Dois Em Um

Dois Em Um Alice Ruiz




Resenhas - Dois em Um


40 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


Kris 28/05/2011

Com suas poesias e hai kais sutis, breves e delicados, Alice nos traz pequenos fragmentos de sentimento que adaptam-se e moldam-se como luvas às nossas próprias experiências pessoais. Se eu tivesse que descrevê-lo em uma só palavra, diria: Doce.
Vania 05/12/2014minha estante
"Que tudo seja leve de tal forma que o tempo nunca leve."
Alice Ruiz.




Tuca. 21/08/2010

O leitor comum
Comento sobre este livro no post do link abaixo, juntamente com comentários sobre a leitura de outros dois livros: "Contos negreiros", de Marcelino Freire, e "A maldição da moleira", de Índigo. Visitem:
http://oleitorcomum.blogspot.com/2010/08/dosando-nostalgia.html
comentários(0)comente



Mariane 01/07/2013

MELHORES POEMAS:
vara o dia
varrendo a noite
cata um sonho
sonha um vento
algo que fique
por pouco
por muito pouco
um cisco que seja
algo que signifique.

nesta vida
não vai dar
pra definir paixão
tantas são
de cada um
a lida
entre as idas
e vindas
do coração.

tem os que passam
e tudo se passa
com os passos já passados
tem os que partem
da pedra ao vidro
deixam tudo partido
e tem, ainda bem,
os que deixam
a vaga impressão
de ter ficado.

Do que se repare
amor
prazer
arte
é o que persiste
do que se dividi
só o meio a meio
resta inteiro
o resto
não resiste.

longe hoje
você me quer pra ontem
e só vem amanhã.

a luz
no sorriso
dos teus olhos
alto risco
encaro
tudo que quero
não é mais preciso.

de A a Z
até no alfabeto
tem eu e você.

só fico feliz
quando me encontro comigo
mas é tão ambíguo.

apaixonada
apaixotudo
apaixoquase.

seduzindo
tarduzindo
noites indo.

já estou daquele jeito
que não tem mais conserto
ou levo você pra cama
ou desperto.

assim que vi você
logo vi que ia dar coisa
coisa feita pra durar
batendo duro no peito
até eu acabar virando
alguma coisa
parecida com você
parecia ter saído
de alguma lembrança antiga
que eu nunca tinha vivido
alguma coisa perdida
que eu nunca tinha tido
alguma voz amiga
esquecida no meu ouvido
agora não tem mais jeito
carrego você no peito
poema na camiseta
com a tua assinatura
já nem sei se é você mesmo
ou se sou eu que virei
parte da tua leitura.

depois que um corpo
comporta
outro corpo
nenhum coração
suporta
o pouco.

teu corpo seja brasa
e o meu a casa
que se consome no fogo
um incêndio basta
pra consumar esse jogo
uma fogueira chega
pra eu brincar de novo.

quero fazer um verso
com todos os elementos
meus encantos
meus lamentos
que atravesse
ares e mares
e te alcance
e te arranque
de todos os pensamentos.

sem saudade de você
sem saudade de mim
o passado passou enfim.

vontade de ficar sozinha
só para saber
se você ia
ou vinha
quando deixou
esse bagaço
no meu peito
pedaço estreito
defeito na mercadoria
do jeito que você queria.

faz de mim
gato e sapato
me desconcerta
me conserta
me espanta
me aperta
me acerta
me alerta
me espeta
me deita
e seu poder
mais alto
se levanta.

humilde para ser uma
úmida para ser duas
única para ser muitas.

Se
se por acaso
a gente se cruzasse
ia ser um caso sério
você ia rir até amanhecer
eu ia ir até acontecer
de dia um improviso
de noite uma farra
a gente ia viver
com garra
eu ia tirar de ouvido
todos os sentidos
ia ser tão divertido
tocar um solo em dueto
ia ser um riso
ia ser um gozo
ia ser todo dia
a mesma folia
até deixar de ser poesia
e virar tédio
e nem o meu melhor vestido
era remédio
daí vá ficando por aí
eu vou ficando por aqui
evitando
desviando
sempre pensando
se por acaso
a gente se cruzasse...

Vai chorar, canta
vai falar, grita
vai andar, dança.
comentários(0)comente



Carol 28/07/2013

Mil em um
Poesias maravilhosas de Alice Ruiz. Confesso que quando li este livro, na verdade estava à procura de Paulo Leminski. Porém quando o folheei logo gostei e devorei o livro em pouquíssimas horas!

Muito bom, uma leitura bem simples e encantadora.
comentários(0)comente



Carol 30/09/2013

"Para onde foram
lembranças que esquecemos
coisas que nunca
chegaram a ser?".

