Rose
11/12/2022Quando peguei este livro, achei que viria um livro sofrido onde dois irmãos judeus tentam sobreviver em plena guerra.
Não foi bem isso que aconteceu, ou melhor dizendo, o autor, que é justamente o irmão caçula da dupla, manteve uma narrativa mais leve para contar sua história. Um enredo com um "q" de aventura.
Apesar disso, o meu coração ficava pequeno e angustiado em imaginar duas crianças passando por tudo isso.
Pior ainda quando me coloco no lugar dois pais, que tiveram que mandar os filhos fugirem sozinhos para que ambos tivessem uma chance de sobreviver diante do nazismo que chegava cada vez mais perto deles.
Joseph (10 anos), ou Jo, como é chamado no livro, parte ao lado do irmão Maurice (12 anos), com a cara, a coragem, algum dinheiro e uma mochila. Ambos precisam atravessar a "linha neutra" e chegarem a França livre, onde viviam seus irmãos.
Sozinhos, sem documentos, e bem no ápice da perseguição nazista, esta dupla precisará mais do que coragem para ficarem vivos.
Com inteligência, muito jogo de cintura, uma pitada de audácia, e claro, alguns anjos da guarda, esta dupla me deixou com o coração na mão a cada página que eu virava. Aquele medo do que poderia acontecer foi meu companheiro constante.
A narrativa de certa forma é simples, e percebe-se em muitos trechos a ingenuidade da dupla diante do que estava acontecendo.
A fome, o frio, o medo, a incerteza, eles passaram por tudo isso, coisas que ninguém deveria passar, ainda mais crianças, sem nunca desistirem ou mesmo se acorvadarem.
A inteligência e o pensamento rápido deles, principalmente de Mauricie foi algo que me chamou atenção.
É um livro único, onde mergulhamos nas lembranças de uma criança que precisou enfrentar de frente os soldados nazistas.