Memórias de Carlota Joaquina

Memórias de Carlota Joaquina Marsilio Cassotti




Resenhas - MEMÓRIAS DE CARLOTA JOAQUINA


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Erika 20/08/2017

Não sou de abandonar livros. Em geral, persisto até o fim, sempre na expectativa de que a obra ainda há de me oferecer algo de bom, mesmo não estando a leitura de todo agradável. Entretanto quando o livro perde o sentido para mim e prosseguir nele se torna totalmente sem proveito, deixo-o de lado.

Foi o que aconteceu nesse "Memórias de Carlota Joaquina". Adquiri o exemplar com certa expectativa, por considerar tal personalidade histórica interessante e também por já ter apreciado o livro anterior do autor ("A Biografia Íntima de Leopoldina"). Porém, já nas primeiras páginas o texto se mostrou decepcionante.

Para mim, o maior erro foi a narrativa em primeira pessoa. Esse recurso é muito utilizado em romances históricos, nos quais há uma certa abertura para criação de diálogos ou mesmo de cenas que não ocorreram na vida real. Quem adquire uma obra desse gênero já sabe disso. Contudo, lançar mão desse recurso em um livro que não se propõe a ser ficção é totalmente contraproducente.

Ora, se se trata de uma "biografia histórica" (como consta no verso), e não um "romance histórico", por que já traz, de cara, um elemento ficcional? Carlota Joaquina não escreveu suas memórias, então há ficção a partir do momento em que se revelam palavras, sentimentos, pensamentos, expressões e opiniões que se dizem terem sido redigidas por ela, mas não foram. Esse meio, ademais, limita demais a narrativa, uma vez que, se ela mesma estaria relatando, tudo ocorreria sob seu ponto de vista. E, por óbvio, é bastante indulgente consigo mesma e não tão bondosa com os demais. Dessa forma, o livro perde um elemento que considero essencial em obras históricas: a isenção.

Diante dessas circunstâncias, passei a desacreditar no que estava lendo, e o texto perdeu o sentido para mim. Faltam, ademais, dados mais precisos, tudo é muito solto, tratado de maneira superficial e sem uma análise mais detida dos fatos (e como poderia se tudo ocorre sob a ótica e avaliação de uma pessoa?).

As "polêmicas" envolvendo Carlota Joaquina (que não são poucas) são retratadas como falsas ou disfarçadas de boas intenções, sempre sob sua constante auto complacência.

Tive a impressão de que o autor quis passar uma imagem positiva de sua biografada, tratando-a como filha carinhosa, esposa fiel e devotada, pessoa injustiçada e vítima das maldades de quem não gostava dela. Mas, se quis fazê-lo, deveria ter usado a narrativa tradicional, em terceira pessoa, trazendo um estudo mais completo dos fatos e explicando, tecnicamente, por que os boatos seriam destituídos de fundamento. Contudo, inseriu um elemento sabotador da sua própria obra, o qual destruiu o que poderia ter sido um livro redentor. Uma pena.

Obs: na parte dedicada a mostrar imagens das personalidades apresentadas, há um erro quando se apresenta a Princesa do Brasil. Esse título, antes de pertencer a Carlota Joaquina, era de Maria Francisca Benedita de Bragança, a qual desposou seu sobrinho, D. José, irmão de D. João VI, e não teve filhos. A pessoa ali é retratada é Mariana Vitória, que também foi Princesa do Brasil, mas era avó dos dois príncipes citados, mãe de Maria I e Benedita, e esposa de D. José I, de quem teve quatro filhas. Pela legenda, deixa-se claro que está a se tratar de Benedita, e não Mariana.
Limão 10/11/2022minha estante
abandonei o livro, me decepcionei com a narrataiva, ficou super maçante




Thaís 26/06/2021

Muito interessante
Gosto muito de livros sobre a história do Brasil, esse em especial traz uma figura conhecida dos livros de história, contudo traz outros aspectos da vida de Carlota, como uma mulher inteligente, articuladora longe daquela figura submissa que vemos com frequência as mulheres dessa época serem retratadas! Muito bom recomendo!
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Mariella Ayana 24/09/2021

Gostei bastante, mas poderia ser melhor.
Claramente o autor fez uma profunda pesquisa para a escrita do livro. A história está descrita de maneira bastante acurada e as intrigas políticas são destrinchadas de forma que qualquer um possa entender.

