Ceile.Dutra 16/10/2012Resenha retirada do meu blog - www.estejali.comP.S. Eu Te Amo tem uma coisa que poucos livros têm. Ele vai além da narrativa. Sua história acontece além das 368 páginas.
A história ficou mais conhecida depois da adaptação para o cinema e confesso que já comecei a assistir chorando. Sim, eu só sabia que falava de uma mulher que perdeu seu marido e recebia cartas dele. Terminei o filme do mesmo jeito que comecei, claro, e coloquei-o na minha lista mental de “Melhores Filmes Para Chorar Para Sempre”. P.S. Eu Te Amo virou referência no quesito emocionante para mim, então acho que dá pra imaginar a minha felicidade quando a Novo Conceito anunciou o lançamento do livro (relançamento, na verdade, porque ele já tinha sido publicado, porém poucas pessoas tinham acesso - $$$$$$$$$).
P.S. Eu Te Amo narra, em terceira pessoa, a história de Holly que acabara de perder o marido e grande amor da vida dela, Gerry e já não vê mais motivos para viver. Eles formavam um casal bem comum: amor, brigas, amor, brigas, amor, brigas e mais amor, amor e amor! Gerry era a alma-gêmea de Holly e vê-lo adoecer e partir teve o mesmo efeito no coração dela.
"- Gerry não é um pedaço de papel. (...) Ele é um bilhão de lembranças felizes. "
Sem saber como reconstruir sua vida, ou mesmo sem a vontade de fazê-la, Holly recebe uma carta com 10 envelopes com a caligrafia de Gerry. No envelope maior, estava escrito “A Lista” e cada um dos 10 menores tinha um mês escrito, para que a cada mês, ela abrisse e lesse o recado do amado. E sempre ao final, tinha o famoso “P.S. Eu te amo” e algumas variações. Conhecendo muito bem Holly, Gerry deixou a cada mês espécies de missões para Holly. Seja comprar um vestido novo, seja para cantar no karaokê, Gerry sempre surpreende ao mesmo tempo em que fala de alguma coisa que Holly estava realmente precisando naquele momento.
“Vivemos coisas lindas juntos e você fez a minha vida... Você fez a minha vida. Não tenho arrependimentos. Mas sou apenas um capítulo de sua vida, muitos outros virão. Guarde nossas lindas lembranças, mas, por favor, não tenha medo de criar outras.”
Bem, apesar de ter escrito um pouco, acho que não há muito a falar da história em si. A premissa de uma forma bem macro é a mesma que eu falei lá em cima quando fui assistir ao filme. Mas as semelhanças com o filme são poucas e ambas me agradaram.
A escrita em si é normal, me lembrou muito Emily Giffin, e uma coisa que me agradou muito foi mostrar coisas além do luto de Holly. Não foi só ela que sofreu. Todos os amigos de Gerry também enfrentam a perda e dia após dia tentam superá-la e seguir com suas vidas. O final surpreendeu apesar de não me agradar muito.
Agora a dúvida que deve envolver muitas pessoas que só assistiram ao filme: O livro é tão emocionante quanto à adaptação? Digamos que não. O livro tem muitos momentos engraçados, as amigas da Holly são demais! Nas poucas vezes que chorei foram nos flashbacks ou em algum devaneio de Holly. Mas aí é que está o diferencial que comentei lá em cima: P.S. Eu Te Amo é mais do que está escrito. Ele tem o poder de nos fazer colocarmos no lugar da Holly e imaginar perder alguém que amamos, mesmo sem muitas palavras narradas. E nós amamos, irremediavelmente, o Gerry mesmo antes de começarmos a ler. É como se ele fosse alguém querido e ele, de certa forma, representa justamente isso para quem está lendo. O livro não tem uma escrita poética, ele tem uma narração bem contemporânea, que deixa que o próprio leitor interprete e dite o ritmo. Ele pode ser uma comédia romântica ou um drama se você conseguir resistir às partes engraçadas. P.S. Eu Te Amo pode ser muita coisa, depende de quem vai ler e de como vai imaginar. Depende do que espera do livro e esta expectativa pode deixar a leitura demorada, pois você não encontrará cenas extremamente doloridas e tristes, você pode encontrar indícios de que elas aconteceram e caberá à sua imaginação “vive-las” ou não.