Adriane Leticia 01/10/2022
Até onde vai a barbárie?
Assim como questionou Hanna Arendt em Eichmann em Jerusalém, a barbárie existente no contexto em que surgiu e se expandiu o fascismo e o nazismo demonstrou que houve, de fato, um projeto que antecedesse esses acontecimentos, sendo acoplado e refinado na dinâmica da vida social de uma forma tão sútil que, quando veio a guerra, trazer à tona as intolerâncias, machismo, xenofobias, racismo, LGBTQIA+fobia, entre outros preconceitos revelava uma forma de pensar.
Nesse sentido, pensar e defender estes pensamentos, logo tornados em ações mortais, fazia parte de um plano que envolvia os seus pertencentes em uma sensação de pertencimento à uma classe de humanos puros, os denominados arianos pelos nazistas.
Pensar em como se deu as práticas horrendas de segregação até a aniquilação devagar e estilhaçada aos presos nos campos de concentração nos faz questionar, por meio da leitura do livro, como a população (não militar) aceitou tais acontecimentos, aos poucos e depois no final da guerra, aos muitos.
Também, saindo de uma demarcação geográfica, Levi nos faz entender que apesar da pouca distância da sua vida "livre" de homem, a sua humanidade já não se concentrará em sua posse. O que era ser humano e ter posses dentro do campo?
O livro me deixou com um aprendizado de pensamento e com muitos questionamentos sobre a condição humana.