Confissões de Um Adolescente Depressivo

Confissões de Um Adolescente Depressivo Kevin Breel




Resenhas -


44 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


Taciane 24/01/2021

Histórias reais e dramáticas são sempre complexas por que não estamos falando de um personagem e sim da vida real.
Gabe 26/11/2021minha estante
Realmente. Terminei de ler esse livro agora. Derramei algumas lagrimas lendo o epilogo e os agradecimentos, porque me lembraram que eu estava lendo a vida de alguém que é real.




Caverna 27/06/2017

Kevin Breel nasceu e cresceu em uma pequena ilha na costa oeste do Canadá. Sua casa possuía grandes janelas por onde era possível enxergar da rua o seu interior. Mas o que as pessoas viam e o que de fato acontecia eram duas coisas extremamente diferentes.

Kevin não teve uma infância exatamente feliz, tampouco triste. Ele era uma criança feliz, mas carente de amor. Seus pais dormiam em quartos separados, e desde aquela época, aos seis anos, ele sabia que algo naquela atitude estava errada. Eles não brigavam, mas também não se importavam um com o outro. Sua mãe era bondosa e amável, enquanto seu pai vivia rodeado de latas de cerveja. Ele não era um homem ruim, apenas triste. E já a irmã de Kevin, quatro anos mais velha, era dona de uma alma enérgica e, por mais que Kevin a adorasse, ela não parava em casa. Inclusive a cachorra não parecia ir muito com a cara de Kevin.

Devido ao caos que cercava seu lar, Kevin esperava ansioso pelo dia em que começaria a frequentar a escola, imaginando que seria um bom lugar para interagir e ter os momentos alegres que não tinha em casa. Mas acontece que em poucos anos Kevin passou a desejar mais ficar em casa do que ir para o colégio e aturar o bullying que sofria diariamente. Por muito tempo, Kevin relutou a contar à mãe o que acontecia, por vergonha e por não querer chamar a atenção, mas um dia ele precisou dar um basta e pedir para mudar de escola.

O final do ensino fundamental foi de longe uma das melhores fases da vida de Kevin, e tudo graças à amizade que criou com Jordan McGregor. Poucas pessoas compreendiam Kevin, e uma delas, ou a maior de todas, na verdade, era Jordan. Ele se tornou o melhor amigo de Kevin, assim como a família dele, animada e carinhosa, se tornou a dele. Kevin passava mais tempo na casa de Jordan do que na sua própria, e eram as horas mais felizes de seu dia. Passavam noites assistindo filmes de terror com outros amigos, rindo e zoando.

E as coisas que estavam indo tão bem, de repente desmoronam. Kevin perde Jordan, e é como se todo o seu mundo viesse abaixo. Kevin entra no ensino médio logo em seguida, e sua adolescência parece apenas vazia sem Jordan ao seu lado. Kevin é chamado pela diretoria para ir à sessões com Allan York, que sabe da tragédia e tenta ajudar o garoto. Kevin vai à algumas sessões, mas é tudo muito difícil pra ele. Allan aconselha que Kevin escreva em um diário todos os seus pensamentos e desabafos, e Kevin acha a ideia ridícula, mas sua irmã acaba descobrindo e lhe dá um diário. Mesmo relutante, Kevin aceita o presente, apenas por ter vindo da irmã. Por um tempo, as sessões funcionam, até que Kevin perde o controle, passa a fugir das aulas com frequência, e a solução que encontra é mudar de escola. Toda a preocupação de Allan com ele é tanto tocante quanto perturbadora a Kevin, e ele não consegue lidar com a situação.

Depois disso, tudo vai por água abaixo. Kevin nem sabe mais porque se sente tão triste. Se pela perda de Jordan, se pela autoestima zerada, se pela falta de vontade de viver. Ele passa dias encarando o teto, sem força para levantar. Em alguns dias esquece de tomar banho e de se alimentar. Chegou a passar dois dias sem comer. Pesava 77 quilos com quase 2 metros de altura. Era capitão do time de basquete, mas ninguém parecia entendê-lo. Ele se sentia sozinho, e aquela solidão era esmagadora. Os dias passavam, as semanas, e ele se enterrava cada vez mais no próprio vazio. Kevin sabia que estava sofrendo uma depressão profunda, mas não tinha forças, tampouco vontade de reagir. Ele não via sentido na vida. Se irritava com a felicidade alheia, e cada vez mais os pensamentos obscuros sobre suicídio predominavam. Ele não queria morrer, apenas se livrar daquela sensação horrível. E a cada vez que ele pensava na ideia, pensava que finalmente poderia se libertar, ele se via inclinado a se suicidar.

