A sociedade dos sonhadores involuntários

A sociedade dos sonhadores involuntários José Eduardo Agualusa




Resenhas - A Sociedade Dos Sonhadores Involuntários


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Sarah 16/07/2020

Recomendo fortemente
O livro é instigante desde a sua sinopse. Quatro personagens completamente diferentes unidos pelas suas particularidades com os sonhos. Mas a leitura surpreende, pois além de abordar essa esfera onírica, fantasiosa, reflexiva, o livro ainda faz um belíssimo retrato crítico do contexto político e social de Angola. Uma história de resistência ao regime ditatorial de Angola, vigente desde 1979. Foi o primeiro livro que li de Agualusa, e fiquei encantada. A leitura é fluida, contagiante, daqueles livros que você quer saber quais são os próximos acontecimentos.
Gabriel Farias Martins 16/07/2020minha estante
Nunca ouvi falar mas lendo sua resenha deu vontade de conhecer (:


Paulo Sousa 07/02/2023minha estante
comecei agora há pouco?de fato, instiga a ler mais uma página, mais uma página ?


Alegria Marinelli 16/02/2023minha estante
Também gostei demais desse livro e foi o primeiro do autor que eu li. A história é ótima e a sensação que fica quando termina o livro é muito esperançosa. Agora acabei de terminar o vendedor de passados, gostei demais também, acho difícil dizer qual gostei mais, são parecidos e diferentes. Escrita muito perfeita :)




Wagner47 27/12/2023

Sonhar é o mesmo que viver, mas sem a grande mentira que é a vida
Daniel Benchimol sonha com pessoas que não conhece e que futuramente virá a conhecer.
Moira Fernandes encena e fotografa seus próprios sonhos.
Hélio de Castro tem uma máquina capaz de ler sonhos de outras pessoas.
E as pessoas sonham com Hossi Kaley com um terno roxo e não fazem a menor ideia de quem ele seja.
E se soubéssemos que os sonhos querem nos dizer algo? Qual a real seriedade que daríamos a eles?

Acredito que o principal ponto do livro é o desenvolvimento de Daniel e Hossi, trazendo mais de seus passados e que muito ajudaram a construir no que se tornaram no tempo presente do livro. Outros fatores são a escrita e passagens extraordinariamente boas. Tenho a sensação de que se eu abrir o livro numa conversa aleatória entre Hossi e Daniel será tão certeira quanto qualquer outra.

Daniel é um covarde e sabe muito bem disso. Jornalista e visto de distintas formas possíveis, possui um passado de comportamento tranquilo, mesmo tendo crescido ao lado de um pai e dois irmãos que eram o contraponto dele. Apesar de ter sido um menino medroso, criava coragem do nada até mesmo para proteger um leão prestes a ser abatido. Daniel, que é divorciado, tem uma jovem filha que já luta contra um governo opressor, possuindo uma conduta diferente e tornando-se uma presa política ao lado de alguns amigos.

Hossi Kaley agora é um hoteleiro, mas seu passado de guerra até hoje deixa marcas de sua vida violenta. É um homem que já morreu duas vezes (a segunda foi por um raio, mas a primeira prefiro deixar que você descubra). Durante sua recuperação da segunda morte, começou a notar que as pessoas sonhavam com ele usando um terno roxo, porém ele mesmo não fazia ideia de ter sonhado algo.

Agualusa unifica essas quatro vidas, porém com a sensação de que foi muito personagem para pouca importância.
Explico.
Moira e Hélio são meros facilitadores para a história andar, como se fossem intermediários para levar uma pessoa a outra. Possuem tão pouca participação que Daniel poderia chegar a Hélio por uma notícia de um artigo científico. E também não demora muito para percebemos que até mesmo Hélio e sua máquina são descartáveis.

Na verdade, eu tive a impressão que a "reabilitação do sonho" funcionou muito como um artifício para levar à história a uma trama política (que de fato é boa). E sendo ainda mais criterioso, parece que a peculiaridade dos sonhos com Hossi foi o que de fato importou para a história toda.

