Antes desse livro, há um outro onde a dupla Tony e Carol aparece: "O Canto das Sereias", e há mais volumes onde eles continuam trabalhando em outros casos. Como são casos diferentes, e como é comum em séries do gênero, podem ser lidos individualmente. Mas confesso que fiquei tão apaixonada pela escrita da autora e pelos personagens, que quero muito ler o anterior e os demais, se a editora decidir publicá-los. Além disso, com aquele final e aquele desgraçado ainda tentando se safar, preciso ler os demais para ter certeza que ele não ressurgirá das cinzas, só para garantir.
"- Está me falando que eu perdi um dos meus policiais por causa de um machismo chauvinista tradicional de Yorkshire? - perguntou, incrédula. (...)
- Ninguém achava que um negócio assim ia acontecer." (página 391)
Um ponto levantado na trama, é sobre como as mulheres precisam lutar duas vezes mais que os homens para conseguir ser valorizada como profissional. No caso dos incêndios que a Carol estava investigando, primeiramente não acreditaram na hipótese dela, e depois uma policial foi tratada de forma diferente de como um policial homem seria tratado, com menos consideração, e isso foi trágico. O livro também serve como um alerta para os adolescentes, visto que as vítimas do serial killer da obra eram garotas de quatorze anos, colocá-los a par dos perigos é importante.
A capa, como já comentei, não chama muito a atenção, apesar de ter um elemento que condiz com a história: um torno. Mas pelas capas de edições estrangeiras que vi (uma está aí ao lado), nenhuma me agradou. A diagramação é simples, com margens, letras e espaçamento de bom tamanho. As páginas são amareladas e há poucos erros de revisão.
Por hoje é só, fica minha super recomendação de leitura para quem curte romances policiais, e até para quem ainda não é fã do gênero. Acredito que quem gostou de livros como "Os homens que não amavam as mulheres" e "Diário de uma escrava" também vai gostar de "Rastros de sangue".
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