E de fato ele chegou bem perto de tentar. O que o salvou foi a carta de despedida à mãe e à irmã. Toda a sua mágoa e rancor foram despejados nas folhas, e quando terminou e se sentou na cama, prestes a tomar um pote de comprimidos, ele se sentiu leve e chorou compulsivamente. Ele não queria morrer, tinha certeza disso. Só tinha encontrado a forma mais simples de sair daquela situação, mas não a certa. E depois, quando resolveu contar para a mãe o que quase tinha feito, a mãe chorou e ligou para o doutor Betts, que foi um herói e exemplo em sua vida.

Kevin ainda sofre de depressão. Não é algo que se cura de um dia para o outro. Kevin tem dias bons e dias ruins. Dias que são mais pesados do que outros, mas pelo menos, uma hora a sensação de vazio vai embora. A depressão não é uma escolha. Ela chega sem aviso, e pode ser destrutiva. Procurar ajuda é essencial.

A grande maioria de nós leitores temos um certo de pré-conceito com livros de auto-ajuda. Acontece que Confissões de um adolescente depressivo é muito mais do que isso. É um relato íntimo e detalhado de Kevin sobre o que sentiu em um número grande de dias de sua vida. É literalmente uma confissão. Kevin confessa ao final da obra o quão difícil foi para ele contar sua história e relembrar dos seus piores dias. Por todo o seu esforço, esse livro merece ser lido e relido diversas vezes. Para respirarmos fundos, para pensarmos mais no próximo, para enxergar o sofrimento e se dispôr a ajudar.

Kevin faz reflexões sobre sua vida, e admite que em retrospectiva, ele não acha que existam motivos o bastante para a sua depressão. Pensando na vida de outras pessoas, das que passam fome e nem mesmo tem onde morar, ele sabe que tem uma vida boa. Ele tem família, amigos e uma mente sã. Ele é grato por tudo isso, mas infelizmente a depressão não é algo controlável. A tristeza de uma pessoa pode ser tanta que ela para de encarar as coisas boas da vida e só enxerga as ruins. A falta de amor e a solidão são grandes fatores que levam uma pessoa a esse caminho, dentre tantos outros. Cada um conhece os seus limites, as suas necessidades, os seus sentimentos, e ninguém pode ser julgado por isso.

Kevin Breel possui uma escrita extraordinária. Fiquei completamente envolvida em suas palavras, e não apenas pelo tema. Ele descreve tudo o que passou com clareza e exatidão, sem deixar de lado as partes mais fortes. Ele se comunica de uma forma que às vezes esquecemos que ele é tanto o narrador quanto a pessoa dentro das páginas. É como se ele estivesse contando a história de outra pessoa, conseguindo se manter próximo de sua realidade, e ao mesmo tempo distante, refletindo sobre o seu passado como um espectador. Fiquei encantada com a sua escrita, sua sinceridade e sua coragem em expôr todas as suas camadas mais profundas. E certamente toda a sua coragem terá resultado, tanto em conscientizar as pessoas sobre a gravidade da doença, quanto em ajudar todos os que estejam passando pelo mesmo.

O livro é curto, com apenas dez capítulos, e entre cada capítulo existe o desenho de uma folha de bloco de notas com o que ele denominou como "um toque para mim mesmo", que costuma ter relação com tudo o que lemos no capítulo anterior. Em momento algum o relato se torna cansativo. Na verdade, eu devorei o livro, com o coração apertado em todos os momentos difíceis para Kevin, e desejando a cada página que avançava que ele conseguisse sair dessa e melhorar.

A edição da editora Seoman, nossa parceria, também ficou sensacional. A capa tem um aspecto de diário, que remete ao diário que Kevin teve que escrever durante suas sessões. O amarelo na capa claramente está ligado ao setembro amarelo, mês da campanha à prevenção do suicídio, e eu, que saí usando marcadores pra destacar quase o livro inteiro, tive que usar de amarelo.