Mas sejamos sinceros. Compraria um livro se lesse na sinopse dele que a história era uma mera luta contra um governo opressor? Eu não, portanto ao se utilizar da ficção científica para dar esse charme numa história bem clichê o autor dá um tiro incrivelmente certeiro.

Poderia passar horas lendo mais dessa história, mas eu de fato senti um vazio ao analisar o livro como um todo. É peculiar, instigante, fala muito sobre coragem e medo, despertando uma curiosidade do leitor com uma narrativa por muito tempo adormecida.
Acorda no final (o clímax é maravilhoso), mas estava muito mais bonita em sonho.
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Bookster Pedro Pacifico 01/03/2020

A sociedade dos sonhadores involuntários, José Eduardo Agualusa - Nota 8,5/10
A sinopse desse livro tinha me deixado muito intrigado: quatro personagens, completamente diferentes uns dos outros, teriam suas vidas entrelaçadas por causa da forma com que cada um lida com os sonhos. Rossi tem a capacidade de caminhar pelos sonhos alheios, enquanto Daniel pode sonhar com pessoas que existem, mas que ele nunca havia conhecido, e Moira consegue retratar os seus sonhos por meio da fotografia. Além disso, Hélio teria desenvolvido uma máquina capaz de reproduz em imagens o que as pessoas sonham. A ideia é, de fato, muito interessante e achei que me depararia com um boa historia de ficção. No entanto, ao longo da leitura, percebi que a narrativa não tinha nos sonhos, ou no “dom" de cada uma dos personagens, o seu objeto principal. Na verdade, essa a temática onírica é construída como um pano de fundo para uma obra que vai muito além, entrelaçando um romance prazeroso com uma forte crítica social e política sobre a atual situação da Angola - que sofre com um governo ditatorial desde 1979. E o autor, que nasceu em Angola e lá vive, faz dessa obra como um instrumento de disseminação e conscientização da triste situação de seu país. Nunca havia lido nada de Agualusa, mas fiquei muito bem impressionado com a sua habilidade no uso de metáforas e na criação de uma narrativa fluída e poética. Confesso que no começo achei a história um pouco confusa, mas depois de alguns capítulos já acabei sendo capturado pela narrativa. Recomendadíssimo! .

Mais um livro que me deixa certo de que temos autores contemporâneos de língua portuguesa fazendo um trabalho excelente e de muita qualidade. Temos que incentivar escritores nacionais e escritores de língua portuguesa!

site: https://www.instagram.com/book.ster
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Arthur 22/08/2021

Sonhar e ter coragem
Mais uma vez encantado com a obra de José Eduardo Agualusa.
O livro te instiga, uma vez que é envolto em certo mistério até que toda a trama se conecte e o sentido se faça. Talvez seja uma característica do autor, visto que o outro livro de sua autoria que li também se desenvolve assim.
De um modo geral, é um ensaio sobre os sonhos, mas sobretudo um ode à coragem. Em tempos de opressão, Agualusa destaca a importância de identificar seus pares, se organizar e, principalmente, sonhar, acreditar e lutar.
Um belo livro.
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Eduardo 15/02/2023

Um sonho de liberdade
Começando as minhas leituras de 2023, trago a obra Sociedade dos Sonhadores involuntários de José Eduardo Agualusa o que me deu o imenso prazer de conhecer, nem que seja um pouco, a história de Angola.

A história traz o personagem Daniel Benchimol, um jornalista que sonha com pessoas que ainda não conhece, o que faz com que conheça Moira, artista plástica, que é capaz de encena e fotografar os próprios sonhos. Há outros personagens que se juntam a Daniel e Moira pela conexão dos sonhos e tentam entender e combater a cruel realidade da ditadura que assola Angola.

A obra é uma fábula política, a qual quem sonha uma nova realidade não possui a aura do medo que submete aos desmandos de uma governo autoritário. E aqui cabe a citação ?Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade?.
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Marcelo Rissi 22/02/2023

A sociedade dos sonhadores involuntários
Uma mistura, muito bem dosada, de ficção-científica - com uma abordagem onírica (os sonhos compõem parte da narrativa) - com um amplo recorte histórico sobre a ditadura angolana, tema principal da obra (algo que, porém, não fica muito claro, num primeiro momento).

