Anisans 18/02/2024
O livro dos Ressignificados proporcionou muitas risadas, isso eu consigo afirmar. De verdade, é uma das leituras que mais me divertiu até o presente momento desde o início do ano, principalmente porque, em algumas passagens, tem tanta escassez de cabimento que a única medida a se tomar é de simplesmente rir. Em primeiro lugar: a estrutura do texto ? não tenho certeza se é o estilo de escrita que o autor porta ou se o mesmo adotou uma licença poética, porém, o fato dele iniciar todas as frases da grande maioria dos poemas de ressignificados com a palavra "é" causa muito cansaço de ler e até deixou um certo clima desbalanceado por aqui, falo sério, chegamos a marcar algumas passagens que foram bacanas ? como por exemplo as definições de "Sonhar", "Arte", "Janela" e "Decepção". Em contrapartida, temos alguns trechos que parecem não conhecer o senso do ridículo e são cafonas até onde foi possível chegar. A obra é recheada de repetição de palavras, algumas das quais até memorizamos enquanto líamos ? amor; olhos; alma; transbordando; humanidade; abraço sincero e muitas outras que contribuíram para que a grande maioria das redefinições perdesse sentido e soasse igual às que vieram antes, sem falar de todas as vezes em que o autor atribuía parentesco às palavras de modo a transparecer um desejo de relacionar expressões com significados similares e poéticos mas tudo o que conseguia invés disso, era ser enfadonho e repetitivo. Bem, em conclusão, ao ler o livro entendemos que a poesia do autor é completamente sem gosto e sem objetivo, e nos parece que ao tentar atribuir novos significados a algumas palavras, o autor cortou a relação que essas palavras possuíam com seu significado original ? agora não sei se foi intencional, mas foi com certeza o que sentimos. Além disso, alguns ressignificados me passaram a sensação de serem um pouco pessoais demais para o autor, o que ao meu ver, incomoda um pouco a subjetividade de pensamento e dificulta a identificação com contextos de vida de outros leitores.