Acho que essa questão do setembro amarelo, inclusive, é bem complexa. Uma palavra errada pode significar o estopim para uma pessoa que sofre com depressão, mas ao mesmo tempo, uma palavra amiga pode fazer toda a diferença. Por isso, acima de tudo, temos que lembrar que não podemos bancar os psicólogos e achar que estamos salvando a pessoa nessa situação. Temos que mostrar que estamos do seu lado, e incentivar a pessoa a procurar ajuda profissional. Isso propiciou Kevin a seguir em frente, um dia de cada vez.


Hoje, ele é comediante e se tornou famoso pelas TED Talks que fez, que são vídeos onde as pessoas espalham ideias boas pelo mundo. Atualmente, Kevin tem vinte e três anos, e embora não esteja completamente recuperado, ele segue em sua luta. Uma das cenas que mais me marcou foi ao final, onde ele conta que houve um incêndio no prédio onde morava, e ele entrou em desespero para escapar. Foi quando se deu conta de que não queria mesmo morrer, e isso lhe trouxe um alívio imenso.

Eu já sabia que ia gostar de Confissões de um adolescente depressivo, mas não fazia ideia do quanto. Um relato íntimo, sensível e tocante de Kevin Breel, um autor extremamente talentoso e batalhador que, sem dúvida, ainda tem muita coisa boa para viver.

site: http://caverna-literaria.blogspot.com.br/2017/06/confissoes-de-um-adolescente-depressivo.html
comentários(0)comente



Diego361 22/10/2017

É um achado
Gostei do livro muito mais do que eu esperava.

O título é autoexplicativo.
Como psicólogo, recomendo a leitura para adolescentes que se encontram depressivos. Tenho que ler novamente e anotar algumas frases. Achei o livro com uma profundidade que é rara para um escritor tão jovem. Linguagem simples, mas não banal. Ele escreve com muita sinceridade sobre si mesmo. No final de cada capítulo, há um "toque para mim mesmo" que também serve para reflexão do leitor.

De negativo, só não acho que uma leitora mulher aproveite tanto o livro quanto um leitor homem, especialmente um adolescente homem, porque a autoidentificação é muito mais forte para um garoto.

Concluindo, recomendo muito para jovens que estão depressivos e para profissionais que trabalham com esse público, pois, a partir de situações que são muito comuns para todos nós, pode-se ter uma boa discussão em trabalhos grupais.
comentários(0)comente



Fer 12/12/2017

Melhor definição que já encontrei
O livro inteiro mas o capítulo sete em especial descreve perfeitamente tudo que senti com a depressão. É difícil de explicar e é difícil de ter alguém que entenda a doença, esse livro simplesmente contemplou cada sentimento que já tive. É maravilhoso! Indico a todos que sofrem com a doença e principalmente àqueles que convivem com alguém que sofre.
comentários(0)comente



Ronaldo 18/12/2017

Resenha – Confissões De Um Adolescente Depressivo
Terminei hoje a audição do livro, “Confissões de um Adolescente Depressivo”, lançado em maio de 2017 pelo jovem escritor canadense, Kevin Breel.
A “depressão” é considerada pela ONU o mal do século XXI, pois vem assolando a humanidade desde o ano 2000. Já li diversos livros sobre a depressão, entretanto, sempre do ponto de vista de médicos e especialistas, Kevin Breel lança o inédito livro sobre a depressão sob o ponto de vista do depressivo, da pessoa que está doente, ele mesmo!
O livro nos faz entrar numa mente depressiva, vê-la por dentro, entender porque é tão difícil levantar da cama sendo portador da depressão! Kevin sobreviveu para contar a história, com ajuda da família, terapia e medicamentos, hoje ele é palestrante do “TED Talks”, multinacional de palestras e ideias.
comentários(0)comente



Ana Lima 03/06/2019

Cara, que livro chato.
Triste começar uma crítica assim, mas infelizmente real. Foi indicação de uma amiga, comprei há mais de um ano e demorei mais de dois meses pra ler as pouco mais de 200 páginas. A história não prende, mas mais do que isso: a narrativa do autor não prende. Em momento algum você sente a tristeza desse relato sobre depressão simplesmente porque a forma como foi contado foi péssima. O livro só me prendeu nas últimas páginas e no epílogo. O problema, por fim, acabou sendo a falta de qualquer tipo de emoção no relato. Mas talvez seja bom pra quem não entende de onde pode nascer uma depressão, já que o autor descreve seu caminho até o diagnóstico e tratamento (mas uma descrição sem nenhum tipo de firula).
comentários(0)comente



