O Livro do Juízo Final

O Livro do Juízo Final Connie Willis




Resenhas - O Livro do Juízo Final


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Delirium Nerd 29/01/2018

Viagem no tempo e a posição histórica da mulher
Connie Willis é uma escritora de ficção científica e fantasia, vencedora de diversos prêmios nos Estados Unidos. Entre sete prêmios Nebula e onze prêmios Hugo, fez sucesso em um ramo literário que costuma negligenciar o trabalho feminino. E, ainda assim, é pouco reconhecida Brasil. O Livro do Juízo Final, publicado em 1992, é o primeiro livro da autora a ser traduzido e publicado no Brasil. O livro foi lançado no país este ano pela editora Suma das Letras.

A autora revela, em sua obra, que mulheres são capazes, sim, de escrever histórias ricas em detalhes, dotadas de enredo fantástico e científico bem construído e sem uma dose de romance. O problema, desse modo, encontra-se na publicação e na recepção pelo público das autoras do gênero.

O Livro do Juízo Final

Uma mulher viajando no tempo

O Livro do Juízo Final é o primeiro livro de uma série que mescla história e ficção científica através da temática de viagem no tempo. Em 2054, a população foi reduzida consideravelmente pela Pandemia. Após o trágico período da humanidade, doenças tornaram-se raras devido ao avanço da medicina. Mas uma infecção misteriosa começa a se espalhar por Oxford. E, coincidentemente, uma aluna foi mandada ao passado com ela.

Kivrin Engle é uma jovem historiadora que deseja pesquisar sobre a Idade Média. Através do projeto Medieval, é enviada em uma viagem no tempo. Mesmo que seu orientador, Dunworthy, seja contrário ao feito, Kivrin está confiante de que encontrará algo magnífico. E pensa que o maior perigo, a Peste Negra ou doença Azul, está ainda longe de ocorrer.

Logo que chega à Idade Média, Kivrin percebe que algo está errado. Uma doença a deixa debilitada, tendo de ser resgatada por misteriosos – e perigosos – homens. O problema é que Kivrin precisa saber o local exato de seu resgate para poder retornar depois das festividades do período. Precisa, assim, não somente se mesclar aos contemporâneos, como se aproximar dos seus resgatadores para que eles a guiem no caminho para casa.

Em 2054, os contemps precisam enfrentar outros perigos. O responsável pelo controle da viagem de Kivrin, adoece, deixando os demais membros da equipe sem informações sobre o sucesso da viagem. Pouco depois, uma doença começa a se espalhar. Assim, Dunworthy e seus colegas precisam descobrir como lidar com essa doença que desafia a medicina moderna, bem como verificar se Kivrin realmente chegou a 1320 – e em qual estado de saúde ela chegou.

Leia a resenha completa no link abaixo:

site: http://deliriumnerd.com/2017/11/21/o-livro-do-juizo-final/
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Eremita suburbana 15/12/2018

Cansativo porém vale a pena
Acho que o livro deveria ter mais foco e não sair divagando, legal porque realmente tem uma pegada histórica peste e negra e tal porém muito longe de ser um livro que eu indicaria e nem iria ler novamente
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Paulo 18/12/2018

Alguns autores desvalorizam a pesquisa para a composição de uma narrativa. Sabe quando você passa meses e mais meses se informando sobre determinados temas como a aerodinâmica de uma asa delta, as complexidades da marcenaria ou as característica de diferentes tipos de feno apenas para compor um capítulo do seu livro? Estes detalhes são tão importantes quanto uma boa história. Dão aspectos de verossimilhança. Mas, se estamos falando de histórias fantásticas, por que se preocupar com a realidade? Connie Willis nos mostra isso em detalhes em sua obra O Livro do Juízo Final.