"a luz
no sorriso
dos teus olhos
alto risco

encaro

tudo que quero
não é mais preciso."


"de tanto não poder dizer
meus olhos devem falar
só falta você ouvir."

"Se eu não fosse poeta
te diria
o que é tua presença
o que é tua ausência
o que é a minha vida
cheia de presenças
e de ausências
Se eu não fosse poeta
você saberia
quando o teu olhar me aperta
tudo que silencio
como uma gata no cio
Se eu não fosse poeta
não teria
essa estranha sensibilidade
que me impele
de ver tudo claro
que me fez amar o raro
de toda impossibilidade
Se eu não fosse poeta
poderia
me desfazer
de tanta lucidez
e ficar louca
ao menos uma vez
Se eu não fosse poeta
tudo seria
apenas um desejo
morto tão jovem
no primeiro beijo
ainda criança
ainda tão pequeno
ainda sem medo
Se eu não fosse poeta
você entraria em mim
para ficar solto
em algum lugar
da lembrança
em vez disso
nada digo
e você fica preso
dentro do meu verso."


Se

"se por acaso
a gente se cruzasse
ia ser um caso sério
você ia rir até amanhecer,
eu ia ir até acontecer
de dia um improviso,
de noite uma farra
a gente ia viver com garra
eu ia tirar de ouvido
todos os sentidos
ia ser tão divertido
tocar um solo em dueto
ia ser um riso
ia ser um gozo,
ia ser todo dia
a mesma folia
até deixar de ser poesia
e virar tédio
e nem o meu melhor vestido
era remédio
daí, vá ficando por aí,
eu vou ficando por aqui,
evitando, desviando,
sempre pensando,
se por acaso a gente se cruzasse."
comentários(0)comente



tdethalyta 04/08/2018

"Dois em Um" - Alice Ruiz S.
Este é um livro de leitura fácil, pois foi escrito de forma branda. Gostei de algumas poesias que certamente carregavam palavras belas e tocantes. Uma das coisas que mais aprecio nos poemas são a forma como podem se adaptar a nossas experiências próprias, e isso encontrei em algumas das poesias aqui escritas. Recomendo.
comentários(0)comente



Nathan 01/11/2019

Cada poesia sensivel.
Lendo a obra da Alice percebo que a mesma gosta de falar sobre amores, lugares e ocasioes. Eu mesmo me identifiquei com as que envolvem mais sensibilidade. E se por acaso a gente cruzasse... ?
comentários(0)comente



Mariana 12/11/2019

toda mudança desse dia uma dança
Não sei fazer resenha de livro de poesia, então eis um poema dos mais gostosinhos da (grande) Alice:

hoje tem praia
até estando no Himalaia

tem Moonlight Serenade
completamente up-to-date

hoje tem lua
à luz do dia

tem desfile
carnaval
mesmo na rua vazia

até no nada
hoje tem tudo
e é só hoje
(p. 47)
comentários(0)comente



Érika 10/03/2020

Sutileza e vigor
Esse ano, até o momento, o que mais li foram poemas. Creio que pela praticidade: geralmente os livros têm menos texto e em uma ou duas tardes se lê tudo; os melhores permanecem na mente, rodando e maturando por muitos dias. E outra coisa que também aconteceu foi que li quase que só coisas que não estavam na minha #metadeleitura quando começou o ano. Rebeldia inerente?
Enfim, nesse mesmo passo, peguei esse livro da Alice Ruiz sexta passada, apenas para poder deixá-lo disponível para quem quisesse declamar poemas dela no sarau das mulheres. A biblioteca já estava pra casa e então eu trouxe ele comigo pra casa. Já que estava aqui, por que não ler?
E que bom que eu li!
Alice Ruiz era uma #poetisa que eu só conhecia de nome e de fama. Esposa do #Leminski e parceira na arte, os dois foram os grandes responsáveis pela #tradução dos #haikais de #Bashô para português, e ela ama haikais e ministra aulas sobre esse tipo de poesia há muitos anos. Sabia também, vagamente, que ela escrevia letras de música e mais algumas coisas sobre suas amizades culturais. A obra em si eu nunca tinha lido.
Este livro aqui é uma junção de tudo que #aliceruiz publicou na década de 1980, que foi quando ela começou a publicar. Contém, entre outros, "Vice Versos", obra que levou o #premiojabuti de poesia em 1989.
O estilo dela é muito semelhante ao do Leminski, apesar de que, pelo pouco que li do Leminski, gostei mais do modo como a Alice utiliza o mesmo estilo. Parece mais vigoroso, mais sólido na pena dela. Predominam os poemas curtos (muitos haikais, seguindo as regras do haikai ou não) e sonoros, com jogos de significado entremeados em jogos de palavras e letras e ecos. Há também alguns que se aproximam mais da #poesiaconcreta, como "O que é a que é", um sensacional #poema sobre a mulher e como é vista na sociedade, que infelizmente não consegui postar aqui porque a letra é muito miudinha, mas vale dar um Google. Praticamente é o único #poema #feminista do #livro, e há também alguns de crítica social (como o que dá o título do livro Navalhanaliga: nada na barriga / navalha na liga/ valha), mas a maioria é mais imagético ? normalmente sobre a natureza ? ou sentimental.
No caso desses últimos, o sentimento em si fica bem exposto, mas aparece puro, abstrato, pois a autora consegue esconder muito bem em suas poucas palavras, o impulso da realidade que a levou a escrever aquilo. Apenas um dos seus motivos subjacentes transparece, tão forte que perfura o véu de palavras habilmente tecido pela poeta: a morte do filho. Miguel Ângelo, o primeiro filho de Alice e Lemisnki, faleceu de um linfoma aos dez anos. Eu não sabia desse fato da biografia dela, aprendi-o vagamente dos poemas e depois confirmei. Parece que é uma dor que ela nunca conseguiu superar, porque em todas as seções do livro esse assunto volta. Mas isso não a fez desistir da poesia, pelo contrário ? vê-se que Ruiz a usa como método terapêutico. Produz, a partir desse incidente e de tantos outros, pequenas pérolas nas quais o leitor enxerga ? como diria pessoa ? não as duas dores que o poeta teve, mas só a que ele(a) leitor(a), não tem.
A experiência foi ótima e não vejo a hora de, quando der na telha de novo, procurar mais obras dela.
Recomendo este livro a quem gosta de poesia e a quem não gosta também. Quem sabe passa a gostar?
comentários(0)comente



