Isabella Pina 31/12/2023Primeiro de tudo: a história da Jane e de seus amigos, família e inimigos é realmente divertida. Situações improváveis e explicações fora da casinha acontecem com uma frequência que quase as torna normal.
Principalmente na primeira parte do livro, isso funciona muito bem. Tem muita coisa nova sendo introduzida ao leitor e aos personagens, todos estão aprendendo a lidar com isso ao mesmo tempo.
E, vou ter que ser honesta, desde o princípio a história do Eduardo (e não da Jane) era quem guiava a história de maneira mais interessante. Jane e Gê como casal era o clichê fofo/engraçado que eu esperava, mas estranhamente, considerando que Eduardo era o rei retrógrado, Gê conseguia ter alguns pensamentos e comportamentos muito mais machistas - inclusive, alguns NUNCA são endereçados como tal, e sobra para a Jane ter que se justificar de algo que nunca precisou disso. Também não sou muito fã de ancorar sua existência humana na existência de outra pessoa, mas até aí, são dois adolescentes do século XV, o que eu posso esperar?
A história vai ficando cada vez mais doida, com o passar das páginas, e confesso que o meu interesse nela foi ficando inversamente proporcional.
As autoras sabem lidar muito bem com cenas engraçadas e situações que envolvem baixos riscos, mas escrever cenários de luta, tomada de reino, e possibilidade de morte, enquanto faz piadinhas bobas, faz as coisas perderem um pouco a emoção.
No final, a história entrega o que eu esperava, ainda que tenha tentado fazer algo a mais.
Se você quer se divertir sem grandes pretensões no fim do ano, é uma boa opção.
Nota: 3.5 edianos