A escrita da Connie continua a me impressionar. Só deixo um parênteses: O Livro do Juízo Final é um livro da década de 90 enquanto Interferências, meu primeiro contato com ela, é um livro mais recente. E este último tem uma vibe muito diferente do primeiro. O que estamos falando hoje é um livro premiado e considerado por muitos como um clássico da ficção científica. É uma escrita detalhista, mas que de forma alguma alija o leitor do que está acontecendo na história. Não senti palavras difíceis e em nenhum momento fiquei perdido. Fica aqui também o destaque para a tradução excepcional feita pelo Bráulio Tavares que manteve a característica da autora sem prejudicar o seu estilo. Os capítulos são redondos e não passam de 15 a 20 páginas. Mas, não pensem que se trata de uma leitura rápida.

E aí vem a minha crítica (a primeira delas). Achei a escrita descritiva demais. Isso vem provavelmente da imensa pesquisa que a Connie fez sobre a Peste Negra e o século XIV. Como um historiador, eu fiquei deliciado em descobrir algumas coisas que eu desconhecia sobre o período. Sim, apesar de ser uma história de ficção científica, ela é baseada em fatos e informações históricas bem precisas. Ao mesmo tempo isso foi o calcanhar de Aquiles da narrativa, na minha opinião. É uma leitura densa, arrastada em alguns momentos. E mais: o leitor precisa manter o foco o tempo todo, caso contrário vai perder algum detalhe exposto pela autora que vai ser importante mais tarde. Chegou um momento em que eu precisei deixar o livro marinando um pouco, e pegar uma leitura mais leve e divertida antes de retomar a leitura. Por que a nota alta? Porque lá para o final da segunda parte e em toda a terceira parte, a espera vai ter valido a pena. As pontas começam a ser amarradas e a autora mostra por que ela era a maior vencedora de prêmios Hugo até alguns anos atrás. A ação corre frenética e a gente fica louco para virar logo as páginas e saber o que vai acontecer aos personagens.

O grande mérito em O Livro do Juízo Final são os personagens, sem dúvida alguma. Eu fiquei apaixonado por eles. Ao final do livro eu fiquei triste porque queria ver mais histórias com eles. As relações estabelecidas pela autora entre os diversos personagens, fossem eles principais ou secundários é incrível. A gente consegue se lembrar até de peculiaridades de cada um. Kivrin e o sr. Dunworthy são os nossos protagonistas, sendo Kivrin a personagem que está no passado e Dunworthy no presente da história. E a relação entre ambos é linda, muito mais do que um professor por sua aluna, mais de um pai para uma filha. Connie consegue estabelecer muito bem essa relação e ela é reforçada a cada capítulo que se passa. Claro que não é um amor obsessivo, mas uma relação de um pai que se preocupa com o que vai acontecer a sua filha em uma viagem perigosa.

Kivrin representa o nosso olhar para o passado. Ela vai ser os nossos olhos no século XIV. Admito que demorei para gostar do núcleo dela: Kivrin, Agnes, Rosemund, Eliwys, Imeyne, o padre Roche e Gawyn. Provavelmente pelo excesso de descrições do modo de vida da época, a religiosidade, os costumes tenham me afastado de curtir esse núcleo. Cada vez que Imeyne passava parágrafos e mais parágrafos descrevendo como devia ser o culto em uma igreja medieval, aquilo me cansava. Mas, ao mesmo tempo, serviu para tirar um pouco daquele mito que todo o leitor de fantasia tem de que o período medieval era maravilhoso e repleto de aventuras. Como o sr. Dunworthy explica a Kivrin antes de ela partir, é um período repleto de perigos, doenças, degoladores e muita superstição. Pessoas poderiam ser mortas apenas por erros de etiqueta. Connie consegue reproduzir até mesmo a forma como as famílias se relacionavam. A relação entre mãe e filhas vai parecer estranha, mas não nos esqueçamos que essa noção do amor romântico e caloroso é algo bem recente, vinda do século XIX. Crianças no período antigo e medieval eram tratadas como pequenos adultos. Se casavam logo, e quase nunca por amor.

