Recordações do Escrivão Isaías Caminha

Recordações do Escrivão Isaías Caminha Lima Barreto




Resenhas - Recordações do Escrivão Isaías Caminha


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Gabriel 19/06/2022

"À vista disso, à vista dessa incompetência geral para julgar, da ligeireza e dos extraordinários resultados que obtinham com tão fracos meios, impondo os seus protegidos, os seus favoritos, fiquei tendo um imenso desprezo, um grande nojo, por tudo quanto tocava às letras, à política e à ciência, acreditando que todas as nossas admirações e respeitos não são mais que sugestões, embustes e ilusões, fabricados por meia dúzia de incompetentes que se apoiam e se impuseram à credulidade pública e à insondável burrice da natureza humana"
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Florindo.Rocha 17/04/2022

Barreto como Caminha
É certo dizer que Recordações do Escrivão Isaías Caminha, primeiro livro lançado de Lima Barreto, é um grande panorama biográfico-fictício da vida do escritor. Como Isaías, Lima Barreto tinha sonhos e aspirações que foram corroídas pela realidade um homem negro brasileiro que viveu durante a primeira república. A dor, a tristeza, a insegurança e a raiva sentidas pelo narrador personagem são os mesmos sentidos pelo autor que colocou muito de sua vida (tanto experiências como personagens reais) neste livro.

Como a correria da vida na capital, as preocupações de um homem preto, os sonhos desafortunados, o trabalho da impressa e as manifestações populares fazem o livro ser ao mesmo tempo atual para nossa sociedade e significativo para a época ao qual foi escrito. Sentir pena do protagonista e de toda a dor que ele passa é uma janela para se refletir ao certo como as situações passadas por Caminha são verdadeiras e, tristemente, comuns.

A participação de personagens anarquistas e comunistas é algo muito atraente, visto que o próprio Barreto se ligava ao comunismo da época.
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Pereira 08/03/2022

Foco Força Fé [*****]
Nessa obra Lima Barreto aborda principalmente a dificuldade de ascensão profissional de pessoas que vêm de classes desprovidas de recursos dentro da sociedade. O fator cor da pelo foi um agravante, mas, em nenhum momento impediu Isaías de atingir os objetivos traçados na infância. Mesmo com o cotejamento feito na parte final do livro: “Valeu a pena?!”.

Esse livro foi indicado pelo Professor Olavo de Carvalho na Aula 002 do COF (Curso Online de Filosofia) e encaixa-se perfeitamente no exercício que consistia em cada um fazer seu próprio necrológio (elogio escrito e publicado em periódico, a respeito de alguém falecido), em terceira pessoa. Confesso que as primeiras linhas demoraram a sair. É muito estranho imaginar e escrever sobre a própria morte.
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Luciano 06/02/2022

Achei bastante potente a forma como a obra retrata as sutilezas do racismo e as dificuldades de ascensão social de pessoas negras, escancarando a farsa da meritocracia. Contudo, o encadeamento de acontecimentos da narrativa não entrega, na minha opinião, uma distribuição satisfatória de começo, meio e fim, de modo que a obra acaba quase que de modo abrupto, sem nenhum acontecimento catártico envolvendo o protagonista. Dito isso, acho que quem for ler este livro precisa ter em mente que, talvez, o mais interessante da obra sejam os temas que ela aborda, e não necessariamente a narrativa em si.
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Jonatas 01/02/2022

Lima Barreto aqui foca em uma crítica ríspida a sociedade brasileira da época, atravéz de Isaias Caminha, um jovem promissor nos estudos que decide ir ao Rio para estudar direito, ele tece diversos comentários sobre como a sociedade se comporta, focando principalmente na mídia, como ela manipula e se torna não uma defensora dos anseios do povo mas sim de seus próprios interesses.
Isaias Caminha acaba se tornando mais um coadjuvante na estoria que passa a focar mais no funcionamento do jornalismo e quem eram as pessoas por trás da mídia.
O livro tem o grande mérito de simplesmente não envelhecer, é uma grande ferramenta para se refletir de como, apesar de ter sido escrito a mais de um século ainda representa perfeitamente toda a nossa sociedade.
Recomendo muito a obra, a narrativa e seus subtextos são muito bons para se estudar o Brasil do início do séc xx
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Jose 16/01/2022

Perfeito
O Brasil de ontem é o mesmo de hoje, não mudou uma vírgula. Os mesmos preconceitos, a mesma bajulação, a mesma mediocridade.

A linguagem do Lima é ferina, é dolorida, a realidade dói. Dói o preconceito aqui descrito, e pensar que esse mesmo preconceito continua igual dá uma tristeza, uma angústia.

