Nossa Senhora do Nilo

Nossa Senhora do Nilo Scholastique Mukasonga




Resenhas - Nossa Senhora do Nilo


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Mahalia 26/02/2023

De arrepiar
Esse livro me impressionou. É muito forte e triste a intolerância, os discursos de ódio e morte em Ruanda. O livro traz, de forma crítica, as marcas/heranças negativas das colonizações que influenciaram na estrutura social do país: o catolicismo, a divisão em grupos rivais, a pobreza e a exclusão, são alguns exemplos.

Uma frase dita por Virgínia no final do livro, chamou minha atenção e, com um nó na garganta, reproduzo: "Ruanda é o país da Morte" (pág 116, na versão PDF que utilizei).

Infelizmente, como narrado no livro, Ruanda se mostrou ser realmente um país da Morte em 1994 (com o genocídio contra os tutsis). Ódio gera violência e o resultado é morte.

Um livro necessário, mas sem um final feliz.
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Thai.Campos 25/02/2023

Ruanda por outro olhar
Nesse livro a narrativa mergulha na realidade conflituosa de Ruanda a partir de uma cenário escolar, distanciado fisicamente do conflito por poder, mas refém deste ainda assim.
As meninas do Liceu entregam ao leitor as dificuldades herdadas do colonialismo e do machismo pelas suas histórias.
Recomendo demais a leitura e o interesse sobre as múltiplas realidades africanas.
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Juliana 24/02/2023

Eu gosto já há um tempo da escrita da Scholastique, poética, crua, irônica, além de contar a história quase que em forma de pequenos episódios, não necessariamente cronológicos. Esse livro é extremamente pesado porque mostra como a colonização, a guerra civil em Ruanda foram processos que trouxeram violência e desumanização. A forma que a autora faz isso é impressionante. Quero ler mais coisas dela
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Duda 23/02/2023

Uma história sobre um grupo de meninas ruandesas em um internato católico administrado por belgas. Tendo isso como pano de fundo, vamos presenciar questões de intolerância, racismo, muita religião, o genocídio em Ruanda e grandes amizades.
Os capítulos são quase independentes, a história não tem grandes reviravoltas, a autora te faz passar raiva em muitos momentos com as situações descritas, também tem uma escrita irônica na qual nos envolve.

Achei bem arrastado no começo, porém, a partir do terceiro capítulo, não tem como parar de ler.
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ElisaBrubs 08/02/2023

Esse é o primeiro livro que leio da autora, e pode ser daí a minha impressão de que o livro é bem superficial. Achei que faltou desenvolver melhor o enredo.

Lerei o outro da autora A mulher dos pés descalços, bem recomendado por amigos leitores.
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Carla Verçoza 06/02/2023

Continuando a trilogia iniciada com "Baratas" e depois "A mulher de pés descalços", esse último não me agradou tanto quanto os outros (esse não é biográfico), mas ainda assim gostei da leitura.
Aqui a história acompanha a vida de algumas meninas estudantes do Liceu Nossa Senhora do Nilo, onde havia cota para os tutsis. Mostra o preconceito com eles, as difíceis relações com o povo majoritário, a violência. Se passa em um período antes do genocídio de Ruanda.
Recomendo bastante toda a trilogia, leitura muito impactante e forte!
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Campos 14/01/2023

A leitura de Nossa Senhora do Nilo é muito boa, inclusive eu quero conhecer mais obras da autora, já que as recomendações são ótimas também.
O Genocídio em Ruanda é pano de fundo da obra, como eu não conheço a história do país acabou sendo complicado para mim ter opinião sobre os acontecimentos que eram narrados. Isso não atrapalhou a leitura, mas acredito que seria melhor se eu conhecesse mais.
A influência católica no livro poderia ter deixado a história ainda mais pesada também, mas a autora consegue trazer isso de uma forma irônica, que acaba sendo até mesmo engraçado, em momentos específicos.
A nota que dei para esse livro não é definitiva, primeiro porque eu ainda preciso pensar e "estudar" mas sobre ele e, segundo, que eu quero participar das reuniões do grupo de leitura para ver outros pontos de vista.
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Anatolen 09/01/2023

Nossa senhora do Nilo
Este é o terceiro livro que leio da Mukasonga e foi o que menos gostei. Apesar de ser baseado em sua experiência não é considerado um livro biográfico. É interessante para conhecermos um pouco mais dos costumes e da história de Ruanda.
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Diovana.Krauchemberg 16/11/2022

Leitura interessante!
O livro fala sobre um liceu situado em Ruanda e aborda como eram as coisas em 1970, antes do genocídio que matou milhares de tutsis.
Achei a leitura extremamente interessante por contar como eram as coisas antes do genocídio, como era já o preconceito e como as coisas já estavam se encaminhando para aquela matança.
Confesso que eu não sabia nada sobre a Ruanda, sobre os hutus e os tutsis, sobre esse genocídio, então toda a leitura em si foi uma descoberta para mim.
Eu esperava um pouco mais sobre a época do genocídio e que entrasse mais nessa parte dos 100 dias e tudo que aconteceu em Ruanda.
Achei o final um pouco vago e faltando mais capítulos mas tirando isso é um livro totalmente interessante e vale a pena ler ele e ler a história de Ruanda.
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Caroline Vital 27/08/2022

Brutal... Ainda mais sabendo o que aconteceu em Ruanda após alguns anos dos acontecimentos do livro. Leitura necessária.
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Giulia29 25/06/2022