Seven 16/08/2020

Apenas leiam
Alice Ruiz deveria ser muito mais conhecida. Os versinhos dela são perfeitos e de uma sensibilidade incrível.
comentários(0)comente



Nat 15/09/2020

^^ Pilha de Leitura ^^
Dois em Um é um livro que reúne as poesias de Alice Ruiz da década de 80. Descobri o livro por acaso e confesso que me encantei! As poesias tem temas diversos, mas são todas curtas, muito sonoras, e lindas!

site: https://www.youtube.com/c/PilhadeLeituradaNat
comentários(0)comente



Nali 22/11/2020

A escrita de Alice Ruiz é singular e precisa.

Em dois em um há afeto, mágoa, sentimento, emoção, saudade e paixão pelo que faz e pelo o que é. Em cada verso existe uma parte de sua essência e do seu sentir, a poesia de Alice é direta, perspicaz e intensa.

E esse livro em particular, é precioso.
comentários(0)comente



Carlos K.S 11/02/2021

...
Chato. Livro chato. Pouca poesia. Nem dá para curtir. Peguei esse livro na quarentena. Se soubesse que não iria gostar, teria pego outro.
comentários(0)comente



Cibele 13/03/2021

.
Fico imaginando Alice Ruiz e Leminski em um casamento... deve ter sido uma coisa doida e linda.
comentários(0)comente



Paulo Silas 14/04/2021

A poesia produzida por Alice Ruiz nos anos 80 reunida em uma obra: isso é "Dois em Um". Dois que constituem um, presença do plural no singular, mais no único. Com toda a potencialidade poética presente nas linhas escritas e ditas pela escritora, a obra carrega em si todo um peso de questões tantas que só podem ser expostas pela poesia. O dito no não dito, o não dito no dito... É o que se extrai nos versos que compõem cada poema, cada mensagem artística reunida na obra. É a face poeta de Alice Ruiz que pode ser conhecida nas tantas páginas que compõem o livro.

"Dois em Um" reúne os trabalhos originalmente publicados em "Vice Versos" (1988), "Pelos Pelos" (1984), "Paixão Xama Paixão" (1983) e "Navalhanaliga" (1980). "Navalhanaliga" foi o primeiro da autora, contando com uma publicação que o reunia junto a "Paixão Xama Paixão" na Publicação de "Pelos Pelos". Os poemas que disso seguiram foram reunidos na obra "Vive Versos" - que ganhou o prêmio Jabuti em 1989. É da união de "Vice Versos" e "Pelos Pelos" que se justifica o título desse "Dois em Um".

Alice Ruiz diz na apresentação da obra que não pode dizer o que é poesia, mas que também sabe quando algo não é. No caso de "Dois em Um", bem como ao se levar e conta a própria notoriedade da autora, o que se tem é poesia contagiante, que toca, que se descobre, que de revela, que se sente, que se consome (para alma, não para o corpo) que é... poesia! Uma importante necessária obra da poesia brasileira.

comentários(0)comente



40 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR