Davi.Paiva 01/01/2024
Surpreendente!
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Mais um livro que li graças a uma troca na Feira da Biblioteca Mario de Andrade!
Resumir este livro como "uma menina que rouba livros na Alemanha durante a Segunda Guerra e tem a sua história narrada pela Morte" não só é ser muito simples como também é, a meu ver, desconsiderar toda a complexidade e beleza que a obra possui.
Para começar, ter a Morte narrando é algo que você só pode perceber de duas formas: ou você lê a frase "quando a Morte conta uma história, você deve parar para ler" ou você é um leitor muito atento, pois a Morte não se apresenta no prólogo e nem vai dizer quem é na maior parte do livro. A entidade apenas deixa subentendido quem é logo no começo e você vai entendendo sua personalidade complexa no decorrer da obra, bem como a sua relação com Liesel Meminger, a tal Menina que Roubava Livros.
E o que dizer de Liesel?
Creio que o mais importante seja explicar que ela não é uma mera ladra. Da mesma forma que gosto de escrever resenhas explicando como consegui o livro, o que me motivou a ler e outros detalhes que vão além da leitura, a relação da protagonista com os livros vai muito além do ato de ter livros ou de apenas ler. É uma relação de amor e ódio com as palavras, com as ideias transmitidas através de palavras e de tudo que a leitura representa em sua vida.
E como se tudo já não estivesse tão incrível, Liesel vem acompanhada de personagens muito singulares, com personalidades próprias, vozes singulares e cenas para o leitor ir vendo como cada um vive ao ponto de se apegar a eles e lamentar quando cada um sai da vida de Liesel (não vou dizer como para não estragar surpresas, apesar do autor já deixar antecipado em um dado capítulo o momento de saída de alguns e os capítulos seguintes são apenas recapitulando como eles viveram até o momento mais dramático do livro, a meu ver).
E tudo isso ocorre em meio a uma das guerras mais importantes da história. Mesmo sendo um romance, "A Menina que Roubava Livros" expõe muito bem os horrores da guerra e forma desumana como judeus foram tratados.
Para finalizar, reconheço que a Intrínseca fez um bom trabalho editorial na impressão do livro. Não é ótimo porque a fonte Electra é um pouco pequena, mas a capa está muito bonita e o uso de papel pólen compensa.
Concluindo, "A Menina que Roubava Livros" é uma obra que surpreende pela forma da narração, a construção das motivações da personagem, a ambientação e a jornada de todos em meio a um dos momentos mais tristes da humanidade.
Recomendo!
Nota: meu exemplar foi doado a uma funcionária da empresa na qual trabalho. Ela me devolveu e eu doei para outra funcionária. Assim eu fomento o hábito da leitura e compartilho uma obra que me cativou profundamente.