Leitura instigante! Renderá um ótimo debate no próximo encontro do clube de leitura promovido pela instituição onde trabalho.
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Livia 25/07/2021

Ótimo primeiro contato
A sociedade do sonhadores involuntários foi meu primeiro contato com a obra de José Eduardo Agualusa. O livro que foi publicado em 2017 começou a ser escrito em 2015, um ano importante para a política do país de origem do autor. Em Angola, 6 anos atrás, 17 jovens foram presos e acusados de diversos crimes enquanto discutiam um livro sobre métodos pacíficos de protesto, esses jovens ficaram conhecidos como o Movimento Revolucionário Angolano, ou "revús". Nessa história envolvente e de leitura descomplicada e rápida, Daniel Bechimol um jornalista (que coincidentemente nos lembra muito o próprio autor) começa a sonhar com a vida inteira de pessoas que até então nunca tinha visto. Usando o artifício do sonho fisiológico e o sonho como desejo, ambição, o autor nos conduz pelos seus anseios de ver Angola como uma terra mais livre, um país em que o poder está na mão de todos e trabalha para todos. É um livro bonito e que traz a discussão sobre a liberdade política, social e ideológica de uma maneira inusitada. Além disso, foi muito satisfatório, depois do ensino médio poder entrar novamente em contato com a cultura e conflitos do país que formou parte da nossa própria identidade.
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Marcia 28/11/2022

Para o mês da consciência negra, fui conhecer o trabalho do escritor José Eduardo Agualusa, escritor angolano, através desse livro.
Que livro bom! Escrita fácil e com temas muito interessantes. O tema principal é sobre sonhos mas no desenrolar da leitura vamos conhecendo um pouco da história de Angola, das dificuldades geradas enquanto foi colônia de Portugal e quando em "11 de novembro de 1975, conseguiu a independência após uma guerra pela libertação. O país passou por um longo período de conflito, que teve início com a luta armada contra o colonialismo português." Nesse livro também vamos ver a questão de interesses políticos, o poder o dinheiro e destaque a luta de jovens que se empenharam para acabar com um regime opressor. Esses jovens lutando por uma Angola melhor, livre, sem corrupção, sem a interferência do governo na vida privada dos cidadãos.
Também tem romance e amizades. Os personagens vão lutando por melhorar suas vidas, vão enfrentando seus medos e os resultados de suas atitudes no passado.
Eu não conhecia esse escritor. Fui atrás motivada em buscar escritor africano que eu desconhecia por completo e foi uma surpresa muito boa.
Deixo para vocês minha sugestão de leitura.
Valeu
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Mada 20/11/2020

Brasil, sonhe! Busquemos os dias que eles roubaram de nós!
EU TO CHORANDO DE FELICIDADE COM ESSE FINAL, ENTENDEM??? Pra gente que vive nesse "Brasil, 2020" ler algo assim chega a dar um ânimo. Força, esperança. Sonho. SONHO. Que a gente possa ter coragem de ir às ruas sonhando o mesmo sonho e retomar os dias que nos foram roubados. Esse ano a gente morreu, mas ano que vem a gente não morre.

Vou guardar na alma esse livro.
Quero reler todos os anos e todas as vezes em que me sentir derrotada porque "não falo de política, falo de direitos humanos" e vou continuar nesse sonho e nessa luta.
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lais.barbini 10/12/2021

Acabei de terminar. Estou arrepiada! Agualusa domina a arte da escrita, e deixa o leitor vidrado na sua obra. Pra quem é fã de Realismo Fantástico, esse livro é perfeito. Além de misturar realidade e ficção, a obra explora as feridas não cicatrizadas do passado da África. A narrativa é tão fluida e tão lúdica que, sinceramente, é fascinante.
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Christofaro 19/04/2020