Vanessa_RC 06/04/2020

Intenso/uma leitura necessária
Eu gostei muito do livro desde as primeiras páginas já me prendeu no enredo. É um livro intenso. Por mais que tenha a linguagem simples a história é incrível. Eu não conhecia a depressão dessa maneira tão crua e real, e meio que foi bom ter esse conhecimento, me tornou mais sensível perante a dor do outro, sendo a dor pequena ou não. Que todos que estão nessa batalha fiquem bem ?
comentários(0)comente



Jackeline 04/05/2020

Eu simplesmente amo esse livro e vocês precisam amar também. É uma leitura simples e rápida, além de falar detalhadamente sobre a depressão e a dor do próximo, além de que nos ensina a enxergar o próximo mais além do que ele permite demonstrar, nos ensina a ter empatia com quem está ao nosso lado porque ninguém sabe a dor que o outro carrega.
comentários(0)comente



Juponesa 31/12/2020

Esse não é um livro pra qualquer um, mas deveria. Pode soar chato e entediante pra alguns pois o conceito de depressão das pessoas comuns é muito diferente da realidade. Não é um super drama que vai te fazer chorar, não tem nada de extremamente chocante na vida do menino, e é isso que deveria ser normalizado. A depressão não necessariamente vem de um super trauma, mas de pequenos conflitos não/mal resolvidos e pode acometer qualquer um, como uma gripe. Não nos cabe julgar a razão de cada um, mesmo lendo todo o relato eu jamais poderia dizer que ?sei exatamente como ele se sente? porque eu não sei, só tenho a versão escrita, traduzida e provavelmente muito revisada do que ele quis expor, do jeito que ele tem de se expressar. Por outro lado, pode ser que te ajude a se entender caso esteja passando por um momento delicado, a linguagem simples nos leva para muito próximo do que o autor quer nos dizer, talvez você se identifique o suficiente pra se sentir mais confiante em buscar ajuda. Não existe vergonha nenhuma em ter depressão ou qualquer outra doença, ninguém precisa se sentir um merda por considerar que tem ?problemas menores? do que uma pessoa qualquer e se sentir pior por isso e é essa a principal mensagem desse livro. Cada um expõe o que quer, do jeito que quer e cada coisa impacta de uma maneira distinta em cada pessoa, em cada fase da vida.
comentários(0)comente



Tentando ser leitora 04/01/2021

Um livro para se identificar
Nunca achei que iria me identificar tanto com um livro. A forma como o autor descreveu o que aconteceu em sua vida foi tão sincera e real que me fez parar para refletir sobre as escolhas que tenho feito em minha vida.
Aprendi com esse livro a ver que há pessoas que se importam e que a vida se torna boa quando você a vê com os olhos certos. Como o autor falou, às vezes, a vida é como uma gangorra que oscila entre momentos bons e ruins. Tenho tentado encontrar significado e esse livro veio no momento certo.
Com certeza, essa foi um livro que valeu a pena ser lido. Recomendo a leitura.
comentários(0)comente



Eder Ribeiro 16/01/2021

Um mundo está doente
"Todo mundo no fundo só que ser amado e não ser solitário, e essas duas coisas muitas vezes são traduzidas por meio do sexo".

Há uma doença mundial chamada solidão, e que muitos buscam aplacar no ter, como se a felicidade fosse uma posse. A felicidade é mais uma busca interna que tem muito a ver em conviver na diversidade. E estamos tão centrados na possibilidade de que a posse possa nos trazer a tão sonhada felicidade sem atentar que esquecemos de quem nos cerca, a parte primordial. Deixamos de importa com o outro, de respeitar a diversidade, de compreender o outro como ele é, e para finalizar, entender que todos nós somos únicos como pessoa e temos defeitos e qualidades. Somente convivendo com as diversidades e dialogando, vamos ter maior compreensão do ser, e penso, esse é um passo primordial para nós livrarmos da depressão.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



alana 04/03/2021

A forma em que o autor foi sincero ao escrever o livro nos deu a possibilidade de sentir tudo o que foi escrito. Amei ter tido a oportunidade de ler esse livro.
comentários(0)comente



44 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR