Laiza 31/01/2019
Volúpia de Veludo - Loretta Chase
Em Volúpia de Veludo somos apresentadas à irmã Noirot mais nova, Leonie. Desde que suas irmãs mais velhas se casaram, Leonie tem cada vez mais se dedicado e trabalhado no ateliê Maison Noirot, para dar continuidade ao negócio da família e atingir o sucesso que sempre foi o sonho dela e das irmãs. O trabalho de Leonie toma novos e objetivos rumos quando ela conhece Simon Blair, Marquês de Lisburne, durante uma exposição de arte, em que ela fica encantada com a exibição de um quadro do acervo pessoal dele, Marte e Vênus do pintor Botticelli. Desde o primeiro eletrizante encontro dos dois, ambos sentem o início de uma atração que nunca sentiram antes. Mas Leonie não pretende se relacionar com ninguém, já que o futuro e o sucesso da Maison Noirot Ateliê estão em suas mãos.
O relacionamento dos dois acaba tomando um rumo diferente depois que Simon apresenta à Leonie sua prima Lady Gladys, uma mulher deselegante e impetuosa que está em Londres para participar da temporada social e conquistar um pretendente.
Leonie percebe que vestir Gladys com os impecáveis vestidos da Maison Noirot, além de repaginar o visual dela para algo elegante e sofisticado, seria a oportunidade perfeita para mostrar às mulheres da sociedade os vestidos de seu ateliê. Simon, porém, não acha que Leonie vai conseguir se aproximar e nem aconselhar Gladys. Assim, os dois fazem uma aposta: se a transformação de Leonie atrair algum pretendente à Gladys até o final da temporada, Simon dará a ela o seu quadro de Botticelli, porém, se ela não conseguir, terá que passar duas semanas intensas de sedução com ele.
Volúpia de Veludo foi uma leitura muito frustrante para mim. Enquanto eu adorava o desenvolvimento do romance na trama, todo o resto foi chato e monótono. A química e o relacionamento do casal foram dum dos pontos fortes da trama para mim, e fiquei a leitura inteira ansiando por cenas dos dois juntos. Tanto Simon quanto Leonie têm gênios fortes e possuem uma relação bem intensa e eletrizante, ambos tinham uma ótima sintonia e o desenvolvimento do romance foi gradualmente construído. Adorei muito a cena em que ambos passam a noite juntos pela primeira vez, porque ela foi conduzida de uma forma que me lembrou muito romance de cinema.
Apesar de ter gostado muito do romance dos protagonistas, acabei não curtindo muito o resto da trama. A questão da tentativa de transformação de Gladys e os escândalos e poemas do primo do Simon, Lorde Swaton, foram muito entediantes. Ambos os personagens não são nada cativantes, e todo o romantismo colocada em Lorde Swaton é completamente forçado e nada convincente. O livro parece girar em torno dos mesmos acontecimentos sempre, e temos várias cenas das proclamações de Swaton e dos personagens indo nos eventos e fazendo as mesmas coisas. O resto da trama é tão parada e monótona que muitas vezes queria pular as páginas para apenas vislumbrar o casal principal. Acaba que a autora se enrola muito nessas cenas e demora para desenvolver esse outro lado da história, deixando a maioria das reviravoltas e acontecimentos para o final.
Outra coisa que me incomodou é que a autora recorre ao mesmo problema que já havia sido debatido nos dois livros anteriores da série, que era sobre não se apaixonar e nem casar para se dedicar apenas ao trabalho na Maison Noirot. Nos três livros temos essa mesma discussão, e sem muitas novidades Leonie segue com os mesmos pensamentos que suas irmãs já tinham, a mesma cabeça dura para encarar os fatos, e a mesma enrolação para tomar logo uma decisão. É claro que isso fomenta todo um debate sobre o papel que as mulheres da época tinham que desempenhar na sociedade e isso é muito interessante, só que as irmãs de Leonie já haviam ultrapassado por isso e as histórias acabaram ficaram muito repetitivas, pois eram os mesmos problemas e as mesmas discussões. Eu ficava com sentimento de que já havia visto tudo isso ser desenrolado e ser problematizado nos livros anteriores.
Minha relação com a série As Modistas teve altos e baixos. Fazendo uma análise geral até agora, percebo que tinha expectativas muito maiores e até o momento encontrei romances divertidos, mas sem nenhum toque especial que me faça morrer de amores pela série. Volúpia de Veludo me conquistou muito por causa do romance entre os protagonistas, mas deixou a desejar em vários outros aspectos. O último livro da série, Romance Entre Rendas, não se encontra em minhas prioridades de leitura ou compra, mas acho que se um dia surgir a oportunidade, eu pretendo terminar a série para ver o desfecho.
* A sinopse do livro coloca o sobrenome do personagem como Fairfrax, mas na história o sobrenome de Simon é dado como Blair.
site: http://laizafsiqueira.blogspot.com/2019/01/livros-as-modistas-3-volupia-de-veludo.html