Resenhas - O Garoto da Loteria

Lívia Gusson 02/05/2018

Sensível
O Garoto da Loteria me fez esperar um protagonista vulnerável, dramático, que estava aprendendo a lidar com sua condição, porém me deparei com um personagem extremamente sagaz, inteligente e esperto. É evidente que seus trejeitos são características de quem vive nessas condições ha um bom tempo. Gostei muito do desfecho dado ao personagem, me fez refletir que dinheiro nem sempre é a solução para algumas situações, talvez tudo o que precisamos é uma chance.

Isabelle.Yumi 02/11/2017

Um garoto de sorte!
Bully é um garoto de apenas 12 anos, que vive sozinho com sua cadela Jacky nas ruas de Londres. Sua vida muda drasticamente depois que descobre que seu bilhete de loteria
está premiado.

O garoto da loteria revela uma leitura leve e gostosa narrada em terceira pessoa. Acompanhamos de inicio a trajetória de Bully ate descobrir seu bilhete premiado, depois a historia toda vai se desenrolar nas aventuras que ele passará com Jacky pelas ruas.

O livro em si apresenta um personagem ainda em uma idade de transição do infantil para o adolescente, então nota-se traços de uma leitura leve e infantil em algumas partes, o pensamento do personagem é exposto sempre, o que dá a impressão de estar dentro da cabeça do principal e entender como um garoto de sua idade pensa. Algumas partes foram um pouco contraditórias onde se percebia um Bully um tanto criança, inocente demais e ate perdido, mas depois tínhamos um Bully responsável, forte e muito adulto. Mas acredito que a essência que o autor desejaria mostrar fosse essa, o efeito da transição da saída da fase criança para a fase adolescente. Afinal, Bully passa por tantas dificuldades em sua aventura que lhe exigem ser ''adulto'' mesmo sem idade e preparo o suficiente.

A temática escolhida na historia pelo autor Michael Byrne foi algo que não é muito comum ser abordada nos livros de hoje, o abandono de crianças pelas ruas. O autor mostra pela escrita a realidade de um garoto de rua e como eles realmente vivem, o quanto é duro a vida pelas ruas, apesar de isso ser aliviado as vezes em algumas partes da historia onde Bully se diverte mesmo estando sem comer direito e sem passar alguns dias sem conseguir dormir direito e mesmo assim alegar que aquilo é bom, o que mascara um pouco essa realidade dura.

O autor Michael Byrne conseguiu criar no geral uma historia boa, satisfatória, digna de quatro estrelas, por abordar um tema que não é muito visto hoje em dia e também por ter uma boa escrita e de fácil entendimento, criando situações que são um tanto eufóricas em algumas partes do livro onde torcemos tanto para Bully conseguir seu tão aguardado premio e o seu merecido final feliz. Michael Byrne atendeu aos requisitos da expectativa que se cria em toda historia do livro com uma boa dose de realidade, onde devemos lembrar que nem sempre tudo é como nós queremos, as vezes dá certo, outras vezes não. O final feliz existe no livro, somente não é como se espera nos contos de fadas.

Junior.Silva 14/08/2017

Resenha: O Garoto da Loteria – Michael Byrne
Esse foi um livro que chamou a minha atenção pela capa e me ganhou pela sinopse. Quando vi O Garoto da Loteria entre os lançamentos da Rocco Jovens Leitores logo coloquei a história na minha meta de leitura e rapidamente devorei o livro. Quem me segue aqui no leitor já deve ter percebido que eu sou muito fã de dramas adolescentes, essa é uma das fases da vida que definem todo o futuro de uma pessoa e o mercado editorial vem, finalmente, retratando esse público de forma muito agradável e certeira.

Na história de Michael Byrne, primeira publicada pelo autor, Burly e Jack, sua cadelinha fiel, vivem nas ruas de Londres caçando qualquer comida para matar a fome e um canto para dormir. O menino foi para as ruas após a morte da mãe, meses antes. No meio do caminho, praticamente sem esperança, ele encontra um bilhete de loteria antigo e descobre que o mesmo está premiado... Daí começa uma verdadeira saga para que o menino de apenas 12 anos possa trocar o seu prêmio (a troca só é permitida para maiores de 16 anos).

O enredo desse livro é realmente envolvente, alguns artifícios utilizados pelo autor deixam o leitor ansioso, sem fôlego, querendo devorar cada página do livro e acompanhar todos os desafios que Bully enfrenta para trocar aquele bilhete. Pra vocês terem uma ideia, muito bem utilizada por Byrne, a cada novo capítulo o autor descreve os dias, horas e minutos que faltam para o fim do prazo de troca do bilhete premiado. O artifício é simples, diria até que bobo, mas funciona muito bem na narrativa da história. Convivemos com Bully, sua cadelinha, seus familiares e amigos da rua por cinco dias na história, dias de muitas aventuras, onde o autor nos mostra que nem sempre é possível confiar em quem está a nossa volta e que a maior surpresa e apoio vem exatamente de onde a gente menos espera, nos momentos mais inusitados.

Minha única decepção ficou pela forma como o autor decidiu desvendar sua história, não o final do livro em si, mas o momento que ele acontece, pouco antes dos últimos capítulos, tornando toda a reta final como um grande epílogo, tirando um pouco da emoção prometida já nas primeiras páginas. Esse foi um ponto que me frustrou, mas em nada tira o mérito da obra de estreia de Michael Byrne. Vale destacar que a forma como os cenários da história foram descritos é bem interessante, o autor faz uma imersão por Londres de forma que eu, particularmente, nunca tinha vivido. O mais curioso é que apesar do detalhismo em nenhum momento o texto fica cansativo.

Por fim, O Garoto da Loteria é uma história que emociona e nos leva a refletir sobre como o mundo hoje trata a esperanças das nossas crianças. A história de Bully poderia ser a história de qualquer outro jovem que mora nas ruas por diversos motivos. O autor acerta em cheio ao trazer para sua literatura de estreia temas como sobrevivência, esperança e a necessidade de amadurecimento diante das adversidades. Se você tiver oportunidade leia, é uma livro que faz bem.

site: http://leitorcompulsivo.com.br/2017/08/14/resenha-o-garoto-da-loteria-michael-byrne/