Uma dança entre a realidade sonhada e sonho real.
Ao transitar entre o real e os sonhos, Agualusa nos leva, com sua prosa poética, a entender que sonho e realidade podem se fundir e até se confundir.
Um homem que invade sonhos e outro que tem os sonhos invadidos são os narradores desse romance.
A ficção romântica serve bem como critica à ditadura angolana, e poderia funcionar a várias outras.
Qualquer sonhador irá apreciar essa leitura.
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Beatriz 12/05/2020

Um devolução literária de nosso onírico
Me apaixonei por esse angolano que já entrou na lista dos preferidos
Esse livro nos faz vivenciar a história de Angola, em suas lutas e guerras, ao passearmos em Luanda. Esse passeio é conduzido pelo encontro e enlaces das histórias de personagens complexos como nós.
O que une todos eles é o sonho, tanto como ato involuntário do sono, quanto em sua capacidade onírica. O fato é que ele nos devolve significados de sonhar desperdiçados pelo tempo.
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Dayane.Farinacio 23/05/2022

Vale a pena sim, mas com ressalvas
Até os 40% li numa sentada só, porque queria saber qual doidera aconteceria no próximo capítulo kkkk. Lá pelos 60%, porém, o livro começa a arrastar um pouco, parte pra outras linhas dentro do enredo, mais para a parte política, e quando volta para a questão dos sonhos, já está muito próximo do final e o autor começa a correr, deixando essas informações meio soltas. A impressão que dá é que ele já estava atingindo o número de páginas acertadas com a editora e não deu conta de colocar tudo nos 40% que restavam kkkk.
Até por conta disso, essas duas linhas, do sonho e da política, não ficaram muito bem conectadas, na minha opinião, e o enredo trazido lá no início do livro não ficou muito bem resolvido/explicado.
Outra coisa que me incomodou, foram as descrições e comentários sobre os corpos de alguns personagens, com teor gordofóbico, e alguns trechos que envolvem personagens femininas, que são sexualizados sem muito contexto. Sendo escrito em 2017, não sei até que ponto essas discussões já estavam no radar do autor, na época que escreveu, mas vale a observação.
Agora falando sobre os pontos positivos kkkk: a escrita do autor é simples, mas poética e bonita ao mesmo tempo, é difícil explicar. Os trechos sobre os sonhos e o papel deles nas nossas vidas são especialmente delicados - inclusive acho que os psicólogos junguianos vão gostar muito rsrsrs. Vale ficar com uma marca-texto ou post-it ao lado (se você não se importa de marcar hehe).
Fora isso, é uma história com vários elementos históricos, que nos ajuda a conhecer um pouco mais sobre Angola, suas questões políticas e relações internacionais, e os dilemas que as pessoas do país enfrentam, muitas vezes. Em ano eleitoral, pode ser uma boa olhar com cuidado para a parte política da história e pensar sobre.
Então, depois do textão, o balanço é: vale a leitura sim, mesmo com as ressalvas em mente. Também quero dar uma nova chance para Agualusa, com o Vendedor de Passados, a obra premiada dele.
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Jansen 22/11/2023

Uma obra encantadora, misto de poesia e contestação. Um sonhador após a libertação de Angola, retratando o período que antecedeu a revolução, o presidente que desencantou o povo que jurou representar quando sucedeu ao médico, poeta e humanista Agostinho Neto. Foi um período de 30 anos de uma guerra cruel onde os 3 movimentos separatistas em vez de ser unirem se digladiavam depois de terem se libertado de 400 anos de domínio português. Por problemas internos de Portugal, a Revolução dos Cravos, em abril de 1974, Portugal deixou Angola à sua sorte e deu no que deu.
O escritor é muito bom e faz uma descrição crua e real da Angola depois da libertação de Portugal.
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Moya2 16/04/2024

Suave como um sonho.
Meu primeiro contato com literatura africana, e achei genial.
Um livro com um enredo sublime e uma história suave com pitadas de história angolana.
O autor consegue escrever leve e sutilmente uma trama descolada da realidade mesclando fatos.
Considero, pela leveza e fluência da escrita, como uma versão africana e atualizada de Gabriel Garcia Marquez.
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