Karini.Couto 18/10/2017Oi Leitores, como estão? Eu de molho uns dias com bronquite, mas lendo.. Então hoje vim falar sobre um livro que pedi para resenha Um Pequeno Favor. Eu curto muito o gênero, vamos as minhas impressões?
"Minha mãe costumava dizer que todos guardamos segredos. Por isso é que nunca é possível conhecer alguém de verdade. Ou confiar em alguém. E é por isso que nunca é possível conhecer a si mesmo de verdade. As vezes guardamos segredos até de nós mesmos."
Em Um Pequeno favor conhecemos Stephanie blogueira e mãe, moradora do subúrbio, porém uma pessoa solitária; perdeu pessoas queridas e ao conhecer Emily, que também é mãe e o filho dela amigo do filho de Stephanie; a partir daí cria-se um grande laço de amizade e tudo parece melhor que antes, como se sentia com a perda do marido e irmão. Sua mais nova amiga parece se encaixar perfeitamente em sua vida e rotina e além disso parece a pessoa perfeita que a entende como ninguém antes poderia.
"Mais tarde, descobri que minha mãe falava por experiência própria. E me pergunto se ela estaria me programando para ser reservada e desconfiada. Teria ela pressentido que, quando eu crescesse, guardaria segredos mais sombrios e vergonhoso do que as outras pessoas? Segredos que me esforço para guardar... inclusive de mim mesma?"
Tudo parecia completamente normal e perfeito, mas algo estranho acontece. Emily pede a Stephanie "um pequeno favor" e depois disso simplesmente some deixando seu filho para trás. Isso seria de fato possível? Será que pode-se enganar tanto com relação a alguém?
A história tem começo com uma espécie de pensamentos sobre o passado e em seguida somos apresentados a Stephanie através de seu blog com uma primeira chamada assim: "BLOG DA STEPHANIE URGENTE!"
Em seguida a isso seu post dá as boas vindas as mães e diz que o post é diferente de todos já escrito, porém não menos importante que os demais. E aí ela conta que sua melhor amiga desapareceu faz dois dias e cita o nome da amiga, dizendo que ela nunca faria isso antes, mas que por motivos específicos a situação agora é diferente. Fala dos filhos de ambas de maneira bondosa e amorosa e começa a narrar uma estada com sua melhor amiga onde assistiam a um filme baseado em um livro de crime e suspense e ao perguntar a sua amiga, um tanto quanto assustada se alguém no mundo seria capaz de fazer algo assim na vida real. Sua amiga lhe diz rindo: - Ah, minha doce Stephanie, você ficaria surpresa com o que as pessoas são capazes de fazer. Coisas que elas jamais admitiriam a alguém... nem a si mesmas.
"É tão legal ter uma amiga de verdade que às vezes me esqueço do quanto era solitária antes de nos conhecermos."
Percebemos aí que Stephanie apesar de apreciar a amizade, gostaria de dizer coisas que contradizem como a outra pensa a respeito dela; mas seu espanto diante ao tom e atitude da amiga foi tão grande que ela deixou para lá e apenas conseguiu lembrar-se de sua própria história, do que sua mãe lhe dizia no passado sobre confiança e segredos.
Emiy possui um emprego que as vezes precisa viajar e em uma dessas vezes ela desaparece deixando seu filho para trás. Seu trabalho é no departamento de relações públicas da empresa de um estilista famoso, na verdade diretora desse departamento. Uma coisa incomum é que as amigas sempre se revezaram para buscar os filhos no colégio, passar tempo juntas com os meninos e etc e mesmo quando Emily trabalhava até tarde ela sempre enviava uma mensagem nos intervalos mandando notícias. Ela é uma mãe comum, sem ser super protetora ou chata.. digamos que consciente. E sempre que Emily voltava para casa ia direto buscar seu filho Nicky.. Ela é o tipo de mãe que quando o trem atrasa ou algum imprevisto ocorre ela envia mensagens e te mantém informada. E de repente faz dois dias que Emily sumiu sem deixar ou mandar notícias, sem retornar ligações.. Simplesmente some! E isso é muito assustador, pois só pode ter ocorrido algo muito terrível!
E com sua mensagem no blog é como se ela estivesse perguntando aos seus leitores se Emily parece ser o tipo de mãe que simplesmente sumiria sem que algo muito, muito ruim tivesse ocorrido.
Bom.. Com esse blog e as escritas de Stephanie temos uma percepção mais direta de como ela é como pessoa e como ela se sente e pensa, sua visão sobre maternidade, sobre si mesma e até sua seu relacionamento com sua melhor amiga. Com isso vamos percebendo que ela apesar de transparente na medida do possível, também é uma pessoa autocrítica e que parece de alguma forma estar envolvida no desaparecimento de sua amiga; pode parecer loucura, mas isso dá a entender em determinado momento de sua escrita para seu público de mães. O que acontece é como descrito nos quotes, sempre temos segredos e as vezes os guardamos tão bem, que nem nós mesmos sabemos disso!
O livro fala muito sobre nossas falhas como pessoas e seres humanos, sobre os segredos que guardamos do passado, presente e que muitas vezes isso nos afeta de maneiras irremediáveis. Tudo isso envolvendo personagens reais que ao mesmo tempo que são intensos e profundos, são superficiais em outros aspectos, e é o que nos remete a pensamentos próprios e nos guiam em um misto de dúvidas em alguns momentos e outros deixa claro o quão previsível seria a atitude de determinado personagem em uma situação. Não temos apenas a visão de Stephanie da história e é justamente aí que ficamos pensativos e reflexivos sobre determinadas coisas mencionadas.
A história é envolvente e ao mesmo tempo que previsível nos confunde, mostrando que certas coisas não são bem assim. E o fato de nos trazer mais de um ponto de vista nos coloca como "juízes" "julgadores" dos atos e atitudes.. Mesmo que não queiramos esse papel.
Amei a capa, revisão e diagramação. Apesar de simples, não deixa nada a desejar.