Nossa Senhora do Nilo
"Sempre me pergunto para que serve continuar os estudos nessa escola que forma, como eles dizem, a tal da elite feminina. Nunca vamos fazer parte dessa elite. Nós tiramos as melhores notas não porque somos mais inteligentes, mas porque somos obrigadas a ser as melhores e fingimos que as boas notas vão nos proteger e que, graças a elas, podemos ter alguma esperança no futuro."
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david andriotto 16/02/2022

Ruanda é um país da África Oriental cuja nação é composta por dois grupos étnicos, Hutus (90%) e Tutsis (9%), que se diferem desde a colonização belga, que subjugou a maioria Hutu aos cuidados da alíquota Tutsi, que por sua vez os exclui das decisões sócio-econômicas. Após anos dessa situação, em apenas cem dias, em 1994, cerca de 800 mil pessoas foram massacradas em Ruanda por extremistas hutus. Eles vitimaram membros da comunidade Tutsi, assim como seus adversários políticos, independentemente da sua origem étnica.

E, diante desse contexto, a autora tutsi Scholastique Mukasonga, escreve Nossa Senhora do Nilo, livro que narra o cotidiano anterior ao golpe de Estado. Na obra, somos apresentados a uma instituição de ensino católica para a "elite feminina ruandesa", o Liceu Nossa Senhora do Nilo, que obedecia a cota máxima de 10% para a agora perseguida etnia tutsi.

Apresentando inúmeros elementos da cultura e geografia ruandesa, Nossa Senhora do Nilo é uma obra que foge ao epicentro do conflito e foca em quesitos da colonização, da religião, do feminismo e racismo. Acaba sendo uma ótima introdução aquele que deseja estudar o Genocídio de Ruanda.
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Stuart.bookster 31/01/2022

Nossa Senhora do Nilo, Scholastique Mukasonga
Aborda a Ruanda depois do genocídio que matou milhões de hutus e tutsis. A forma como aborda essa desigualdade e o descaso do "povo majoritário" para com o minoritário. "O Liceu Nossa Senhora do Nilo, considerado o melhor do país, que forma a elite feminina em Ruanda." A foma como os colonizadores são abordados como verdadeiros civilizadores das sociedades africanas é bizarro, mas não no sentido ruim, e sim porque fornece uma visão pelo qual não estamos acostumados, por exemplo no seguinte trecho:
- "Para a África, não havia história, pois os africanos são sabiam ler nem escrever antes dos missionários trazerem as escolas para cá. Além disso foram os europeus que descobriram a África e a colocaram na história."
Trechos assim demonstram como o eurocentrismo foi algo presente em nossas vidas durante séculos, parâmetros de educação foram modificados para parecerem europeus por eles serem "civilizados" e os demais "bárbaros".
Além disso, há o retrato da dificuldade de ser mulher naquele período, seja hutu ou tutsi, a forma como a Igreja abordava isso também é um destaque do livro, por exemplo:
- "As mulheres são feitas para sofrer. Modesta é um nome bonito para uma mulher, para uma cristã, e todos os meses, a partir de agora, esse sangue fará você se lembrar de que é apenas uma mulher, e se você se achar bonita demais, lá estará ele para lembrá-lo do que você é: apenas uma mulher."

Um livro muito impactante e com um final supreendente, recomendo muito para se entender apenas um dos milhares donflitos que hoje assolam a África, fruto das desigualdades e colonização vil.
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Henrique Fendrich 28/01/2022

O livro conta a rotina de um liceu para moças na Ruanda, em meio às efervescências do conflito entre os grupos hutu e tutsi no país. Trata-se de um pedaço da África já cristianizado por europeus (no caso da Ruanda, alemães e depois belgas), mas nota-se que nem por isso havia uma integração verdadeira da população do país às tradições ali implantadas pelos brancos. O liceu com nome religioso não era empecilho para que as moças buscassem outros tipos de sabedoria, inclusive as que seriam rotuladas de pagãs pela religião dominante. Não havia mesmo muito motivo para acreditar no tipo de cristianismo ali praticado, a julgar pelo padre que conduzia as celebrações no liceu, um velho hipócrita e tarado pelas meninas.

Não há exatamente um trama única no livro, mas vários capítulos com pequenas histórias envolvendo diferentes moças e episódios no liceu. Entre as que me chamaram mais a atenção está a de uma visita ao liceu da rainha da Bélgica e a da tentativa de uma das garotas em trocar o nariz da estátua da Virgem, porque ela tinha um nariz de tutsi, algo inadmissível para os hutus...

Confesso que, de maneira geral, o livro não me empolgou muito, mas ele teve o mérito de me chamar a atenção para questão dos tutsis e dos hutus na Ruanda e no Burundi, a ponto, inclusive, de me fazer pesquisar em fontes externas ao livro. Acho que um dos méritos dos livros é justamente quando isso acontece, ou seja, quando o assunto não se encerra com ele.

Já no final do livro, há esse trecho bastante significativo:

"Ruanda é o país da Morte. Você se lembra de uma história do catecismo? Durante o dia, Deus percorria o mundo, mas, todas as noites, ele voltava para a casa em Ruanda. Um dia, quando Deus estava fora, a Morte veio e tomou o seu lugar. Quando ele voltou, ela bateu a porta na sua cara. E foi assim que instalou o seu reino em nossa pobre Ruanda. Ela tem um projeto e está decidida a levá-lo até o fim. Eu só voltarei pra cá quando o Sol da vida voltar a brilhar sobre a nossa Ruanda".
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