Não há nenhuma referência ao comportamento supostamente depravado de Carlota, mas acho isso justo. Carlota Joaquina foi uma pessoa muito odiada, e é provável que muito do que tenha sido dito contra ela foi difamação criada por seus inimigos. Não há provas de que tenha sido infiel, e o livro não seria uma leitura confiável se citasse boatos como fatos.


Para mim, o defeito maior do livro é a escolha infeliz do autor em relação ao discurso em primeira pessoa, especialmente porque o destinatário das memórias não é o leitor. Achei muito aleatório que subitamente surgia um comentário direto para 'Assunção' e só entendi do que se tratava quando li o epílogo.
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Tiago 10/12/2021

Uma rainha bem próxima
Mistura de biografia historiográfica e romance em primeira pessoa, o autor consegue unir bem essas duas formas de literatura que sempre parecem se contradizer. Mas no fim, a leitura fica bastante agradável, em se tratando de ficção, e plenamente aceitável, tratando-se da personagem histórica.

Baseado nos fatos reais e na correspondência da rainha, dando a ela como se fosse sua voz, o autor preenche as lacunas que as fontes não conseguem responder com sua própria dedução, e consegue um bom resultado. No fim, ficamos com a sensação de conhecer bem a rainha mais difamada da história luso-brasileira, e mais ainda, de ter uma relação próxima com essa figura tão controversa. É um livro bastante recomendável.
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Tatiana221 30/04/2022

Livro muito bom com detalhes antes não esclarecidos, narrado em primeira pessoa, deixa em aberto a conclusão para cada um
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Daniel432 30/09/2018

Memórias Distorcidas
Os bons livros sobre personalidades são as biografias. Autobiografias e memórias sempre correm um grande risco de distorção dos fatos, afinal, o autor, normalmente, não vai falar mal de si mesmo. A autobiografia da Rita Lee é uma das raras exceções, mas mesmo assim pode haver fatos escondidos.

No caso específico desse livro, nota-se que o autor recorreu a inúmeras fontes para recriar a vida de Carlota Joaquina desde sua infância e muitas dessas fontes são cartas escritas e recebidas por Carlota Joaquina e, claro, ela não iria deixar transparecer seus inúmeros casos extraconjugais.

Carlota Joaquina é tradicionalmente retratada como adúltera pelos diversos historiadores e a visão que temos nesse livro é de quase uma pudica. O autor, talvez, tenha desejado fazer um livro sobre a vida política de Carlota Joaquina, como se lê no subtítulo e não tenha se interessado pela vida sexual da ilustre personagem. De qualquer forma, o autor deveria ter acrescido algumas notas de rodapé com esclarecimentos.

O fato do livro ter sido escrito na primeira pessoa (Carlota Joaquina nos fala) e as poucas notas do autor confunde o leitor que pode acreditar que os fatos relatados são verdadeiros, não havendo outra versão.

Não concorda? Leia o livro e tire suas conclusões.

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Tharlley 25/03/2021

Razoável
Livro escrito como se fosse uma carta (ou algo assim) da Carlota para uma de suas filhas.
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Siliane.Ferrari 19/01/2022

Nota 10/10
São memórias de Carlota Joaquina, ditadas por ela mesma para sua filha Maria da Assunção de Bragança. Com detalhes desde seu nascimento até sua morte, contém trechos de cartas trocadas entre monarcas, planos de governo e histórias de família. Achei muito interessante conhecer esses fatos pela visão da monarquia, fatos como a vinda da Família Real para o Brasil e a Independência do Brasil. Gostei muito da leitura, foi bem fluída e com muitas informações e detalhes interessantes. Indico este livro!
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Filipe 20/06/2021

Estou totalmente fascinado pela figura de Carlota Joaquina. Não lembrava de muita coisa que aprendi nos tempos de escola, mas agora estou satisfeito de ter (re)aprendido tanto por meio desta obra. Uma grande estrategista no meio de um mundo totalmente dominado pelos homens.

