Tamirez | @resenhandosonhos 07/08/2018Time Riders #2: O Dia do PredadorEu li o primeiro volume de Time Riders ano passado e foi uma surpresa bem bacana. O livro é uma ficção científica sobre viagem no tempo, mas com uma pegada young adult, o que não chega a atrapalhar em nada o andamento da história. Enquanto isso poderia ser um ponto negativo pela idade dos personagens, acaba aqui concedendo uma certa leveza à trama, o que não costuma acontecer dentro do gênero. Sobre isso, vale também ressaltar que apesar de serem jovens, seus comportamentos são sempre bem medidos e não há drama desnecessário.
Todos eles foram resgatados da morte e dados a missão de conduzir o trabalho em andamento. Com a “aposentadoria” de Foster, quem mantém as rédeas do grupo e também os segredos é Maddy. Ela descobriu que a viagem no tempo cobrará de Liam um grande preço, pois ele envelhecerá rapidamente a cada nova partida. Ela ainda não sabe o que fazer com essa informação e o peso e responsabilidade de ter que liderar algo que desconhece não está realmente ajudando.
“Não era um preço alto a se pagar pelo futuro da humanidade, não era mesmo.”
No entanto, todos que estão ali também tem o mesmo escasso nível de conhecimento e tudo é uma questão de tentativa e erro. A primeira coisa que já vai precisar ser feita é cultivar um novo corpo para a unidade de inteligência, Bobo. Porém, na confusão e rapidez como tudo é feito, algo passa batido. A questão só é descoberta depois que o corpo já atingiu um certo amadurecimento e não é mais possível recuar, já que um novo problema bate à porta. A nova unidade é na verdade uma garota e Liam vai ter que se acostumar com isso.
Toda essa parte e a interação do garoto com a unidade vai ser engraçada. Ele tem muitos conflitos, afinal Bob havia virado seu amigo, e agora ele é uma garota. Uma garota da sua idade e bonita, já que ela não teve tempo de amadurecer completamente por terem que correr para uma nova missão. Liam também terá outra questão, ele vai ter que viajar novamente e dessa vez para o futuro a fim de impedir um assassinato e é no meio dessa viagem que tudo dá errado.
Imagine que louco voltar 65 milhões de anos e se ver em meio a uma selva com dinossauros. Isso mesmo, dinossauros! Pode até ser fascinante num primeiro momento, mas certamente passa a ser amedrontador em bem pouco tempo. Pior que tudo isso é saber que talvez Maddy e Sal jamais consigam descobrir onde eles foram parar e que ficarão presos para sempre até serem devorados por algo.
“A criatura mudou de posição lentamente, agachando-se para ter uma visão melhor do meio das folhas largas atrás das quais se escondia. Essas coisas pálidas e eretas, essas novas criaturas… ele ficou pensando se aquilo era todo o bando, ou se haveria mais delas em algum lugar.”
O legal sobre esse tema é que apesar dos estudos já realizados há vários anos sobre as descobertas de fósseis da época, ainda sabemos muito pouco e certamente desconhecemos várias espécies que existiram. Aqui o autor brinca com isso e traz um réptil com astúcia e inteligência que passa a observar os estranho seres que aparecem do nada. Aos poucos ele e seu bando vão aprendendo com os humanos e se desenvolvendo. Eles são meio humanoides, tendo uma cabeça alongada e ficando em duas patas. Todo esse aprendizado e fato de eles serem predadores pode ser o suficiente para que, mesmo a milhões de anos, isso possa causar um colapso no futuro da raça humana.
Quem ganhou um pouco mais de explicações aqui foi Sal, mas ela ainda é a personagem com menos destaque e a mais escusa, acrescentando pouco à trama. Acredito que o autor deva estar guardando algo para a menina mais a frente. O próximo livro se chama O Código do Apocalipse e certamente deve brincar com essa questão do fim do mundo.
A edição da editora Fundamento está bem espaçada e a letra está bem grande, o que faz com que mesmo com suas mais de 400 páginas a leitura não fique massante, pois as páginas passam rapidamente. No início de cada capítulo também há a data e local onde ele vai se passar, ajudando o leitor a se localizar melhor em que período aquela parte da história se passa.
Time Riders tem uma boa história que é conduzida de forma leve e com alguns alívios cômicos, sem perder também o tom sério que a situação necessita. Os protagonistas são relacionáveis e possuem conflitos próprios que dão mais vida à história, o que é sempre positivo. Então, pra quem curte o gênero mas não quer embarcar em algo muito complexo, ou quer uma opção pra começar, fica aqui a dica.
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