Ao final do livro tem um resumo biográfico da vida do autor, e que vida! Talvez por isso suas histórias são boas.

Acredito que o autor devesse ser mais reconhecido e lido. A literatura brasileira é das melhores que existe no mundo, pena que nós não damos o devido valor que ela tem.
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Alberto 10/01/2022

Obra da juventude de Lima Barreto critica a corrupção da imprensa e da política e o preconceito racial
Um dos primeiros trabalhos de Lima Barreto, pareceu-me que ele, ainda moço, preocupava-se muito com a técnica e "correção" do estilo e ainda não estava "solto" e à vontade como se veria, depois, em "Policarpo" e nos seus contos mais sarcásticos. Mas é um ótimo livro, especialmente para quem se interessa por história e política brasileiras, e pela imprensa e seu papel. Barreto faz a sua costumeira crítica à corrupção da política, à mesquinharia da classe burguesa e à hipocrisia nos costumes, só que num tom sóbrio, melancólico, sem as notas de humor irônico e sátira inventiva que viriam mais tarde. É, então, uma obra com personagens e situações mais realistas do que se vê nos seus trabalhos maduros e mais famosos. É detalhada e bem ilustrada a crítica que faz da imprensa e seus vícios, um painel que nos coloca dentro do dia a dia de um jornal nos primeiros anos da república. Livro triste onde o autor relata, provavelmente de forma autobiográfica, as dores da pobreza, da exclusão social e do preconceito racial. Mais triste é ver que o Brasil do tempo de Barreto não é muito diferente do de hoje. Leitura valiosa, acessível. Indispensável para quem quer conhecer a literatura brasileira e o Brasil.
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Supercut09 31/12/2021

Livro Autobiográfico
O Isaías e um personagem muito ingénuo, ele acabou de chegar no Rio e percebeu que o modo como vivia anteriormente era regado de proteção e assim que sofreu na pele e nos olhares das pessoas as represálias percebeu a diferença de tratamento(sendo mais específico a desigualdade racial).

So uma pessoa que passou pelos mesmas situações que o isaias passa ao longo do livro poderia escrever tão magneticamente e logicamente como a discriminação afeta o âmbito profissional( busca de trabalho,oportunidades de estudo) e social( amizade e relacionamentos amorosos) de quem e oprimidos e marginalizados pela sociedade.
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OgaiT 11/11/2021

Recordações de um jovem negro
Lançado ao ostracismo à época de sua publicação, "Recordações do escrivão Isaías Caminha", primeiro romance do jovem Lima Barreto, rompe as estruturas sociais por abordar o racismo contra o povo negro no Brasil.
Contada pela perspectiva de um homem já amadurecido e consciente da distinção étnica de seu país, o romance se inicia com a partida de Isaías Caminha para o Rio de Janeiro e percorre os anos em que permaneceu na capital da República e o preconceito por ele enfrentado.
Tal aspecto permite uma aproximação entre autor e narrador o que, nas palavras de seu biógrafo, Francisco de Assis Barbosa, foi uma forma do autor denunciar as injustiças sociais de maneira fidedigna a realidade bruta. Percebemos isso mais claramente no trecho:
"Tive fome e dirigi-me ao pequeno balcão onde havia café e bolos. Encontravam-se lá muitos passageiros. Servi-me e dei uma pequena nota a pagar. Como se demorassem a trazer-me o troco reclamei:"Oh!", fez o caixeiro indignado e em tom desabrido. "Que pressa tem você?! Aqui não se rouba, fique sabendo?" Ao mesmo tempo ao meu lado, um rapazola alourado reclamava o dele, que lhe foi prazenteiramente entregue. O contraste feriu-me, e com os olhares que os presentes me lançaram, mais cresceu a minha indignação. Curti durante segundos uma raiva muda, e por pouco ela não rebentou em pranto." (p. 79-80).
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Maryane | @afr0leitora 20/09/2021

incrível, simplesmente apaixonada pela escrita de Lima Barreto a narrativa é muito imersiva, é um livro muito tocante, só não chegou a ser 5 estrelas pra mim por conta da quantidade de descrição jornalística do livro. O final também é ótimo e comovente.
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@Matcholo 15/09/2021

Trata-se de memórias avulsas do protagonista escritas por ele mesmo, os capítulos não tem uma continuidade direta, mas obedecem a uma ordem cronológica. O livro é bastante monótono no sentido que a vida de Isaías não tem grandes acontecimentos, o que não torna o livro chato, visto que Lima escreve magníficamente e transforma até os clichês do cotidiano em capítulos interessantes de se ler. Recomendo para quem quer saber mais do autor, visto que vemos muito dele no protagonista, gostei bastante da leitura.
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