No início da leitura, senti dúvidas em relação ao estilo em que foi constituída, em primeira pessoa, mas com o passar dos capítulos, entendi como isso foi fundamental para aproximar o leitor das situações que envolveram a personagem principal.

Vale tambem registrar o trabalho editorial empregado na obra, uma bela edição.
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Daiani.Cris 11/08/2021

Livro muito bom, li esse após ler 1808 então estava com a história fresca na cabeça e pude ver o outro lado dessa história.
Confesso que se comparado ao 1808 esse é beeeeem mais difícil de ler e interpretar, as ideias de Carlota Joaquina, as vezes, de tão explicativa fica embaralhada.
Um excelente livro sobre a história de Portugal e Brasil.
Obs.: O livro possui apenas 287 páginas.
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Stuart.bookster 23/01/2022

Memórias de Carlota Joaquina, de Marsílio Cassotti
A forma como Carlota Joaquina é retratada é impressionante. Sabe-se que no imaginário brasileiro ela não é a mais virtuosa das mulheres, sobretudo pela cena em que atira seu sapato no mar, afirmando que não levaria do Brasil nem o pó da terra. Ela é sempre uma personagem dual em toda a história de Portugal e Brasil, inclusive diante do apoio que fornece ao golpe para retirar Maria do trono. Recomendo que por mais que não mude muito a visão que se tem dela é sempre bom observarmos por outros olhos figuras históricas.
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Carolina Corrêa 27/02/2023

Interessante
Esta obra nos traz a oportunidade de enxergar a princesa Carlota Joaquina sob um olhar inédito: o seu.
O texto, narrado por ela mesma a sua filha Maria da Assunção, revela, sob suas perspectivas, as famosas conspirações propagadas por diferentes fontes e realidades íntimas pelo público desconhecidas.
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Jefe 24/10/2023

Pra quem não está acostumado com esse tipo de leitura é um livro bem cansativo. Algumas partes no meio até flui, mas a grande maioria são muitos nomes, locais e palavras diferentes. Pra conhecer um pouco da história é até legal.
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Geraldo 20/11/2021

Uma leitura truncada do olhar feminino da historia de Carlota Joaquina
Carlota pega seu sapato, vai ate o convés do navio e diz: Desta terra miserável, nem o pó!!!
Gente!!! esta cena não tem no livro, até porque o autor cita que há pequenos mitos com relação a nossa "princesa do Brasil".
Neste livro; escrito em primeira pessoa Carlota nos conta como foi sua breve infância; afinal casou-se com dom João VI aos 10 anos; 9 gravidezes, angustias de ter que fugir de seu reinado, (ela não era portuguesa e sim espanhola).
De princesa de Portugal, Brasil e Algarves se tornar uma "princesa colonial" era o que ela mais odiava de ouvir. Aqui acompanhamos a historia do Brasil, chegada da família em 1808, sua tentativa de dar um golpe em seu marido e se tornar a "rainha do rio da Prata, chegada da noiva de Dom Pedro - Dona Leopoldina, volta pra Portugal, Independência do Brasil, ascensão de Dom Miguel como rei absolutista em Portugal; tudo isso contado pelos seus diários, ou seja o olhar feminino desses acontecimentos e suas opiniões.
Eu, Geraldo; achei a leitura um pouco truncada, muitos nomes, dinastias, reis, acontecimentos que me deixaram num vai e vem na historia.
O final da obra salva um pouco, mas pra chegar lá da pra sofrer um tiquinho.
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Mariana113 12/01/2022

Simplesmente perfeito!
Os registros históricos no epílogo, juntamente da escrita adaptada à primeira pessoa pelas cartas, levanta credibilidade a obra, e nos prende de início ao fim.
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