Connie é uma autora que não tem pena de matar personagens. Se apegou a um? Cuidado! Ela vai matá-lo eventualmente. Os momentos finais tanto no passado como no presente são mortais. Kivrin passa por uma situação inacreditável. Tudo aquilo pelo que ela passa é chocante, é de fato o fim dos tempos. Presenciar aquela situação acaba com a psiquê de qualquer um. Aqueles momentos finais são completamente justificáveis diante do pavor da aniquilação de tudo o que você conhece. E não se tratou de uma magia, de um exército ou de uma arma; foi apenas um micro-organismo capaz de devastar o ser humano. O curioso de tudo é perceber o quanto o ser humano se desespera diante de uma força que ele é incapaz de resistir.

Também somos colocados diante da arrogância do ser humano. Gilchrist e sua equipe representam aqueles de pensamento pequeno e capazes de realizar ações impensadas apenas para se beneficiar de qualquer forma. Não importam os meios para se alcançarem determinados fins. Kivrin acaba pagando pela irresponsabilidade alheia. E mesmo Dunworthy tendo boas razões para desfazer a experiência ele acaba precisando enfrentar inúmeros obstáculos. Em alguns momentos da história, a gente chega a bater cabeças de tantas burocracias e bobagens que o protagonista precisa passar. Esse elemento de vai e vem na história é o que me fez gostar mais do núcleo no presente. Isso somado ao espírito investigativo de tentar descobrir aonde se encontrava a razão de todos os problemas que acontecem na história.

Minha outra crítica diz respeito ao peso da narrativa e à demora com a qual as coisas acontecem. Achei que a narrativa tem muita barriga, ou seja, tem muitos elementos que são dispensáveis. Alguns capítulos são marcados por terem acontecimentos irrelevantes apenas destacando relações entre personagens. Algo que poderia ter sido condensado em cenas menores e sem tanta pompa e descrição. Me peguei cansado ao ter que lidar com as benditas sineiras explicando estilos e formas de tocar sinos. Além disso, as frases são carregadas e exigem atenção. Isso porque o leitor é que vai juntando as peças para solucionar os mistérios da trama. Por essa razão acabamos nos detendo mais nos parágrafos.

Connie Willis nos presenteia com mais uma história memorável. Mostrando como realizar uma pesquisa para a composição de uma narrativa, ela nos coloca diante de personagens inesquecíveis. Desmistificando a Idade Média e nos aproximando do que ela realmente foi, Connie nos mostra como podemos ficar impotentes diante de criaturas microscópicas e como o fim do mundo pode ser traumático. Uma das cenas mais belas e temíveis é quando Kivrin e Roche estão na Igreja após toda a destruição deixada pela Peste Negra. Mesmo uma pessoa cética como Kivrin é levada ao seu limite e questiona sua fé e a justiça no mundo. Ou seja, recomendo demais este livro.

site: www.ficcoeshumanas.com
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Biblioteca Álvaro Guerra 13/09/2019

Em meados do século XXI, a jovem estudante Kivrin Engle se prepara para viajar no tempo. Ela pretende fazer um estudo de campo sobre uma das épocas mais sombrias da história da humanidade: a Idade Média. Em um primeiro momento, tudo parece ter corrido bem com a empreitada, e ela finalmente está no século XIV. O que Kivrin não sabe é que o técnico responsável pelo seu salto temporal, de volta para 2054, está terrivelmente doente. Seu retorno pode estar comprometido, e isso pode afetar todos os habitantes do Reino Unido. De 1300 a 2050, Connie Willis faz um trabalho magnífico na construção de personagens complexos, densos e pelos quais é impossível não sentir empatia. O livro do juízo final é ao mesmo tempo uma incrível reconstrução histórica e uma aula sobre o poder da amizade.

Empreste esse livro na biblioteca pública

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788556510389
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