Marjory.Vargas 27/08/2023Bom, conforme disse na resenha do quarto volume dessa série, é nítida a mudança de rumo na história, agora escrita por Lagercrantz. Porém, em A garota na teia de aranha, a essência dos protagonistas foi mantida. O que não ocorreu nesse quinto volume.
A história é totalmente morna, e Lisbeth e Mikael, os protagonistas da série, foram mal construídos e com uma ínfima participação na trama. Pareceram simples coadjuvantes.
Nesse livro, Lisbeth precisa passar alguns meses “atrás das grades” após o episódio do livro anterior. Ela quer que esse período termine logo, porém, após uma visita de seu tutor, Holger Palmgren, que lhe traz informações perturbadoras sobre sua infância, a hacker só quer saber de solucionar esse mistério.
Estando presa, ela conta novamente com a ajuda do jornalista Mikael Blomkvist para investigar mais esse mistério do seu passado. A questão principal do livro é sobre um suposto estudo (eticamente duvidoso) que Lisbeth e sua irmã, assim como vários outros pares de irmãos gêmeos, foram submetidos quando crianças. Essa parte da trama é bem interessante, porém o autor relegou aos protagonistas uma participação irrelevante.
E foi isso que senti falta nesse livro: a ação/emoção proporcionada pelas investigações de Lisbeth e Mikael. Nesse livro eles estavam sempre atrás, chegando depois que a ação já tinha acontecido, relegados a meros espectadores dos fatos. E isso é muito frustrante.
Até mesmo a vingança de Lisbeth contra a irmã, que foi algo que me incomodou muito no quarto volume, foi meio que esquecida. Sinceramente, se não fosse o nome dos personagens, este livro poderia facilmente ser considerado uma história independente ou, no mínimo, não pertencente à série Millenium.